segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

ESTADÃO # A década perdida


MARCO ANTONIO VILLA - O Estado de S.Paulo
A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 foi recebida como um conto de fadas. O País estaria pagando uma dívida social. E o recebedor era um operário.
Operário que tinha somente uma década de trabalho fabril, pois aos 28 anos de idade deu adeus, para sempre, à fábrica. Virou um burocrata sindical. Mesmo assim, de 1972 a 2002 - entre a entrada na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e a eleição presidencial -, portanto, durante 30 anos, usou e abusou do figurino do operário, trabalhador, sofrido. E pior, encontrou respaldo e legitimação por parte da intelectualidade tupiniquim, sempre com um sentimento de culpa não resolvido.
A posse - parte dos gastos paga pelo esquema do pré-mensalão, de acordo com depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público - foi uma consagração. Logo a fantasia cedeu lugar à realidade. A mediocridade da gestão era visível. Como a proposta de governo - chamar de projeto seria um exagero - era inexequível, resolveram manter a economia no mesmo rumo, o que foi reforçado no momento da alta internacional no preço das commodities.
Quando veio a crise internacional, no final de 2008, sem capacidade gerencial e criatividade econômica, abriram o baú da História, procurando encontrar soluções do século 20 para questões do século 21. O velho Estado reapareceu e distribuiu prebendas aos seus favoritos, a sempre voraz burguesia de rapina, tão brasileira como a jabuticaba. Evidentemente que só poderia dar errado. Errado se pensarmos no futuro do País. Quando se esgotou o ciclo de crescimento mundial - como em tantas outras vezes nos últimos três séculos -, o governo ficou, como está até hoje, buscando desesperadamente algum caminho. Sem perder de vista, claro, a eleição de 2014, pois tudo gira em torno da permanência no poder por mais um longo tempo, como profetizou recentemente o sentenciado José Dirceu.
Os bancos e as empresas estatais foram usados como instrumentos de política partidária, em correias de transmissão, para o que chamou o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, de "projeto criminoso de poder", quando do julgamento do mensalão. Os cargos de direção foram loteados entre as diferentes tendências do Partido dos Trabalhadores (PT) e o restante foi entregue à saciedade dos partidos da base aliada no Congresso Nacional. O PT transformou o patrimônio nacional, construído durante décadas, em moeda para obter recursos partidários e pessoais, como ficou demonstrado em vários escândalos durante a década.
O PT era considerado uma novidade na política brasileira. A "novidade" deu vida nova às oligarquias. É muito difícil encontrar nos últimos 50 anos um período tão longo de poder em que os velhos oligarcas tiveram tanto poder como agora. Usaram e abusaram dos recursos públicos e transformaram seus Estados em domínios familiares perpétuos. Esse congelamento da política é o maior obstáculo ao crescimento econômico e ao enfrentamento dos problemas sociais tão conhecidos de todos.
Não será tarefa fácil retirar o PT do poder. Foi criado um sólido bloco de sustentação que - enquanto a economia permitir - satisfaz o topo e a base da pirâmide. Na base, com os programas assistenciais que petrificam a miséria, mas garantem apoio político e algum tipo de satisfação econômica aos que vivem na pobreza absoluta. No topo, atendendo ao grande capital com uma política de cofres abertos, em que tudo pode, basta ser amigo do rei - a rainha é secundária.
A incapacidade da oposição de cumprir o seu papel facilitou em muito o domínio petista. Deu até um grau de eficiência política que o PT nunca teve. E o ano de 2005 foi o ponto de inflexão, quando a oposição, em meio ao escândalo do mensalão, e com a popularidade de Lula atingindo seu nível mais baixo, se omitiu, temendo perturbar a "paz social". Seu principal líder, Fernando Henrique Cardoso, disse que Lula já estava derrotado e bastaria levá-lo nas cordas até o ano seguinte para vencê-lo facilmente nas urnas. Como de hábito, a análise estava absolutamente equivocada. E a tragédia que vivemos é, em grande parte, devida a esse grave erro de 2005. Mas, apesar da oposição digna de uma ópera-bufa, os eleitores nunca deram ao PT, nas eleições presidenciais, uma vitória no primeiro turno.
O PT não esconde o que deseja. Sua direção partidária já ordenou aos milicianos que devem concentrar os seus ataques na imprensa e no Poder Judiciário. São os únicos obstáculos que ainda encontram pelo caminho. E até com ameaças diretas, como a feita na mensagem natalina - natalina, leitores! - de Gilberto Carvalho - ex-seminarista, registre-se - de que "o bicho vai pegar". A tarefa para 2013 é impor na agenda política o controle social da mídia e do Judiciário. Sabem que não será tarefa fácil, porém a simples ameaça pode-se transformar em instrumento de coação. O PT tem ódio das liberdades democráticas. Sabe que elas são o único obstáculo para o seu "projeto histórico". E eles não vão perdoar jamais que a direção petista de 2002 esteja hoje condenada à cadeia.
A década petista terminou. E nada melhor para ilustrar o fracasso do que o crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1%. Foi uma década perdida. Não para os petistas e seus acólitos, claro. Estes enriqueceram, buscaram algum refinamento material e até ficaram "chiques", como a Rosemary Nóvoa de Noronha, sua melhor tradução. Mas o Brasil perdeu.
Poderíamos ter avançado melhorando a gestão pública e enfrentado com eficiência os nossos velhos problemas sociais, aqueles que os marqueteiros exploram a cada dois anos nos períodos eleitorais. Quase nada foi feito - basta citar a tragédia do saneamento básico ou os milhões de analfabetos.
Mas se estagnamos, outros países avançaram. E o Brasil continua a ser, como dizia Monteiro Lobato, "essa coisa inerme e enorme".
MARCO ANTONIO VILLA É HISTORIADOR E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFCAR)
ESTADÃO

Quênia domina prova masculina da São Silvestre; brasileiro fica em quarto


O queniano Edwin Kipsang venceu a prova masculina da São Silvestre na manhã desta segunda-feira, com o tempo de 44min04s. O brasileiro melhor colocado foi Giovani dos Santos, que terminou a prova na quarta colocação.

"Atingi o objetivo, não deu para vencer, mas estou feliz. Não deu dessa vez, mas quem sabe no próximo. Estou trabalhando para isso", disse Giovani após a corrida, em entrevista para a Globo.

A prova teve total domínio do Quênia, que, além da vitória com Kipsang, conseguiu ainda a segunda e terceira colocação, com Joseph Aperumoi (44min14s) e Mark Korir (44min50). Este último liderou parte da corrida, mas perdeu fôlego no fim.

Hafid Chani, do Marrocos, terminou a prova na quinta colocação, com o tempo de 45min54s.

A edição deste ano da São Silvestre foi a primeira com largada pela manhã. A elite feminina largou às 8h40, enquanto a masculina, às 9h. O valor do prêmio também mudou. Passou de R$ 35 mil para R$ 50 mil.

A prova perdeu prestígio e atrai cada vez menos famosos. Muitos atletas da elite da África (continente que faturou 15 dos últimos 21 títulos) não correram neste ano. Foram os casos dos campeões de 2011, a queniana Priscah Jeptoo e o etíope Tariku Bekele. O continente foi representado por seu segundo escalão, mas mesmo assim obteve sucesso.

FOLHA DE S. PAULO

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Site de consulta às notas do Enem cai e deixa alunos frustrados


Durante cerca de 30 minutos do início da tarde desta sexta-feira, 28, o site de divulgação das notas do Enem 2012 - http://sistemasenem2.inep.gov.br/resultadosenem/ - saiu do ar, deixando mais impacientes estudantes que ainda não haviam conseguido conferir o quanto tiraram nas provas. Parte dos candidatos diz que a página apresenta lentidão desde que foi ao ar, nesta manhã, e exibe constantemente a mensagem de "erro inesperado". 
O Ministério da Educação (MEC) reconheceu a possibilidade de lentidão no sistema por conta do alto número de acessos simultâneos. Segundo a pasta, entre 8h40 e 11h pelo menos 500 mil candidatos já haviam visto suas notas. Nesse mesmo período, o número 0800-616161, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), recebeu 3.691 ligações - das quais apenas 6% eram de reclamações contra o sistema. Ainda de acordo com o ministério, o call center do Inep está trabalhando com 200 pessoas, sua capacidade máxima. 
Com a pontuação em mãos, os candidatos podem concorrer a vagas em instituições públicas de ensino superior por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferecerá 129.279 cadeiras no primeiro semestre de 2013. 
As inscrições para o Sisu começam em 7 de janeiro. Para se candidatar às vagas o aluno não pode ter tirado zero na prova de redação do Enem. 
O Enem também permite aos alunos concorrer a bolsas do ProUni e fechar contrato de financiamento com o Fies.
ESTADÃO

Assinada lei que veta adoção de crianças russas nos EUA


O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta sexta-feira uma lei que proíbe norte-americanos de adotar crianças russas, aprovando a legislação menos de 24 horas depois de o projeto ter sido recebido pelo Parlamento.
A lei, que entra em vigor em 1º de janeiro, irritou norte-americanos e russos, que argumentam que a medida prejudica as crianças em retaliação a uma questão política, interrompendo um caminho que costuma impedir que milhares de crianças permaneçam em orfanatos. A hashtag "PutinEatsKids" estava entre as mais replicadas no Twitter minutos após Putin ter assinado a lei.
Putin também disse que a proibição pode ser estendida a outros países, afirmando que a Rússia precisa proteger seus "recursos" populacionais.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que há cerca de 740 mil crianças órfãs na Rússia e apenas cerca de 18 mil russos na lista de espera para adoção.
A lei também impede que dezenas de crianças russas, atualmente em processo de adoção por famílias norte-americanas, deixem o território russo. Os Estados Unidos são o maior destino das crianças russas adotadas. Nas últimas duas décadas, mais de 60 mil delas passaram a fazer parte de famílias por norte-americanos.
A medida tomada por Putin é uma retaliação contra a chamada lei Magnitsky, em homenagem a Sergei Magnitsky, ativista contra a corrupção que morreu em 2009 quando estava numa cadeia russa. A lei norte-americana impõe a proibição de emissão de vistos e sanções financeiras contra autoridades russas e seus familiares supostamente envolvidos em violações aos direitos humanos.
Os Departamento de Estado norte-americanos declarou que lamenta a decisão do Parlamento russo de aprovar a lei, lembrando que isso impede que muitas crianças cresçam com uma família.
O político e defensor dos direitos das crianças Pavel Astakhov disse que 46 meninos e meninas que estão no processo para serem adotados nos Estados Unidos permanecerão da Rússia se a lei entrar em vigor.
Putin acusou as autoridades norte-americanas, afirmando que elas geralmente permitem que seus cidadãos suspeitos de violência contra crianças russas adotadas fiquem impunes.
A aprovação da lei ocorreu após semanas de uma forte campanha nos meios de comunicação e nos canais de televisão controlados pelo Kremlin, criticando os pais adotivos norte-americanos e as agências de adoção que, supostamente, conseguem a liberação das crianças russas por meio de subornos.
Alguns parlamentares afirmaram que algumas das crianças russas foram adotadas por norte-americanos apenas para servirem como doadores de órgãos e brinquedos sexuais, ou ainda bucha de canhão no Exército dos Estados Unidos.
Um porta-voz da igreja ortodoxa russa disse que as crianças adotadas por estrangeiros e criadas fora da igreja não entrarão "no reino de Deus". As informações são da Associated Press e da Dow Jones. 
ESTADÃO

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Escrivão mata tenente do Exército em Alphaville


Uma briga em uma festa de Natal na madrugada de ontem, em Alphaville, em Santana de Parnaíba, acabou com a morte de um militar do Exército. O tenente licenciado Maurílio Figueira Pereira, de 28 anos, foi baleado no abdome por um escrivão da Polícia Civil e morreu no hospital. O agente foi preso em flagrante pela Corregedoria da polícia.
O tenente e o escrivão Bruno Martinez Silveira, também de 28 anos, eram convidados de uma festa no condomínio. Eles discutiram por volta das 4h30 de ontem em uma casa na Alameda Tasmânia. Ainda não se sabe o que causou a discussão entre os dois. Silveira, que está há pouco mais de uma ano na Polícia Civil, teria ido até seu carro, um EcoSport. Ele teria tentado atropelar o tenente licenciado do Exército. Em seguida, sacou sua arma e disparou três vezes.
Ele acertou duas balas no abdome de Pereira e, por acidente, a própria perna. À Corregedoria da Polícia Civil, o escrivão disse que se defendeu depois de ser agredido. Segundo testemunhas, apenas ele estava armado.
Houve pânico entre os convidados da festa, que chegaram a quebrar a cancela do condomínio. Quando a Polícia Militar chegou ao local para atender à ocorrência, os feridos já haviam sido encaminhados para unidades médicas.
Pereira foi levado de helicóptero para o Hospital Alvorada, na zona sul de São Paulo, onde morreu na manhã de ontem. O escrivão foi encaminhado para o Hospital Central de Barueri, onde permanecia internado até a noite de ontem.
Flagrante. Contatado pela Polícia Civil, o Comando Militar do Sudeste informou que o tenente Pereira estava licenciado desde 2011. Em entrevista à TV Globo, o delegado corregedor Bruno Silva Amato afirmou que o escrivão foi autuado em flagrante sob a acusação de homicídio doloso - quando há a intenção de matar. Amato disse que tomou a decisão depois de ouvir testemunhas e recolher as provas do caso do condomínio.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Corregedoria da Polícia Civil foi até o condomínio recolher imagens das câmeras de vídeo que tenham filmado a discussão e os disparos. A perícia também deveria fazer exames residuográficos nos envolvidos para saber se havia vestígios de metais como cobre e chumbo nas mãos de ambos. Os exames devem ficar prontos em um mês.
ESTADÃO

Dona Canô é enterrada em meio a multidão em Santo Amaro


O corpo de Dona Canô foi enterrado às 12h02 (horário de Brasília) desta quarta-feira no cemitério Campo de Caridade, em Santo Amaro (a 67 km de Salvador). Ela morreu ontem (25) aos 105 anos, dez dias depois de sofrer uma isquemia.

Milhares de moradores da cidade acompanharam o sepultamento, que ocorreu logo após missa celebrada na Igreja da Nossa Senhora da Purificação. Foi ali que a mãe dos cantores Caetano Veloso e Maria Bethânia comemorou seu último aniversário, em 16 de setembro.

O corpo foi aplaudido durante o trajeto de cerca de 20 minutos entre a igreja e o enterro. Bethânia, visivelmente uma das mais abatidas, segurou o caixão em todo o percurso.

Toda a família marcou presença, debaixo de sol quente no município em que ela era transcendeu o status de matriarca dos Velloso. "Aqui, Dona Canô não era a mãe de Caetano e Bethânia, mas eles que eram os filhos dela", disse o pedreiro José Santos, 42.


Políticos participaram das solenidades, como o prefeito eleito de Salvador, ACM Neto (DEM), cujo avô era um dos melhores amigos de Dona Canô.

No cemitério, o discurso improvisado foi feito por Clarindo Silva, dono da Cantina da Lua, um dos pontos mais tradicionais do Pelourinho.

FOLHA DE S. PAULO

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Governo estuda criar programa de proteção a jornalistas

A ministra Maria do Rosário afirmou à BBC Brasil que a Secretaria de Direitos Humanos estuda a criação de um programa federal específico para a proteção de jornalistas ameaçados no Brasil.

Nele, os repórteres passariam a receber proteção como já acontece com testemunhas de crimes, adolescentes em risco e defensores de direitos humanos ameaçados.
Nesta quarta-feira, a organização internacional RSF (Repórteres Sem Fronteiras) divulgou relatório que coloca o Brasil entre os cinco países "mais mortais" para jornalistas. Os outros quatro países são Síria, Somália, Paquistão e México.
Segundo a entidade, cinco profissionais foram mortos nesse ano no exercício da profissão no Brasil. No mundo todo, o número de vítimas chegou a 88 – um aumento de 33% em relação ao ano anterior.
"Nós consideramos que a agressão e a perseguição a comunicadores, a jornalistas, pessoas que têm no seu cotidiano a missão da comunicação, é uma agressão à democracia e uma agressão aos direitos humanos e ao Brasil", afirmou a ministra.
Segundo ela, o passo inicial da secretaria em direção à proteção dos jornalistas foi a aprovação no Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de uma resolução que cria um grupo de trabalho para analisar os abusos contra esse profissionais.
Ele será composto por representantes dos ministérios da Justiça e das Comunicações, da Polícia Federal e de entidades de classe que representam jornalistas e blogueiros.
O grupo terá a tarefa de monitorar as investigações sobre os casos e, eventualmente, colocar os profissionais ameaçados em algum programa de proteção já existente – antes da eventual criação de um programa de proteção específico.

Ameaças

Essa força-tarefa foi pensada devido aos recentes assassinatos de jornalistas no Maranhão, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte, e também às ameaças feitas por supostos policiais ao repórter André Caramante, da Folha de S. Paulo.
O jornalista passou a ser perseguido e teve que sair do país por três meses após escrever uma reportagem sobre como Paulo Telhada, o ex-comandante da Rota (uma controversa unidade de elite da polícia paulista) e vereador eleito por São Paulo usava sua página no Facebook para pregar a violência contra suspeitos de crimes.
A defesa do vereador eleito diz que a página foco da reportagem não pertence a ele.
O governo de São Paulo chegou a oferecer ao repórter a oportunidade de entrar em um programa local de proteção.
A proposta não foi aceita por Caramante, pois o obrigaria a fugir para um local secreto e mudar de identidade – o que resultaria na impossibilidade de continuar escrevendo reportagens que denunciam abusos cometidos por maus policiais.
A ministra Maria do Rosário afirmou que não existe atualmente um programa de proteção federal que além de proteger o jornalista, garanta seu direito de continuar informando.
O único programa em vigor que permite à vítima permanecer em seu ambiente de trabalho é o de proteção a defensores de direitos humanos. Mas até agora ele só foi colocado em prática em cidades do interior do país, especialmente com representantes indígenas e quilombolas.
Segundo a ministra, um eventual programa para jornalistas deve garantir a liberdade de expressão de todos os profissionais ameaçados, independente deles defenderem um posicionamento favorável ou contrário aos direitos humanos.
Ela afirmou que o programa não deve ser oneroso nem de difícil implementação.
"O André Caramante é um defensor de direitos humanos. Resolvendo bem (o caso) e assegurando a ele exercer o seu trabalho, nós vamos estar protegendo todos os demais", disse Maria do Rosário.

Ambiente hostil

Segundo o relatório mundial da RSF, em 2012, além dos 88 jornalistas assassinados, foram registrados 879 casos de detenção, 193 de prisão, 1993 de agressão ou ameaça e 38 de sequestro. Além disso, 73 profissionais tiveram que deixar seus países para não serem mortos ou agredidos.
Entre os blogueiros, houve 47 assassinatos e 144 prisões.
Ao colocar o Brasil entre os cinco países mais perigosos para esses profissionais, a RSF citou dois jornalistas mortos por investigar o tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai e dois repórteres blogueiros que investigaram autoridades.
Uma outra pesquisa, o 5º Relatório Nacional sobre Direitos Humanos, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, revelou também nesta quarta-feira que, na década dos anos 2001-2010, 72% dos 219 abusos contra jornalistas partiram de agentes do Estado ou membros do Legislativo.
A maior parte foi cometida por políticos eleitos e funcionários públicos (37% ) e policiais (35%). Os abusos incluem agressão, ameaça e intimidação, homicídio, impedimento da atividade jornalística, lesão corporal em cobertura de risco, lesão corporal grave, sequestro e tortura.
BBC BRASIL

Filha de líder polêmico será 1ª mulher a presidir Coreia do Sul


Park Geun-hye, do partido Saenuri (Nova Fronteira), será a primeira mulher presidente da Coreia do Sul - o país desenvolvido com a maior desigualdade de gêneros, segundo ranking do Fórum Econômico Mundial.
Park, de 60 anos, filha do ex-líder Park Chung-hee (1961-1979), foi eleita na quarta-feira. Quando tinha apenas 22 anos, ela foi empurrada para os holofotes políticos ao se tornar a primeira-dama após o assassinato de sua mãe, em 1974, por um atirador norte-coreano que tentava matar seu pai.
Por cinco anos, Park foi encarregada de receber as esposas de chefes de Estado estrangeiros em visita oficial à Casa Azul, a residência presidencial sul-coreana. Seu pai, que tomou o poder em um golpe militar em 1961, governou o país até ser assassinado por seu próprio chefe do serviço secreto, em 1979.
Alguns comentaristas dizem que a associação com seu pai - e sua experiência como primeira-dama - a ajudou a superar o forte preconceito entre os eleitores do sexo masculino. Mas se Park Chung-hee recebeu boa parte do crédito pelo desenvolvimento acelerado da economia sul-coreana, ele também foi acusado de reprimir fortemente a oposição e de impedir o desenvolvimento da democracia no país.
O legado familiar de Park Geun-hye marca sua carreira política. Em setembro, ela fez um pedido público de desculpas por abusos aos direitos humanos cometidos durante o governo de seu pai. Porém, ela também descreveu o golpe de 1961 como necessário, o que afastou alguns eleitores jovens que esperavam que ela rejeitasse completamente o período de seu pai.
Coreia do Norte 


Formada em engenharia pela Universidade Sogang, de Seul, Park foi eleita pela primeira vez à Assembleia Nacional da Coreia do Sul em 1998. Ela tentou se candidatar pela primeira vez à Presidência em 2007, mas seu partido acabou indicando como candidato Lee Myung-bak, que venceu a eleição.

Solteira - algo que a expôs a comentários críticos na sociedade altamente conservadora do país -, ela é vista como uma pessoa reservada. Muitos esperam que sua ascensão à Presidência ajude a mudar os antigos hábitos patriarcais confucianos que permeiam a sociedade sul-coreana, segundo analistas.
Como parte de sua campanha presidencial, Park prometeu priorizar a "reconciliação nacional" e melhorar a "democracia econômica" e o bem-estar social. Ela também prometeu aumentar a distribuição de renda, reformar os grandes conglomerados do país e trabalhar por um maior engajamento com a Coreia do Norte.
Mas ela é vista como mais cautelosa sobre todos esses temas do que o candidato progressista que ela derrotou, Moon Jae-in. Por isso, alguns analistas avaliam que a nova presidente manterá a linha dura em relação ao regime norte-coreano adotada durante os cinco anos de governo de Lee Myung-bak.
BBC BRASIL/ESTADÃO

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

México prepara santuário para celebrar nova era maia


Trabalhadores estão dando os últimos retoques no chamado "Santuário da Esperança" antes de sua inauguração em Puerto Morelos, perto de Cancun, no sul do México. O monumento foi criado como parte das celebrações do fim do calendário maia de longa duração, em 21 de dezembro, e a chegada de uma nova era, segundo a crença desse povo indígena mesoamericano.
G1

Militar pode ter sido morto por policial durante investigação do caso Rubens Paiva


PORTO ALEGRE - A polícia do Rio Grande do Sul acredita que resolveu o mistério a cerca da morte de um coronel do Exército da reserva que desencadeou a descoberta de documentos sobre o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, em 1971. Na manhã desta terça-feira, 18, agentes da Polícia Civil e oficiais da Brigada Militar cumpriram 14 mandados de busca e quatro de prisão contra suspeitos de terem assassinado Júlio Miguel Molinas Dias, 78 anos, no dia 1º de novembro, quando ele chegava em casa, em Porto Alegre.
São dois policiais militares, a namorada de um deles e um cunhado, envolvidos com assaltos e tráfico de drogas. Segundo as investigações, eles teriam rendido Molinas com o intuito de invadir sua casa e roubar o arsenal que ele mantinha: uma coleção de armas dos mais variados calibres. Durante as investigações, foram encontrados na casa do coronel, no bairro Chácara das Pedras, na zona norte de Porto Alegre, importantes documentos relativos à ditadura militar. Molinas foi chefe do Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) do Rio de Janeiro, no início da década de 1980.
A quadrilha presa nesta terça-feira vinha sendo investigada pela 9ª Delegacia de Polícia por suspeita de assaltos. Ao mesmo tempo, a Corregedoria da Brigada apertava o cerco aos dois soldados, lotados no 11º Batalhão, responsável pelo policiamento do bairro em que Dias morava. A polícia chegou até os suspeitos após obter fragmentos de impressões digitais deixadas no veículo utilizado para render o coronel. As investigações apuraram ainda que, depois de assassinar Dias em frente de casa - ele teria reagido ao assalto -, os soldados fugiram e abandonaram o veículo em uma rua próxima. Dali, rumaram para o batalhão em que trabalham a pé.
Em suas casas foram apreendidas armas, toucas ninjas e roupas que ligam a dupla ao assalto a uma farmácia em que eles foram flagrados por câmeras de monitoramento. Além disso, no batalhão em que estão lotados foram encontradas 20 pedras de crack.
Arquivos históricos. No arquivo que Dias mantinha em casa, chamou a atenção da polícia um ofício datado de 20 de janeiro de 1971 - data da morte de Rubens Paiva -, que contém uma relação de objetos pessoais que estavam com o deputado no momento de seu desaparecimento, como um chaveiro, documentos de identificação, dinheiro, relógio e roupas que ele vestia. O relatório identifica ainda que o deputado chegou ao DOI-Codi naquele dia trazido por uma equipe do Centro de Inteligência da Aeronáutica (CISAer).
O documento contraria a versão dada pelo Exército até então, de que o deputado havia sido sequestrado quando estava a caminho do órgão repressor. Depois que sua residência foi invadida por homens se dizendo da Aeronáutica e que ordenavam que ele os acompanhassem para averiguação, foi concordado que Paiva fosse junto dirigindo seu próprio carro. O veículo, segundo testemunhas da época, foi visto dentro das dependências dos órgãos de segurança - o que na ocasião questionava a tese do sequestro.
Também foi encontrado na residência de Dias uma espécie de relatório escrito de próprio punho, no qual o coronel relata minuto a minuto a repercussão no dia do atentado ao Riocentro, ocorrido em 30 de abril de 1981, como a hora em que foi avisado do incidente, o momento que a imprensa tomou conhecimento, entre outros dados. Ambos os documentos foram entregues para análise da Comissão Nacional da Verdade, em 27 de novembro.
ESTADÃO

domingo, 16 de dezembro de 2012

Atirador forçou entrada na escola, diz polícia


WASHINGTON - Sob o impacto da tragédia de Newtown, a polícia de Connecticut e a imprensa americana passaram o sábado tentando recolher informações sobre Adam Lanza, o autor do assassinato de sua mãe, do massacre de 26 pessoas na escola Sandy Hook e de sua própria morte. Os indícios colhidos até o final da manhã deste sábado, 15, apontavam para uma combinação conhecida em outros episódios trágicos nos Estados Unidos - distúrbio mental e acesso a armas.
A polícia apurou que o atirador forçou sua entrada no prédito, segundo o jornal norte-americano The New York Times. "Esperamos traçar um panorama completo explicando como e por que", disse o tenente J. Paul Vance, porta-voz da Polícia de Connecticut sobre as evidências encontradas no local.
Ele iniciou o massacre na casa dele, que ficava perto da escola, onde matou sua mãe Nancy Lanza com um tiro no rosto, segundo a polícia. Ele então seguiu até a escola primária Sandy Hook usando o carro da mãe e usando roupas de combate, armado com pistolas e rifles semiautomáticos e forçou sua entrada no prédio. Ainda segundo a polícia, Lanza escolheu as vítimas com uma eficiência brutal.
As crianças se esconderam nos armários, banheiros e em cantos das salas de aula, mas o atirador atirou em todas elas. Um bedel correu pelos corredores alertando a todos sobre o atirador e alguém ativou o autofalante da escola, avisando mais pessoas e salvando vidas.
As vítimas já "foram identificadas pelos legistas", mas ainda restam alguns trâmites para que suas identidades sejam divulgadas, afirmou o tenente, em entrevista coletiva. Segundo ele, uma vez que os legistas concluam a parte burocrática de sua tarefa, será divulgada uma lista oficial com os nomes de todas as mortes, incluindo o atirador.
Família
À polícia, Ryan Lanza disse que o irmão, Adam, tinha distúrbios psiquiátricos, informou uma fonte da investigação à agência Associated Press.  O Washington Post trouxe hoje a informação de que a mãe de Adam e sua primeira vítima, Nancy, colecionava armas. O atirador carregava consigo duas pistolas semiautomáticas quando ingressou na escola.
Adam deixou no carro um fuzil e trazia consigo o documento de identidade do irmão, o contador Ryan, quatro anos mais velho, o que provocou a confusão inicial sobre a identidade do atirador. 
De acordo com a imprensa local, Adam teria se formado em 2010 na Newtown High School. Antigos colegas o descreveram como um jovem inteligente, mas inquieto e com poucos amigos.
Vizinhos e colegas de Adam na escola recordaram do antigo colega como um menino tímido, do tipo que não olha nos olhos das pessoas quando fala e de difícil socialização. Mas fazia parte do clube de tecnologia, tinha especial interesse em computadores e era reverenciado como o gênio da classe.
Pânico
No ataque que matou 20 crianças e 7 adultos na escola de Newtown, Adam atirou em alunos de duas salas. De todas as suas vítimas, apenas uma sobreviveu e está internada no Hospital de Danbury. Das crianças mortas, 18 morreram na escola e outras 2 no hospital. O armamento - uma Glock e uma Sig Sauer - e um fuzil Bushmaster 223 estavam registradas em nome da mãe.
Segundo a polícia de Connecticut, todas as vítimas já foram identificadas, mas seus nomes não serão divulgados para preservar a privacidade das famílias.
O ataque
A polícia de Newtown recebeu um chamado de emergência às 9h30 (12h30, no horário de Brasília) da Sandy Hook Elementary School, onde estudam cerca de 630 crianças e adolescentes, segundo o tenente Vance. Uma equipe da Swat foi enviada para reforçar a resposta policial.
A chegada da polícia permitiu a retirada da escola das crianças em pânico e desagasalhadas, apesar da temperatura abaixo de zero. Já do lado de fora, professores tremiam e choravam. Todos tiveram antes de passar por uma revista.
O pânico envolveu os alunos e os professores e funcionários da escola. Ivonne Cech, uma bibliotecária da Sandy Hook, disse ter se trancado por 45 minutos em um armário com 18 alunos da quarta série – todos com aproximadamente 10 anos de idade – com dois balconistas e um assistente. "Uma equipe da polícia nos encontrou e nos retirou da escola", disse a bibliotecária ao The New York Times.
Na noite de sexta, a população da pequena cidade se reuniu nas igrejas locais para rezar pelos mortos. De acordo com a rede de televisão CNN, a cidade de Newtown registrou apenas um assassinato nos últimos 10 anos.
ESTADÃO

Corinthians bate Chelsea e fatura segundo título mundial


YOKOHAMA - O Corinthians faturou neste domingo o seu segundo título mundial. E o principal responsável pela conquista foi o atacante Paolo Guerrero. O jogador peruano marcou o único gol da vitória por 1 a 0 sobre o Chelsea na final, no Estádio Internacional de Yokohama, no Japão. Antes, já havia feito o gol na semifinal contra o Al Ahly, que garantiu a presença corintiana na decisão do torneio.
O título do Mundial de Clubes conquistado no Japão é o segundo da história do Corinthians. Antes, em 2000, o time venceu a primeira edição do torneio organizado pela Fifa, que foi realizado no Brasil. Naquela oportunidade, o troféu foi garantido na disputa dos pênaltis após empate sem gols com o Vasco na decisão.
Dessa vez, porém, o torcedor corintiano não precisou sofrer tanto. A conquista do título do Mundial de Clubes foi garantida aos 23 minutos do segundo tempo, quando Guerrero marcou o único gol da partida e escreveu o seu nome na história do clube paulista.
O atacante peruano foi contratado pelo Corinthians após a conquista do título da Libertadores, em julho, e chegou a estar ameaçado de não disputar o Mundial de Clubes após se contundir na última rodada do Campeonato Brasileiro. Recuperado, Guerrero fez os dois gols da equipe no torneio no Japão.
Cássio também foi decisivo para a conquista corintiana. Neste domingo, ele fez defesas difíceis no primeiro tempo, quando o Chelsea pressionou o time paulista. E o goleiro voltou a se sair bem no final da segunda etapa, quando evitou gol do atacante espanhol Fernando Torres.
O JOGO - Os dois times sofreram mudanças nas suas escalações em relações aos jogos que os classificaram para a decisão do Mundial de Clubes. Preocupado com a força do lado esquerdo do ataque do Chelsea, Tite sacou Douglas para colocar Jorge Henrique e fortalecer a marcação pela direita.
Já o time inglês, que poupou alguns jogadores nas semifinais, escalou a sua força máxima. Assim, David Luiz, que tinha atuado como volante contra o Monterrey, voltou para a zaga. Ramires, Lampard e Moses entraram no meio-de-campo, enquanto Obi Mikel e Oscar foram relegados ao banco de reservas.
A partida começou bastante truncada. O Chelsea tentava trocar passes no campo de ataque, mas seus meias tinham dificuldades em razão da forte marcação corintiana. Assim, a primeira oportunidade de gol surgiu em uma jogada de bola parada. Aos 10 minutos, após cobrança de escanteio, a bola sobrou para Cahill, que finalizou. Praticamente em cima da linha da sua meta, Cássio fez a defesa.
O Chelsea passou a ter maior controle da posse de bola, trocando passes no meio-de-campo em busca de espaços na defesa corintiana. O time brasileiro, porém, conseguia encaixar alguns contra-ataques perigosos. Em um deles, Paulinho finalizou forte, por cima da meta defendida por Cech.
A primeira grande oportunidade de gol do Corinthians surgiu aos 28 minutos, quando o time aproveitou bem os espaços deixados pelo meio-de-campo do Chelsea. Guerrero tentou passe para Emerson, Cahill cortou errado e a bola sobrou para o atacante, que finalizou de fora da área, mas para fora.
O Chelsea ameaçou aos 32 minutos, no primeiro lance em que apareceu o talento de Hazard. O belga lançou Moses nas costas de Fábio Santos. Antes de finalizar, porém, o jogador foi travado por Paulo André.
Principal destaque do setor ofensivo corintiano no primeiro tempo, Guerrero ameaçou o Chelsea aos 34 minutos. O peruano ganhou a disputa com David Luiz, passou por Cahill e tentou bater cruzado. A bola ficou com Emerson, que, sem ângulo, acertou o pé da trave na sua finalização.
A parte final do primeiro tempo foi dominada pelo Chelsea, que obrigou Cássio a fazer três boas defesas. Aos 37 minutos, Lampard lançou Fernando Torres na grande área. O atacante espanhol, porém, finalizou fraco. Moses ameaçou aos 39 ao invadir a área e bater colocado, buscando o canto oposto. Cássio espalmou para evitar o gol.
Aos 41 minutos, a oportunidade do Chelsea surgiu em uma jogada de bola parada. David Luiz cobrou falta, a zaga cortou, mas o rebote ficou com Mata, que chutou para nova intervenção do goleiro corintiano.
O jogo seguiu aberto no começo do segundo tempo. A primeira oportunidade de gol foi do Chelsea. Aos oito minutos, Mata lançou Hazard nas costas de Alessandro. O belga invadiu a área e finalizou para boa defesa de Cássio.
O Corinthians, porém, conseguia manter o duelo equilibrado, principalmente quando trocava passes no meio-de-campo. Aos 18 minutos, Guerrero, em jogada de pivô, criou uma situação perigosa. O peruano passou para Paulinho, que finalizou à esquerda da meta de Cech.
Melhor em campo, o Corinthians passou a jogar no campo de ataque e fez o seu gol aos 23 minutos. Paulinho fez boa jogada e passou para Danilo finalizar na grande área. O meia bateu, mas a bola desviou na defesa e ficou livre para Guerrero, de cabeça, marcar e colocar o time paulista em vantagem.
Bem postado em campo, o Corinthians conseguia se defender e praticamente não era ameaçado pelo Chelsea, que apostava em jogadas individuais e lançamentos longos, mas sem sucesso. Além disso, o time londrino parecia nervoso com a desvantagem e errava passes demais, facilitando as ações dos corintianos.
O Chelsea só conseguiu ameaçar aos 40 minutos. Após rebatida na defesa corintiana, Fernando Torres ficou com o rebote e, de frente para o gol, chutou em cima de Cássio, que fez a defesa milagrosa. No final do jogo, o time londrino ainda teve o zagueiro Cahill expulso, mas ainda assim chegou a marcar um gol, bem anulado por impedimento, com Fernando Torres. Depois disso, o Corinthians conseguiu segurar o sufoco imposto pelo time inglês para conquistar o seu segundo título mundial.
FICHA TÉCNICA:
CORINTHIANS 1 x 0 CHELSEA
CORINTHIANS - Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Jorge Henrique, Emerson (Wallace) e Guerrero (Martínez). Técnico: Tite.
CHELSEA - Cech; Ivanovic (Azpilicueta), David Luiz, Cahill e Ashley Cole; Ramires, Lampard, Moses (Oscar) e Mata; Hazard (Marin) e Torres. Técnico: Rafa Benítez.
GOL - Guerrero, aos 23 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO - Cuneyt Cakir (Fifa/Turquia).
CARTÕES AMARELOS - Jorge Henrique (Corinthians) e David Luiz (Chelsea).
CARTÃO VERMELHO - Cahill (Chelsea).
PÚBLICO - 68.275 espectadores.
RENDA - Não disponível.
LOCAL - Estádio Internacional, em Yokohama (Japão). 
PÓS-JOGO

Corinthians joga de forma perfeita e bate o aual campeão europeu, Chelsea. O ano de 2012 é o maior da gloriosa história alvinegra! Com gol de Paolo Guerrero, autor também do tento da vitória sobre o Al Ahly, na semifinal, o Timão conquista o título mundial novamente, após 12 anos.

"O Corinthians é um grande time, muito organizado e não conseguimos vencer. O futebol brasileiro é sempre forte e atmosfera do estádio estava espetacular, a favor do Corinthians", diz o capitão do Chelsea, Lampard.
"O time jogou para c.....! Estou muito feliz. A torcida merece. Esse título é para todo torcedor corintiano, aqui no Japão e em todo o Brasil. É um bando de louco e tem que comemorar muito. Eu sonhei com o gol do título e consegui realizar isso", vibrou o atacante Paolo Guerrero, herói do título corintiano.
Jogadores corintianos se reúnem no meio do gramado e cantam juntos para comemorar o caneco! Alguns metros ao lado, elenco do milionário Chelsea só observa, cabisbaixo. O zagueiro David Luiz, corintiano na infância, chora muito. Não se sabe se por alegria ou tristeza.
Guerrero, já imortalizado na história do Corinthians, comemora com a bandeira do Peru. Ele é o maior ídolo do atual futebol peruano.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, entra no gramado para dar começar a cerimônia de premiação, no estádio de Yokohama.
Paolo Guerrero ganha a Bola de Bronze, como terceiro melhor jogador do Mundial.
David Luiz, zagueiro do Chelsea, é eleito o Bola de Prata, segundo melhor jogador do Mundial de Clubes.
O goleiro Cássio é eleito o Bola de Ouro, melhor jogador do Mundial de Clubes.
Após o Chelsea receber as medalhas de prata, o elenco corintiano começa a receber as medalhas de campeão mundial.
Com as medalhas no peito, atletas começam a pular no palco, à espera do capitão Alessandro, que vai levantar o troféu do segundo Mundial com a chancela da Fifa conquistado pelo Corinthians. O time do Parque São Jorge é o único brasileiro a ser bicampeão mundial em torneios organizados pela Fifa, entidade máxima do futebol mundial.
Alessandro levanta a taça! Momento histórico em Yokohama.
Elenco do Corinthians inicia a volta olímpica. Fiel vai à loucura!
ESTADÃO

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Presidente Obama chora ao fazer pronunciamento sobre tiroteio em escola


O presidente dos EUA, Barack Obama, fez um pronunciamento sobre o tiroteio na escola primária Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, que deixou ao menos 27 mortos, sendo 18 crianças, de acordo com emissora CBS.
O presidente abriu o pronunciamento, que durou cerca de cinco minutos, citando as vítimas crianças. “A maioria dos que morreram hoje são crianças, crianças entre 5 e 10 anos”, disse, chorando.
“Estamos de corações partidos pelos pais, avós e irmãos dessas crianças”. Obama falou que é preciso pensar em ações que evitem “mais tragédias como essa” e encerrou.  “Que Deus abençoe a memória das vítimas".
ESTADÃO

Tiroteio deixa 20 crianças mortas em escola primária dos EUA


WASHINGTON - Um atirador matou 20 crianças e 6 adultos, e depois morreu, em uma escola de ensino fundamental em Newtown, no Estado americano de Connecticut. Segundo a polícia local, a identidade do suspeito ainda não foi confirmada. Esse foi o pior massacre nos EUA desde Virginia Tech, em 2007.
Consternado, o presidente Barack Obama decretou luto oficial e chorou durante pronunciamento no qual se solidarizou com as famílias das vítimas. O governador de Connecticut, Dan Malloy, agradeceu o apoio do presidente e disse que ninguém está preparado para receber uma notícia como essa. "Foi uma tragédia inominável", disse.
Das crianças mortas, 18 morreram na escola e outras 2 no Hospital de Danbury, em razão dos ferimentos. Entre os adultos mortos, estão o diretor da escola e um psicólogo. Os tiros foram disparados em duas salas de aula em um dos andares da escola.
Segundo a imprensa americana, a mãe do suspeito seria professora na escola e também teria morrido. Ao longo do dia, houve relatos conflitantes sobre a identidade do atirador. Em um primeiro momento ele foi identificado como Ryan Lanza, de 24 anos. Agora, o crime é atribuído a seu irmão, Adam, de 20. A mãe foi identificada como Nancy Lanza. Segundo a polícia, a confusão ocorreu porque o nome dos irmãos foi trocado por um policial que preencheu o boletim de ocorrência. A foto de Ryan, identificando-o como o atirador, correu o mundo, assim como seu perfil em redes sociais.
A polícia de Newtown recebeu um chamado de emergência às 9h30 (12h30, no horário de Brasília) da Sandy Hook Elementary School, onde estudam cerca de 626 crianças e adolescentes, segundo o tenente da Polícia de Connecticut, J. Paul Vance. Uma equipe da Swat foi enviada para reforçar a resposta policial. Detalhes sobre a operação não foram revelados.
A polícia informou que o atirador estava vestido com roupas escuras, colete à prova de bala e máscara no rosto. Aparentemente, seu principal alvo era a mãe. Ele trazia quatro armas, segundo testemunhas. Mas a polícia confirmou o recolhimento de apenas duas: uma pistola e um fuzil automático. O suspeito disparou pelo menos 100 vezes. Uma segunda pessoa foi detida no bosque próximo à escola e interrogado. Mas não foi confirmada sua identidade nem sua provável coautoria no crime. Ele teria gritado para a polícia, ao ser pego: "Eu não sou o culpado".
A chegada da polícia permitiu a retirada da escola das crianças em pânico e desagasalhadas, apesar da temperatura abaixo de zero. Já do lado de fora, professores tremiam e choravam. Todos tiveram antes de passar por uma revista. A diretora da escola, Dawn Hochsprung, também estaria entre os mortos.
Pânico
"Todo mundo estava traumatizado", relatou Mergim Bajraliu ao principal jornal da cidade, The Newtown Bee. Morador nas proximidades da escola, Bajraliu, de 17 anos, estava em sua casa quando ouviu os tiros e correu para ter notícias de sua irmã, estudante de 9 anos.
Alexis Wasik, estudante de 8 anos, relatou ter ouvido os tiros e visto uma das professoras assistentes do jardim de infância ser retirada em uma maca. "Eu ouvi bum! bum!", descreveu Eva Lestik, de 5 anos, para a rede de televisão CBS, já nos braços de sua mãe, Terese. "Estou horrorizada. Estou rezando pelo feridos", afirmou a mãe.
Um outro aluno, de 9 anos, disse que estava no ginásio quando ouviu os tiros. "Estávamos todos lá quando ouvi barulhos muito altos", disse o menino, tremendo e chorando, amparado pelo pai, à rede de TV NBC. "Pensamos que alguém tinha derrubado alguma coisa. Então ouvimos gritos e barulhos de tiros".
Segundo o menino, que não foi identificado, alguém pediu que as crianças levantassem as mãos para o alto, seguido de um grito de "não atire". Os meninos se esconderam nos vestiários do ginásio. "Foi então que alguém apareceu e nos levou pelo corredor", acrescentou o menino. "Tinha muita gente chorando e gritando".
No Hospital de Danbury, que recebeu os feridos e fica a poucos quilômetros da escola, o clima era de choque. Estarrecidos, médicos e enfermeiras conversavam sobre o massacre. Alguns deles, confortavam parentes das vítimas.
Muitas mães das crianças mortas entraram em estado de choque. Ao menos três crianças ainda estão internadas.
ASSOCIATED PRESS/THE NEW YORK TIMES/ESTADÃO

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A cada mil adolescentes do País, três morrem antes de completar 19 anos


RIO - A cada mil adolescentes do País, três morrem antes de completar 19 anos. A informação é do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) referente a 2010, apresentado na manhã desta quinta-feira, 13, pelo Laboratório de Análise da Violência (LAV) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A taxa - atualmente em 2,98 jovens para cada cem mil - teve um crescimento de 14% em relação a 2009 e é a maior desde o início da pesquisa, há cinco anos. 

O índice permite estimar que, caso não haja alterações no cenário atual, mais de 36.700 jovens entre 12 e 18 anos serão mortos por arma de fogo até 2016. O risco é cerca de três vezes maior para adolescentes do sexo masculino, negros e moradores das periferias. De acordo com o levantamento, 45% das mortes de adolescentes no Brasil são causadas por homicídios. Na população geral, os homicídios correspondem a 5,1% das mortes. 

A pesquisa foi realizada em mais de 280 municípios com mais de 100 mil habitantes. O estudo é uma parceria do Laboratório com a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) e pelo Observatório de Favelas, uma organização não governamental do Rio de Janeiro. Os pesquisadores analisaram dados do Ministério da Saúde e do IBGE para chegar ao índice, que demonstra o risco dos adolescentes em relação aos homicídios. 

O Nordeste foi a região que registrou maior crescimento na taxa. Entre 2005, quando foi realizada a primeira pesquisa, e 2010, o índice cresceu cerca de 60% na região. Entre as dez cidades com maior risco de homicídios entre os jovens, cinco estão na região e quatro são na Bahia. Itabuna, no sul do estado, é a cidade com maior IHA do País, com 10,59 jovens com risco de homicídios para cada mil adolescentes. 

Entre as capitais, Maceió apresentou o pior desempenho, com índice de 10,15 jovens mortos a cada cem mil. São Paulo representa o melhor desempenho, com taxa de 1,08. "Há uma transferência da violência das periferias do Sudeste para o Nordeste, não só nas regiões metropolitanas, como em Salvador e Maceió, mas em polos regionais em função do crescimento econômico e demográfico", afirmou Ignácio Cano, professor da UFRJ e um dos coordenadores do estudo.

ESTADÃO