quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Polícia egípcia faz novo ataque contra instalações da TV Al Jazeera


A polícia egípcia realizou nesta quinta-feira um novo ataque contra as instalações do canal de televisão Al Jazeera Egito, segundo informou um funcionário da emissora no Cairo, Ahmed Zain.

Um grupo de policiais invadiu o prédio, trancou os jornalistas numa sala, tirou suas carteiras de identificação e confiscou câmeras e computadores.

Uma jornalista, jogada violentamente contra o chão, quis apresentar queixa, mas a delegacia do bairro não quis registrar ocorrência.

Em 11 de setembro, o diretor da emissora havia anunciado que as autoridades egípcias interromperam sua programação depois de ter revistado o local e confiscado material de trabalho.

As autoridades justificaram a ação por queixas de vizinhos e falta de uma licença de difusão válida.

O poder egípcio multiplicou recentemente as advertências à imprensa, acusada de difundir supostas informações que atentariam contra a segurança do país. O Egito passa por uma fase de transição, depois da queda do ex-ditador Hosni Mubarak, em fevereiro e a passagem do poder para uma junta militar.

FRANCE PRESS/FOLHA

O Banco Central e a subversão dos fatos - a mais longa marcha


Lourdes Sola, ph.D em Ciência Política pela Universidade de Oxford, professora aposentada da USP, é membro da Academia Brasileira de Ciências
 
 
 
Os 'Fatos são Subversivos' é o título de um livro de Garton Ash, um dos mais lúcidos "historiadores do presente". É um chamado à responsabilidade histórica dos formuladores de políticas públicas que se valem de conjunturas de grande incerteza para fazer valer suas prioridades. "Os fatos são subversivos (...) porque subvertem os argumentos dos líderes democráticos eleitos tanto quanto dos ditadores (...), porque subvertem as mentiras, as meias-verdades e os mitos de todos aqueles de fala fácil". O argumento reporta-se a um contexto de incerteza ainda mais extremo do que o atual cenário econômico. Mira as mentiras e meias-verdades oficiais que levaram o povo e o Congresso americanos a legitimar a invasão do Iraque e à guerra no Afeganistão em resposta ao 11 de Setembro. Sem esses recursos, retóricos, mas nada inofensivos, a História mundial teria sido outra.
O que dá um sentido trágico a essa constatação é a impossibilidade de reverter o que foi consumado com apoio em meias-verdades e mitos. Restam dois recursos corretivos: as lições de História que os fatos propiciam e a oportunidade para uma correção de rumos. Mesmo assim, há uma boa dose de otimismo na constatação de Garton Ash, porque ancorada num suposto forte: a vigência de instituições democráticas e de uma mídia investigativa, graças às quais cedo ou tarde os fatos virão à luz. No essencial, tem razão, pois toda tentativa de impedir que os fatos venham à tona traz à luz também um déficit democrático. Que as decisões da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ilustram. Ao subtrair da agenda pública a disparidade entre a taxa oficial e a taxa efetiva da inflação, com medidas legais restritivas à autonomia de consultores e jornalistas, lança luz sobre a subordinação do Judiciário ao Executivo - e sobre indícios anteriores de regressão autoritária.
 
 
No novo contexto de incerteza global voltam a entrar em pauta entre emergentes temas correlatos, como inflação, disciplina fiscal e monetária, papel do mercado interno e crescimento. No Brasil volta à cena um velho espectro - a questão da autonomia do Banco Central (BC) - que os mercados e os analistas julgavam exorcizado desde 1999, graças ao mandato (informal) para exercer sua autoridade no marco de um conjunto de regras e normas, caracterizado como regime de metas de inflação. O debate que se seguiu à redução abrupta da taxa de juros interbancária dá o que pensar. Há convergência entre analistas quanto aos rumos da política econômica: substituição do regime de metas de inflação por metas ad hoc para a taxa de juros, adoção de uma banda oculta para as variações na taxa de câmbio. Dá o que pensar, também, sobre o modo de fazer política do governo. Por um lado, há elementos que reforçam o contraste entre a nossa trajetória e a da Argentina. O presidente do BC, o ministro da Fazenda e assessores informais do governo vieram a público legitimar tecnicamente as medidas mencionadas - sob o escrutínio dos seus pares. Com isso atestam a vigência (tênue) de um requisito democrático: a prestação de contas pelos decisores e a chance de responsabilização futura por suas apostas. Isso compõe o quadro de credibilidade econômica acumulada ao longo dos últimos anos, graças à qual foi afastada a possibilidade de reproduzirmos o padrão errático da Argentina - o "efeito vodca".
Há duas questões intrigantes a respeito. Em que momento definidor se consolidou a divergência de rumos entre os dois países? Além disso, o argumento sobre a função subversiva dos fatos pressupõe que, uma vez revelados, a capacidade para elaborá-los está dada e bem distribuída. Seria assim sempre? A resposta à primeira questão é simples: os momentos definidores foram as decisões políticas tomadas em duas encruzilhadas, em resposta aos choques externos de 1999 e 2002-2003. Respectivamente, a adoção do tripé regime de metas de inflação-flutuação cambial-superávit primário e a opção pela continuidade em 2002-2003 e nos anos seguintes. Esse rumo é posto em causa pelo governo, de forma concertada e pouco transparente. Baseia-se na aposta numa crise sistêmica internacional deflacionária, que estaria a exigir políticas fiscal e monetária expansivas aqui e agora. É uma questão em aberto, mas não se esgota nisso. Vale a pena refletir também nos termos de Garton Ash. Na hipótese de que o horizonte de crescimento dos emergentes seja menos negro do que o suposto, quais as chances de que uma nova onda inflacionária em 2012-2013 tenha um efeito subversivo sobre os mitos, as ideologias e meias-verdades de curso oficial?
Há razões para ceticismo, estruturais e históricas. As democracias de massa, num mundo globalizado, caracterizam-se pela existência de um hiato entre a democratização das informações, por um lado, e a capacidade de elaborá-las adequadamente, por outro. A experiência da inflação e das flutuações no poder de compra internacional da moeda é imediata, brindada por indicadores diários nos jornais televisivos. Dependemos da intermediação de vários atores sociais para elaborar o que significam - incluídos os que detêm o saber especializado, os ideólogos, os legisladores.
A experiência histórica também justifica o ceticismo. Uma das características da trajetória econômica brasileira é a opção pelo que caracterizo como "fuga para a frente". Diante da falsa disjuntiva estabilidade ou crescimento, reapresentada em encruzilhadas históricas como 1956-1957, ou quando dos choques do petróleo no governo Geisel, ou no Plano Cruzado, recria-se um impulso inexorável: por políticas expansionistas, ponto. Hoje enfrentamos um teste de estresse. Mas se explica a resistência à institucionalização da autonomia do Banco Central. É histórica, mas contou com a cumplicidade dos mercados para os quais essa é uma questão residual - até evidência em contrário.
ESTADÃO

Justiça suspende leilão do trem-bala até regularização das linhas de ônibus interestaduais


Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Justiça Federal determinou a suspensão imediata de qualquer procedimento vinculado à licitação do trem de alta velocidade (TAV), conhecido como trem-bala, entre Campinas e Rio de Janeiro, até a completa regularização do serviço de transporte interestadual de passageiros em todo o país. A decisão é da Seção Judiciária do Distrito Federal e acolhe um pedido do Ministério Público Federal no DF.
Segundo a decisão judicial, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está obrigada a publicar, até o mês que vem, os editais de licitação para concessão de todas as linhas de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros com percurso superior a 75 quilômetros (km). O prazo está previsto no cronograma apresentado pela agência à Justiça.
Depois disso, serão necessárias mais três etapas até a completa regularização do serviço, que deve ser concluída em setembro de 2012. Caso descumpra o prazo de qualquer uma das etapas, a agência terá de pagar multa diária de R$ 5 mil.
A ANTT informou que irá recorrer. “Enquanto isso, a decisão judicial será devidamente cumprida”, garantiu a agência reguladora por meio da assessoria.
A decisão da Justiça também condiciona a liberação do leilão do trem-bala à apresentação de projeto básico que permita a completa caracterização da obra. Enquanto isso, a União fica proibida de repassar recursos para implantação, concessão ou exploração do TAV. A ANTT já tentou licitar o trem-bala três vezes, mas os leilões foram adiados por falta de interessados. A próxima tentativa deverá ocorrer em fevereiro do ano que vem.
Edição: Vinicius Doria
AGÊNCIA BRASIL

Conar abre processo para avaliar propaganda com Gisele Bündchen


O Conar (Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária) abriu processo, na tarde desta quinta-feira, para avaliar denúncias recebidas contra a campanha "Hope ensina", em que Gisele Bündchen aparece de lingerie e mostra a "melhor maneira" de dar uma má notícia ao marido.

O processo está baseado em cerca de 15 denúncias de consumidores, recebidas pelo conselho desde ontem, quando a Secretaria de Políticas para as Mulheres informou ter pedido ao órgão a suspensão da propaganda. O pedido oficial da secretaria ainda não chegou ao Conar.

Segundo a assessoria do conselho, o processo foi aberto após análise preliminar do caso, que verificou a existência de fundamento, no código brasileiro de autorregulamentação publicitária, para a aceitação da denúncia.

O passo seguinte é a nomeação de um relator, que, no âmbito do conselho de ética da entidade, vai elaborar seu parecer sobre as críticas. No meio do caminho, o relator pode decidir suspender liminarmente a veiculação da propaganda até o julgamento final.

Caso entenda que a campanha fere, de fato, o código do setor, o Conar pode recomendar a suspensão definitiva do comercial. A esse tipo de decisão, cabe recurso.

Na peça publicitária, Gisele aparece usando roupas normais para falar, por exemplo, que bateu o carro. A estratégia é classificada como "errada" e em seguida a forma "correta" é mostrada: a modelo repete a notícia, usando apenas lingerie. "Você é brasileira, use seu charme", conclui a peça publicitária, que está no ar desde o último dia 20.

As denúncias recebidas pelo Conar consideraram que a campanha da Hope não tratou com respeito a condição feminina. Para o governo federal, "a propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grande avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas".

A assessoria da Hope negou que houvesse qualquer intenção "sexista" na campanha. 

Procurada nesta quinta sobre a abertura do processo, a empresa ainda não se manifestou.

FOLHA

Policial de 25 anos morre enquanto trabalhava no Rock in Rio


Uma policial militar de 25 anos morreu nesta quinta-feira enquanto trabalhava no patrulhamento do Rock in Rio.

A policial sentiu dores no peito e foi levada de ambulância para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, mas não resistiu e morreu ao chegar a unidade. 

Ela tinha cinco anos de corporação.

Segundo relatos de policiais, a jovem havia reclamado desde cedoque estava se sentindo mal, mas não foi liberada pelos oficiais. Ela se queixava de falta de ar.

Segundo a assessoria da PM, a jovem teve um mal súbito.

FOLHA

Banco americano quer vigiar clientes nas redes sociais


A filial de Nova York do Federal Reserve (Fed, banco central americano) pretende vigiar o que andam falando a seu respeito em redes sociais, como Facebook e Twitter, ao abrir um concurso para criar uma plataforma que facilite esta tarefa.

"O departamento de comunicação deseja conhecer as reações e opiniões do público sobre a instituição, já que estas estão relacionadas com nossas ações", afirma a proposta publicada nesta quinta-feira em seu site.

Na proposta, o Fed de Nova York detalha todas as características que devem ter essa nova "plataforma de escuta", que permitirá a instituição seguir de perto as "principais redes sociais: Facebook, Twitter, YouTube, blogs e fóruns", além de veículos de comunicação, como a rede de TV CNN e "The Wall Street Journal".

O aplicativo, que o banco pretende ativar até dezembro, também deve acompanhar as informações "em tempo real", determinando se as opiniões dos usuários sobre a instituição são "positivas, negativas ou neutras".

A idéia é que a plataforma também sirva "para conduzir situações de crise, seguir conversas e identificar os autores de conteúdos mais influentes".

"As redes sociais estão mudando a forma com que as organizações se comunicam com o público", relatou a instituição, que deseja que o software detecte até conteúdos "em diferentes países e idiomas".

As críticas e referências à nova ideia não demoraram a aparecer. "Vai haver uma nova geração de observadores e a vigilância eletrônica vai alcançar bilhões de pessoas", divulgou o blog especializado, Computerworld, lembrando que "ninguém deveria estar surpreso, pois controlar as redes sociais é uma estratégia habitual do governo e das empresas".

EFE/FOLHA

No Japão, corpo de brasileira desaparecida após tufão é encontrado


Após quase uma semana de buscas, o corpo da brasileira desaparecida no Japão durante passagem do tufão Roke foi encontrado dentro de um rio, segundo informou o Itamaraty nesta quinta-feira.

O corpo de Erika Inomata, 34, foi encontrado na terça-feira (27) no rio Fujikawa, nas proximidades da cidade de Fuji, mas não havia confirmação da identidade da vítima até esta quinta-feira.

Fujikawa recebe águas do rio Hayakawa, na cidade de Minobu, onde a brasileira havia caído na quarta-feira passada (21) ao tentar atravessar uma ponte para chegar à fábrica em que trabalhava.

Seu colega, o também brasileiro Marcos Kanematsu, 32, que a acompanhava na ocasião, também caiu, mas conseguiu se segurar em galhos de uma árvore ribeirinha, o que impediu com que ele fosse levado.

De acordo com o Itamaraty, o corpo de Erika estava muito deformado e, por isso, seu irmão foi a um hospital para a realização de um exame de parentesco por coleta de DNA. Os resultados confirmaram a identidade da brasileira que, de acordo com autópsia realizada, morreu por afogamento.

Amigos e familiares estão organizando o velório e a cremação do corpo, o que deverá acontecer na província japonesa de Yamanashi nos próximos dias, segundo o tio da vítima.

Erika saiu de Santarém, no Pará, aos 17 anos em busca de emprego. Depois de se mudar para o Japão com os tios, não voltou ao país e contatava a família raramente por dificuldades financeiras, segundo a filha Sâmara, que vive no Brasil.

Em sua passagem pelo território japonês na semana passada, o tufão Roke deixou ao menos 12 mortos e obrigou a retirada de milhares de pessoas de suas casas.

FOLHA

Reynaldo Gianecchini visita crianças com câncer


O ator Reynaldo Gianecchini, 38, que passa por tratamento contra um câncer, gravou nesta quarta-feira (28) campanha do Gacc (Grupo de Assistência à Criança com Câncer), em São José dos Campos (SP).

Ele é padrinho de uma campanha de arrecadação por telefone, que deve ser lançada até o fim do ano.

Segundo o hospital, ele aceitou participar gratuitamente depois de receber carta de um adolescente de 14 anos que o conheceu no Gacc em 2003. O garoto fazia tratamento quando Gianecchini fez outra campanha e agora está curado.

O ator está em tratamento contra um linfoma não Hodgkin - um tumor que atinge os gânglios linfáticos. Ele deu início à quimioterapia no final de agosto, dias depois de receber o diagnóstico.

FOLHA

Nokia cortará 3.500 postos de trabalho e fecha fábrica na Europa


A Nokia Oyj, maior fabricante de celulares do mundo em volume, cortará 3.500 postos de trabalho em uma segunda grande reestruturação em seis meses em um momento em que enfrenta queda nas vendas e no lucro.

O presidente-executivo, Stephen Elop, que assumiu a Nokia há um ano, revelou nesta quinta-feira os planos que incluem o fechamento de uma fábrica e um novo presidente para a joint-venture Nokia Siemens Networks.

A companhia fechará a fábrica que abriu há somente quatro anos em Cluj (Romênia) e cortará, com isso, 2.200 postos de trabalho. A unidade produz celulares mais simples que smartphones.

A Nokia anunciou também que cortará 1.300 postos de trabalho na unidade que inclui o maior serviço de mapeamento digital do mundo, a Navteq.

A companhia também avalia o futuro de fábricas na Finlândia, México e Hungria e isso resultará em demissões no próximo ano.

Os cortes desta quinta-feira fazem parte de um plano de economizar mais de 1 bilhão de euros, revelado em julho.

FOLHA

Profissionais liberais lideram inadimplência, aponta Banco Central


BRASÍLIA - Profissionais liberais têm as maiores taxas de inadimplência do Brasil. Pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central mostra que o nível de calote entre os brasileiros que trabalham por conta própria em atividades como a arquitetura, contabilidade, direito e odontologia é a mais elevada entre todas as categorias de clientes identificados pelo Banco Central.
Segundo o levantamento apresentado nesta quinta-feira, em todas as regiões do Brasil clientes com a ocupação "profissional liberal" ocupam o desconfortável primeiro lugar na lista de inadimplentes. Na região Centro-Oeste, é onde há o pior indicador: 5,2% dos profissionais liberais estão com pagamentos de dívidas com atraso superior a 90 dias. Em seguida, estão as regiões Sudeste (5,1%), Sul (4,6%), Nordeste (4,5%) e, por último, os Estados do Norte (4,4%).
A segunda categoria com mais calotes é a dos empresários, cujas taxas de inadimplência oscilam entre a máxima de 4,3% no Centro-Oeste e a mínima de 3,7% no Sudeste. No restante do Brasil, a taxa de atrasos entre os empresários é de 4% no Nordeste e Norte e de 3,8% no Sul do Brasil.
Trabalhador privado é mais caloteiro do que o do setor público
Segundo a pesquisa, os empregados do setor privado são, proporcionalmente, mais caloteiros do que funcionários públicos. Em quatro das cinco regiões brasileiras, clientes que trabalham na iniciativa privada têm taxas de inadimplência maiores que os colegas que estão no setor público. A única exceção é o Sul do Brasil, onde o quadro se inverte.
Na região Sudeste, enquanto a taxa de calote entre os devedores que trabalham nas empresas é de 3,3%, o porcentual entre os servidores públicos é de 2,1%. No Nordeste, estão os servidores públicos que melhor pagam as dívidas no Brasil, com inadimplência de apenas 0,6%. Nessa mesma região, o indicador dos empregados privados está em 2,1%.
Nas outras regiões, o empregado privado sempre é mais inadimplente que o servidor: Centro-Oeste (2,4% dos privados contra 2,1% do funcionalismo) e Norte (2,5% ante 1,1%).
A única exceção está nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Na região Sul, a inadimplência dos servidores públicos, de 3,3%, é maior entre a categoria em todo o País e supera, inclusive, a taxa registrada entre os empregados do setor privado na região, de 3,1%.
Aposentados
Entre os brasileiros que deixaram de trabalhar, os nordestinos são os melhores pagadores, com taxa de inadimplência de 0,8%. Em seguida, estão os clientes do Norte, com calote de 0,9%. Com indicadores bem piores, aparecem os aposentados do Centro-Oeste, com taxa de 1,9%, e do Sudeste e Sul, ambos com índice de inadimplência de 2,3%.
A pesquisa do BC divulgada no Relatório Trimestral de Inflação foi feita com a análise das características dos tomadores de empréstimos de quatro grandes bancos que, juntos, detinham 74% do mercado em julho de 2011. Entre as informações analisadas nos dados cadastrais, estão o sexo, idade, estado de residência e tipo de ocupação.
ESTADÃO

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Estudo confirma validade da teoria da relatividade no espaço


Uma equipe de astrofísicos confirmou que a teoria da relatividade de Albert Einstein é válida em escala cósmica, e não só no Sistema Solar, ao comprovar que a gravidade influi na luz procedente de longínquos conglomerados galácticos, segundo estudo publicado na edição desta quarta-feira da revista "Nature".

Por puro acaso, esta pesquisa, que ainda precisa de confirmação, foi publicada alguns dias depois de uma descoberta que lançou dúvidas sobre a teoria de Einstein.

Uma equipe de físicos detectou neutrinos, partículas elementares da matéria, deslocando-se a uma velocidade sutilmente superior à da luz, um "limite insuperável" segundo a teoria da relatividade.

Muito antes deles, Radek Wojtak (Dark Cosmology Centre, da Universidade de Copenhague) e seus colegas tentavam confirmar a teoria de Einstein, analisando a luz que chega à Terra de galáxias situadas nos 8.000 conglomerados, cada um dos quais é formado por milhares de galáxias.

Segundo esta pesquisa, a gravidade garante a coesão dos agrupamentos, mas também influi na luz que cada uma das galáxias emite no espaço.

De acordo com a teoria de Einstein, a frequência da luz diminui e seu comprimento de onda se amplia por efeito da gravidade.

Como consequência disso, ocorre um desvio do espectro luminoso para o vermelho ("redshift") gravitacional, diferente do que provoca o distanciamento das galáxias.

Comparando o comprimento de onda da luz procedente das galáxias situadas no coração dos conglomerados, onde a gravidade (atração universal) é mais forte, ao das galáxias situadas na periferia, a equipe de astrofísicos conseguiu medir "pequenas diferenças em seu 'redshift'", explicou Radek Wojtak.

"Vimos que a luz das galáxias situadas no meio de um conglomerado demora para sair do campo gravitacional, enquanto que a luz das galáxias periféricas emerge mais facilmente", acrescentou o cientista em um comunicado.

Uma vez calculada a massa de cada conglomerado galáctico, os astrofísicos usaram a teoria da relatividade geral para avaliar o "redshift gravitacional" das galáxias segundo sua posição no conjunto.

Estes "cálculos teóricos" do 'redshift' gravitacional se mostraram "completamente em consonância com as observações", reforçou Wojtak. O desvio para o vermelho varia "proporcionalmente em função da influência gravitacional dos conglomerados galácticos", acrescentou.

"Nossas observações confirmam, assim, a teoria da relatividade", destacou.

Foram feitos testes na escala do Sistema Solar ou de algumas estrelas. Por enquanto, foi "comprovada a escala cósmica e isto confirma que a teoria da relatividade geral funciona", concluiu o cientista.

A equipe de astrofísicos comparou os resultados obtidos com as previsões de vários modelos cosmológicos.

Segundo Wojtak, há "fortes indícios da presença de uma energia escura" responsável pela aceleração da expansão do Universo, mas ele não descarta que possa haver outros motivos.

Segundo cálculos baseados na teoria da relatividade geral, uma energia escura de natureza desconhecida representa 72% do universo. Uma matéria escura misteriosa, invisível, constituiria 23% e teria 5% de matéria visível, formada, por exemplo, de estrelas e planetas.

FOLHA

Morre nos EUA Wilson Greatbatch, inventor do marcapasso


O homem que inventou o marcapasso há mais de meio século, o americano Wilson Greatbatch, morreu nesta terça-feira (27) na cidade de Buffalo, em Nova York, aos 92 anos de idade.

Thomas J. Hook, presidente da companhia Greatbatch Inc., fundada pelo inventor, emitiu um comunicado para informar de sua morte, que aconteceu no centro assistencial onde viveu nos últimos anos.

Engenheiro de formação, Greatbatch recebeu ao longo de sua vida mais de 150 patentes, entre elas a do marcapasso, que foi implantado pela primeira vez com sucesso em um ser humano no início da década de 1960.

Em 1970, fundou a empresa Wilson Greatbatch Ltd., chamada agora Greatbatch Inc., para fabricar baterias para os marcapassos.

EFE/FOLHA

Fiuk aparecerá de barba e cabelo curto na nova novela das 19h


A Globo divulgou nesta quarta-feira (28) fotos de Fiuk, 20, com o visual de seu novo personagem.
Em "Aquele Beijo", próxima novela das 19h, ele vai dar vida ao jovem Agenor.
Nas imagens, ele aparece com cabelo mais curto que na época de "Malhação" e com barba por fazer.
Na trama, Agenor é filho de Felizardo (Diogo Vilela) e Locanda (Stella Miranda) e trabalha na confecção deles.
Ele namora Belezinha (Bruna Marquezine), sua vizinha, mas costuma se encontrar com Brigitte (Juliana Didone).
Escrita por Miguel Falabella, a novela tem estreia prevista para 17 de outubro.
FOLHA

O Brasil de hoje é o Maranhão de 1966

José Nêumane - Editorialista do Jornal da Tarde


Nesta semana, este Estadão ainda não se livrou da censura imposta pelo Judiciário às notícias a respeito da Operação Boi Barrica, na qual a Polícia Federal (PF) investigou negócios suspeitos da família Sarney. Esta também foi aliviada com a notícia de que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) invalidou as provas que a referida autoridade policial levantou na dita investigação. O YouTube revelou a cinéfilos e interessados em política um curta-metragem de propaganda feito pelo baiano Glauber Rocha, ícone do Cinema Novo e da sétima arte no Brasil, por encomenda do então jovem governador do Maranhão, registrando o início de uma carreira política que, contrariando as previsões mais otimistas, o levou à Presidência da República. E a um poder, na presidência do Senado, que ora lhe permite substituir no Ministério do Turismo um indicado, Pedro Novais, afastado por suspeita de corrupção e evidências de má gestão, por outro, Gastão Vieira, cuja única virtude notória é a de ser mais um ilustre desconhecido e leigo nos assuntos da pasta a assumi-la.
O filme de Glauber Rocha, Maranhão 66, suscitou um debate inócuo em torno das intenções e dos verdadeiros interesses do cineasta e da notória sagacidade do político profissional que patrocinou um comercial da própria posse e terminou por financiar um documentário vivo e cru da dura realidade do País e de seu Estado miserável. Questionou-se se o cineasta foi leal a seu patrocinador ou se se aproveitou do patrocínio dele para, com imagens chocantes, denunciar o abismo existente entre o discurso barroco do empossado e a revoltante miséria de seu eleitorado. Também foram levantadas dúvidas sobre o papel do protagonista do filme no relativo ostracismo em que a obra mergulhou, não merecendo a fortuna crítica que obras como Deus e o Diabo na Terra do Sol e Terra em Transe viriam a ter. Glauber foi um militante de esquerda, mas aderiu à ditadura em seus estertores quando voltou ao Brasil, chegando a chamar o ideólogo da intervenção militar contra a pretensa República sindicalista, general Golbery do Couto e Silva, de "gênio da raça". O Sarney por ele filmado era da "Bossa Nova" da UDN, com tinturas pink, mas aderiu ao regime autoritário e, depois, se afastou dele para entrar na chapa que lhe pôs fim no colégio eleitoral.
Personagem e autor podem, assim, alinhar-se na galeria das "metamorfoses ambulantes" em que Luiz Inácio Lula da Silva se introduziu, inspirando-se em Raul Seixas, para justificar na prática sua adesão ao lema de Assis Chateaubriand, segundo o qual "a coerência é a virtude dos imbecis". Mas, com todo o respeito às boas intenções de quem entrou no debate, não é a incoerência do material do curta-metragem que interessa, e sim exatamente o contrário: a permanência das práticas denunciadas com a imagética bruta da fita sob a gestão do orador inflamado e empolado, que as usava para detratar seus antecessores, dos quais assumiu os mesmos vícios ao tomar-lhes o lugar nos braços do povo que, "bestializado", na definição de José Murilo de Carvalho, o ouvia e aclamava.
O autor deste texto é glauberiano de carteirinha: presidi o Cine Clube Glauber Rocha em Campina Grande um ano depois de o curta ter sido produzido, mas nunca me interessei por ele. Graças ao mesmo YouTube que trouxe de volta obras-primas perdidas da música para cinema no Brasil, como as trilhas de Sérgio Ricardo para Deus e o Diabo na Terra do Sol e de Geraldo Vandré para A Hora e a Vez de Augusto Matraga, Maranhão 66 emergiu. E despertou o debate errado: não importa se Glauber exaltou ou execrou Sarney nem se este foi elogiado ou ludibriado pelo cineasta contratado. Interessa é perceber a genialidade da peça cinematográfica no que ela tem de mais poderoso: a constatação de que a cena de um homem fazendo um penico de prato antecede outra em que urubus sobrevoam um lixão, ao som da retórica barroca e vazia de um demagogo, retratando o Maranhão daquela época e, sem tirar nem pôr, o Brasil de agora.
Sarney, que preside o Senado e o Congresso e põe no Ministério do Turismo de Dilma Rousseff quem lhe apraz, é o símbolo vivo do Brasil em que, no poder, o PT da presidente, associado ao saco de gatos do PMDB do senador pelo Amapá, mantém incólume "tudo isso que está aí" e que Lula prometeu a seus devotos exterminar. O problema do filme feito para exaltar a esperança no jovem político que assumiu o poder prometendo mudar tudo não é ter seu diretor traído, ou não, o acordo feito com o financiador ao expor as mazelas que ele garantiu que acabaria e não acabou. A tragédia é que nada mudou.
E não é o caso só de Sarney. A vassoura com que Jânio Quadros varreria o Brasil terminou sendo posta atrás da porta do Palácio do Planalto para expulsá-lo do poder. O caçador de marajás Fernando Collor foi defenestrado sob a acusação de ter executado com desenvoltura as práticas daninhas que usou como chamarizes para atrair eleitores incautos e, depois do período sabático fora do poder, voltou ao Congresso para bajular os novos guardiães dos cofres da viúva. E estes também desempenharam com idêntico cinismo o papel de restauradores da moralidade que engrossaram o caldo sujo da malversação do erário, primeiro, sob Luiz Inácio Lula da Silva e, depois, sob Dilma Rousseff, cuja meia faxina em nada fica devendo aos arroubos de falso moralismo de antanho.
Desde sempre, vem sendo cumprida a verdadeira missão dos políticos no poder no Brasil sob qualquer regime e com qualquer bandeira partidária: "O Estado brasileiro usa as leis para manter os maus costumes", definiu, magistralmente, o antropólogo Roberto DaMatta na entrevista das páginas amarelas da Veja desta semana. Foi por isso que aqui se inverteu o aforismo de Heráclito de Éfeso: o rio em que nos banhamos tem sido emporcalhado a jusante por quem promete limpar a água - Sarney, Jânio, Collor, Lula, Dilma, etc.
ESTADÃO

Justiça concede liminar e paralisa obras de Belo Monte no Rio Xingu


SÃO PAULO - A Justiça Federal no Pará concedeu liminar determinando a imediata paralisação das obras de construção da Hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu. No local, são desenvolvidas atividades de pesca de peixes ornamentais pelos associados da Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat), autora de ação ajuizada na 9ª Vara Federal, especializada no julgamento de causas ambientais.
Conforme informações obtidas na página da Justiça Federal no Pará na internet, o juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins proíbe o consórcio Norte Energia (Nesa), responsável pelas obras de construção da usina, de fazer qualquer alteração no leito do Rio Xingu, como "implantação de porto, explosões, implantação de barragens, escavação de canais, enfim, qualquer obra que venha a interferir no curso natural do Rio Xingu com consequente alteração na fauna ictiológica".
O magistrado ressalta, entanto, que poderão ter continuidade as obras de implantação de canteiros e de residências, por não interferirem na navegação e atividade pesqueira. A multa diária fixada pela 9ª Vara Ambiental, caso a liminar seja descumprida, é de R$ 200 mil. Ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília (DF).
Na ação, a Acepoat alega que atua na área de pesca de peixes ornamentais mediante licença de operação regulamente concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Acrescenta ainda que o início dos trabalhos para a construção da usina de Belo Monte irá inviabilizar totalmente a atividade pesqueira na região, uma vez que o acesso ao Rio Xingu estará impedido, tanto para pescadores quanto para os peixes.
A entidade também argumenta que a concessão da licença de instalação do complexo de Belo Monte é incompatível com as licenças de operação anteriormente concedidas às empresas representadas pela associação, por se tratarem de atividades diferentes no mesmo local. A continuidade das obras da hidrelétrica, segundo a Acepoat, pode resultar até mesmo na extinção das principais espécies de peixes na região do Xingu. 
ESTADÃO

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Petróleo dispara e fecha com forte alta em Nova York e em Londres


Os preços dos contratos futuros de petróleo dispararam nesta terça-feira em Nova York e em Londres, beneficiando-se do otimismo dos mercados financeiros, que especulam sobre a aprovação de medidas mais enérgicas para enfrentar a crise da dívida que afeta a Eurozona.

Na Nymex (New York Mercantile Exchange), o barril de West Texas Intermediate (WTI, designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em novembro terminou cotado a US$ 84,45, em alta de US$ 4,21 em relação à segunda-feira.

Na semana passada, os preços recuaram fortemente em Nova York, perdendo mais de oito dólares e retomando seus níveis mais baixos em mais de um mês. Após recuperar alguns centavos na segunda-feira, a commodity apresentou forte alta neste pregão.

No IntercontinentalExchange de Londres, o barril de Brent do mar do Norte con igual vencimento ganhou US$ 3,20, a US$ 107,14.

"O apetite por risco volta às matérias-primas", disse o analista da Summit Energy, Matt Smith.

"O mercado está otimista sobre a determinação dos europeus em intensificar seus esforços para evitar um default da Grécia e um contágio da crise", disse.

De acordo com especialistas, os mercados acionários europeus foram influenciados nesta terça-feira pela esperança de uma decisão política enérgica para enfrentar a crise e especulam principalmente sobre uma forte intervenção para fortalecer o fundo de emergência (FESF).

A chanceler alemã, Angela Merkel, recebeu o primeiro-ministro grego em Berlim e afirmou que quer "uma Grécia forte na Eurozona".

Em sintonia com a Europa, Wall Street apresentava forte alta no final da sessão.
"O mercado de petróleo compartilha a crença de que um acordo na Eurozona está próximo de ser fechado", disse o analista da MF Global, Phil Streible.

"Há muita especulação, mas não vi nada de realmente sólido", afirmou.

FOLHA

Microsoft vai fabricar Xbox 360 no Brasil e preço deve cair 40%


A Microsoft informou nesta terça-feira, no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que fabricará o seu console de videogame Xbox 360 no Brasil, o que reduzirá em até 40% o preço do aparelho.

A operação brasileira terá capacidade para produzir 17 mil consoles por semana, número que poderá ser triplicado se houver demanda suficiente. O produto chegará às lojas no próximo dia 5 de outubro.


O Xbox de 4GB custará R$ 799, e o de 250GB será vendido por R$ 1.099. Serão comercializadas também as versões de 4GB e 250GB com Kinect (sensor dos movimentos do jogador) por R$ 1.099 e R$ 1.399, respectivamente.

A empresa informou também que ampliará sua presença no país, com a ampliação do número de suas revendas oficiais.

"O objetivo da Microsoft é investir cada vez mais no mercado brasileiro, que possui um grande potencial, e popularizar seus produtos de entretenimento para levar opções acessíveis ao consumidor brasileiro", diz texto divulgado pela assessoria de imprensa da empresa. O anúncio oficial será feito ao lado do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante.

O Brasil está entre as dez maiores operações da Microsoft no mundo e é a maior da América Latina. A fabricação do console de videogame será feita em parceria com a Flextronics na Zona Franca de Manaus. Hoje, a Flextronics é parceria mundial da empresa e já fabrica o Xbox na China.

FOLHA

Aposentadoria do Tevatron marca fim de uma era na física


A era dos grandes físicos americanos termina nesta sexta-feira, com a aposentadoria do acelerador de partículas Tevatron, que há 25 anos recria o Big Bang no subsolo de Illinois, nos EUA.

O Tevatron ficou obsoleto após o aparecimento de um colisor de átomos mais poderoso --na verdade, o maior do mundo--, construído nos Alpes, na fronteira franco-suíça, pela Cern (Organização Europeia para Pesquisa Nuclear, na sigla em francês), um consórcio de 20 países-membros.


Parece improvável que os Estados Unidos, que já dominaram a área e colheram os louros de descobertas e inovações tecnológicas, sejam capazes de reunir os recursos necessários para construir o próximo grande projeto da física de partículas.

A razão: simplesmente o financiamento de longo prazo parece muito difícil de aparecer.
Ao invés disso, físicos americanos se concentrarão em questões internas mais específicas --e menos caras-- e trabalhar em conjunto com a Cern em projetos de alta energia, como a busca pela denominada "partícula de Deus".

"Na nossa área, não damos com a cabeça na parede se somos superados por outra máquina", declarou Pier Oddone, diretor do Fermilab (Laboratório Nacional Fermi), que opera o Tevatron.

"A ideia é mudarmos para aquelas áreas nas quais podemos fazer as maiores contribuições para o conhecimento", disse Oddone à AFP.

"Às vezes, as maiores descobertas vêm de projetos menores", argumentou.

A aposentadoria do Tevatron ocorre em um momento ruim para a ciência americana.

A Nasa lançou seu último ônibus espacial em julho. O financiamento público está diminuindo devido a uma profunda crise econômica e a batalhas orçamentárias no Congresso. Além disso, a própria ciência se politizou, com a descrença na evolução e a contribuição humana ao aquecimento global posta em discussão pelos republicanos.

Os cientistas do Fermilab dizem não poder prever o que os Estados Unidos perderão cedendo o domínio da Física de alta energia para a Europa.

Já os ganhos obtidos com o Tevatron são muito mais fáceis de quantificar.

"O Tevatron deu contribuições fenomenais para a Física de partículas", explicou o diretor-geral do Cern, Rolf Heuer.

"No topo da lista deve aparecer a descoberta do quark top em 1995, mas há muito mais", acrescentou.

Além de aprofundar nosso conhecimento sobre os mistérios fundamentais do universo, o Tevatron também levou a uma série de avanços mais concretos.

Entre eles está o uso generalizado da geração de imagens por ressonância magnética (MRI, na sigla em inglês) para diagnósticos médicos.

Os supercondutores utilizados nos magnetos das máquinas de MRI eram raros e caros demais até que o Fermilab criou uma indústria com o Tevatron, gerando uma demanda de fios de supercondução suficientes para dar a volta na Terra 2,3 vezes.

Atualmente, os cientistas estão construindo uma câmera de energia escura, que será capaz de varrer a galáxia mais rápido do que qualquer outro telescópio. Sua função será descobrir porque a expansão do universo acelera ao invés de recuar.

Eles também trabalham na construção do feixe de neutrinos mais poderoso do mundo, que ajudará a explicar por que o Universo tem mais matéria do que antimatéria e aprofundar nosso conhecimento sobre suas partículas mais abundantes.

O projeto X, caso seu financiamento seja assegurado, será o acelerador de prótons mais intenso do mundo.

"Estamos em uma posição, aqui nos Estados Unidos, de realmente consolidar nosso papel de liderança na elucidação da fronteira de intensidade e o Projeto X realmente nos dá a plataforma para fazê-lo nos próximos 20 ou 30 anos", disse Henderson.

"Se os Estados Unidos não o fizerem, estou certo de que alguém o fará por nós", concluiu.

FOLHA

Produção de açúcar e álcool cai 31%


As usinas de açúcar e álcool do centro-sul do país deixaram de produzir 31,13% de álcool hidratado (usado diretamente nos veículos) no acumulado da safra deste ano, em comparação à produção até agosto no ano anterior.

No período, a frota de veículos flex do país cresceu 103,84%, pressionando a demanda pelo álcool, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

A queda na produção de hidratado significa que 4,28 bilhões de litros deixaram de abastecer as bombas dos postos, informou a Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar).

Em 2010, foram produzidos 13,75 bilhões de litros até o fim de agosto, mas neste ano a moagem rendeu somente 9,47 bilhões de litros.

Segundo a Unica, a redução da produção de álcool se deve ao baixo rendimento da moagem de cana-de-açúcar, que produziu 10,18% a menos que no ano passado.

Para evitar o desabastecimento de combustível, as usinas têm priorizado a produção de álcool anidro que, misturado à gasolina, abastece os veículos, flex ou não.

O crescimento do anidro foi de 14,35% - 83,22 milhões de litros a mais.

"As usinas fizeram isso para evitar desabastecimento. Tínhamos que colocar mais 11 bilhões de litros de álcool hidratado no mercado, mas houve a quebra da safra", disse Sergio Prado, representante da Unica em Ribeirão Preto (313 km de SP).

De acordo com Prado, a baixa produção deste ano é atribuída à falta de investimento nos últimos anos em renovação de lavouras (com a cana mais velha, o rendimento é menor) e ao clima.

Com isso, a escassez do produto foi sentida nas bombas e fez com que o preço do etanol se elevasse, tirando a vantagem de abastecer com esse combustível em vez da gasolina. Segundo a Unica, a queda nas vendas do hidratado foi de 17,07% em relação ao mesmo período do ano anterior, ou seja, 10,06 bilhões de litros a menos.

FOLHA

Greve dos bancários fecha 21% das agências em todo o país


A greve dos bancários provocou o fechamento de 4.191 agências em 25 Estados e o Distrito Federal, segundo a Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro), entidade que coordena o Comando Nacional dos Bancários. O número representa 21% das agências que existem em todo o país (20.073).

Apenas os trabalhadores de Roraima não aderiram ao movimento. Uma assembleia, no entanto, está marcada para a noite desta terça-feira, e os bancários daquele Estado podem parar a partir de amanhã.

De acordo com o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, houve maior adesão de trabalhadores no primeiro dia da greve, em relação à paralisação do ano passado. Em 2010, os bancários pararam por 15 dias.

"A greve começou mais forte que a do ano passado, uma das maiores que fizemos nos últimos 20 anos, quando fechamos 3.864 unidades no primeiro dia de paralisação", afirmou o sindicalista, que espera que a adesão de trabalhadores cresça ainda mais a partir de amanhã.

Na Grande São Paulo, 16% dos empregados no ramo bancário cruzaram os braços, de acordo com o sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e região.

A estimativa é que 21.100 trabalhadores tenham parado. Com isso, 687 pontos bancários, dos 2.400 centros administrativos e agências, ficaram fechados hoje.

As ações de protesto do sindicato foram concentradas na região central de São Paulo, onde diversas agências não estão funcionando, ou operam com número bastante reduzido de funcionários. Muitos bancos também estão fechados na zona norte da cidade.

Caixas de auto atendimento, operações por telefone e internet, e correspondentes bancários, como casas lotéricas, seguem funcionando normalmente.

Os bancários rejeitaram proposta de reajuste de 8% sobre pisos, salários e participações nos lucros feita pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Os trabalhadores pedem 12,8%.

Não há previsão de uma nova rodada de negociação entre banqueiros e trabalhadores. A greve dos bancários é por tempo indeterminado.

BANCOS

Segundo a Fenaban, a greve é "infundada", e foi definida em meio às negociações, sem que houvesse uma situação de impasse.

"Nós não interrompemos as negociações e seguimos afirmando que as conversas precisam continuar", diz o diretor de relações do trabalho da Fenaban, Magnus Apostólico.

FOLHA