domingo, 26 de maio de 2013

Vilão gay de "Amor à Vida" sequestra o brilho da mocinha

Esqueça a mocinha. Em "Amor à Vida", a trama é toda trabalhada na maldade de Félix Khoury. A "bicha má" vivida pelo ator Mateus Solano roubou a cena na semana de estreia da novela de Walcyr Carrasco na faixa das 21h.

Suas frases ferinas viraram hit nas redes sociais e gíria no circuito gay. Nessa toada, "parece uma ratinha" e "salguei a Santa Ceia" vão entrar para o glossário da Parada Gay no domingo que vem.

Na trama, Félix é o irmão da mocinha Paloma (Paolla Oliveira), de quem sente torturantes ciúmes, por julgar-se preterido pelo pai, César Khoury (Antonio Fagundes).

Casado com Edith (Bárbara Paz), com quem tem um filho, Félix se encontra às escondidas com um amante. Edith surpreendeu os dois num almoço romântico no terceiro capítulo da trama.

Na opinião do psicanalista e colunista da Folha Francisco Daudt, a impressão deixada pelos primeiros capítulos "é de que se trata de um caso grave de doença sadomasoquista, quando toda a inteligência da pessoa está voltada para o rancor e para a destruição, que costuma ser também autodestrutiva". Diz que "o personagem lembra os gays efeminados.

Eles nascem assim, brincam de boneca e de casinha com meninas desde muito pequenos".

Segundo o psicanalista, "quando um menino assim tem uma irmã, sobretudo única e caçula, forma com ela a configuração familiar mais difícil que há: duas irmãs. Ciúmes, inveja, competição, preferir a infelicidade da outra à sua própria felicidade, disputar o amor do/dos pais".

Essas afirmações, ressalva Daudt, "são estatísticas; sempre haverá exceções".

O também psicanalista Jorge Forbes encara a trajetória de Félix por outro ângulo. "É perigoso associar gay à maldade, o que reforça a caricatura de 'bicha má'", diz.

Forbes considera um equívoco os heterossexuais acharem que só os homossexuais têm dificuldade em expressar sua sexualidade. "Todo ser humano tropeça na pedra de sua sexualidade. Ela é difícil para todo o mundo".

Diz ainda que o fascínio e o endeusamento exercidos por Félix legitimam o personagem e o espectador. "Essa representação de algo tão perverso nos diz o seguinte: se Félix existe, eu, com minhas fantasias menos graves, também posso existir e dizer: 'Félix é ele. Ufa!'".

Para além de fomentar discussões sobre comportamento social e sexualidade, porém, "Amor à Vida" tem a tarefa mais urgente de reabilitar a audiência da Globo no horário nobre, que "Salve Jorge" (Gloria Perez) derrubou.

Na estreia, na última segunda, a novela marcou 35 pontos no Ibope (cada ponto equivale a 62 mil domicílios na Grande São Paulo). A média foi mantida nos dois capítulos seguintes --36 e 34 pontos, respectivamente.

Apontado pelos tuiteiros fãs de novela como uma versão gay de Carminha (Adriana Esteves), de "Avenida Brasil" (João Emanuel Carneiro), Félix pode passar a novela toda sem conseguir conquistar o afeto de seu pai, mas o público parece já ter caído de amores por ele.

FOLHA DE S. PAULO

Tiroteio atrasa corrida no Complexo do Alemão

RIO - Um tiroteio promovido por traficantes às 7h30 deste domingo na Vila Cruzeiro, na Penha, zona norte do Rio, assustou moradores e atrasou o início do Desafio da Paz, uma corrida promovida anualmente pela ONG AfroReggae. Não há registro de feridos. Marcada para as 8h, a disputa só começou às 9h.
O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, participou da corrida, que reuniu 2.000 participantes e tem percurso de 5 km. O trajeto corresponde àquele percorrido por criminosos flagrados em fuga durante operação policial promovida em 2010.
Logo após o tiroteio, policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vasculharam a área, uma região da Vila Cruzeiro conhecida como Campo da Ordem. Ninguém foi preso. O início da corrida foi autorizado depois dessa vistoria da polícia.
"O que aconteceu foi uma ação que infelizmente é irresponsável e criminosa, resquício de admiradores de uma facção que se pautou pela banalização da violência. Esta facção reinou por aqui absoluta por 30 anos, mas agora a Polícia Civil, a PM e o Estado estão aqui e não sairão. Isto é óbvio que foi uma facção, que, mesmo enfraquecida, acha que com atos assim pode afastar a polícia e o Estado, mas nós não sairemos", declarou Beltrame sobre o tiroteio.
ESTADÃO

terça-feira, 21 de maio de 2013

Câmara britânica aprova casamento gay apesar de racha no partido do governo

A Câmara dos Comuns (Baixa) da Grã-Bretanha aprovou nesta terça-feira o casamento entre pessoas do mesmo sexo, apesar de divisões no partido do governo - o Conservador - que colocam o premiê David Cameron em rota de colisão com seus aliados.
O projeto de lei, se aprovado também na Câmara dos Lordes (Alta), permitirá o casamento gay na Inglaterra e no País de Gales.
Apesar de a oposição que a medida ainda deve enfrentar, Cameron espera por sua aprovação e quer que a primeira cerimônia matrimonial legal seja realizada já no verão do ano que vem no hemisfério Norte (junho).
A medida, patrocinada pelo governo, foi aprovada pelos parlamentares com 366 votos a favor e 161 contra.
Diversos conservadores se manifestaram contra o projeto, que teve o apoio de liberais-democratas (parte da coalizão governista) e trabalhistas (de oposição).

Direitos e religião

A lei deverá permitir que casais que já vivem em união civil convertam sua relação em um casamento.
Defensores da medida alegam que a parceria unicamente civil perpetua a noção de que relacionamentos homossexuais não estão em pé de igualdade com os heterossexuais e de que os direitos legais não são exatamente os mesmos.
A secretária de Interior britânica, Theresa May, e a ministra-adjunta de Igualdades, Lynne Featherstone, disseram que "não é justo que um casal que se ame e queira formalizar seu compromisso tenha esse direito negado".
Mas o projeto de lei não criará obrigações para as organizações religiosas - estas poderão optar por realizar ou não cerimônias de casamento de pessoas do mesmo sexo.
O projeto também especifica que a Igreja Anglicana será proibida por lei de oferecer casamentos gays.

Tensões entre conservadores

A votação do projeto alimentou as tensões entre o governo Cameron e uma ala de seu Partido Conservador, cujas atenções estavam voltadas às divergências entre a Grã-Bretanha e a União Europeia, em um momento de crise econômica.
O editor de política da BBC, Nick Robinson, diz que as divergências atestam a relação cada vez mais delicada entre Cameron e seus aliados.
"Muitos ativistas conservadores não acreditam no casamento entre pessoas do mesmo sexo", explica Robinson. "A união entre Cameron e seu partido nunca foi tranquila. Era calculista politicamente. Agora, está em claros problemas".
O parlamentar conservador Brian Binley afirmou que existe um "abismo crescente" entre o premiê e seus correligionários.
BBC BRASIL

Morre Ruy Mesquita, diretor de 'O Estado de S. Paulo'


O jornalista Ruy Mesquita, diretor de O Estado de S. Paulo, morreu nesta terça-feira às 20h40. "Dr. Ruy", como era conhecido na redação, foi internado no dia 25 no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Um câncer de base de língua havia sido diagnosticado em abril.
Seguindo a tradição da família, Ruy Mesquita foi um defensor da liberdade, da democracia e da livre-iniciativa, princípios que sempre nortearam a linha editorial doEstado. Ao longo de seus 88 anos, teve participação ativa em momentos importantes da história do Brasil e da América Latina. Presenciou o início da revolução em Cuba, nos anos 50, e foi homenageado pelos irmãos Castro, de cujo regime se tornou depois crítico contumaz.
Reuniu-se com militares antes do golpe de 1964, que apoiou, em nome da defesa da democracia, mas, assim como seu pai e seu irmão, também passou a criticar a ditadura, uma vez instalada. Os três lideraram uma das mais emblemáticas resistências à censura prévia, substituindo as reportagens cortadas por poemas e receitas.
Aos 88 anos, Ruy manteve sua rotina de trabalho até a véspera da internação. Responsável pela opinião do Estado desde a morte de seu irmão Julio de Mesquita Neto, em 1996, ele se reunia diariamente com os editorialistas para definir as tradicionais "Notas & Informações" da página 3. De hábitos reclusos, dividia seu tempo entre o jornal e a casa, onde se dedicava a leituras. Deixa a mulher, Laura Maria Sampaio Lara Mesquita, os filhos Ruy, Fernão, Rodrigo e João, 12 netos e um bisneto.
ESTADÃO

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Regra que obriga cartórios a fazer casamento gay começa a valer nesta quinta


SÃO PAULO - Começa a valer nesta quinta-feira, 16, a nova resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que o obriga os cartórios de registro civil em todo País a aceitar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O texto foi publicado no "Diário de Justiça" desta quarta-feira, 15, mas as publicações só têm efeito no primeiro dia útil seguinte.
A proposta foi apresentada pelo presidente do CNJ, Joaquim Barbosa, que também preside o Supremo Tribunal Federal (STF), e aprovada por 14 a 1 na manhã dessa terça-feira, 14.
O presidente do CNJ afirmou que a resolução remove "obstáculos administrativos à efetivação" da decisão do Supremo, de maio de 2011, que reconheceu que casais do mesmo sexo podem formar uma família, com os mesmos direitos de heterossexuais. "Vamos exigir aprovação de nova lei pelo Congresso Nacional para dar eficácia à decisão que se tomou no Supremo? É um contrassenso".
Leia abaixo a íntegra da resolução:
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições constitucionais e regimentais,
CONSIDERANDO que o Supremo Tribunal Federal, nos acórdãos prolatados em julgamento da ADPF 132/RJ e da ADI 4277/DF, reconheceu a inconstitucionalidade de distinção de tratamento legal às uniões estáveis constituídas por pessoas de mesmo sexo.
CONSIDERANDO que as referidas decisões foram proferidas com eficácia vinculante à administração pública e aos demais órgãos do Poder Judiciário.
CONSIDERANDO que o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento do RESP 1.183.378/RS, decidiu inexistir óbices legais à celebração de casamento entre pessoas de mesmo sexo.
CONSIDERANDO a competência do Conselho Nacional de Justiça, prevista no art. 103-B, da Constituição Federal de 1988.
RESOLVE:
Art. 1º - É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo.
Art. 2º - A recusa prevista no artigo 1º implicará na imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis.
Art. 3º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, de maio de 2013
Ministro Joaquim Barbosa
Presidente
ESTADÃO

terça-feira, 14 de maio de 2013

Angelina Jolie manteve a rotina para guardar segredo sobre mastectomia

RIO - Angelina Jolie é uma das celebridades mais vigiadas do mundo. Então como a atriz, mãe de seis filhos, conseguiu manter sua mastectomia preventiva em segredo por quase quatro meses? Antes e durante o processo, iniciado em 2 de fevereiro, a estrela de "Lara Croft: Tomb Raider" manteve a rotina. Não só passeava com as crianças, como prosseguiu com a agenda de viagens pelo mundo com fins humanitários.

Menos de duas semanas depois de começar o tratamento com um procedimento conhecido como “preservação dos mamilos”, que "provoca alguma dor e muitos machucados", ela, acompanhada do marido Brad Pitt, levaram seus filhos gêmeos Vivienne e Knox a um museu em Los Angeles. Na época, uma fonte disse ao "E!" que o casal parecia "o mais legal do mundo" enquanto explorava o espaço com as crianças.

Passadas mais duas semanas, Angelina submeteu-se à remoção dos seios propriamente dita - uma operação "que pode durar oito horas", segundo ela. Menos de um mês depois, Angelina cumpriu com o programado e viajou para a República do Congo para visitar um acampamento de resgate para mulheres e chamar atenção para os casos de estupro em zonas de guerra.

Segundo os repórteres que estiveram presentes no evento, a atriz parecia bem, sem demonstrar sinais de estar no meio de uma jornada difícil e dolorosa. Durante a Páscoa, em março, Angelina voltou a passear em companhia de Maddox e Knox em Santa Barbara, na Califórnia. No dia 4 de abril, a atriz viajou para Nova York para participar de uma conferência e, no dia 11, desembarcou em Londres para participar de uma reunião com os ministros do G8.

Nove semanas após o começo do processo de retirada total dos seios, Angelina passou pela cirurgia reconstrutora, que implantou próteses no local. O processo todo foi finalizado no dia 27 de abril. Angelina anunciou sua decisão nesta segunda-feira, por meio de um artigo publicado no "New York Times".

O GLOBO

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Insetos podem ajudar a combater a fome, diz ONU

Um relatório das Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira destacou a importância do papel dos insetos comestíveis na luta contra a fome no mundo.
O estudo, conduzido pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), estimou que 2 bilhões de pessoas no planeta já complementam suas dietas com insetos, tais como besouros, gafanhotos e formigas.
A FAO acrescenta que a criação de insetos em escala industrial poderia contribuir para a segurança alimentar mundial.
Esses animais são altamente nutritivos e fáceis de reproduzir, além de poderem ser usados como alimentos para peixes e gado.
O relatório, no entanto, ressalva que a repugnância de muitos consumidores, especialmente de países ocidentais, constitui uma barreira para a inclusão deste tipo de alimento na dieta global.
BBC BRASIL

’24 Horas’ volta em 2014 e mantém Kiefer Sutherland no papel principal


A premiada série 24 Horas vai voltar. Com previsão de reestreia para o verão de 2014, o programa vai contar com seu protagonista Kiefer Sutherland (foto), que volta a assumir o papel do agente Jack Bauer depois de quatro anos de ausência, informou a Fox nesta segunda, 13.
24: Live Another Day (24: Viver Outra Vez) traz de volta Sutherland no papel do agente antiterrorismo Jack Bauer na série que revela sua corrida contra o relógio para evitar que o presidente dos Estados Unidos seja assassinado e que o mundo sofra ataques de armas químicas.
Os 12 novos episódios vão manter o formato da série e retratar novamente 24 horas na vida de Bauer.
Com informações da Reuters.
ESTADÃO

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Novos documentos afirmam que Exército usou napalm no Araguaia


BRASÍLIA e RIO - Relatórios da Comissão Nacional da Verdade divulgados nesta quinta-feira atestam que o Estado usou força desproporcional na ação militar de repressão à Guerrilha do Araguaia. Para a comissão, o Estado promoveu uma “eliminação sumária e total” dos militantes do PCdoB, que dispunham de armamentos obsoletos para o confronto.

De acordo com um relatório feito em novembro de 1972 pelo tenente-coronel Flarys Guedes Henriques de Araújo, em pelo menos três bombardeios da Guerrilha, o Exército fez uso de napalm. “As missões pretendidas pelo CMP aqui mencionadas no item 1 foram executadas no decorrer das operações; há a acrescentar àquele repertório o bombardeio de três áreas com bombas napalm e de emprego geral”, informa o relatório.

— Há a comprovação do uso de napalm em três operações. Uma coisa terrível — afirmou o conselheiro da Comissão Verdade Cláudio Fonteles, autor dos trabalhos divulgados ontem.

Segundo Fonteles, os relatórios militares apontam que, de um lado, havia 2.453 soldados contra apenas 57 opositores do regime militar. Os números são de 1972, ano da maior repressão na região.

“Está cristalino que as forças de repressão do Estado, diante do acanhado grupo de opositores políticos, adotou postura de eliminação dessas pessoas. A brutalidade estampada na gritante desproporção de forças e o tratamento deferido aos opositores — eliminação sumária ou aprisionamento ao completo arreio do sistema legal — marcam o desatino do Estado ditatorial militar", afirma Fonteles, em suas conclusões.

Os relatórios do conselheiro se embasaram em documentos do general Antônio Bandeira, que chefiou as tropas do Exército no Araguaia, no comando da 3ª Brigada de Infantaria. Bandeira classificava as manobras militares na região como “exercício de adestramento” da tropa e admitia que os guerrilheiros eram mal aparelhados. O oficial afirmou num de seus relatórios secretos: “Os terroristas utilizavam armas obsoletas e sofriam grande carência de munição. Sua instrução de tiro era levada a efeito sem gasto de munição, por economia”.

Os documentos do general detalham a eliminação dos guerrilheiros, com data e local de suas mortes. São os casos dos militantes Bergson Gurjão, Maria Lúcia Petit, Kleber Lemos da Silva, Dower Morais Cavalcanti, Luzia Reis Ribeiro e Dagoberto Alves da Costa.

Outro texto de Fonteles divulgado ontem trata da atuação da Marinha em manobras conjuntas com o Exército no Araguaia. Nesse texto, as ações dos militares são tratadas como “operação limpeza” na área. Nos relatos oficiais há um capítulo, chamado Sepultamento, em que os militares destacam que “mortos inimigos serão sepultados na selva, após identificação”. Outro trecho diz que, antes dos enterros, eram feitas fotografias e colhidas impressões digitais das vítimas.

Em outro relatório, baseado em documentos produzidos pelo Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa), Fonteles concluiu que os desaparecidos políticos Fernando Santa Cruz de Oliveira e Eduardo Collier foram presos por agentes da Aeronáutica, torturados e mortos. Os dois eram militantes do Ação Popular Marxista-Leninista (AMPL), e desapareceram em 23 de fevereiro de 1974, em Copacabana, no Rio. Até agora, acreditava-se que eles tinham sido presos por agentes do DOI-Codi do Rio. Segundo Fonteles, o governo militar engendrou uma versão mentirosa e passou informações falsas à Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o que havia acontecido com os dois.

O GLOBO

Bolsa para universitário dará R$ 900 a índios


Apesar de ainda não saber quantos alunos se enquadram no programa, o governo federal lançou nesta quinta-feira, 9, uma bolsa de auxílio de R$ 400 para estudantes de universidades e institutos federais que tenham renda média familiar de até 1,5 salário mínimo por pessoa e façam cursos com média de 5 horas diárias de aula. Para indígenas e quilombolas, o valor é maior: R$ 900.
O Programa Nacional de Bolsa Permanência tem o objetivo, segundo o governo, de garantir que os alunos com dificuldades financeiras não deixem de concluir o ensino superior. "Em algumas áreas, como o mercado de trabalho está muito aquecido, os alunos acabam abandonando a faculdade para ir trabalhar mais cedo, o que não interessa ao Brasil", afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
O ministério estima que o pagamento começará a ser feito em junho, após credenciamento dos alunos. O valor da bolsa será repassado mensalmente, por meio de cartões do Banco do Brasil. Segundo o ministro, o uso do cartão trará transparência e agilidade. "É um novo padrão de administrarmos bolsas".
A bolsa será concedida por um período de até um ano a mais que a duração oficial da graduação. Isso quer dizer que se um aluno levar seis anos para concluir um curso que dura cinco anos, ele receberá o auxílio durante todo o período. A Bolsa Permanência não pode ser acumulada a auxílios das universidades em razão das condições econômicas dos estudantes. Já as bolsas de iniciação científica, por exemplo, poderão ser recebidas sem prejuízo. Podem se inscrever inclusive os alunos que não ingressaram por cotas, mas que se enquadram nos critérios de renda e carga horário.
Orçamento
O ministério da Educação não informou quantos alunos se enquadram no programa e tampouco qual o valor destinado ao Bolsa Permanência. "Como é uma opção do estudante solicitar adesão ao programa, não podemos dizer quanto de recurso vamos colocar", disse o secretário de Ensino Superior da pasta, Paulo Speller. "O MEC tem disponibilidade de recurso para atender toda a demanda", garantiu.
Segundo Speller, há hoje pouco mais de 1 milhão de estudantes matriculados em universidades e institutos federais no Brasil. Desse total, cerca de 120 mil fazem cursos que se enquadram na carga horária exigida pelo programa. O ministério não sabe, entretanto, quantos deles são de baixa renda. "Não temos ainda quantos têm renda média salarial na família inferior a 1,5 salário mínimo", disse.
Indígenas
Para receber o recurso, os indígenas e quilombolas terão apenas que comprovar sua origem. "A comunidade tem de reconhecê-lo", explicou Speller. A diferença no valor da bolsa existe porque, segundo ele, "as demandas são diferenciadas".
Mercadante afirmou que a pobreza é maior para esses grupos e que eles têm mais dificuldade de acesso aos grandes centros. "Jovens indígenas que vivem nas aldeias e vêm estudar na universidade não têm apoio de família naquele município e eles precisam voltar para a aldeia, que ficam em regiões remotas, então precisamos ter reforço maior. E o mesmo se estende para os quilombolas".
Durante cerimônia em Brasília, foram assinadas a portaria que cria o Programa Nacional de Bolsa Permanência e a resolução que estabelece regras para pagamento de bolsas no âmbito do programa. Na segunda-feira, estará disponível um manual no site do Ministério da Educação para orientar estudantes e universidades a fazer os registros. Deve ser lançado ainda em maio, segundo Mercadante, um programa de apoio acadêmico aos estudantes com baixa renda. "Precisamos de tutores para fazer o nivelamento de alunos que vêm da escola pública com algum nível de deficiência", disse. 
ESTADÃO

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Grupo americano planeja disponibilizar na internet primeira arma imprimível em 3D


RIO — O universitário americano de 25 anos Cody Wilson, criador do grupo Defense Distributed, promete disponibilizar na internet, na próxima semana, o primeiro projeto de arma de fogo totalmente imprimível em 3D. A polêmica ideia surgiu há quase um ano, quando a organização sem fins lucrativos foi fundada. Até então, o grupo só havia conseguido produzir cartuchos e outras peças para armas tradicionais, além de protótipos que não suportavam disparar mais de seis tiros. Nesta sexta-feira, no entanto, Wilson, estudante de Direito da Universidade do Texas, revelou à revista “Forbes” que planeja publicar na internet um projeto de pistola de plástico nos próximos dias.

A arma — chamada de “Liberator” — é composta por 16 peças de plástico e é capaz de disparar cartuchos convencionais de pistola. Os componentes serão publicados em arquivos CAD. O protótipo foi produzidos utilizando uma impressora Dimension SST, abastecida com plástico ABS.

É o passo mais ousado do controverso projeto, fundado em agosto de 2012. Desde que foi criado, o Defense Distributed provocou reações em diversos setores. A fabricante de impressoras Stratasys chegou a apreender, em outubro, um aparelho que havia sido alugado para a organização, após descobrir para quais fins o produto estava sendo utilizado. Também por causa da movimentação do grupo, o deputado Steve Israel resolveu propor uma alteração na legislação sobre o tema, para regulamentar especificamente as armas impressas em 3D.

Para evitar problemas legais, Cody Wilson afirma que o projeto original da “Liberator” prevê a inclusão de um pedaço de aço, inserido apenas para que a pistola possa ser percebida por detectores de metais, como prevê a lei americana. No entanto, após o arquivo ser disponibilizado para download, eventuais entusiastas podem simplesmente suprimir essa peça adicional. Uma arma de plástico, discreta, potencialmente invisível aos detectores (caso algum montador caseiro não insira a peça de metal existente no protótipo), sem número serial, porém letal, compatível com munição convencional.

— Todos falam da revolução da impressão 3D. Bem, o que poderia acontecer se todos tivessem meios de produção? Estou interessado em ver o potencial dessa ferramenta. Será que ela consegue imprimir uma arma? — disse Wilson à “Forbes”.

Na tarde desta sexta-feira, o deputado Steve Israel publicou um comunicado, repudiando a ideia antes mesmo da publicação dos arquivos. Para o parlamentar, que representa o estado de Nova York, é preciso banir todo tipo de armas letais de plástico.

“Checkpoints de segurança, checagem de antecedentes e regulação de armas terão pouco efeito se criminosos puderem imprimir armas de plástico em casa e passá-las por detectores de metal sem ninguém perceber”, argumenta o deputado, no texto enviado à imprensa americana.

Em março, o Defense Distributed obteve licença federal para produção de armas de fogo. Desde então, a organização é uma fabricante legalizada. Os ideais do grupo são baseados na criptoanarquia e na defesa da liberdade do acesso à informação:
“Se realmente acreditamos que a informação deve ser livre, e que sociedades que compartilham são superiores a sociedades que censuram, então por que não armas? Liberdade de informação tem consequências materiais e descentralizadas. E isso é algo bom”, defendem os fundadores, em um texto de apresentação publicado no site oficial.

O GLOBO

Brasil tem 3º maior número de mortes de jornalistas no mundo em 2013


O Brasil já registrou em 2013 o assassinato de quatro jornalistas, praticamente um a cada dez no mundo nesse período. Dados divulgados no Dia Mundial da Liberdade de Expressão apontam que, nos primeiros quatro meses de 2013, o Brasil é o terceiro país com maior número de mortes no mundo.
A liderança no número de assassinatos de profissionais é do Paquistão, com nove jornalistas mortos até agora no ano. A Somália vem em segundo lugar, com cinco. No total, 39 jornalistas já perderam suas vidas em 2013 pelo mundo. Na Síria, quatro jornalistas também foram mortos.
Os dados são da Press Emblem Campaign, entidade com sede em Genebra e que defende a criação de regras internacionais para proteger jornalistas em zonas de guerra. Neste ano, o dia comemorado pela ONU, marcado para hoje, tem justamente a questão da segurança do jornalista como tema principal.
Em 2011, o Brasil havia registrado a morte de seis jornalistas em todo o ano. Em 2012, o número chegou a onze. Agora, a tendência de um número elevado parece estar sendo mantida, o que preocupa especialistas e a ONU de que os assassinatos estejam se transformando em “rotina”.
O que chama a atenção da ong é o elevado número de mortes também em toda a América Latina, região que teoricamente não atravessa guerras. Dos 39 mortos no mundo nos primeiros meses de 2013, 13 foram registrados nos países latino-americanos, entre eles dois no México, dois no Paraguai e outros dois na Guatemala.
“A situação é muito preocupante para jornalistas”, alertou Blaise Lempen, secretário-geral da entidade.
Outras entidades, como Reporteres Sem Fronteira, também tem alertado sobre a violência contra jornalistas no Brasil e, num informe de 2012, apontou que o País sofreu uma queda importante no ranking de locais onde mais se respeita a liberdade de expressão.
Na ONU, o Itamaraty vem adotando uma postura e um discurso de apoio à defesa aos jornalistas em diversas reuniões sobre direitos humanos. Mas a entidade alerta que isso não tem se traduzido em ação concreta no País.
Navi Pillay, comissária de Direitos Humanos da entidade, já alertou que cabe ao governo garantir a proteção dos jornalistas em atividade, num esforço importante para garantir a liberdade de expressão.
ESTADÃO