quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Federaliza-se a eleição em São Paulo


O projeto de poder, com inegável competência idealizado e até agora executado por Luiz Inácio Lula da Silva, "passa, necessariamente, pela imposição da hegemonia do Partido dos Trabalhadores (PT) em seu Estado de origem, São Paulo, a começar pela reconquista da Prefeitura da capital", conforme opinamos neste espaço em 29 de janeiro. Ao se desembaraçar das dúvidas e angústias que o impediam de tomar a decisão agora anunciada de disputar as prévias que indicarão o candidato de seu partido a prefeito da capital em outubro próximo, José Serra cria um fato político que transcende os limites do Município. Reanima a possibilidade - que em termos de nomes ainda é uma questão aberta a ser definida no devido tempo - de existência de uma alternativa ao lulopetismo no comando dos destinos nacionais. E a melhor evidência de que o panorama do pleito municipal paulistano mudou significativamente é o verdadeiro tumulto que a novidade causou nas hostes petistas.
Com todas as cautelas que os vaticínios eleitorais recomendam, parece óbvio que o nome de Serra se colocava como o único, entre os disponíveis nas forças de oposição ao poder central, capaz de disputar o pleito municipal contra Lula - o verdadeiro candidato por detrás do nome que o próprio chefão do PT escolheu a dedo para representá-lo. E isso leva à curiosa conclusão de que, ao final de contas, Lula acabou escalando os dois candidatos que deverão polarizar o pleito de outubro.
Está claro, portanto, que a eleição do prefeito de São Paulo está "federalizada", no sentido de que colocará em jogo muito mais do que o comando político-administrativo da maior metrópole brasileira. Para Lula e seu partido, é ponto de honra vencer as eleições na capital paulista e, a partir daí, conquistar em 2014 o governo do Estado, que estará completando 20 anos nas mãos de seu maior adversário - o PSDB. Não é por outra razão que, do alto de seu incontrastável poder dentro do PT, Lula atropelou todas as lideranças do partido em São Paulo para impor sua escolha pessoal: a candidatura de Fernando Haddad, que, com seu apoio, o ex-presidente considera capaz de superar a rejeição que historicamente a classe média paulistana demonstra em relação à legenda petista.
Tão determinado está o lulopetismo a fazer o que for necessário para vencer o pleito em São Paulo, que as lideranças mais identificadas com Lula não hesitaram um segundo em abrir os braços à possibilidade de aliança com um adversário figadal, o prefeito Gilberto Kassab. A entrada de Serra na disputa poupou os petistas, e o próprio Kassab, da espinhosa missão de justificar uma esperteza inadmissível para quem faz política com um mínimo de coerência. Estão aí a senadora Marta Suplicy e seu pesadelo de "acordar de mãos dadas" com o prefeito a demonstrar que tudo tem limite. Mas essa é uma lição que deve ter sido muito mais útil para o eleitor que, se parou um segundo para pensar, só pode ter concluído que sua capacidade de discernimento estava sendo indecorosamente subestimada.
Daqui para a frente, restará aos tucanos e seus aliados jogar o jogo eleitoral paulistano no campo em que Lula o colocou: a temática nacional. E para isso será necessário, fugindo ao tom das três campanhas presidenciais em que foram derrotados, colocar muito claramente as divergências com o modo lulopetista de governar. São nove anos de uma experiência extremamente vulnerável que, por um lado, corrompe o aparelho do Estado em nome da governabilidade, e, por outro, provoca um crescente déficit de capacidade gerencial que compromete os benefícios sociais de que Lula e seus companheiros se proclamam curadores exclusivos.
De qualquer modo, é importante que, apesar do rumo político que a campanha eleitoral inevitavelmente tomará, candidatos e partidos não se esqueçam de que esta é a maior metrópole do País, com mais de 10 milhões de habitantes e problemas à altura de seu gigantismo. A população paulistana, portanto, merece e exige de seu futuro prefeito propostas concretas voltadas para a solução dos graves problemas que enfrenta em todas as áreas, da social à de infraestrutura.
ESTADÃO

Réu, ex-deputado assume cargo de delegado usando tornozeleira em Alagoas


Quatorze dias após deixar a prisão beneficiado por um habeas corpus e usando uma tornozeleira eletrônica por ordem da Justiça, o ex-deputado Francisco Tenório (PMN-AL) assumiu nesta quarta-feira o posto de delegado-adjunto da delegacia de acidentes de trânsito de Maceió.

O ex-deputado é delegado de carreira da Polícia Civil alagoana, mas estava afastado do cargo. Ele é réu em dois processos no qual é acusado de homicídio.

Até início de fevereiro de 2011, Tenório estava licenciado da Polícia Civil para exercer mandato eletivo como deputado federal. Um dia após deixar o cargo de deputado, o delegado foi preso preventivamente pela acusação de participar da morte do ex-policial militar conhecido como Cabo Gonçalves, em 1996, o que ele nega.

Tenório não conseguiu se reeleger na eleição de 2010, ficando na suplência de sua coligação.

No dia 16 de fevereiro, o ex-deputado foi solto, beneficiado por um habeas corpus dado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas. A 17ª Vara Criminal de Maceió, onde tramita outro processo em que Tenório é acusado de homicídio, determinou o uso da tornozeleira.

Com o dispositivo, o delegado não pode deixar Maceió sem autorização da Justiça nem circular pelas ruas depois das 20h.

Hoje, foi publicado no "Diário Oficial" de Alagoas a portaria designando-o para a função de delegado-adjunto. A reportagem ligou para a delegacia, mas ele não quis dar entrevista.
Tenório também é acusado, em outro processo, da morte do ex-pistoleiro Cícero Belém, em 2005.

Durante o período em que esteve preso, ele recebeu salário como delegado da Polícia Civil.

FOLHA

Ricos são mais propensos a trapacear, revela estudo


Pessoas de classe social alta, com mais recursos econômicos e educação, tendem a comportamentos menos éticos do que as com menos recursos.

A afirmação é do pesquisador Rodolfo Mendoza-Denton, professor do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), que assina o trabalho com colegas da Universidade de Toronto (Canadá).

"Realizamos sete estudos experimentais que nos levaram a conclusões surpreendentes, disse ele em entrevista à agência de notícias Efe. 

"Normalmente se pensa que as pessoas com menos recursos têm mais motivação para se comportar de maneira imoral, antiética e violar a lei".

A equipe, liderada por Paul Piff, efetuou dois testes em situações normais para avaliar as probabilidades de os motoristas fecharem o cruzamento de outros veículos em uma intersecção muito transitada de duas ruas, bem como de pedestres em uma esquina da mesma área de San Francisco.

O fator de referência foi a marca do veículo, a idade e aparência do motorista para apontar sua classe social.

Os autores descobriram que uma porcentagem mais alta dos motoristas de veículos caros ("um Porsche ou uma Ferrari", disse Mendoza-Denton) se antecipava ao cruzamento de outros veículos ou dos pedestres, comparado com os motoristas de veículos de menos luxo.

Outros cinco experimentos realizados em laboratório com estudantes e pela internet, com uma amostra de alcance nacional de adultos, revelaram que os participantes que se consideravam de "classe alta" tinham mais tendência a tomar decisões antiéticas do que os de "classe baixa".

Entre esses comportamentos está furtar objetos valiosos de outras pessoas, mentir em uma negociação ou aumentar as possibilidades de ganhar um prêmio e dar aval a uma conduta incorreta no trabalho.

"O importante não é apenas a conclusão de que as pessoas que estão mais acima tendem a se comportar menos eticamente, mas avaliar por que o fazem", declarou Mendoza-Denton.

"Descobrimos que as pessoas de classe baixa ou que se percebem como tal estão mais expostas a perigos, têm menos recursos e um trabalho que não é estável, o que torna suas vidas menos previsíveis", disse o pesquisador.

"Os cidadãos desse nível social trabalham mais para garantir que as relações humanas serão fortes e duradouras", acrescentou.

Por outro lado, os membros da classe alta, "como têm mais recursos, se sentem mais seguros, têm o luxo de ser mais independentes, tendem a focar os pensamentos e as emoções em si mesmos e pensam menos nas consequências que seu comportamento tem para outros", concluiu.

Pessoas de classes mais altas também demonstraram ser menos propensas a dizer a verdade em uma negociação hipotética de emprego, na qual atuaram como empregadores tentando contratar alguém para um trabalho que sabiam que seria encerrado em breve.

E, quando receberam um recipiente com doces, que os pesquisadores informaram ser para crianças que participavam de experiências em um laboratório vizinho, os mais ricos tiraram mais balas do que os demais, quando informados que poderiam pegar algumas.

Os mais ricos também parecem ser mais focados em suas metas, veem a ganância de forma mais positiva e têm sentimentos mais fortes de autoindulgência, revelou o estudo.

"A busca do interesse próprio é uma motivação mais fundamental na elite da sociedade e o desejo aumentado, associado a maior riqueza e status podem promover más atitudes", destacou o estudo, publicado na revista especializada "PNAS".

FOLHA

Mordida de Tiranossauro rex é a mais forte de todos os tempos


O famoso Tiranossauro rex, mais conhecido dinossauro carnívoro, tinha a mordida mais poderosa de todos os animais que já existiram na Terra.

A conclusão é de pesquisadores britânicos, que usaram modelos de computador para reconstruir os músculos da mandíbula do predador extinto.

A definição desses músculos é essencial para se calcular a força de uma mordida.

A equipe projetou a mordida de animais como o jacaré, o homem, o T. rex jovem e um T. rex adulto. A conclusão é que o T. rex adulto tinha a maior força de todos.

A bocarra do bicho sempre fascinou os cientistas. Estudos anteriores apontavam que a intensidade da sua mordida variava entre 8.000 e 13,4 mil newtons (unidade de medida de força), mas o novo estudo aponta um valor que poderia chegar a até 57 mil newtons, colocando-a em um novo patamar.

A pesquisa foi publicada recentemente na revista científica "Biology Letters".

FOLHA

Estudantes protestam na Espanha contra cortes na educação


Com gritos de "menos cortes, mais educação", centenas de jovens estudantes e universitários protestaram nesta quarta-feira, em Madri, em um dia nacional de protestos contra os cortes na educação e contra as ações policiais em Valência (leste).

"A educação é a base de tudo e é a primeira coisa que cortam. Nosso campo, a pesquisa, é o que mais está sendo cortado", denunciou Claudia Holgueras, uma estudante de ciências ambientais de 18 anos.

"Somos estudantes, não delinquentes!", também gritaram os manifestantes diante do ministério da Educação.

Além dos cortes orçamentários e dos aumentos das taxas universitárias, os estudantes protestam novamente contra as violentas ações policiais ocorridas durante as manifestações dos últimos dias em Valência.

Um protesto de estudantes acabou em Valência no dia 20 de fevereiro com uma forte reação policial, na qual era possível ver agentes batendo com cassetetes ou arrastando jovens estudantes, o que provocou grandes protestos em todo o país.

"Não criamos esta crise, mas a pagamos em toda a extensão da palavra", disse à France Presse o secretário-geral do sindicato nacional de estudantes, Tohil Delgado.

Segundo ele, estavam previstas manifestações em cerca de 40 cidades do país.

O novo governo de direita anunciou um plano de austeridade para diminuir o déficit público que alcançou 8,51% do PIB em 2011. Também implementou uma reforma para flexibilizar o mercado de trabalho e tentar criar empregos em um país onde cerca de um em cada dois jovens está desempregado.

FRANCE PRESS/FOLHA

Pelas Malvinas, Argentina abre 'guerra comercial' com a Grã-Bretanha


Em meio à reivindicação para que sejam abertas negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas, a Argentina anunciou uma medida que visa dificultar a compra de produtos britânicos, abrindo caminho para uma guerra comercial com a Grã-Bretanha.

Na noite da terça-feira, o governo argentino pediu aos empresários do país que não importem produtos da Grã-Bretanha, substituindo os itens britânicos por similares de outras procedências, de acordo com a mídia argentina.

Por telefone, a ministra de Indústria da Argentina, Débora Giorgi, teria feito o pedido a executivos e empresários das 20 principais empresas nacionais e multinacionais instaladas no país que importam produtos da Grã Bretanha.

Entre os itens que seriam afetados pela medida, estão produtos usados no setor agropecuário, como tratores e inseticidas especiais.

"É fundamental que a Argentina decida quem são seus sócios comerciais e estratégicos, e, neste sentido, o governo também quer transmitir um sinal para os que ainda usam o colonialismo como forma de aceder aos recursos naturais", afirmaram assessores do ministério, de acordo com os jornais Clarín e El Cronista.

'COLONIALISMO'

A palavra "colonialismo" tem sido repetida nos discursos da presidente Cristina Kirchner quando se refere à Grã-Bretanha e à questão das Malvinas (Falklands, para os britânicos).

Neste ano, que marca os 30 anos da guerra entre os dois países em torno da soberania das ilhas, as autoridades argentinas tem intensificado suas criticas aos britânicos.

A guerra começou em 2 de abril de 1982, com a chegada de tropas argentinas no arquipélago do Atlântico Sul. No entanto, esta é a primeira vez que a disputa é levada ao terreno comercial.

Para o economista Marcelo Elizondo, ex-presidente da Fundação Exportar, ligada ao governo, "não é fácil" substituir as importações britânicas.

"Não é fácil substituir estas importações porque elas são de alta qualidade, e não se encontram em qualquer lugar. E este tipo de medida contra um mercado costuma gerar retaliações", afirmou o economista, que trabalha na consultoria DNI (Desenvolvimento de Negócios Internacionais).

Ele afirma que, na lista de empresas instaladas na Argentina que exportam para o mercado britânico, estão multinacionais como Cargill e Aceitera General Deheza, além de vinícolas nacionais como Norton e Santiago Grafigna.

RESTRIÇÕES A IMPORTADOS

A escalada de tensões diplomáticas entre Argentina e Grã-Bretanha passou para o setor comercial depois que dois cruzeiros, que tinham saído das Malvinas, foram impedidos de ancorar na Província da Terra do Fogo, no extremo sul do território argentino.

A decisão gerou criticas do setor de turismo e empresarial na Terra do Fogo. "Essa é uma forma barata de se praticar a soberania", disse o presidente da Câmara de Turismo de Ushuaia, na Terra do Fogo, Marcelo Leitti.

Atualmente, a Argentina tem superávit comercial com o Reino Unido, embora a relação tenha registrado uma forte queda no ano passado, em comparação com 2010.

De acordo com a consultoria Abeceb, de Buenos Aires, as importações britânicas representam apenas 0,9% de toda a pauta de importados argentinos.

A iniciativa argentina ocorre em um momento no qual o país já vinha implementando medidas para reduzir a entrada de importados e a saída de dólares.

Nos últimos dias, os governos do Paraguai e do Uruguai somaram-se às criticas que vinham sendo feitas por setores da economia brasileira ao aumento das exigências impostas sobre as exportações para a Argentina.

BBC BRASIL/FOLHA

Coreia do Norte diz que vai suspender programa nuclear


A Coreia do Norte concordou em suspender o lançamento de mísseis de longo alcance, testes nucleares e enriquecimento de urânio em sua principal plataforma em troca de um pacote de ajuda alimentar, anunciou nesta quarta-feira o Departamento de Estado dos EUA.

A agência de notícias estatal norte-coreana, KCNA, confirmou a oferta de uma moratória nuclear.

A porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, disse que o governo de Pyongyang vai permitir a entrada de inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para inspecionar e monitorar a desativação do reator de Yongbyon.

Foi anunciado também um encontro entre EUA e Coreia do norte para acertar os detalhes do envio de 240 mil toneladas de alimento ao país comunista.

A KCNA afirmou que a Coreia do Norte tomou a decisão em resposta a um pedido dos EUA com "a intenção de manter a atmosfera positiva" pelo que foi descrito como "conversas entre o Norte e os EUA de alto nível".

O primeiro contato dos EUA com o governo norte-coreano desde a ascensão do novo líder do país de regime comunista, Kim Jong-un, aconteceu na semana passada.

O representante especial dos EUA para a Coreia do Norte, Glyn Davies, esteve em Pequim nos dias 23 e 24 de fevereiro para discutir com representante dos governos norte-coreanos a não-proliferação nuclear, a ajuda alimentar à Coreia do Norte e outros temas que causam tensões regionais.

As negociações de Pequim tinham por objetivo persuadir a Coreia do Norte a retornar às negociações com as seis partes, que foram abandonadas em abril de 2009.

O programa de enriquecimento, divulgado pela primeira vez em novembro de 2010, pode fornecer a Pyongyang um caminho alternativo para a fabricação de bombas atômicas, em adição ao seu programa de plutônio de longa data.

A Coreia do Norte realizou testes nucleares em 2006 e 2009 e acredita-se que tenha plutônio em quantidade suficiente para produzir de seis a oito armas nucleares.

TENSÃO

No domingo (26), Coreia do Sul e os Estados Unidos deram início a um de seus maiores exercícios militares anuais em território sul-coreano apesar das ameaças da Coreia do Norte, que declarou que seu povo e seu Exército estariam "preparados para uma guerra" contra os dois países.

Cerca de 200 mil soldados sul-coreanos e 2.900 americanos participarão, até 9 de março, de uma série de simulações "de natureza defensiva" chamada Key Resolve. Os exercícios acontecerão nas bases do Exército dos EUA na Coreia do Sul, informou um porta-voz do Comando das Forças Conjuntas de ambos os países.

Através de sua imprensa estatal, Pyongyang qualificou as manobras dos aliados como "uma violação imperdoável à soberania e à dignidade" da Coreia do Norte, que "está em período de luto" correspondente aos cem dias posteriores à morte do líder Kim Jong-il.

A agência de notícias oficial da Coreia do Norte, a KCNA, acrescentou que "o Exército e o povo" norte-coreanos "estão plenamente preparados para lutar em uma guerra" contra a Coreia do Sul e os EUA.

No sábado (25), Pyongyang havia ameaçado começar uma "guerra santa" devido ao exercício dos aliados, que segundo o regime comunista representa uma "provocação".

FOME

Dese janeiro, milhares de caminhões chineses transportaram arroz para a Coreia do Norte, que sofre com uma falta crônica de alimentos, anunciou Do Hee-Yoon, membro da Coalizão de Cidadãos pelos Direitos Humanos, Pessoas Sequestradas e Refugiados Norte-Coreanos, um grupo com sede em Seul.

Os comboios de caminhões chineses com arroz entraram na Coreia do Norte depois que Pequim aceitou, segundo a imprensa japonesa, conceder uma ajuda em alimentos a Pyongyang.

FOLHA

Japão conclui torre mais alta do mundo, com 634 metros


Reconhecida pelo Guinness, o livro dos recordes, como a torre mais alta do mundo, a construção da Tokyo Sky Tree foi concluída nesta quarta-feira (29) em Tóquio.

Com 634 metros de altura, a torre ultrapassou a Canton Tower, na China, que antes detinha o recorde.

De acordo com o Guinness, a estrutura mais alta do mundo é o arranha-céu Burj Khalifa, que fica em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e mede 828 metros.

FOLHA

Filho de Rupert Murdoch pede demissão da News International


James Murdoch, filho do presidente da News Corporation, Rupert Murdoch, pediu demissão da Presidência da News International, filial que reúne os jornais britânicos do grupo americano de imprensa, em meio ao escândalo das escutas.

Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, a News Corporation anuncia que "James Murdoch, diretor executivo adjunto, renunciou ao seu posto de presidente executivo da News International" e vai "se focar na expansão internacional das atividades de televisão" do grupo.

Sua renúncia ocorre depois de dez jornalistas do "The Sun" serem detidos por pagarem supostos subornos a funcionários públicos e enquanto continua a investigação sobre as escutas telefônicas feitas no extinto "The News of the World", da mesma rede.

FOLHA

BCE repassa € 530 bilhões a bancos para combater crise


O BCE (Banco Central Europeu) repassou ao setor bancário nesta quarta-feira um montante de € 529,5 bilhões (US$ 712,4 bilhões) por meio de empréstimos a taxas de juros reduzidas, em sua segunda injeção maciça de crédito, usada para conter a crise das dívidas soberanas. Essa operação já estava prevista desde o final do ano passado.

A oferta de crédito em linhas de três anos foi aceita por 800 bancos. A quantia repassada foi superior à primeira operação desse tipo, quando 523 bancos aceitaram uma quantia de € 489 bilhões (US$ 657,9 bilhões), no dia 21 de dezembro passado.

Na primeira operação, os bancos usaram o dinheiro principalmente para comprar títulos de dívida governamentais, o que ajudou a aliviar o custo de financiamento para várias nações em situação financeira delicada.

Um dos melhores exemplos é a Itália, uma das maiores economias da zona do euro, mas que deve o equivalente a 120% do seu PIB (soma das riquezas produzidas por um país).

No segundo semestre do ano passado, analistas começaram a ver com preocupação que o país necessitava pagar juros cada vez mais altos para convencer investidores a comprarem os títulos de dívida emitidos.

A partir da operação de dezembro, esses custos começaram diminuir perceptivelmente. Anteontem, Roma conseguiu captar mais de € 12 bilhões por meio da oferta de títulos de curto prazo, oferecendo para tanto retornos abaixo de 2% ao ano. No auge da crise, foi forçada a oferecer bônus a juros na casa dos 6%.

A injeção maciça de recursos pelo BCE também evita que o mercado interbancário (de troca de recursos entre os bancos) fique sem liquidez, o que seria prejudicial para a chamada "economia real": a oferta de crédito para empresas e consumidores fatalmente seria reduzida.

ASSOCIATED PRESS/FOLHA

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Datena se irrita e abandona programa ao vivo na rádio Band


A terça-feira começou tensa na Rede Bandeirantes de Rádio. O polêmico apresentador e jornalista José Luiz Datena se irritou com a produção do seu "Manhã Bandeirantes", atração diária que apresenta na AM 840 e FM 90,9. Ele pediu desculpas aos ouvintes e abandonou o programa.
"Estou chateado com algumas coisas internas (...) Gosto de trabalhar com alegria e hoje eu não estou alegre", afirmou o apresentador.
Datena não chegou a explicar o motivo da ira, mas disse que não se entendia com a produção do programa, e que não concordava com algo que estava ocorrendo.
O jornalista Agostinho Teixeira assumiu como âncora imediatamente após Datena sair do ar e se desculpou com os ouvintes também. "Espero que todos se entendam", disse, na expectativa que Datena volte ao programa amanhã.
Datena disse ao "F5" que não estava se sentindo bem e estava com a diabetes alta.
Até o momento, a Band não divulgou nenhum comunicado a respeito do ocorrido.
Datena assumiu definitivamente o "Manhã Bandeirantes" em agosto do ano passado, depois de uma passagem-relâmpago pela Record, de onde saiu brigado.
FOLHA

Uso de soníferos triplica risco de morte, diz estudo


O consumo de remédios soníferos da classe dos hipnóticos aumenta o risco de morte por qualquer causa em pelo menos três vezes.

A conclusão é de um estudo que acompanhou mais de 10.500 consumidores dessas drogas nos EUA a ser publicado hoje na revista "BMJ Open", da editora do "British Medical Journal".

Entre 2002 e 2007, médicos da clínica de sono Viterbi, na Califórnia, e do Centro de Medicina Preventiva de Jackson Hole, em Wyoming, analisaram dados de pessoas tomando hipnóticos como zolpidem (Stilnox) e zopiclone (Imovane) e também outros sedativos, como barbitúricos e benzodiazepínicos.

Entre esses últimos, são usados como hipnóticos o midazolam (Dormonid) e o flunitrazepam (Rohypnol).

O aumento do risco de morte foi observado até para os pacientes que tomavam as menores doses entre os pacientes acompanhados (menos de 18 pílulas por ano).

Segundo os autores, muitos efeitos dos soníferos podem levar à morte.
Os hipnóticos prejudicam as funções motoras e cognitivas, aumentando o risco de acidentes de carro e de quedas em casa, especialmente no caso de idosos.

De acordo com o psiquiatra Sergio Hototian, do Hospital Sírio-Libanês, os mais velhos são os que costumam tomar soníferos por mais tempo e têm maior resistência a deixar os remédios.

"Com os hipnóticos, o risco de queda aumenta em três ou quatro vezes".

Outro problema comum é a mistura dos remédios com álcool, o que aumenta o risco de pausas prolongadas na respiração durante o sono.

"Uma taça de vinho pode ser suficiente para levar a uma overdose", afirma o médico.

O efeito de sonambulismo, observado em alguns pacientes após o uso de remédios como o zolpidem, também está associado a um risco maior de acidentes.

Foi o caso da aposentada R.G.R., 55, que usou o remédio zolpidem por quase dez anos. Ela se queimou enquanto cozinhava, após tomar os comprimidos.

O estudo americano também associou o uso dos hipnóticos com maior risco de desenvolver câncer, 35% maior entre os pacientes que tomavam o maior número de doses por ano.

Para Hototian, há um excesso na prescrição de remédios para dormir. Muitos que precisam tomar os soníferos o fazem de forma errada.
"É preciso saber a causa da insônia. Muitas vezes, a pessoa tem uma depressão que causa falta de sono. É melhor tratar com antidepressivos do que com hipnóticos".

O psiquiatra afirma que muitos dos insones não têm paciência de tentar outros tratamentos que não sejam os soníferos. "Após a aposentadoria, é normal que as pessoas durmam menos à noite, mas elas querem ter um sono como o da época em que trabalhavam. Quando você não dá o remédio, alguns acabam procurando outro médico".

FOLHA

Farmácia on-line usa redes sociais para vender remédios ilegais


Farmácias on-line estão recorrendo às redes sociais YouTube e Facebook para vender a jovens compradores drogas ilícita e remédios que são vendidos somente com prescrição médica.

Segundo Hamid Ghodse, presidente do americano INCB (Conselho Internacional para Controle de Narcóticos), que preparou o documento, a publicidade de produtos perigosos na mídia social coloca em risco um grande número de pessoas.

Ghodse disse que as iscas são as salas de bate-papo para propagandear as drogas como legalizadas.

O INCB pede que os governos coíbam e fechem atividades ilegais relacionadas a drogas e, ao mesmo tempo, aumente a fiscalização de drogas que são contrabandeadas pelo correio.

De acordo com o levantamento do INCB, a Índia lidera a lista de países de origem dessas substâncias, seguida dos Estados Unidos, China e Polônia.

REUTERS/FOLHA

Tráfego de dados explode na América Latina em cinco anos


O tráfego de dados na América Latina vai ser multiplicado por sete em apenas cinco anos.

"A explosão de dados vai acontecer, é um fato", disse o presidente da Telefônica para a região, Santiago Fernández Valbuena. Ele falou hoje no Mobile World Congress, maior feira anual do setor de telecomunicações, que acontece nesta semana em Barcelona.

O crescimento médio deverá ser de 48% por ano, segundo a estimativa anunciada por Fernández. Nenhuma outra região do mundo terá um índice tão alto.

Ele disse ainda que é preciso encontrar uma maneira de baixar os preços dos smartphones na região, para que possam ser vendidos a no máximo US$ 100. "Precisamos ter os aparelhos disponíveis no preço certo", afirmou. "É uma questão de poder de compra".

FOLHA

Microsoft reclama à União Europeia sobre rede social do Google


A Microsoft e diversas outras companhias apresentaram reclamações aos reguladores antitruste da União Europeia sobre a rede social do Google, o Google+, informaram duas pessoas familiares ao assunto, em uma medida que pode levar a UE a ampliar sua atual investigação sobre o Google.

A reclamação da Microsoft ressalta o crescimento da rivalidade entre as duas companhias.

A Microsoft e outras empresas expressaram suas preocupações informalmente, informaram as fontes, que não forneceram detalhes sobre a natureza da queixa sobre o Google+, por ser considerado um assunto sensível.

A Comissão Europeia rejeitou comentar e a Microsoft disse que não faria qualquer pronunciamento sobre "rumores ou especulações".

FOLHA

Carregador universal já é realidade, ainda que haja um caminho a percorrer


Mudar de carregador quando trocamos o celular é coisa do passado... ou quase: a maioria dos fabricantes, reunidos nesta semana no Mobile World Congress, aprovaram o carregador universal, embora ainda haja alguns passos no caminho.

Três anos antes, neste mesmo congresso, organizado em Barcelona, 17 fabricantes e operadoras tinham se comprometido a fabricar um carregador que servisse para todos os aparelhos.


O objetivo era que "a maioria dos telefones móveis vendidos em 2012 fossem compatíveis com esse carregador universal", explicaram as operadoras móveis GSMA, ao lançar a iniciativa, enquanto a Comissão Europeia também pressionava nesse sentido.

Um estudo de 2011 da Universidade de Gênova (Itália) constatou que há até dez modelos diferentes de carregadores para cada um dos oito grandes atores do mercado.

A data enfim chegou, outros parceiros aderiram ao projeto, mas o saldo ainda é limitado.

A iniciativa de um mesmo carregador para todos os celulares, tão anunciada e aguardada, "estava claramente voltada para os smartphones", uma parcela ainda reduzida do mercado, disse Flavio Cuchietti, um dos supervisores do projeto na União Internacional das Telecomunicações (UIT), organização especializada das Nações Unidas, que pediu no ano passado que os fabricantes passem a compartilhar um mesmo carregador até 2014.

Os fabricantes, no entanto, estão mais otimistas. Samsung e Sony Ericsson, por exemplo, afirmam que todos os seus modelos já estão equipados com o carregador universal, que funciona com uma conexão micro-USB.

Para o cliente, o benefício é, sobretudo, prático. "Quando alguém viaja e esquece o carregador, sempre encontra alguém que tenha um carregador que possa usar", explica.

Cuchietti acrescenta que provavelmente haverá menos desperdícios. 

"Falamos de mais de 100 mil toneladas" de carregadores jogados fora por ano, já que, cada vez mais, a frequência com que os telefones são trocados aumenta.

Isso, no entanto, gera um impasse para os fabricantes: não vender mais o carregador. O dispositivo passaria a ser opcional, segundo Hamadoun Touré, secretário geral da UIT.

"Não podemos decidir unilateralmente vender nossos produtos sem carregador. Se fizermos isso, ninguém comprará os produtos da Sony!", declarou Bertrand Villié, encarregado do desenvolvimento sustentável da Sony Ericsson na França, afirmando, no entanto, que "a indústria de telefones móveis é a única no mundo que chegou a um acordo sobre um carregador universal".

FRANCE PRESS/FOLHA

Globo compra direitos de transmissão das Copas de 2018 e 2022


A Fifa anunciou nesta terça-feira que prorrogou seu acordo de direitos de transmissão com a Rede Globo para as duas Copa do Mundo seguintes à edição do Brasil, em 2014.

A emissora carioca terá os Mundiais de 2018, na Rússia, e 2022, no Qatar, em um negócio que envolverá exibição via cabo, satélite, terrestre, móvel e por internet de banda larga em todo o país.

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, comentou, mas não citou valores.

"A força de distribuição da Globo em um território tão vasto como o Brasil garante que a competição possa ser seguida pelo maior número de pessoas possível e esse foi o fator determinante na nossa decisão".

O presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, falou em "parceria" com "recompensas significativas" entre as duas partes desde 1970.

"Durante mais de 40 anos, a Globo e a Fifa desenvolveram uma parceria muito frutífera, o que proporcionou recompensas significativas para ambos. Durante todos esses anos, a Fifa obteve êxito na tarefa de tornar o futebol o esporte mais popular com uma enorme audiência em todo mundo e tem muito orgulho de fazer parte disso", afirmou.

E completou: "O mais importante para a Globo é possibilitar que os telespectadores façam parte das competições, como se estivessem eles próprios no gramado. Por essa razão, nós estamos orgulhosos por prorrogar essa parceria".

A Record também negociava os direitos das Copas de 2018 e 2022.

Globo e Band mostrarão o Mundial de 2014.

FOLHA

Rede social que organiza mural virtual cresce em ritmo acelerado


Primeiro, vieram os blogs, com posts geralmente curtos. Depois, o Twitter, com suas mensagens em 140 caracteres. Agora é a vez do Pinterest, rede social em que o texto é um detalhe. O que importa são as imagens.

Mural virtual de fotos e vídeos, o Pinterest.com explodiu nos últimos meses: alcançou o marco de 10 milhões de usuários em janeiro. É pouco, se comparado aos mais de 800 milhões de cadastrados no Facebook, mas a velocidade de crescimento impressiona - só de setembro a dezembro, a alta foi de 429%.

A rede também tem conseguido manter seus usuários conectados. Eles gastam uma hora e 15 minutos por mês no Pinterest, número que só é menor do que o do Tumblr (uma hora e 38 minutos) e o do Facebook (seis horas e 33 minutos), batendo o Twitter e o Google+, segundo o site especializado Statista.

O Pinterest é como um grande painel de cortiça, um mural virtual em que o usuário alfineta não só fotos suas ou de amigos mas também qualquer tipo de imagem que o atraia na internet.

Tais fotos são divididas em álbuns temáticos, criados pelo usuário (como "receitas de bolo", "ideias para decorar a casa", "livros que li"). Também é possível ver murais dos outros, segui-los e republicá-los (como no Twitter), além de curti-los e comentá-los (como no Facebook).

Uma das inspirações para o serviço veio de um hábito de infância de Ben Silbermann, 29, um de seus fundadores. Ele colecionava insetos. "Achava que era realmente legal e que estava fazendo um serviço importante", disse Silbermann ao "USA Today". "Os livros nas prateleiras das pessoas dizem algo sobre quem elas são".

Esse espírito de colecionador move o Pinterest, criado por Silbermann e dois amigos em março de 2010, após cinco meses de trabalho.

TOQUE FEMININO

A publicitária Paula Maia foi uma das pessoas que ajudaram o site a chegar aos 10 milhões. "Hoje o Pinterest, para mim, é mais importante que o Facebook", afirma. "De manhã, antes de abrir o e-mail, já abro o Pinterest, em busca de referências novas".

Ela procura imagens de design, tipografia, moda, arquitetura, fotografia e tatuagem. Paula descreve a rede como simples, de bom gosto, sem espaço para discussões vazias e livre de lixo eletrônico.

A elegância do site é também aprovada por outras mulheres - que, segundo a empresa Experian Hitwise, compõem 58% da audiência do Pinterest. Dados da AppData dizem que 97% dos fãs do serviço no Facebook são do sexo feminino.

"Muitas experiências on-line são claramente desenhadas por engenheiros homens, como o Facebook, o Google+ e o Quora. No Pinterest, o conteúdo e a identidade do usuário ficam em primeiro plano, não me sinto sufocada. Por isso a rede cresce tanto entre as mulheres", diz Adena DeMonte, usuária norte-americana da rede.

Por enquanto, o site não é aberto. Para entrar, é preciso ser convidado por algum amigo que já tenha conta na rede. Ou clicar em "Request an invite" para ser convidado pelo próprio Pinterest. A resposta costuma ser rápida.

FOLHA

Russos 'ressuscitam' planta morta há 32 mil anos


Cientistas russos geraram plantas vivas a partir do fruto de uma pequena flor do Ártico, a Silene stenophylla, extinta há 32 mil anos.

O fruto ficou conservado por várias décadas graças a um singelo esquilo, que o guardou nos compartimentos de sua toca, preservada no permafrost (subsolo que fica congelado a maior parte do ano) siberiano.

O feito agora precisa ser confirmado pelo método de datação por radiocarbono.

Os russos acreditam que circunstâncias especiais contribuíram para a notável longevidade das células da stenophylla. Os esquilos constroem os armazéns de comida próximos ao solo congelado do Ártico, o permafrost, para manter as sementes frescas durante o verão ártico.

Ou seja, os frutos teriam permanecido congelados desde o início, mas as suas placentas, que contêm alta dose de sacarose e de fenóis, não se congelaram. A partir delas é que as plantas foram cultivadas.

O recorde anterior era de uma tamareira, que cresceu de uma semente com cerca de 2.000 anos de idade, recuperada no antigo forte de Massada, em Israel.

O trabalho é de autoria da equipe chefiada por Svetlana Yashina e David Gilichinski, do centro de pesquisas da Academia Russa de Ciências, em Puschino (perto de Moscou), e será publicado na edição desta terça-feira da revista oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

A especialista em DNA antigo da Universidade de Copenhague Eske Willersley diz que a descoberta é "a princípio, plausível", dadas as condições do permafrost.

A confirmação do resultado, porém, precisa ser feita pela datação por radiocarbono: "Tudo depende disso. Se houver algo errado ali, pode desmontar a coisa toda".

Se for positivo, então os cientistas poderão estudar a evolução, em tempo real, das stenophylla antigas, comparando-as com as atuais.

Gilichinsky, porém, não poderá comemorar a feito do seu grupo. 

Hospitalizado após um ataque de asma, o cientista faleceu neste mês.

THE NEW YORK TIMES/FOLHA

Corpos de militares mortos na Antártida são levados ao IML


Os corpos do primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos, 45, e do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo, 47, mortos no incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz, na Antártida, foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) do Rio de Janeiro por volta das 11h desta terça-feira (28).

Eles chegaram à Base Aérea do Galeão, no Rio, às 8h50, onde receberam homenagens da Presidência da República e das Forças Armadas. Os corpos foram trazidos de Punta Arenas, no Chile, em uma aeronave C130-Hércules da FAB (Força Aérea Brasileira).

As homenagens "post-mortem" lembram os atos de bravura praticados no combate ao incêndio.

O vice-presidente da República, Michel Temer, lamentou o acidente ao conduzir a homenagem do Planalto, que promoveu os dois oficiais ao posto de segundo-tenente e admissão na Ordem do Mérito da Defesa no grau de comendador.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse que a "perda é sempre irreparável, mas jamais será esquecida".

A base militar brasileira de pesquisas na Antártida tinha uma infraestrutura que incluía laboratórios científicos bem equipados, dormitórios e cozinha industrial, biblioteca, oficinas e instalações técnicas para embarcações usadas em expedições.

FOLHA

Análise: Entenda como Israel poderia atacar o Irã


Entre todos os desafios de segurança de Israel nas últimas décadas, a ameaça de um Irã armado nuclearmente é a principal preocupação nas mentes dos estrategistas militares do país.

Essa preocupação tem orientado todo o desenvolvimento da Força Aérea Israelense nos últimos anos.

A Força Aérea Israelense comprou 125 caças F-15I e F-16I, equipados com tanques maiores de combustível - feitos sob medida para ataques de longo alcance.

Além disso, Israel comprou bombas de penetração especiais, desenvolveu grandes aeronaves não tripuladas e de longa duração, e muito dos treinos estão focados em missões de longo alcance.

Israel tem um histórico de ataques preventivos contra alvos nucleares na região. Em junho de 1981, caças israelenses bombardearam o reator de Osirak, próximo à capital Bagdá.

Mais recentemente, em setembro de 2007, aviões israelenses atacaram um local na Síria que muitos acreditavam que abrigava um reator nuclear em construção.

No entanto, um ataque contra Irã seria diferente das missões no Iraque na Síria. Naquele caso, se tratava de alvos únicos acima da superfície e que vieram de forma inesperada.

Uma tentativa israelense de prejudicar o programa nuclear iraniano teria de lidar com uma série de problemas, como alcance, alvos múltiplos e a natureza dos alvos.

COMO CHEGAR LÁ?

Para começar, Israel está muito distante do Irã. Alguns dos alvos estariam entre 1,5 mil e 1,8 mil km das bases israelenses. Os aviões teriam que primeiro chegar ao Irã, e depois conseguir sair.

Pelos menos três rotas são possíveis:

  • Existe uma no norte, onde caças israelenses voariam norte e depois leste, ao longo das fronteiras entre Turquia e Síria, e depois Síria e Iraque.

  • No centro, a rota mais provável passa pelo Iraque. Com o Exército americano fora do país, as autoridades iraquianas são muito menos capazes de monitorar o espaço aéreo, o que abriria um caminho para os israelenses.

  • A terceira rota, no sul, é pelo espaço aéreo saudita. Será que os sauditas deixariam algo assim acontecer, já que eles próprios estão preocupados com o programa nuclear iraniano? Esta rota pode ser usada para o retorno dos aviões? Essas perguntas não foram respondidas ainda.

O que se sabe é que os aviões israelenses teriam que se abastecer no caminho.

Douglas Barrie, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), em Londres, acredita que reabastecimento em pleno voo será fundamental.

"Aviões israelenses precisam não só entrar e sair do espaço aéreo iraniano; eles precisam de combustível suficiente para sobrevoar com bastante tempo os alvos, e o suficiente para qualquer eventualidade que possa surgir em uma missão destas".

Acredita-se que Israel possua entre oito e dez aeronaves de reabastecimento baseadas no modelo Boeing 707.

QUAIS ALVOS ATINGIR?

Douglas Barrie também diz que os aviões israelenses terão de achar os alvos onde bombas suas possam fazer o maior estrago possível.

"Eles estarão em busca dos principais gargalos do programa iraniano. 

Claramente atacar instalações de enriquecimento faz mais sentido, sob o ponto de vista militar", diz o especialista.

As instalações de enriquecimento de urânio em Natanz, ao sul de Teerã, e Fordo, perto de Qom, são as mais conhecidas, e provavelmente estariam na lista israelense.

A usina de água pesada e o reator em Arak, no oeste, e uma unidade de conversão de urânio em Isfahan também estão entre possíveis alvos preferenciais.

Não está claro se Israel tem capacidade de atingir outros alvos associados ao programa de mísseis ou de fabricação de explosivos do Irã.

Outro problema é que as instalações de enriquecimento de Natanz são subterrâneas, e a nova usina em Fordo também está praticamente dentro de uma montanha.

ALVOS SUBTERRÂNEOS

Para um ataque do tipo, o especialista da IISS afirma que é preciso ter informação precisa, desde a geologia local até conhecimento sobre a arquitetura das usinas.

Um tipo especial de munição também é necessário. A principal arma de Israel é um arsenal americano conhecido como GBU-28. Esta arma guiada a laser de 2,2 toneladas tem capacidade especial de penetração.

"O GBU-28 é a arma de penetração mais forte disponível para aeronáutica tática, e desde que foi usada pelos Estados Unidos, em 1991, ela foi melhorada", afirma Robert Hewson, editor da revista especializada Jane's Air-Launched Weapons.

No entanto, ele ressalta que Israel não teria capacidade de carregar uma munição tão grande em seus aviões sem uma grande operação aérea, que envolvesse também as aeronaves de abastecimento.

Além disso, há dúvidas sobre o grau de eficácia do GBU-28. Para Douglas Barrie, uma bomba seria insuficiente.

ISRAEL TEM ALGUMA ALTERNATIVA MILITAR?

Até agora só se discutiu a capacidade conhecida das Forças de Israel, mas o país possui uma indústria aeroespacial e eletrônica própria, que pode já ter produzido sistemas relevantes para um ataque ao Irã.

Barrie diz que ainda existem muitas coisas que não se sabe sobre a capacidade militar israelense.

Além disso, o próprio Irã possui sistemas russos de defesa. Entre esses sistemas estão os mísseis AS-5, para ameaças em grandes altitudes. O sistema móvel M1/AS-15 permite o lançamento de mísseis contra alvos em altitudes menores.

A Rússia tem se negado a abastecer o Irã com mísseis de maior alcance - como os S-300. Mas os iranianos dizem que conseguiram outros fornecedores para este tipo de arma.

Os sistemas iranianos podem estar um pouco antiquados, mas eles ainda são relativamente confiáveis. Um exemplo claro disso foi a forma como a Líbia conseguiu se defender de ataques da Otan, mesmo com armas antigas.

Um pequeno submarino israelense também pode desempenhar um papel em um potencial conflito. Douglas Barrie afirma que é grande a probabilidade de Israel lançar mísseis do mar, com seus submarinos alemães Dolphin.

No campo marítimo, especialistas acreditam que o Irã está completamente ultrapassado.

A maioria dos analistas concorda que um ataque israelense a alvos múltiplos tem potencial para causar fortes danos no programa iraniano.

No entanto, isso seria muito menor do que um ataque dos Estados Unidos, que possui muito mais capacidade militar do que Israel.

"Se os israelenses conseguissem fazer algo assim, seria uma demonstração impressionante do seu poderio", diz Barrie.

Segundo ele, poucos países no mundo teriam capacidade de fazer algo deste tipo.

BBC NEWS/FOLHA