domingo, 30 de junho de 2013

Aliados culpam políticos por queda da popularidade de Dilma nas pesquisas

BRASÍLIA - Aliados da presidente Dilma Rousseff preferiram atribuir a queda de 27 pontos porcentuais na popularidade da presidente Dilma Rousseff, apontada na pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado, 29, a uma insatisfação geral da população com os políticos, canalizada na chefe do Executivo, após os protestos que tomaram as ruas nas últimas semanas. Já a oposição não quis comemorar abertamente o resultado, que apontou que 30% dos brasileiros consideram a gestão Dilma boa ou ótima, ante 57% de avaliação positiva registrada na sondagem da primeira semana de junho.

A presidente recebeu no Palácio da Alvorada seus principais operadores políticos dentro do governo para conversar sobre a pesquisa e as novas medidas a serem tomadas. Participaram do encontro na manhã deste sábado os ministros da Comunicação Social, Helena Chagas, das Comunicações, Paulo Bernardo, e da Educação, Aloizio Mercadante, que tem atuado como um ministro informal da articulação política.
Para os governistas do Congresso, é prematuro afirmar que Dilma, que em todas as sondagens eleitorais feitas até o momento venceria no primeiro turno das eleições presidenciais no ano que vem, perdeu seu favoritismo. "É muito cedo para falar sobre 2014. A oposição já está vendo-a fora do governo", ironizou o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Não tem nada a ver com a reeleição (a pesquisa), estamos firmes e fortes. O nosso projeto é a reeleição da presidente Dilma. Eu não sou de abandonar o barco", reforçou o líder do PT na Casa, José Guimarães (CE).
O líder petista lembrou que o ex-presidente Lula passou por dificuldades políticas maiores em 2005, quando eclodiu o escândalo do mensalão, e se reelegeu um ano depois. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou que a pesquisa está "contaminada" pela atual circunstância. "Qualquer pesquisa vai mostrar queda dos governantes, porque você esta fazendo pesquisa no olho do vulcão, em que estão acontecendo as manifestações e os protestos", completou.
Oposição. A oposição não vê motivos para festejar a queda acentuada de Dilma de olho em 2014. "A gravidade do momento é tal que tanto o governo como a oposição não podem pensar em si próprios", avaliou o presidente do Democratas, Agripino Maia (RN). "Com a eclosão das manifestações, o jogo zerou. A oposição sempre pregou no deserto e, de repente, essa mobilização dá à oposição a perspectiva de se preparar para um bom embate", afirmou o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR).
O presidente do Democratas, senador Agripino Maia (RN), disse que o resultado da pesquisa é uma "constatação clara" dos equívocos da gestão petista. "Acabou este tempo de governar em nome da reeleição", disse, ao cobrar de Dilma "humildade de mudar" e ao ressaltar que a oposição está disposta a conversar com a presidente em torno do pacto lançado semana passada. Os oposicionistas, porém, são contrários à realização do plebiscito para se fazer uma reforma política. Agripino Maia defende melhorias na gestão fiscal e uma forte atuação para debelar o câmbio e a inflação altas no País.
O líder do PSDB do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), avaliou a queda de popularidade da presidente como um "tombo catastrófico, um sinal amarelo". Para ele, Dilma desperdiçou a capacidade de liderança que tinha para fazer reformas importantes, como a tributária, enquanto ainda apresentava elevados índices de aprovação. "A capacidade de atuação agora fica mais difícil. Ela não atuou quando tinha gordura para queimar. Mas ainda há tempo, desde que se disponha a fazer a atribuição dela e não perca seu tempo com manobras políticas como a do plebiscito", afirmou.
O parlamentar disse ainda que o Congresso Nacional tem boas lideranças, mas falta uma conversa que parta da presidente e seja capaz de sensibilizar inclusive a oposição, que "nunca se negou a apoiar com aquilo que pode para melhorar o país". 
ESTADÃO

‘Epidemia’ de manifestações tem quase 1 protesto por hora e atinge 353 cidades

SÃO PAULO - No dia 6 de junho, os jornais de São Paulo ainda repercutiam mortes violentas em tentativas de assalto quando uma primeira manifestação de 150 jovens, aparentemente despretensiosa, aconteceu no centro da cidade, na hora do rush, rumo à Avenida Paulista. Era o primeiro protesto do Movimento Passe Livre (MPL), que nos dias seguintes atrairia os holofotes da imprensa e se espalharia como "epidemia" pelo Brasil, contagiando rapidamente a população de diferentes cidades.

Até quinta-feira, a população saiu às ruas com cartazes para protestar em pelo menos 353 municípios, conforme levantamento feito pelo Estado em eventos no Facebook e em menções na imprensa regional. Ao todo, houve pelo menos 490 protestos em três semanas (mais de 22 por dia). Já a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em pesquisa feita nas prefeituras, identificou protestos em 438 cidades.
O papel das redes sociais (Twitter e Facebook) foi decisivo para a articulação dos discursos e para divulgar hora e local dos protestos. Mas a epidemia só ganhou força depois do dia 17, ao monopolizar o noticiário das grandes redes de televisão. "Fazendo um paralelo com o casamento, esses eventos não têm causa única. O casal não termina porque a toalha foi deixada em cima da cama. Essa toalha pode ser a gota d’água de brigas antigas. O mesmo ocorreu nos protestos, que explodiram por uma longa história de crises enfrentadas em silêncio", diz o professor de comunicação digital Luli Radfahrer (ECA-USP).
Avanço. Em São Paulo, os primeiros três protestos aconteceram em um intervalo de seis dias e não ultrapassaram os 10 mil manifestantes. Mesmo assim, já eram a principal história dos jornais. No dia 13 de junho, outras dez cidades aderiram - capitais ou cidades médias, como Natal, Porto Alegre, Rio, Santos e Sorocaba. No dia 17, quando São Paulo parou, com 200 mil pessoas nas ruas, já eram 21 protestando.
O auge foi no dia 20, quando 150 municípios tiveram protestos. Pelo menos 1 milhão de brasileiros foram às passeatas, segundo dados das Polícias Militares de 75 cidades. Desde Belém, no Pará, até Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai. A menor cidade a se rebelar foi Figueirão (MS), que tem 2,9 mil habitantes.
O mote do transporte público foi o mais popular principalmente nas cidades que têm rede de ônibus. Mas os protestos também ganharam conotações regionais, especialmente nas cidades menores. Picos (PI), por exemplo, atraiu manifestantes contra os pistoleiros. Coxim (MS) protestou contra os buracos nas ruas e pediu a saída do secretário de obras. "Foi uma revolta típica da pós-modernidade, aparentemente sem causa. Do ponto de vista político, contudo, a multiplicidade de causas tornou os protestos mais fortes justamente porque permite várias interpretações dos que vão se manifestar", diz o psicanalista Jorge Forbes.
Forbes enxerga, no entanto, um ponto em comum nas demandas. "Trata-se de uma sociedade civil renovada, mais informada e educada, que continua tendo de lidar com as instituições do século passado, anacrônicas, que não atendem mais os anseios da população."
Difícil leitura. Mesmo para aqueles que acompanham a história do movimento, a epidemia de protestos surpreendeu. O filósofo Pablo Ortellado, coautor do livro Estamos Vencendo! (Conrad), sobre os movimentos autonomistas no Brasil, ainda se esforça para entender o que aconteceu. "A resistência e a desobediência civil já eram discutidas desde Seattle, em 1999, nos movimentos antiglobalização. A novidade foi o Passe Livre, que passou a ter uma pauta clara, com um grupo de referência para negociar. O governo foi acuado pelas passeatas e mudou sua decisão." As manifestações continuaram em menor quantidade depois da redução das tarifas, apesar de muitos protestos contra a Copa das Confederações.
ESTADÃO

quinta-feira, 27 de junho de 2013

FHC é imortal

FHC acaba de ser eleito imortal da Academia Brasileira de Letras. O ex-presidente teve 34 votos. Quatro acadêmicos votaram em branco e um faltou à sessão.
Ele assume a cadeira de número 36, deixada por João de Scantimburgo.
ESTADÃO

Espanha vence Itália nos pênaltis e enfrentará Brasil

SÃO PAULO - O jogo que o mundo esperava para ver vai acontecer no próximo domingo, no Maracanã. Nesta quinta-feira, a Espanha se garantiu na final da Copa das Confederações contra o Brasil ao passar pela Itália num jogo técnico e bastante equilibrado no Castelão, em Fortaleza. Os dois rivais europeus empataram em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação e a vitória espanhola veio nos pênaltis, por 7 a 6. Só Bonucci errou a batida. Jesus Navas converteu o gol decisivo.
O primeiro tempo foi todo da Itália, que criou diversas boas chances de gol, apesar de a Espanha ter tido mais posse de bola. Na segunda etapa, quando ambos já demonstravam muito cansaço e o jogo caiu bastante de qualidade, aconteceu o contrário: os italianos tiveram a bola por mais tempo, mas foram os espanhóis que se arriscaram mais no ataque. Na prorrogação, com mais fôlego, a atual campeã do mundo foi mais perigosa e criou pelo menos quatro chances reais de gol. Na melhor delas, Buffon errou e o chute de Xavi parou na trave. Logo no comecinho do tempo extra, Giaccherini também havia carimbado o poste.
A Espanha terá apenas 72 horas para descansar antes da final da Copa das Confederações, um dia a menos do que o Brasil. A decisão será neste domingo, às 19 horas, no Maracanã. O terceiro lugar será decidido entre Itália e Uruguai, também no domingo, em Salvador, às 13 horas.
O JOGO


Os primeiros dois minutos de partida enganaram. A Espanha deu a saída de bola, chegou duas vezes ao ataque, arriscou um chute a gol com Pedro e enquanto isso a Itália deu apenas três míseros toques na bola. Mas o que se viu a partir dali foi um jogo bastante diferente do esperado. Não que a Espanha não tivesse a posse de bola na maior parte do tempo (ao fim do primeiro tempo eram 62%), mas a Itália soube jogar muito melhor na base do contra-ataque.

Aos 3 minutos, por exemplo, a jogada foi no mano a mano, quatro contra quatro. Gilardino tocou da direita e Giaccherini mandou para fora. Aos 7, Maggio cabeceou para fora. Aos 14, Gilardino recebeu na área, desviou de primeira, mas mandou à esquerda do gol.
A Espanha rodava a bola, mas ninguém parecia confiar em Fernando Torres, que ganhou a vaga de Soldado. David Silva, no lugar de Fábregas, também não rendia. Assim, a costumeira sequência de passes beirava a área, mas não levava perigo ao gol de Buffon.
A Itália, quando roubava a bola, partia em contra-ataque. Dos 16 aos 18 minutos, foram mais três chances reais. Casillas pegou um cabeceio feito por De Rossi, outro desvio do meia foi para fora, enquanto que Maggio, também pelo alto, mandou raspando a trave.
Depois de um período de poucas emoções no jogo, a Itália voltou a pressionar aos 35 minutos. Primeiro Giaccherini fez jogada pela esquerda e deu cruzamento perfeito para Maggio, que cabeceou para ótima defesa de Casillas. No minuto seguinte, Barzagli arriscou de meia distância e mandou para fora.
Quando o jogo já chegava a impressionantes oito chutes a gol da Itália contra só um da Espanha, a melhor chance da partida. Torres, então sumido, recebeu na área, girou como quis sobre Barzagli e bateu cruzado. Buffon ficou olhando a bola passar raspando a trave esquerda. Antes do fim do primeiro tempo, a Itália ainda teve mais uma chance, com De Rossi, mas Casillas tirou de soco.
O ritmo do primeiro tempo, porém, não foi visto na volta do intervalo. Em um dos primeiros lances, Iniesta avançou pela esquerda, tabelou com Torres, mas chutou para fora. Depois disso, o cansaço passou a falar mais alto. A Itália, que correu mais no primeiro tempo, sentiu mais.
As mudanças não mudaram o panorama. Montolivo substituiu Barzagli ainda no intervalo, enquanto que Jesús Navas entrou no lugar de David Silva aos 6 minutos. O reforço do Manchester City até tentou implementar a correria, sem resultado.
Passados 25 minutos de futebol na segunda etapa, a Espanha havia dado três chutes a gol, nenhum com perigo. A Itália, só um, também sem ameaçar. Tentando evitar a prorrogação, os dois times passaram a se esforçar mais em abrir o placar. Os italianos, pelo alto. Os espanhóis, na correria. Encontravam, ambos, marcação afrouxada, uma vez que o cansaço falava alto sob calor de 29 graus.
A Espanha aproveitou melhor e arriscou mais. Tanto que, aos 39 minutos, criou a única chance real de gol do segundo tempo. Torres carregou pelo meio e tocou para Navas, que rolou para o meio. Piqué apareceu como homem surpresa, mas chutou por cima. No último lance do jogo, aos 48, falta de Xavi na área, De Rossi desviou e tirou da cabeça de Piqué.
PRORROGAÇÃO
Depois de 10 minutos de descanso, os jogadores dos dois times voltaram com outra disposição para o tempo extra. Logo aos 2, a Itália acertou a trave de Casillas com Giaccherini. Candreva criou a jogada pela direita e cruzou para Giovinco, que foi travado por Piqué. A bola sobrou para o lateral, que chutou muito forte. O goleiro só assistiu a trave balançar.
A Espanha respondeu rápido, mas viu as melhores chances caírem nos pés dos seus defensores. Duas das oportunidades foram de Piqué. Em uma, o defensor demorou demais para chutar e mandou por cima. Em outra, cabeceou mal e De Rossi salvou. Quando a bola caiu em Sergio Ramos, o defensor demorou a perceber e acabou errando. Na única jogada genial de Iniesta no jogo, Alba também mandou por cima do travessão.
Depois de mais 110 minutos de futebol, os espanhóis tinham mais fôlego. E criaram chances melhores, como um chute colocado de Mata, que passou à direita do gol italiano. Ou numa batida de Xavi, que arriscou de longe e quase contou com a ajuda de Buffon. O goleiro foi com a mão mole, falhou, e viu a bola bater na trave. No rebote, Martínez chutou cruzado, para fora.
No último ataque, quando a torcida (o tempo todo do lado da Itália) já pedia o fim do jogo, a Espanha quase fez. Em um contra-ataque quatro contra três, Navas rolou para Martínez, mas o volante tentou fazer de placa e furou.
PÊNALTIS
Candreva começou as cobranças tentando desmoralizar os espanhóis, marcando numa belíssima cavadinha. Xavi não se desequilibrou e fez 1 a 1. Casillas acertou o lado, mas não pegou a cobrança de Aquilani. Buffon também pulou no canto certo, mas não é fácil pegar a batida de Iniesta.
De Rossi bateu muito bem, no ângulo, mas Piqué fez a alegria da esposa Shakira, que estava na arquibancada, e deixou tudo igual de novo. Casillas nem se mexeu e Giovinco colocou no canto direito. Sergio Ramos também fez a parte dele, deixando tudo em 4 a 4.
Quando a pressão começou a ficar maior e um erro seria fatal, Pirlo foi frio para fazer 5 a 4. Mas Mata também foi, empatando o jogo. Montolivo seguiu o padrão e colocou no canto direito de Casillas. Busquets, no esquerdo de Buffon.
Até a 13ª batida, todos os cobradores haviam tido tranquilidade. Bonucci foi o responsável por fugir à regra. Bateu alto demais, para fora. Aí a responsabilidade ficou para Jesus Navas, que bateu no canto direito e fez 7 a 6.
FICHA TÉCNICA


ESPANHA 0 (7) x (6) 0 ITÁLIA

ESPANHA - Casillas; Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Busquets, Xavi, Iniesta e David Silva (Navas); Pedro (Mata) e Fernando Torres (Martínez). Técnico: Vicente Del Bosque.

ITÁLIA - Buffon; Bonucci, Chielini e Barzagli (Montolivo); Maggio, Marchisio (Aquilani), Pirlo, Candreva, De Rossi e Giaccherini; Gilardino (Giovinco). Técnico: Cesare Prandelli.
ÁRBITRO - Howard Webb (Fifa/Inglaterra).
CARTÕES AMARELOS - Piqué (Espanha); De Rossi (Itália).
RENDA - Não disponível.
PÚBLICO - 56.083 pagantes.
LOCAL - Arena Castelão, em Fortaleza (CE). 
ESTADÃO

sábado, 22 de junho de 2013

ProUni abre inscrições com 90 mil bolsas

Os interessados em um bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) podem se inscrever até o próximo dia 25. O programa, que oferece bolsas em instituições particulares de ensino superior, abriu inscrições nesta sexta, dia 21.
Serão ofertadas 90.045 bolsas, sendo 55.693 integrais e 34.352 parciais. Os candidatos podem fazer a inscrição online e consultar número de vagas por instituição no siteprouni.mec.gov.br.
O processo terá duas chamadas. O resultado da primeira será divulgado no dia 28, pela internet. Desse dia, até 5 de julho, o estudante pré-selecionado deverá comparecer à respectiva instituição de ensino para aferição das informações prestadas no momento da inscrição, providenciar a matrícula e, se for o caso, participar de seleção própria da instituição.
O resultado da segunda chamada está previsto para 13 de julho. O estudante terá de 15 a 19 de julho para comprovar as informações e providenciar a matrícula.
Caso pretenda integrar a lista de espera, o candidato terá de fazer a adesão, também online, de 26 a 29 de julho. A lista estará disponível no Sistema Informatizado do ProUni para consulta pelas instituições em 1º de agosto. No dia seguinte, será feita a primeira convocação. O candidato selecionado terá até o dia 7 do mesmo mês para a comprovação dos documentos e matrícula. Em 12 de agosto será feita a segunda convocação. O prazo para aferição dos documentos e matrícula vai até o dia 15.
Criado em 2005, o ProUni oferece bolsas de estudos em instituições particulares de educação superior a estudantes egressos do ensino médio da rede pública. Também são atendidos bolsistas integrais oriundos da rede particular. Os candidatos são selecionados pelas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Para fazer a inscrição, o estudante deve ter no mínimo 450 pontos na média das notas do Enem e nota na redação que não tenha sido zero. Para a bolsa integral, o candidato precisa comprovar renda bruta familiar, por pessoa de até 1,5 salário mínimo. Para a bolsa parcial, de até três salários mínimos.
ESTADÃO

Para aplacar protestos, Dilma propõe 'pacto' para melhorar serviços públicos

BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira, 21, em cadeia nacional de rádio e TV, que vai conversar nos próximos dias com chefes de outros Poderes da República, governadores e prefeitos das principais cidades do país a fim de realizar um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos.
De acordo com o pronunciamento, a proposta de Dilma terá três eixos. O primeiro deles terá como foco a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo. O segundo, a destinação de 100% dos recursos do petróleo para a educação. E o terceiro, trazer, de imediato, milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Dilma disse que vai receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares.

"Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências. De sua energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente", declarou.

No discurso, a presidente afirmou que é preciso "oxigenar o nosso velho sistema político". Segundo ela, é preciso encontrar mecanismos que tornem "nossas instituições mais transparentes mais resistentes aos malfeitos e acima de tudo mais permeáveis à influência da sociedade". "É a cidadania, e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar", completou.
Sem dar detalhes, Dilma disse que quer contribuir para a construção de uma "ampla e profunda" reforma política, a fim de ampliar a participação popular. E, numa resposta às críticas dos protestos contra as agremiações partidárias, ela disse que é um "equívoco" achar que qualquer país possa 'prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo democrático".
ESTADÃO

sábado, 15 de junho de 2013

Brasil inicia Copa das Confederações com desafio duplo

O Brasil começa neste sábado a sediar – e disputar – a Copa das Confederações de 2013 com um desafio duplo: provar sua capacidade dentro e fora de campo.
O evento serve de ensaio para a Copa do Mundo do ano que vem, com a utilização de seis dos 12 estádios que serão usados em 2014 e um teste de infraestrutura das cidades-sede. O jogo de abertura, entre Brasil e Japão, acontece no estádio Mané Garrincha, em Brasília, que passou por reformas.
Dentro de campo, a seleção brasileira chega à competição pressionada, em sua posição mais baixa da história no ranking da Fifa (22º lugar) e com uma série de resultados desapontadores em 2013.
De sete partidas disputadas no ano, o Brasil perdeu uma, empatou quatro e ganhou apenas duas, incluindo a vitória de 3 a 0 contra a França no último domingo, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Fora de campo, o Brasil precisa provar também sua capacidade para organizar um evento dessa magnitude e superar os problemas como atrasos na entrega dos estádios, cancelamento de obras de infraestrutura previstas e até mesmo protestos populares.

Apoio da torcida

Em declarações na tarde de sexta-feira, antes do último treino coletivo do Brasil pré-estreia, contra o Japão, o técnico Luis Felipe Scolari ressaltou a preocupação com esses dois aspectos da competição para o país e disse esperar apoio da população à organização e ao time.
"Nós devemos nos unir para que possamos mostrar ao mundo todo como somos como país e como somos como equipe de futebol", disse.
"Mesmo se temos algumas diferenças, deveríamos colocar tudo isso de lado e nos dedicarmos a fazer com que o Brasil realmente evolua em todas as áreas. (Mostrar) que o Brasil, além de ser o país do futebol, é um país bem administrado, que tem futuro, que tem uma série de coisas aqui que são importantes para o mundo todo", afirmou.
No aspecto esportivo, Felipão disse esperar que o fato de o Brasil jogar a Copa no próprio país possa influenciar positivamente o time.
"Quando jogamos em casa, precisamos tirar proveito desses 20, 30, 50, 100 mil torcedores que temos dentro dos estádios, ou nos arredores, para fazer com que a equipe adversária sinta esse ambiente", afirmou. "Se não tivermos o apoio necessário, aí é ruim jogar em casa", disse.
Ele admitiu parte da responsabilidade sobre a motivação dos torcedores brasileiros. "Para que isso aconteça, nós temos que jogar bem, fazer com que o torcedor se motive", disse.
Felipão afirmou que o fato de jogar no Brasil não aumenta a pressão sobre o time, já que o Brasil sempre está entre os favoritos nas competições que disputa e sofre pressão para ter um bom desempenho. "Jogar em casa é diferente em alguns aspectos, mas a história de ganhar é a mesma", comentou.
Para Felipão, o Brasil é apenas uma entre "quatro ou cinco" equipes, das oito que disputam a Copa das Confederações, a aparecer como favorita na disputa da competição.
"Somos uma das grandes equipes que têm condições de ganhar", disse. "Há os campeões mundiais, Brasil, Espanha, Uruguai, Itália, e equipes que vêm crescendo, como o Japão", disse.

Campeões continentais

A Copa das Confederações, disputada desde 1992 e que chega à sua nona edição, é desde 2001 realizada no país-sede da Copa do Mundo do ano seguinte, como teste para os estádios e para a organização local.
Ela reúne os seis campeões continentais além do último campeão mundial e do país-sede. Neste ano, além do Brasil, como país-sede, disputam a competição a Espanha, campeã mundial em 2010, Itália (vice-campeã europeia, já que a Espanha também foi campeã continental), o México (campeão da América do Norte e Central), o Japão (campeão da Ásia), o Uruguai (campeão da América do Sul), a Nigéria (campeã da África) e o Taiti (campeão da Oceania).
Os oito times estão divididos em dois grupos de quatro, que jogam entre si na primeira fase. Os dois primeiros de cada grupo se classificam para as semifinais. A final acontece no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, no próximo dia 30 de junho.
Além de Rio de Janeiro e Brasília, as outras cidades-sede da Copa das Confederações são Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador e Recife.
Depois do jogo contra o Japão, o Brasil enfrenta o México em Fortaleza, no dia 19, e encerra a primeira fase contra a Itália, em Salvador, no dia 22.
O Brasil venceu as últimas duas edições da Copa das Confederações, em 2005, na Alemanha, e em 2009, na África do Sul. Também foi campeão em 1997, quando o torneio foi disputado na Arábia Saudita.

Parlamento do Equador aprova lei que restringe ação da imprensa no país




A Assembleia Nacional do Equador aprovou nesta sexta-feira, 14, uma nova lei sobre os meios de comunicação que cria organismos de controle sobre a atividade jornalística. No projeto, estão previstas auditorias, sanções administrativas e multas a jornalistas e veículos de imprensa. A lei foi aprovada com 108 votos a favor – 100 deles da coalizão Aliança País, do presidente Rafael Correa – e 26 contra.
A nova legislação, com 119 artigos, deve ser promulgada em breve. Relator da lei, o deputado Mauro Andino disse pretender democratizar a comunicação com o projeto.
"Como cidadãos, queremos a liberdade de expressão com os limites dados pela Constituição e os instrumentos internacionais, além de uma liberdade de informação com responsabilidade", disse o parlamentar. "Propusemos uma lei que se constrói a partir de um enfoque de direitos para todos, não para um grupo de privilegiados"
O projeto cria três órgãos para supervisionar o exercício do jornalismo: o Conselho de Regulação, o Conselho Consultivo e a Superintendência de Informação e Comunicação, que será responsável por auditorias, multas e processar civil e penalmente jornalistas que escrevam textos ofensivos a direitos de terceiros. A lei também institui a figura jurídica do linchamento midiático, destinada a garantir o bom nome das pessoas criticadas pela imprensa.
A presidente da Assembleia Nacional Gabriela Rivadeneira celebrou a vitória parlamentar. "Por fim o país vai ter um antes e um depois no que diz respeito aos modos da imprensa, na prática da liberdade da expressão e no modo como alguns utilizam o microfone para ultrajar a dignidade", disse.
O projeto foi criticado por associações de classe, entidades patronais e ONG’s em defesa da liberdade de expressão. " Começará um período muito complicado para a imprensa privada e para o jornalismo independente no Equador", disse. "Vem por aí uma espécie de totalitarismo informativo, que construirá um estado de propaganda no Equador, com a penas um ponto de vista sobre a realidade: o da presidência da república".
O comitê para Proteção dos Jornalistas considerou a lei uma séria ameaça a liberdade de expressão por seu caráter ambíguo. "A lei permite impor sanções e abre as portas para a censura governamental", disse o coordenador para as Américas do CPJ, Carlos Lauría. "Um dos principais objetivos de Correa é silenciar os críticos de seu governo".
Correa, que ao longo do mandato tem tido uma relação difícil com a imprensa crítica a ele, apoiou o projeto. Em diversas ocasiões chamou os jornalistas de "capangas com canetas", "medíocres" e "mentirosos". O presidente também processou por calúnia o jornal El Universo, seus donos e um ex-editor por ter sido chamado de ditador. A indenização de US$ 42 milhões acabou sendo perdoada por Correa. O presidente também recorreu à Justiça contra dois jornalistas que escreveram um livro sobre negócios supostamente irregulares de seu irmão, Fabrício Correa. 
ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Má nutrição no mundo custa US$ 3,5 trilhões por ano, diz FAO

A má nutrição custa ao mundo cerca de US$ 500 (aproximadamente R$ 1 mil) por indivíduo ou US$ 3,5 trilhões (R$ 7 trilhões) por ano, valor equivalente ao PIB da Alemanha, a maior economia da Europa, de acordo com cálculo publicado em um novo relatório das Nações Unidas.
O montante também equivale a 5% do PIB mundial e foi calculado com base nos custos relativos à perda de produtividade e gastos com a saúde gerados por uma dieta deficiente.
Os dados constam de relatório publicado nesta terça-feira pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). No documento, o diretor do órgão, o brasileiro José Graziano, pediu esforços mais consistentes para erradicar a má nutrição.
O estudo assinala que a alimentação precária das mães e das crianças continua a reduzir a qualidade e a expectativa de vida de milhares de pessoas, assim como problemas relacionados à obesidade, como doenças cardíacas e diabetes.
"Atores e instituições devem trabalhar conjuntamente em todos os setores para reduzir mais efetivamente a desnutrição, a deficiência nutricional, o sobrepeso e a obesidade", diz o relatório.
O órgão alerta ainda que, embora cerca de 870 milhões de habitantes do planeta ainda passem fome, segundo dados do biênio 2010-2012, outros bilhões sofrem com a má ingestão de alimentos.
A FAO estima que 2 bilhões de pessoas têm deficiências de um ou mais micronutriente, enquanto outras 1,4 bilhão estão com sobrepeso, das quais 500 milhões já são obesas.
Além disso, 25% de todas as crianças abaixo de cinco anos sofrem com baixa estatura e outras 31% possuem deficiência de vitamina A.

Recomendações

Para combater a má nutrição, a FAO sustenta que dietas saudáveis e uma boa alimentação devem começar pelo tratamento da comida e dos produtos agrícolas.
Segundo o relatório, a maneira como os alimentos são cultivados, processados, transportados e distribuídos tem forte influência nos hábitos alimentares da população.
Entre as medidas destacadas pelo estudo está o uso apropriado de políticas agrícolas, investimento e pesquisa para aumentar a produtividade, não apenas dos grãos como milho, arroz e trigo, mas também de legumes, carne, leite, vegetais e frutas, todos ricos em nutrientes.
Outra recomendação do órgão é evitar o desperdício, que atualmente responde por um terço de toda a comida produzida todos os anos para consumo humano no mundo. De acordo com a FAO, isso poderia aumentar a disponibilidade de alimentos bem como reduzir seu preço, além de diminuir a pressão sobre a terra e outros recursos naturais.
O estudo também chama atenção para outro ponto importante relacionado ao papel das mulheres no combate à má nutrição. Segundo a FAO, quanto maior controle as mulheres tiverem sobre os recursos e a renda das famílias, maior é o benefício para a saúde delas e de seus filhos.
O órgão também destaca iniciativas de combate à má nutrição pelo mundo, incluindo o programa Fome Zero, no Brasil. No relatório, a FAO elogia o Brasil pelas medidas tomadas na erradicação da alimentação precária da população.
O país apresenta um dos menores índices de crianças com deficiência de crescimento na América Latina (7,1%), atrás apenas do Chile (2%) e da Costa Rica (5,6%). No entanto, o Brasil ainda tem a maior proporção de menores de cinco anos anêmicos na região (54,9% do total).
BBC BRASIL

Morre aos 62 anos a jornalista, atriz e escritora Scarlet Moon

Morreu na madrugada desta quarta-feira (5) a jornalista, atriz e escritora Scarlet Moon de Chevalier. Ela tinha 62 anos e lutava havia três contra uma doença degenerativa, de acordo com informações divulgadas pela família.

Scarlet Moon sofria da Síndrome de Shy-Drager e estava em sua casa, no Rio, quando teve, segundo familiares, uma parada cardiorrespiratória. O velório, aberto, acontece até às 16h de hoje no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio. O corpo da jornalista será cremado nesta quinta-feira (6), em uma cerimônia fechada.

Scarlet Moon trabalhou em diversos canais de TV, e participou do "Fantástico" e do "Jornal Hoje" na década de 1970. Ela também ficou conhecida por apresentar, nos anos 1980, o programa de entrevistas "Noites Cariocas", da Record, ao lado de Nelson Motta. Desde 1996, ela assinava a coluna de variedades Abalo, no caderno "Zona Sul", do jornal "O Globo".

Durante 28 anos, foi casada com o cantor Lulu Santos, de quem separou em 2006. Ela deixa três filhos.

Ela também atuou no teatro e no cinema, como em "Nosferatu do Brasil" (1970), de Ivan Cardoso, além de ter lançado dois livros: "Areias Escaldantes" (Rocco), no qual relata os modismos lançados na praia de Ipanema, e "Dr. Roni e Mr. Quito: A Vida do Amado e Temido Boêmio de Ipanema" (Ediouro) - biografia sobre o irmão Roniquito, um dos fundadores da chamada Banda de Ipanema.

Scarlet já havia sido internada algumas vezes, por conta da doença. A Síndrome de Shy-Drager é um distúrbio degenerativo que compromete o sistema nervoso, leva a tremores musculares, rigidez, movimentos lentos e outras perdas neurológicas generalizadas.

"Depois de lutar anos pela vida, minha mãe fez sua última viagem agora de madrugada", escreveu Theodora Chevalier, filha da jornalista, em seu perfil no Facebook.

FOLHA DE S. PAULO

Vera Holtz demora quatro horas para se transformar em Dona Redonda da nova ‘Saramandaia’

RIO - Guardada a sete chaves a caracterização de Vera Holtz como a Dona Redonda da nova versão de “Saramandaia” foi revelada na noite desta terça-feira na apresentação do clipe da novela, que estreia na TV Globo, no dia 24 de junho, no horário das 23h, e é escrita por Ricardo Linhares. Para que a atriz aparente ter 250 quilos em cena, além de efeitos de computação gráfica, são necessárias uma prótese e uma roupa com enchimento. Ela veste um tipo de macacão com ventilação interna:

— Demoro quatro horas para ficar pronta e dependo cem por cento da equipe. Durante o trabalho de caracterização, não posso me mexer, é um trabalho inédito na TV brasileira — conta Vera, que precisou ir aos Estados Unidos para que seu corpo fosse escaneado e a roupa, que é como uma segunda pele, fosse feita.

Depois de pronta a transformação, a atriz tem mobilidade, mas se movimenta com dificuldade. Ela circula pelo Projac numa versão maior dos carrinhos que costuma ser usados para locomoção no local.

— Acho muito engraçado me ver dessa forma, mas aínda não subi numa balança para saber quanto estou pesando com a roupa — completa a atriz.

Na primeira versão da novela, escrita por Dias Gomes em 1976, Dona Redonda foi interpretada por Wilza Carla (1935-2011).

O GLOBO 

ESTADÃO # Promessas eleitorais

O célebre aforista inglês Samuel Johnson (1709-1784) disse certa vez que nada concentra a mente tanto quanto a iminência da morte. O risco de perder uma eleição não há de ficar muito atrás. Desde que essa possibilidade, embora ainda remota, começou a se acercar do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff passou a focalizar os obstáculos à conquista do segundo mandato - a esqualidez da economia, o inchaço dos preços e os atritos que ameaçam degenerar em fraturas expostas na relação do governo petista com o seu principal aliado político, o PMDB, maior partido brasileiro.
Em movimentos destinados a dissipar a imagem cada vez mais negativa de sua aptidão para conduzir o Executivo - e os prognósticos pessimistas sobre os efeitos disso para o cenário eleitoral de 2014 -, Dilma resolveu, com quase um ano de atraso, dar prioridade ao programa de concessões na área de infraestrutura; deixar de lado as suas objeções à alta de juros para combater a inflação, apoiando a decisão do Banco Central de elevar a taxa básica a 8%; e mudar a sua interação com o Congresso, cujas duas Casas estão em mãos peemedebistas. Nas últimas semanas, esse relacionamento degringolou.
Desde o boicote insuflado pela liderança da legenda na Câmara dos Deputados ao texto original da Medida Provisória (MP) dos Portos, a que se seguiu a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, de não colocar em votação a MP da redução das contas de luz - porque a recebera menos de sete dias antes de sua perda de validade -, o respeito pelo Planalto entre os políticos da própria base governista entrou em queda livre. Até mesmo a presidente sem jogo de cintura, que se julga todo-poderosa e dona da verdade, acabou entendendo o imperativo de reverter o seu desprestígio, agravado pelos números diminutivos da economia, junto à tigrada que só tem compromissos com os seus apetites. Ainda mais em tempos de campanha sucessória antecipada.
Na segunda-feira, finalmente, Dilma se dispôs a ouvir o presidente da Câmara, Henrique Alves, e o seu colega Calheiros. O encontro foi intermediado pelo vice peemedebista Michel Temer, de quem os correligionários andam dizendo que precisa ser menos vice e mais peemedebista. Alves saiu da reunião com duas promessas para contar. Em primeiro lugar, nenhum projeto importante seguirá para o Congresso antes de ser discutido com os líderes da base. O procedimento será inaugurado pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Dilma o incumbiu de explicar aos aliados o projeto de reforma do Código de Mineração, a ser encaminhado em regime de urgência constitucional. Nesses casos, a Câmara e o Senado têm, cada qual, 45 dias para votar a matéria, sob pena de trancamento das respectivas pautas.
O outro compromisso que teria sido assumido por Dilma foi de economizar nas medidas provisórias. De início, a intenção do Planalto era baixar uma MP para a mineração. Trata-se de um instrumento que de há muito deixou de ser usado apenas em casos de "relevância e urgência", para os quais foi concebido. Serve, a rigor, para tornar o Congresso caudatário do Executivo em matéria da produção de leis. Para ter ideia do uso abusivo da modalidade, só nesses cinco primeiros meses do ano a presidente assinou 15 MPs. Desde a sua posse, em janeiro de 2011, foram 96. Lula, o seu antecessor e patrono, editou 414 (o equivalente a 52 em cada ano de seus dois mandatos, em números arredondados). No caso de Fernando Henrique, em igual período, tinham sido 334, ou 42 por ano, em média.
O presidente da Câmara que tinha prometido aos companheiros de bancada expor a Dilma "a verdade" sobre as dificuldades do governo no Congresso o fez pelo menos à saída do Planalto. Ao dizer que a presidente está "muito disposta" a melhorar a interlocução com o Legislativo, emendou: "Todos sabem que os culpados pelo tensionamento não são as ministras Gleisi (da Casa Civil) e Ideli (das Relações Institucionais)". Resta saber se a culpada conseguirá domar o seu estilo centralizador, temperamento autoritário e inaptidão política para fazer as vontades do PMDB. Eleições concentram as mentes, mas talvez não mudem as almas.
ESTADÃO

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Exército de Israel pune jovens recrutas por fotos sensuais no Facebook

O Exército de Israel informou neste domingo (2) que puniu um grupo de soldados femininos que publicaram no Facebook fotos nas quais aparecem usando apenas sutiã, calcinha e capacetes e equipamentos militares. Não é a primeira vez que o país, onde o serviço militar é obrigatório para homens e mulheres que atingem a maioridade, enfrenta problemas com o comportamento inadequado dos recrutas.

Conforme o site israelense Walla, as mulheres são recrutas novatas lotadas em uma base no sul do país.

Em uma das fotos elas aparecem uniformizadas, mostrando os bumbuns. Em outra, aparecem de lingerie, cobertas apenas por colete e equipamentos militares.
As fotos foram divulgadas com os rostos das mulheres desfocados.

Em comunicado, o Exército israelense afirmou que as jovens demonstraram "comportamento impróprio" e foram punidas adequadamente.

As identidades das soldados não foram reveladas.

ASSOCIATED PRESS/FOLHA DE S. PAULO

Déficit comercial atinge US$ 5,4 bilhões até maio e é o maior da história

BRASÍLIA - O superávit comercial do mês de maio de US$ 760 milhões é o menor resultado para o mês desde 2002, segundo a série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De janeiro a maio, contudo, houve um déficit de US$ 5,392 bilhões, o maior da história para os primeiros cinco meses do ano. A comparação considera série iniciada no começo da década de 1990.
As importações somaram US$ 98,683 bilhões, uma alta de 9,8% na comparação com janeiro a maio do ano passado, e foram recordes para o período. Já as exportações somaram US$ 93,291 bilhões, com queda de 2,8% em relação ao mesmo período de 2012.
A balança comercial de petróleo e derivados explica o resultado ruim do comércio exterior brasileiro. O déficit na balança de petróleo de janeiro a maio deste ano é de US$ 11,039 bilhões, resultado de exportações de US$ 8,289 bilhões e importações de US$ 19,327 bilhões. De janeiro a maio de 2011, este déficit foi de US$ 1,286 bilhão e, no mesmo período de 2012, de US$ 1,892 bilhão.
É verdade que parte do resultado negativo deste ano é explicado pela regularização de US$ 4,589 bilhões em importações da Petrobras, realizadas em 2012 mas registradas apenas este ano. Ainda assim, mesmo excluindo estas operações, o déficit de 2013 ainda seria muito superior que nos anos anteriores.
A secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, disse que os números são explicados pela redução da produção e exportação nacionais e pelo aumento da demanda de importação de petróleo para refino. As exportações nos cinco primeiros meses deste ano registram queda de 40,7% em relação ao mesmo período do ano. Por outro lado, as importações cresceram 22%, pelo conceito de média diária.
A secretária disse que, excluindo as exportações de petróleo, as vendas externas teriam um crescimento de 3,7% em relação ao ano passado, um novo recorde para o período. Ainda sem a balança do petróleo, a balança comercial sairia de um déficit de US$ 5,4 bilhões para um superávit de US$ 5,6 bilhões.
Balanço de pagamentos. O desempenho comercial tem prejudicado o balanço de pagamentos. Pelos últimos dados disponíveis, o déficit nas contas correntes atingiu US$ 8,3 bilhões em abril, US$ 33,1 bilhões no primeiro quadrimestre e US$ 70 bilhões nos últimos 12 meses. Os Investimentos Estrangeiros Diretos (IEDs), com saldo de US$ 5,7 bilhões, em abril, e US$ 18,9 bilhões, no quadrimestre, não conseguiram cobrir o rombo.
ESTADÃO