terça-feira, 31 de julho de 2012

Microsoft relança Hotmail com novo (velho) nome


A Microsoft anunciou hoje uma nova versão do seu serviço gratuito de e-mail, o Hotmail, numa tentativa de reverter as perdas de quota de mercado diante do rápido crescimento do Gmail do Google.

O Hotmail passará a se chamar Outlook e terá um novo visual, links de redes sociais e novos recursos para gerir o lixo eletrónico e a massa de e-mails que inunda os usuários.

O Hotmail ainda era o maior serviço de e-mail do mundo até junho, de acordo com os números mais recentes da comScore, com 324 milhões de usuários, ou cerca de 36% do mercado global. Mas está perdendo clientes para o Gmail do Google, o rival que mais cresce e que agora tem cerca de 31% do mercado. Já o Yahoo Mail está estável, com cerca de 32%.

Numa tentativa de recuperar o crescimento, a Microsoft renomeou o serviço por Outlook, um nome familiar para a maioria dos funcionários de empresas que usam o aplicativo de e-mail da Microsoft Office.

O novo visual é limpo e organizado, privilegiando o espaço em branco, que lembra as recentes mudanças que o Google fez no Gmail. Os anúncios publicitários continuam a aparecer relativamente discretos, numa coluna à direita da tela.

Os usuários podem ligar-se com seu Facebook, Twitter, LinkedIn e Google+, para ver as últimas atualizações dos seus amigos e contatos. O bate-papo on-line está disponível via Facebook.

Boletins informativos, ofertas, promoções e atualizações sociais diárias ocupam mais de 80% de uma típica caixa de entrada, de acordo com uma pesquisa da própria Microsoft. Para ajudar a combater essa inundação de mensagens, o novo serviço detecta automaticamente os e-mails em massa e coloca-os em pastas separadas. O usuário pode personalizar esse processo de e-mail da forma que quiser.

O novo serviço de correio também facilita o uso de produtos de internet da Microsoft, como o SkyDrive para armazenar documentos, Office Web para trabalhar longe de um PC e Skype vídeo chat. Os usuários podem acessar o serviço em www.outlook.com.

O GLOBO

Santayana: Os paraísos fiscais e a nova servidão



OS PARAÍSOS FISCAIS E A NOVA SERVIDÃO DOS POBRES


O grande pensador britânico George E. Moore, que influenciou, entre outros, Bertrand Russell, e, por seu intermédio, Wittgenstein, buscou, como tantos filósofos, o amálgama entre a lógica e a ética. É provável que o tenha encontrado, ao afirmar que o fundamento de toda filosofia é o bom senso.

Qualquer pessoa dotada de razão é capaz de distinguir entre o bem e o mal, ao examinar determinada situação, a partir do senso comum. Sendo assim, sob qualquer exercício da inteligência, os grandes bancos do mundo não passam de quadrilhas de assaltantes. Não só assaltam isoladamente, mediante as taxas exacerbadas de juros e dos serviços que prestam, mas se associam a outros assaltantes para lesar os trabalhadores e os empreendedores honrados do mundo inteiro.

Os 50 maiores bancos do mundo, segundo os estudos da Tax Justice Network — da qual é um dos dirigentes o notável contabilista britânico Richard Murphy — são responsáveis pela transferência ilegal de 21 trilhões de dólares, em sua imensa maioria dos países em desenvolvimento, para os paraísos fiscais. A cifra é superior à soma do PIB dos Estados Unidos e do Japão. Trata-se de um duplo delito: o dinheiro, que poderia ser usado no desenvolvimento econômico interno, vai ser empregado na especulação financeira ou em investimentos nos países mais ricos do mundo, e são sonegados os impostos devidos aos estados nacionais. Trata-se de um assalto aos que, realmente, o produziram com o seu trabalho.

Os paraísos fiscais não acolhem apenas o dinheiro subtraído ao fisco, mas servem de bom refúgio aos recursos – empapados de sangue e marcados pelo sofrimento de milhões de famílias – procedentes do tráfico de drogas. Como se revelou recentemente, o HSBC admitiu ter servido para a lavagem de dinheiro das quadrilhas mexicanas de narcotráfico.

Os paraísos fiscais se multiplicaram, no mundo, a partir da deregulationanglo-americana dos anos 80, promovida por Reagan e Thatcher, com o objetivo de restaurar o processo de acumulação acelerada do capitalismo do fim do século 19. Embora já houvesse tais paraísos – e a Suíça é o mais antigo e o mais seguro deles – houve perversa competição entre governos de nações menores, com o objetivo de ganhar o máximo na guarda simbólica de tais valores, que não se transferem fisicamente para tais territórios.

Sem os bancos de presença internacional, não seria possível essa peregrinação de recursos ilícitos. Para escapar à vigilância das autoridades honradas de alguns países (porque elas existem), tais recursos virtuais costumam peregrinar, indo de Tóquio a Berlim, de Berlim a Cingapura, de Cingapura a Santiago em alguns minutos, para, em seguida, refugiar-se onde não possam ser localizados.

De acordo com o estudo, os três maiores bancos responsáveis pela evasão de recursos são a UBS (União de Bancos Suíços), o Crédit Suisse e o Goldman Sachs. Eles encabeçam a lista, mas nenhum dos bancos privados que operam internacionalmente se encontram limpos. Uns mais, outros menos, operam na criminalidade.

Não há povos que não sejam vítimas desse saqueio mundial. Conforme o levantamento, a evasão maior procede da China, com mais de um trilhão de dólares nos paraísos fiscais. E estamos em posição desconfortável. Os nossos sonegadores e prováveis integrantes de quadrilhas de narcotraficantes e de corruptos e concussionários, mantêm mais de 520 bilhões de dólares em tais “paraísos”.

Quando o então presidente Itamar Franco quis nomear um contador para o Banco Central, o mundo caiu sobre a sua cabeça. Itamar queria conhecer o conteúdo da chamada “caixa preta” da instituição. O principal denunciador dos paraísos fiscais, o contador Richard Murphy, atribui à fragilidade das leis que regem os sistemas contábeis dos grandes países a responsabilidade pelos crimes cometidos pelas grandes corporações, sobretudo as financeiras, contra os povos do mundo e, assim, pela brutal desigualdade social de nosso tempo.

Os bancos devem ter seus negócios expostos aos acionistas e clientes, e sob a fiscalização permanente das autoridades. Como se sabe, os sonegadores – entre eles, os bancos – operam com duas contabilidades, a real e outra para efeito público. Isso só é possível porque eles financiam as eleições, determinam como devem ser as leis, controlam os meios de informação e cooptam os formadores de opinião.

Se os cidadãos do mundo inteiro não se mobilizarem, o destino dos povos será aquele que parece esperar os gregos, os espanhóis, os sicilianos: nova e mais insidiosa servidão.

PS do Viomundo: Sobre este tema são leituras indispensáveis Treasure Islands, de Nicholas Shaxson, que sugere o uso de “refúgios” em vez de paraísos fiscais; e do surpreendente Poisoned Wells: The Dirty Politics of African Oil, do mesmo autor, que conecta a exploração do petróleo africano com o caixa dois de campanhas eleitorais na Europa e o sistema financeiro internacional.

BLOG VIOMUNDO

Desemprego alcança nível recorde na zona do euro



Taxa de desemprego nos 17 países que adotam o euro sobe para 11,2% em junho, maior percentual desde a criação da moeda comum europeia.
O desemprego na zona do euro atingiu em junho o maior nível desde a criação da moeda comum, há 13 anos, informou nesta terça-feira (31/07) o Eurostat, órgão de estatísticas da União Europeia (UE).
Em junho, a taxa de desemprego na zona do euro foi de 11,2%. O Eurostat também revisou o número de maio, que passou de 11,1% para 11,2%. O total de desempregados subiu 123 mil em junho nos 17 países que adotam a moeda comum, chegando a 17,8 milhões.
Os percentuais variam muito de um país para o outro. A maior taxa de desemprego é a da Espanha, que subiu para 24,8%. A menor é a da Áustria, de apenas 4,5%.
Na Alemanha, a taxa de desemprego subiu de 6,6% em junho para 6,8% em julho, segundo o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis). Há 2,876 milhões de pessoas sem trabalho no país, a maior economia da zona do euro.
DEUTSCHE WELLE

Adesão da Venezuela ao Mercosul ainda pode ser contestada juridicamente



A adesão da Venezuela ao Mercosul, que começará a ser formalizada nesta terça-feira, em Brasília, ainda pode ser contestada juridicamente pelo Paraguai, segundo fontes do Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul (TPR), com sede em Assunção, ouvidas pela BBC Brasil.
Suspenso do Mercosul desde o fim de junho – em razão da destituição de Fernando Lugo da Presidência do país – o Paraguai não pôde participar da reunião de cúpula realizada em Mendoza, na Argentina, quando foi acertada a entrada da Venezuela no bloco regional.
O ministro da Secretaria de Informação e Comunicação da Presidência do Paraguai, Martín Sannemann, disse à BBC Brasil que a entrada da Venezuela para o Mercosul durante a suspensão do Paraguai significa a troca do "irmão pobre pelo irmão rico".
Segundo ele, na interpretação do governo paraguaio, o Mercosul foi "institucionalmente quase ferido de morte" porque "não respeitou os acordos" que estabelecem que as decisões devem ser tomadas pelos quatro países fundadores desta integração – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Autoridades do governo paraguaio disseram que ainda analisam os próximos passos jurídicos a serem adotados.
O Paraguai já havia entrado com uma ação no Tribunal Permanente do Mercosul por ter sido suspenso do bloco, com o argumento de que a suspensão violaria artigos do Tratado de Assunção e do Protocolo de Ushuaia, documentos constitutivos do Mercosul.
Essa ação foi rejeitada. O tribunal entendeu que o Paraguai apelou com instrumentos jurídicos que não eram cabíveis ao caso e não chegou a analisar a legalidade ou não da suspensão do país e a entrada da Venezuela ao Mercosul.
"O Paraguai usou uma medida de emergência que é que aplicada às questões comerciais, e não políticas, e deveria ter recorrido, primeiro, a instâncias jurídicas inferiores, antes da ação ao Tribunal, que é a corte arbitral do Mercosul", disse o secretário do Tribunal, o advogado Raphael Vasconcelos, ao ler, de Assunção, o parecer do órgão.

Reunião

Ao apelar com o argumento de medida de emergência, o Paraguai esperava uma resposta rápida, de no máximo duas semanas, como preveem os acordos do Mercosul, ou seja, antes da reunião desta terça.
"O problema é que a reunião em Brasília será um encontro de amigos para o qual não fomos convidados. E temos claro que foi política e não jurídica a decisão de incluir a Venezuela no Mercosul com o Paraguai suspenso", disse um assessor do gabinete do presidente paraguaio, Federico Franco.
O ingresso da Venezuela no Mercosul já estava anunciado desde 2006, mas dependia de aprovação do Congresso do Paraguai para ser formalizado – os congressos do Brasil, da Argentina e do Uruguai já haviam aprovado a adesão.
Segundo Sannemann, para o Paraguai, o problema não é a Venezuela, mas "a linha política e ideológica" do presidente venezuelano, Hugo Chávez.
"A saída de Lugo e a chegada de Franco obedeceram às regras constitucionais do nosso país. Mas não nos deram, no Mercosul, a oportunidade de explicar o que aconteceu", disse.
"Como paraguaios, não nos corresponde comentar, por exemplo, as reeleições permanentes de Chávez, mas por que não podemos ter a oportunidade de explicar que aqui tudo foi dentro das regras paraguaias?", questionou Sannemann.

Impeachment

A decisão de suspender o Paraguai do Mercosul foi tomada após a destituição de Fernando Lugo da Presidência em um processo de impeachment que durou menos de 30 horas.
A rapidez do processo foi questionada pelas autoridades do Mercosul, que disseram que o Paraguai desrespeitou a cláusula democrática assinada pelos presidentes do bloco.
Após a destituição de Lugo, o governo da presidente Dilma Rousseff chamou o embaixador em Assunção à Brasília para consultas, e ele não retornou à capital paraguaia, num sinal político de que as relações não estão normalizadas, segundo fontes do governo brasileiro.
Medida política semelhante foi adotada por outros países da região, como Argentina, Uruguai e Chile.
No caso da Venezuela, o governo Franco declarou o embaixador "persona non grata" após suposta participação do ministro das Relações Exteriores venezuelano, Nicolas Maduro, em reunião com militares paraguaios, no dia do processo político contra Lugo, em 22 de junho.
Nesta segunda-feira, Lugo compareceu ao Ministério Público, em Assunção, para prestar declarações sobre o caso, segundo o jornal Ultima Hora. Lugo disse que "não houve intromissão da Venezuela nos assuntos políticos do Paraguai".
Nesta segunda, um grupo de parlamentares paraguaios que apoiam Franco viajou ao Chile para explicar a colegas chilenos como foi a saída de Lugo e a sua substituição pelo atual presidente.
Eles disseram que pretendem percorrer outros países para dar a versão paraguaia sobre o que ocorreu.
BBC BRASIL

Via Dutra se transforma em feira livre, com caminhoneiros vendendo seus produtos


RIO e BARRA MANSA - "Olha o morango fresquinho! Uva baratinha, vai, madame?". A pista sentido Rio da Rodovia Presidente Dutra se transformou numa feira livre na tarde desta terça-feira. Para evitar que frutas e legumes estragassem, motoristas de caminhões que deveriam abastecer o Ceasa, em Irajá, passaram a vender os produtos no meio da rodovia que liga o Rio a São Paulo. Muitos motoristas encostam nos caminhões e aproveitam as pechinchas. Três caixas de morango estão sendo vendidas a R$ 10, enquanto a mesma quantidade sai por R$ 24 nos mercados. Dentro do baú do caminhão, Reinaldo dos Reis Elias escolhia as frutas menos danificadas diante de dezenas de clientes:

- Tenho 3.600 caixas de morango que estavam aprodrecendo. Não pode, não é? O jeito é botar à venda.

Outro caminhão, lotado com 2 mil caixas de uvas vindas de Santa Catarina, comercializava 4,8 quilos da fruta por R$ 10.

O tráfego segue bastante lento nos dois sentidos, com vários pontos de interrupção total pelos grevistas. A Polícia Rodoviária Federal espera que os grevistas desbloqueiem por completo as pistas esta tarde, quando o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, se reúne em Brasília com o comando do movimento.

- Nós cumprimos a promessa de não usarmos força excessiva. Agora está nas mãos deles cumprirem a promessa de desbloquear a Dutra quando a reunião começar - disse uma superitendente da PRF que não quis se identificar.

Um dos líderes do movimento grevista dos caminhoneiros, o diretor do Sindicato dos Transportadores Autonomos de Cargas de Volta Redonda e Regiao Sul Fluminense (Sinditac) Rômulo Lessa, disse no início da tarde desta terça-feira que os caminhoneiros são "aliados da sociedade" e pediu a compreensão dos motoristas que estão sendo prejudicados pelo fechamento parcial da Via Dutra, que chega ao terceiro dia:

- Somos a favor da regulamentação da profissão, mas de forma que não prejudique os motoristas autônomos. A nova lei federal impede a maior parte dos caminhoneiros de trabalhar, praticamente exige que eles se transformem em empresas. Somos aliados da sociedade e pedimos um pouco de paciência. O transtorno vai acabar.

O protesto dos caminhoneiros em greve, que já dura três dias na Via Dutra (BR-116), voltou a fechar o sentido Rio da rodovia na altura de Barra Mansa por volta das 11h desta segunda-feira. Mas a faixa esquerda da via foi liberada, no início da tarde desta terça-feira. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o bloqueio completo da Dutra, na altura de Barra Mansa, ocorreu porque os grevistas teriam cortado as mangueiras de ar de três caminhões que tentaram forçar a passagem pela única faixa que estava liberada, imobilizando-os. Com isso, os caminhões tiveram que ser retirados do local por reboques da CCR, concessionária que administra a via.

O congestionamento na rodovia chega a 19 quilômetros no sentido Rio, e a 12 quilômetros para quem segue rumo a São Paulo. É a segunda vez em dois dias que o sentido Rio da rodovia é fechado pelos grevistas. Na segunda-feira, o bloqueio completo na altura de Barra Mansa começou às 4h, e uma faixa foi liberada apenas para carros e ônibus por volta das 10h, quando o congestionamento no trecho já tinha 20 quilômetros.

Outro grupo de manifestantes ocupa o acostamento da Rodovia Washington Luiz (BR-040) na altura da Reduc, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo a Concer, concessionária que administra a BR-040, os caminhoneiros chegaram a fechar a pista para o Rio por 10 minutos, mas, com a intervenção da PM, recuaram para ocupar apenas o acostamento.

Por causa do protesto, a Washington Luiz ainda apresenta trânsito intenso no início da tarde, em Duque de Caxias, altura do KM 112, na pista sentido Rio. 

Somente três caminhões e dois carros de passeio que dão apoio ao movimento da categoria permanecem no acostamento da rodovia. Na descida da Serra de Petrópolis, o motorista deve redobrar a atenção nos KMs 85 e 86, nas imediações do Túnel do Ouriço, devido a interdições parciais do trecho.

Greve afeta abastecimento de alimentos na Ceasa e faz empresas dispensarem funcionários

Repórteres do GLOBO notaram que itens como limão, laranja e batata já estão em falta na Ceasa. Os boxes que vendem estes produtos até fecharam mais cedo nesta terça-feira. Os preços desses artigos também aumentaram. Segundo comerciantes, o saco de laranja, que antes da greve era vendido a R$ 17, estava sendo vendido a R$ 25. A maior alta de preço foi o da batata: segundo comerciantes, o saco de 50 quilos custava entre R$ 35 e R$ 40, mas subiu para R$ 110, podendo chegar a até R$ 130. Alguns donos de boxes não recebem produtos desde sábado.

Nesta segunda-feira, o presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio (Acegri), Waldir Lemos, disse que, dos 60 caminhões carregados de batatas, oriundos de São Paulo e do Paraná, esperados na Ceasa na própria segunda, apenas dez conseguiram passar pelo bloqueio na rodovia. O reflexo nos preços, diz ele, é inevitável:

- Os caminhões estão presos em Barra Mansa. Por isso, os legumes não serão vendidos no preço padrão. A batata, que normalmente custa R$ 40 a saca, começou ser vendida a R$ 100. Essa diferença será repassada ao consumidor - afirmou Lemos.

A PSA Peugeot Cintroën informou através da sua assessoria que para manter o bem estar dos funcionários cancelou os turnos de produção da manhã e tarde desta terça-feira. A empresa fica em Porto Real. A Man Latin América, que fabrica ônibus e caminhões, em Resende, já tinha dispensado, desde ontem, seus funcionários.

Clima é tensão na rodovia; equipe do GLOBO foi ameaçada
O clima é de tensão no protesto dos caminhoneiros que, pelo terceiro dia consecutivo, bloqueiam a Rodovia Presidente Dutra. Nesta terça-feira, apenas uma faixa em cada sentido da via amanheceu liberada ao tráfego de carros e ônibus, na altura de Barra Mansa, Porto Real, Resende e na Serra das Araras. 

Os manifestantes estão usando pedras e pedaços de pau para intimidar os profissionais que tentam furar a greve. Equipes de reportagem que cobrem a manifestação também estão sendo alvos de ameaças. No início da manhã desta terça, jornalistas do GLOBO foram obrigados a recuar após um piqueteiro ameaçar quebrar o equipamento do fotógrafo, caso ele insistisse em fazer imagens no local. Há poucos policiais neste trecho da Dutra, e alguns caminhoneiros alegam que precisam passar, pois transportam cargas perecíveis.

- Sai de São Paulo na madrugada de segunda, por volta de 1h, com um carregamento de placas de grama que deveriam ser colocadas em um condomínio na Barra da Tijuca. Agora já era, perdi tudo. Estragou - disse o caminhoneiro Sidney Martins.

A jornalista Claúdia Moura da Rádio do Comércio, de Barra Mansa, também conta ter sido agredida verbalmente por alguns manifestantes. Segundo ela, durante a manhã teria se aproximado de um grupo de caminhoneiros que conversava com um policial rodoviário federal e, quando pegou o seu equipamento para gravar a entrevista com ele, os manifestantes passaram a xingá-la.

A Policia Rodoviária Federal admitiu que a situação está fora de controle e que há poucos homens para fazer a segurança. Em vários trechos, o trabalho dos policiais já não é para liberar a rodovia, mas sim manter aberta a única faixa pela qual os grevistas permitem a passagem de carros e ônibus. O policial rodoviário federal, Sérgio Ferreira, chama a atenção para o alto nível de estresse dos caminhoneiros que protestam na Dutra:

- Eles já estão sem ter o que comer e beber. Isso aumenta o nível de estresse deles, que já começam a reagir com violência. Por isso, agentes da PRF tentam resolver o problema amigavelmente, porque se fomos usar a força, esses caminhoneiros partirão para o confronto. A situação é caótica e está sem controle. Um barril de pólvora a ponto de explodir. Observamos muitos motoristas irritados. A esperança é de que essa manifestação termine após a reunião que representantes da comissão de greve terá com o ministro dos Transportes, em Brasília.

Na Via Dutra, 20 agentes da PRF fiscalizam os locais das barreiras. Nesta terça-feira, eles receberam apoio de outros inspetores que vieram na capital fluminense.

- Têm policiais rodoviários federais trabalhando direto, 24 horas por dia – informou Ferreira.

Duas faixas foram liberadas durante a tarde de segunda-feira, após negociações da PRF com líderes do movimento. Por volta das 3h desta terça, mais uma faixa voltou a ser bloqueada. Os grevistas têm quatro pontos diferentes de bloqueio na via. No sentido Rio, ocorre no trecho de Resende (KM 302) a Barra Mansa (KM 273), e para São Paulo, a via está parcialmente interditada na altura da Serra das Araras (KM 228).

Na segunda-feira, tentativas de furar o bloqueio resultaram em agressões e em um acidente. Um caminhoneiro teria ameaçado com um facão um colega que tentou passar com o caminhão pelos grevistas que bloqueavam a estrada na altura do bairro de Vila Ursulino, em Barra Mansa (a Dutra corta a cidade). O agressor teria fugido quando notou que estava sendo filmado por uma emissora de TV local. Um outro caminhoneiro que tentou escapar do bloqueio caiu com o seu caminhão numa vala na lateral da estrada. Ele, que ficou ferido, foi encaminhado ao Hospital de Emergência de Resende.

Ministro terá reunião com grevistas nesta terça

O impasse entre caminhoneiros e o governo federal que levou a categoria a parar a rodovia fez acender o sinal amarelo em Brasília. Preocupado com o aumento do número de manifestações, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, receberá a categoria nesta terça-feira para discutir a pauta de reivindicações e estudar uma saída para a crise.

No início da tarde, o ministro conversará com representantes da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), contrária à greve dos transportadores de carga. Para a entidade, que considera que o governo tem se mostrado sensível aos pedidos do setor, a paralisação representa um retrocesso. Às 16h, Passos conversará também com membros do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que convocou entidades de caminhoneiros autônomos em todo o país e deu inicio à mobilização na última quarta-feira, dia de São Cristóvão, padroeiro da categoria.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos, Francisco de Bitencourt Ferreira, os caminhoneiros protestam contra a Lei 12.619, de 30 abril de 2012, que regulamenta a jornada de trabalho da categoria. A norma obriga o trabalhador a ter descanso de onze horas entre duas jornadas de trabalho, uma hora por dia de parada para almoço e repouso de 30 minutos a cada quatro horas rodadas, além de limitar a jornada a oito horas diárias. Se não cumprirem esta carga horária, os motoristas podem ser multados pela Polícia Rodoviária Federal.

Bittencourt, que embarcou nesta terça-feira no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, para participar da reunião às 13 horas, com o ministro dos Transportes, Paulo Passos, em Brasília, afirma que seis mil caminhões participam do protesto no trecho.

O GLOBO

Márcio Thomaz Bastos deixa defesa de Carlinhos Cachoeira



A equipe do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos deixa de responder pela defesa do contraventor Carlos Agusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Nesta terça-feira, 31, todos os advogados vão sair do caso oficialmente. Eles não explicaram o motivo da decisão.
Cachoeira é acusado de liderar esquema de jogos ilegais e foi preso em fevereiro deste ano pela Polícia Federal, durante as investigações da Operação Monte Carlo. Nessa segunda-feira, a noiva do contraventor, Andressa Mendonça, foi detida acusada de tentar chantager o juiz federal responsável pelo julgamento do processo que envolve Cachoeira na Justiça de Goiás.
Ao jornal Folha de S.Paulo, uma das advogadas integrantes da equipe, Dora Cavalcanti, afirmou que o acordo era participar da defesa até a audiência da semana passada. Na ocasião, o contraventor se recusou a responder as perguntas do juiz Alderico dos Santos. Durante o seu depoimento, usou o tempo de defesa para fazer declarações de amor a Andressa Mendonça, que acompanhava o depoimento na primeira fileira.
Durante o tempo em que comandou a defesa, Márcio Thomaz Bastos fez repetidos pedidos para libertar o contraventor e tentou anular as provas obtidas contra o cliente. O advogado também o acompanhou na ida à CPI que investiga as relações do grupo do contraventor com agentes públicos. Na ocasião, Cachoeira também ficou em silêncio.
ESTADÃO

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Empresas têm maior inadimplência no semestre desde 2009



SÃO PAULO - A inadimplência das empresas recuou 5,7% em junho ante maio deste ano, mas a alta no acumulado do primeiro semestre é a maior para o período desde 2009. Comparando os primeiros seis meses de 2012 com igual período de 2011, o indicador de inadimplência de pessoas jurídicas aumentou 16,5%. No acumulado do semestre em 2009, a alta registrada havia sido de 35,8%. Na comparação de junho de 2012 com igual mês de 2011, a alta foi de 11,4%. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira pela Serasa Experian.
De acordo com avaliação da empresa, grande parte dos negócios de médio e pequeno portes trabalha com varejo e setor de serviços e depende do comportamento dos consumidores. Assim, uma melhora no índice de inadimplência do consumidor pode ter consequência rápida no indicador das empresas, o que explicaria o recuo na comparação mensal. Além disso, a Serasa Experian ressalta que a base de comparação de maio era bastante elevada (com alta de 9,4%) e junho teve menor quantidade de dias úteis.
Entre as razões apontadas para o resultado do semestre, estão a baixa atividade econômica registrada no ano, as taxas de inadimplência do consumidor e de empresas clientes, a dificuldade para exportar e a maior seletividade na concessão de linhas de crédito. Os economistas da empresa avaliam que o cenário deve melhorar gradualmente, com a expectativa de recuperação da atividade nacional a partir do último trimestre deste ano.
No primeiro semestre do ano, a inadimplência nas dívidas bancárias cresceu 23,9% ante igual período do ano passado. Na sequência, os protestos aumentaram 19%, seguidos por dívidas não bancárias (18,9%) e cheques devolvidos por falta de fundos (3,7%). As dívidas não bancárias contribuíram, sozinhas, com 6,1 pontos porcentuais para o aumento do indicador geral das empresas.
O valor médio das dívidas não bancárias no primeiro semestre do ano aumentou 4,3% ante igual período de 2011. Entre as dívidas não bancárias, são considerados os pagamentos a fornecedores, cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços. As dívidas com banco tiveram valor médio de R$ 5.293,25, aumento de 5,5% na comparação com igual período de 2011.
A alta no valor médio dos títulos protestados foi a maior entre os vários tipos de dívida e chegou a 10,9% no primeiro semestre deste ano, com média de R$ 1.932,23. Cheques sem fundos tiveram aumento de 6,7% no valor médio ante o mesmo período de 2011, chegando a R$ 2.203,03.
ESTADÃO

Principal diplomata sírio deserta em Londres



LONDRES - Khaled al-Ayoubi, o principal diplomata sírio em Londres, desertou nesta segunda-feira, 30, afirmando que não pode mais representar o regime de Bashar Assad em razão dos atos violentos cometidos pelo regime, informou o Ministério de Relações Exteriores britânico.
A chancelaria britânica disse que o agente diplomático "nos disse que não deseja mais representar um regime que está comprometido com atos tão violentos e opressivos contra seu próprio povo". A saída do diplomata representa um grande golpe para o regime de presidente sírio, Bashar Assad. Al-Ayoubi juntou-se ao serviço diplomático da Síria em 2001. O primeiro trabalho dele foi como cônsul na Grécia, entre 2003 e 2008.
DOW JONES/AE/ESTADÃO

sábado, 28 de julho de 2012

Forças do governo da Síria lançam ataque a Aleppo


Forças do governo da Síria lançaram ataques neste sábado por terra e ar contra rebeldes em partes da cidade de Aleppo, segundo ativistas.
O repórter da BBC Ian Pannell, que está em Aleppo, disse ter visto combates - com rebeldes feridos e mortos.
Rebeldes que lutam com o Exército Síria Livre disseram ter repelido uma incursão do Exército por terra e destruído tanques, mas não ha como verificar a informação de forma independente.
Nações ocidentais já afirmaram temer um massacre em Aleppo, a cidade mais populosa da Síria.
BBC BRASIL

Universitária morre depois de esperar leito do SUS por 3 dias



ARAÇATUBA - Uma universitária morreu nessa quinta-feira, 26, enquanto esperava por um leito do Sistema Único de Saúde (SUS) no Pronto-Socorro Central de Bauru (PSC), no interior de São Paulo. Dryelli Carla Alves de Brito, de 22 anos, aguardava a internação para tratamento de colecistite aguda calculosa (inflamação e cálculos na vesícula). Outras 47 pessoas também estavam na fila.

A estudante deu entrada no sistema no dia 22, num posto de saúde de bairro, e esperava a internação deitada numa maca no corredor do PSC. No dia 24, seu estado se agravou, mas quando conseguiram a transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Promissão, cidade a 122 quilômetros de Bauru, já era tarde. A moça morreu sem que fosse transferida.

Este não é o único caso registrado na cidade nesta semana: na última segunda-feira, 23, o aposentado Antonio Toledo, de 76 anos, morreu depois de aguardar por quatro dias uma vaga numa UTI. Ele entrou no sistema no dia 19 com sintomas de síndrome respiratória grave e morreu no dia 23, sem que a vaga fosse disponibilizada.

Responsabilidades e acusações. As mortes ocorrem há mais de um ano. Entre maio e junho do ano passado, 30 pessoas morreram enquanto esperavam, improvisadas no PSC, por vagas de internação. As autoridades de saúde trocam acusações. O município diz que o Governo do Estado não consegue disponibilizar as vagas no tempo necessário e a Secretaria da Saúde nega qualquer responsabilidade pelas mortes, afirmando que o município não faz os pedidos corretamente.

O diretor do PSC, Luiz Antônio Sabbag, disse que outras mortes já ocorreram e novas deverão acontecer devido ao mesmo problema. Nesta sexta-feira, 25 pessoas aguardavam por internações sem que houvesse leitos para todas elas.

ESTADÃO

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Chile apura mais de 200 denúncias de pedofilia em escolas de Santiago


SANTIAGO - O procurador-geral do Chile, Sabas Chahuán, anunciou no fim desta quinta-feira que autoridades estão investigando ao menos 200 denúncias de abuso sexual contra menores em mais de 120 instituições de ensino na região metropolitana de Santiago. Segundo Chahuán, 40% dos casos envolvem colégios na zona leste da cidade, considerada a mais abastada da capital. As acusações chegaram até a jardins de infância e a diretora do colégio Apoquindo, instituição religiosa só de meninas, renunciou ao cargo após onda de denúncias.

- Estamos investigando mais de 120 colégios na região metropolitana de Santiago. Peço que não haja alarde público - disse o procurador. - Devemos investigar com rigor essas denúncias. Se o responsável é um religioso, um civil ou um militar, não faz diferença. O que interessa é que se puna o delito - defendeu Chahuán.

O procurador não informou se as escolas apuradas são religiosas, ou não. Na escola Apoquindo, a diretora María Eugenia Gandarillas renunciou ao cargo após a pressão de denúncias relacionadas a crimes cometidos dentro da instituição. Em nota após a saída de María Eugenia, o colégio diz que “por causa dos últimos acontecimentos - de conhecimento público - e a responsabilidade de fortalecer o colégio e sua continuidade” é necessário “acelerar o caminho de transição e adiantar o que estava agendado para se concretizar a longo prazo”, em referência à posse adiantada da nova diretora, Daniela del Valle.

Outras escolas investigadas e destacadas pela imprensa chilena são os colégios Cumbres e SEK e as pré-escolas Hijitus de la Aurora e Sunflowers Garden. Segundo o último relatório do Ministério Público do Chile, houve um aumento de 22% nos casos de abusos sexuais contra menores de 14 anos no primeiro semestre de 2012, em relação ao período anterior no país.

Religioso é acusado de abuso sexual

Na quarta-feira, o sacerdote de origem irlandesa John O'Reilly foi suspenso do colégio onde trabalhava como conselheiro espiritual, em Santiago, após denúncias de pais de uma aluna que o acusam de ter abusado da menina. Ele negou as acusações e descreveu o caso como “lamentável erro”. No mesmo dia, o arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, pediu a abertura de uma investigação da Igreja sobre o assunto e suspendeu a participação de O'Reilly da vida religiosa até que o caso seja esclarecido.

Não é o primeiro caso de denúncias de abuso contra religiosos católicos no Chile. Cristián Precht, sacerdote católico que ficou famoso por lutar pelos direitos humanos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) também foi alvo de acusações de incidentes ocorridos durante a década de 80. Em 28 de junho deste ano, a Igreja Católica no Chile considerou ‘verossímeis’ as acusações contra Precht, e enviou o caso para o Vaticano. A polícia continua investigando caso.

O GLOBO

Após R$ 29 bilhões e polêmicas, Londres abre sua 3ª Olimpíada em clima de festa


Depois de sete anos de planejamento e trabalho árduo, gastos de mais de 9 bilhões de libras (R$ 29 bilhões) e acirradas polêmicas sobre segurança e transporte, a maratona de preparação da terceira Olimpíada com sede em Londres será concluída hoje, em uma espetacular cerimônia de abertura assistida por mais de um bilhão de pessoas em todo o globo.
O resultado de todos esses esforços será colocado à prova a partir desta noite (ou desta tarde, em Brasília) e nos próximos 16 dias, quando mais de 10 mil atletas representantes da nata do esporte mundial competirão em cerca de 300 eventos esportivos, representando 205 países.
A cidade-sede dos Jogos já está em clima de festa - com as ruas enfeitadas com bandeiras dos países participantes e apinhadas de turistas, celebridades, atletas e suas delegações. Desde quarta-feira, algumas partidas de futebol já vêm sendo realizadas - porque a competição exige um calendário maior do que os 16 dias dos jogos.
Calcula-se que centenas de milhares de visitantes passem por Londres para acompanhar as competições e participar dos eventos culturais e sociais realizados em toda a cidade para celebrar a Olimpíada - festivais de teatro, shows de música, performances de dança, exposições e toda a sorte de festas.
Nesta sexta-feira, por exemplo, grupos como Snow Patrol, Stereophonics e Duran Duran fazem um show para dezenas de milhares de pessoas no Hyde Park.
As atenções do mundo estão voltadas para Londres nesse momento - mas as do Brasil em especial, já que o país está envolvido em sua própria corrida para se preparar para a Olimpíada de 2016 e espera "aprender" com os erros e acertos britânicos.
Algumas poucas competições, como vela e remo, ocorrerão em outras cidades, mas o grosso do evento se concentrará na capital. Só no Parque Olímpico, são esperados 250 mil visitantes todos os dias. Em alguns parques da cidade, telões foram instalados para permitir que os visitantes e habitantes de Londres acompanhem os eventos esportivos.
Um total de 8 milhões de ingressos foram colocados à venda para as competições, mas enquanto os mais concorridos - para modalidades esportivas mais populares ou mais baratos - acabaram em um piscar de olhos, o medo dos organizadores é que alguns eventos fiquem com as arquibancadas vazias.

Cerimônia de abertura

Os ingressos para a cerimônia de abertura de hoje foram os mais disputados - principalmente os que custavam menos de 1.000 libras (R$ 3.170). Cerca de 80 mil pessoas verão o show de perto. Algumas, chegaram a pagar 2.012 de libras (R$ 6.300) para garantir o privilégio.
Os detalhes do espetáculo, que começa às 21h locais (17h de Brasília), têm sido guardados como segredo de Estado.
De acordo com o que já foi divulgado pelo Comitê Organizador das Olimpíadas, o show contará com 10 mil figurantes e reproduzirá no Estádio Olímpico uma paisagem rural tradicional da Grã-Bretanha. Seu tema central será a terra que se renova após uma fase industrial.
O cenário incluirá "nuvens" suspensas por cabos de aço sobre o estádio, árvores de verdade, rios, campos, famílias fazendo piqueniques e pessoas praticando esportes em áreas verdes, além de agricultores cultivando o solo.
Ovelhas, cavalos, vacas, cabras, galinhas, patos, gansos e cachorros devem fazer parte da performance, que teria sido inspirada na obra A Tempestade, de William Shakespeare.
Uma das dúvidas que pairam sobre o evento é precisamente como o seu diretor - o cineasta Danny Boyle (que assinou os filmes Quem Quer Ser Milionário e Trainspotting) - fará para sincronizar a ação desse "elenco animal", além da movimentação dos milhares de figurantes, incluindo 900 crianças.

Polêmicas

Desde que foi anunciado que a Olimpíada de 2012 seria em Londres, em 2005, o planejamento e a organização dos Jogos despertaram uma série de polêmicas na Grã-Bretanha.
Com o país mergulhado em sua pior crise econômica em 50 anos e o governo cortando postos de trabalho e benefícios sociais, era previsível que uma dessas polêmicas se centrasse na questão do custo do evento.
A expectativa inicial do governo britânico era gastar 2,3 bilhões de libras (R$ 7,3 bilhões). Ou seja, menos de um terço do que foi desembolsado no final. Só a cerimônia de abertura custou 27 milhões de libras (R$ 85 milhões).
Nas últimas semanas, funcionários do setor de transporte e da agência de imigração vinham ameaçando fazer greve durante os jogos. O objetivo era pressionar o governo a aceitar melhorias em suas condições de trabalho e benefícios, agora que as atenções internacionais estão voltadas para Londres.
Outras polêmicas envolveram a questão da segurança. A empresa contratada pelo governo britânico para cuidar do tema - a G4S - não conseguiu contratar um número suficiente de agentes privados para fazer a segurança dos Jogos.
Na última hora, o governo foi obrigado a mobilizar 3.500 soldados adicionais para trabalhar durante o evento - muitos dos quais estavam no Afeganistão.

Transportes

Também é verdade que nem todos os moradores de Londres estão tão entusiasmados com a Olimpíada. Uma das principais reclamações é que a chegada de tantos visitantes tende a sobrecarregar os meios de transporte da cidade.
As linhas centrais do metrô já estão lotadas - e a situação deve piorar a partir de hoje. Nas estações de trem, os usuários de transporte público recebem panfletos que os aconselham a ir à pé ao trabalho ou fazer turismo "andando".
Também causou polêmica a delimitação de faixas de trânsito exclusivas para a "família olímpica". Um total de 50 quilômetros de vias exclusivas foram reservados para VIPs, atletas, jornalistas, patrocinadores e organizadores dos Jogos.
Para o resto dos moradores da cidade, sobraram imensos congestionamentos.
BBC BRASIL

Até 2016, todos os celulares do Brasil terão 9 dígitos, diz Telebrasil



A partir de 29 de julho, os números de celular da capital paulista e de mais 63 cidades em seu entorno ganharão um 9 à esquerda. No post anterior do Radar Tecnológico, um leitor perguntou: “Por que não o 9 para o Brasil todo?”.
São Paulo e sua região metropolitana serão as primeiras áreas a adotarem o nono dígito porque a demanda por novos chips está quase equivalente a capacidade de oferta de linhas. São 42 milhões de chips em uso ou prontos para a venda na área 11 hoje. E o limite — até onde as combinações de números com oito dígitos são possíveis — é de 44 milhões de chips.
Acrescentar o 9, portanto, é uma medida que pretende resolver o problema enfrentado na Grande São Paulo. Mas ela não será adotada apenas no Estado de São Paulo. “Até 2016, todos (no Brasil) vão ganhar um novo dígito”, diz Eduardo Levy, conselheiro da Telebrasil, associação que reúne empresas de telecomunicação.
-

Ele explica que a decisão de adicionar o 9 aos números locais leva em conta as necessidades futuras também dos outros Estados do Brasil. Dessa forma, para ele, criar a área tarifária 10 para as cidades vizinhas a São Paulo (medida defendida pela Associação de Engenheiros de Telecomunicação) seria não enxergar o País. Não só o 10, como o 20, o 30 e os outros códigos próximos aos DDDs da capitais teriam de estar disponíveis. O 10 poderia trazer menos problemas para São Paulo, mas não resolveria o problema do País, diz Levy.

Qualidade
Acrescentar o nono dígito provocará o aumento da oferta de linhas justamente no momento em que as operadoras enfrentam a punição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O órgão suspendeu as vendas de chips pelas operadoras em razão das reclamações de consumidores sobre os serviços prestados.
Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o problema não é aprovar o nono dígito. O que tem de ser verificado, segundo a advogada Veridiana Alimonti, do Idec, é se a medida está sendo adotada juntamente com ações que tenham em vista a melhoria da qualidade dos serviços prestados.
Além da interrupção ou falhas nas chamadas de voz, o atendimento inadequado ao número crescente de usuários continua a ser um problema permanente, lembra ela. “E não é por que a empresa tem muito cliente que é justificável a prestação de um serviço ruim”. Cobrança indevida e omissão de informações, como o término de promoções no momento da contratação, estão entre as principais queixas, segundo o Idec.
Para Veridiana, as operadoras têm também de calcular se elas conseguem atender todos aqueles consumidores que elas estão atraindo com promoções que, inclusive, nem sempre são tão boas como anunciadas. Neste momento, a Anatel exige das operadoras planos de investimentos para os próximos dois anos. “É preciso verificar se os planos que elas vão apresentar são coerentes com todos os problemas enfrentados”, diz a advogada.
A Anatel informou na quinta-feira que os planos de investimentos das operadoras serão colocados na internet para que a população possa acompanhar se o cronograma traçado está sendo cumprido.
ESTADÃO

Incêndio destrói ao menos 100 moradias em favela na zona oeste de São Paulo


São Paulo, 27 - Pelo menos 100 moradias das 320 que existem na Favela da Vila Humaitá, na zona oeste de São Paulo, foram destruídas por um incêndio no começo da manhã desta sexta-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo teve início às 4h na comunidade próxima da Avenida Engenheiro Roberto Zuccolo, na região da Vila Leopoldina, perto do Cebolão, no encontro entre as marginais Pinheiros e Tietê.

De acordo com os bombeiros, 20 equipes trabalharam no local e, apesar do tamanho do incêndio, ninguém ficou ferido. A operação de rescaldo foi iniciada às 6h.

Moradores com casas mais distantes do local onde as chamas começaram foram alertados a tempo de remover botijões de gás, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, que trabalharam com até 20 equipes no local, o incêndio formou labaredas altas que atingiram uma grande extensão da comunidade, edificada ao lado de um córrego, próximo ao Cebolão, no encontro entre as duas marginais, do Tietê e do Pinheiros.

Segundo o tenente Paulo Henrique do Corpo de Bombeiros, "a informação que nos chegou é que um morador chegou em casa por volta de 3h45 e o fogo começou quando ele usou o fogão".

Segundo a Defesa Civil, aproximadamente 400 pessoas foram atingidas pelo incêndio e as famílias recebem assistência.

ESTADÃO

quinta-feira, 26 de julho de 2012

PM 'matou mais' antes de ser alvo de onda recente de ataques em São Paulo


O número de suspeitos mortos pela Polícia Militar de São Paulo subiu 44% em maio - o mês que antecedeu uma onda de violência contra policiais em junho, na qual oito PMs foram mortos, cinco bases atacadas a tiros e 15 ônibus queimados na Grande São Paulo.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, uma explicação possível para esse cenário é que a onda de violência contra policiais seja uma retaliação do crime organizado ao aumento da letalidade da Polícia Militar.
Segundo dados da Ouvidoria da Polícia, 36 pessoas foram mortas por mês pela PM entre fevereiro e abril. Em maio, o índice saltou para 52 casos (alta de 44%). Depois, voltou a cair em junho (29 casos) - o mês em que os policiais foram atacados.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, a alta do mês de maio foi de 13%.
Os números se referem a casos de "resistência seguida de morte", ou seja, suspeitos mortos após supostamente terem tentado reagir à prisão.
Todos os policiais militares vítimas da onda de violência em junho foram mortos quando estavam fora do serviço. Segundo a Ouvidoria da Polícia, foram registradas dez mortes de PMs nessa condição, contra seis no mês de maio.
Dados divulgados na quarta-feira pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo mostram ainda que em meio a essa escalada da violência entre policiais militares e criminosos, o número de vítimas de homicídios no Estado aumentou 33% no mês de junho.
Foram 434 pessoas mortas em junho deste ano contra 324 no mesmo período do ano passado. Esse número não inclui casos de homicídios nos quais policiais figuram como autores ou vítimas. Porém, pode englobar assassinatos ainda não esclarecidos nos quais pode haver envolvimento de agentes da lei.
Uma das práticas adotadas por alguns grupos de policiais militares desonestos em São Paulo é formar esquadrões de extermínio para realizar execuções extrajudiciais.
A maioria dos alvos são supostos traficantes usuários de drogas que atuam em bairros periféricos. Os policiais agem sem farda e mascarados, para dificultar sua eventual identificação.
A Polícia Civil já identificou ao menos três grupos como esses, que atuavam nas zonas norte e leste de São Paulo e também na cidade de Guarulhos.
A ação mais recente de grupos desse tipo pode ter ocorrido em 12 de julho em Osasco, na Grande São Paulo. Segundo o delegado local, oito pessoas foram assassinadas a tiros por homens mascarados em um carro e uma moto. Ele identificou "fortes indícios" de envolvimento de policiais militares no caso.

PM X PCC

Em declarações feitas entre junho e julho o governo paulista negou a existência de uma relação direta entre a suposta violência da PM e os ataques praticados contra policiais.
Setores de inteligência das polícias civil e militar investigam se a onda de violência contra a PM foi resultado de rixas entre traficantes de drogas e policiais ou uma ação planejada pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
No fim de maio, o conflito entre a PM e o PCC se intensificou após a Rota - unidade de elite da corporação - matar seis integrantes da facção que planejavam resgatar um detento. Um deles teria sobrevivido ao tiroteio inicial e sido supostamente executado a tiros pelos PMs no caminho para o hospital, segundo um delegado do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).
Segundo Martim de Almeida Sampaio, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), é possível interpretar a onda de violência contra PMs como uma retaliação às ações duras da corporação.
Para o ouvidor da polícia, Luiz Gonzaga Dantas, o pico no número de assassinatos cometidos pela PM pouco antes do início da onda de violência contra policiais pode ser uma coincidência.
Porém, ele diz não ser possível descartar a hipótese de retaliação do crime organizado.
"No momento em que policiais agem fora da lei há uma represália da parte do crime, que é o que pode ser que tenha havido nesses momentos em que a gente observa ataques de um lado e ataques de outro", afirmou Dantas.
Uma carta apreendida com uma liderança do PCC que cumpre pena no sistema prisional reforça a hipótese de retaliação do PCC.
Nela, o condenado Roberto Soriano prega a violência contra a PM após se dizer insatisfeito com uma ação da Rota.

Eleições

Segundo Sampaio, em anos eleitorais como 2012 as autoridades do governo tendem a fazer "vistas grossas" para o tema da letalidade policial, pois a classe média tenderia a acreditar que policiais mais violentos são mais eficientes.
"A polícia mais dura, infelizmente, dá mais votos no Brasil. Os políticos olham (para o assunto) com tolerância. É o caso de São Paulo", disse.
Já na opinião de Melina Risso, diretora do Instituto Sou da Paz, é difícil fazer uma relação direta entre votos e a violência policial. "A gente observa uma preocupação e uma cautela do ponto de vista da classe política de assumir a responsabilidade em relação à segurança pública. Segurança é um tema muito sensível, qualquer caso de grande repercussão chama a atenção de forma bastante negativa", disse.
Segundo ela, o discurso de apologia à polícia que mata não tem mais espaço na discussão eleitoral, porém autoridades do governo falham ao não condenar publicamente os assassinatos cometidos por policiais.
"Quando é um caso de claro equívoco como o do publicitário (Ricardo Prudente de Aquino, assassinado a tiros em seu carro ao não obedecer uma ordem de parada da PM na semana passada) todos se manifestam, mas deveriam se manifestar em todas as ocorrências que resultam em morte", disse.
Segundo ela, como as cúpulas da segurança pública e do governo não fazem manifestações claras de reprovação à violência da PM, os policiais militares ficam com uma sensação de que "está tudo bem" quando um caso acaba em morte.
Ela cita como exemplo de mensagem simbólica negativa, dada pela cúpula da segurança pública paulista, a nomeação para o comando da Rota do coronel Salvador Modesto Madia, um dos réus do processo pelas 111 mortes de detentos no episódio do massacre do Carandiru, em 1992.
Risso diz ainda que a condenação pública da violência policial deve ser acompanhada por melhor treinamento dos policiais e medidas de controle e punição para militares envolvidos em ações de violência.

Outro lado

O governo de Geraldo Alckmin não comentou as declarações dos ativistas. Mas, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou por meio de nota que o índice de letalidade da PM foi reduzido em 5% no primeiro semestre de 2012 em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo a pasta, 241 pessoas foram mortas pela PM nos seis primeiros meses de 2011 e 229 no mesmo período deste ano. O número de feridos, por sua vez, aumentou de 153 para 191 (diferença de 25%).
A Secretaria da Segurança Pública também afirmou que "ao contrário do que se imaginou pelos noticiários, o mês de junho de 2012 apresentou uma redução muito significativa de mortes em relação ao mês de maio: - 44%". Em relação ao mesmo período de 2011, a queda foi de -53%.
A SSP-SP afirmou ainda que 79% das pessoas que participaram de confrontos com as polícias no primeiro semestre não morreram e 30% saíram ilesas.
"São Paulo encerra o semestre com a segunda menor taxa de morte por ocorrência de prisão/apreensão da década: uma morte por 306 prisões e apreensões – taxa superada apenas por 2005 (1/326,8)".

BBC BRASIL