domingo, 25 de agosto de 2013

Disparada do dólar e estoques altos projetam Natal mais fraco em 10 anos

A disparada do dólar e a desaceleração de vendas no varejo complicaram as negociações entre indústria e comércio para o fim do ano e derrubaram as projeções para o Natal. A expectativa é que o volume de vendas cresça 4,5% no Natal em relação à mesma data de 2012, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). É praticamente a metade da alta no Natal de 2012 (8,1%) e a menor variação para a data em quase dez anos.
"Há possibilidade de que essa taxa de crescimento seja ainda menor por causa do avanço do câmbio, que pressiona os preços", diz o economista da CNC, Fábio Bentes. Ele considera nas suas contas o dólar a R$ 2,30, a mediana das projeções do mercado, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central. Na sexta-feira, o câmbio fechou a R$ 2,35, acumulando alta de 15,21% no ano e de 17,68% desde abril.
As encomendas de fim de ano do varejo para a indústria começam a ser fechadas no mês que vem num cenário turbulento, que combina forte pressão de custos, provocada pela subida do dólar, com desaceleração de vendas no varejo e acúmulo de estoques indesejados na indústria. "O momento é ingrato para fechar os pedidos", resume o diretor de Pesquisa Econômica da GO Associados, Fabio Silveira. Em junho e julho, os preços dos insumos industriais acumulam alta de 4% em reais, mostra o indicador elaborado pela consultoria a partir de 13 itens, a maioria deles matérias-primas.
Além das altas já ocorridas, as pressões de preço continuam. A CSN, por exemplo, anunciou reajuste entre 5,5% e 6,75% do aço neste mês. A Braskem, gigante na produção de resinas plásticas usadas em embalagens e nos eletroeletrônicos, elevou em 5%, em média, os preços em julho por causa da alta da nafta, cotada em dólar, conta o vice-presidente de Poliolefinas e Renováveis, Luciano Guidolin. "Deveremos ter uma complementação desse reajuste este mês de 4% a 5%".
Segundo um industrial que prefere não ser identificado, fazia muito tempo que não ocorriam tantos reajustes de preços de insumos simultaneamente. Um segmento no qual a pressão do dólar logo aparece é na linha de aparelhos de áudio e vídeo. Mais da metade dos componentes usados nas TVs, por exemplo, é importada.
"O reajuste é inevitável", diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros, associação de fabricantes de eletroeletrônicos. Segundo ele, "alguma coisa" vai chegar no preço ao consumidor, pois a indústria tem limite para absorver alta de custo.
"Não mexemos nos custos ainda, mas, dependendo da flutuação do dólar, poderemos aumentar preços", diz a gerente de marketing de Home Entertainment da LG Electronics do Brasil, Fernanda Summa, fazendo referência aos televisores.
Contrapeso. Apesar de a indústria se declarar "no limite" para absorver aumentos de custos sem repassar para os preços, ela carrega um contrapeso que pode ser um fator desfavorável nas negociações com o varejo: o aumento de estoques. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, desde abril, as fábricas acumulam um volume indesejado de produtos acabados. Esse acúmulo é nítido nas indústrias de grande porte. Em julho, último dado disponível, o indicador de estoques atingiu 54,5 pontos, a maior marca desde junho de 2012. Acima de 50, o índice revela acúmulo e abaixo dessa marca, redução. "O estímulo à produção que viria com as encomendas de Natal deve ser atenuado pelo peso dos estoques", diz Renato da Fonseca, gerente de Pesquisa da CNI.
ESTADÃO

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ministro do Trabalho admite redução em número de empregos em julho

BRASÍLIA - O ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou nesta terça-feira, 20, que os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que serão anunciados amanhã, vão apontar redução no ritmo do crescimento do emprego em julho frente a junho.
"Cresceu menos em relação ao mês anterior", disse o ministro a jornalistas hoje, ao deixar a Confederação Nacional da Indústria (CNI), onde participou do seminário que comemorou os 70 anos de criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em junho, o País criou 123,8 mil empregos com carteira assinada.
Os números serão repassados à presidente Dilma Rousseff antes do anúncio. O governo está preocupado com os índices da economia dos últimos dias, que têm gerado redução na confiança no País, agravados pela pressão de alta no câmbio. Há temor de que o aumento do dólar possa ter impacto na inflação.
Os dados irão mostrar perda de fôlego no crescimento do número de carteiras assinadas - uma das principais bandeiras do Planalto para mostrar o vigor de medidas anunciadas pelo governo. De acordo com levantamento do AE Projeções, o saldo de vagas criadas em julho deve ficar entre 70 mil e 138,8 mil.
Segundo o Ministério do Trabalho, no primeiro semestre, foram criados 826.168 postos de trabalho contra 1,359 milhão nos primeiros seis meses de 2012, uma retração considerável. Se a tendência prevalecer, o Planalto certamente tentará medidas para reverter a trajetória que pode ter impacto político nas urnas em 2014.
ESTADÃO

sábado, 17 de agosto de 2013

Robert De Niro completa 70 anos e se prepara para viver novo mafioso em filme

Robert De Niro está completando 70 anos de idade neste sábado (17).
O ator, considerado uma lenda do cinema, está lançando a comédia "The Family", em que interpreta um mafioso aposentado que se muda para o interior com sua família.
Interpretar um mafioso não é uma novidade para De Niro, que ganhou um Oscar de ator coadjuvante por "O Poderoso Chefão 2" (1975), interpretou um gângster poderoso em "Os Bons Companheiros" (1990) e se consagrou na comédia com "A Máfia no Divã" (1999).
"The Family", ainda sem título em português, é coestrelado por Tommy Lee Jones e Michelle Pfeiffer e tem estreia prevista para 18 de outubro.
Robert De Niro nasceu em Manhattan, nos Estados Unidos, em 1943. Filho de dois pintores, abandonou a escola aos 13 anos para se juntar a uma gangue do bairro de Little Italy.
Seu destino mudou quando passou a frequentar o Lee Strasberg's Actor's Studio. Durante toda a década de 1960, De Niro participou de várias peças de teatro fora do circuito da Broadway e começou a conseguir pequenos papéis em filmes independentes.
Seu nome começou a ficar conhecido após as atuações nos filmes "A Última Batalha de um Jogador" (1973) e "Caminhos Perigosos" (1973). Em 1976, protagonizou "Taxi Driver", de Martin Scorsese, seu primeiro papel marcante no cinema.
Em 1980, ganhou um Oscar e o um Globo de Ouro de melhor ator por "Touro Indomável", também de Scorsese.
De Niro tem cinco filhos de dois casamentos e dois netos. Desde 1997, é casado com a comissária de voo Grace Hightower. Também é militante do Partido Democrata e apoiou Bill Clinton, Al Gore e Barack Obama.
FOLHA

'Só não será investigado quem não errar', diz Gilberto Carvalho sobre Siemens


Apesar de ressalvar que o foco das investigações em relação a contratos com a Siemens está localizado no governo de São Paulo, o ministro-chefe da Secretaria Geral Gilberto Carvalho afirmou que se houver alguém para ser investigado a nível federal, isso será feito. "No nosso governo só não será investigado quem não errar. Se houver qualquer erro será investigado", avisou Gilberto, ao ser questionado se temia que essas averiguações com contratos na área de transportes em
São Paulo possam respingar no Governo Federal.


Gilberto destacou e elogiou a "independência e seriedade" da Controladoria Geral da União e avisou: "doa a quem doer a investigação tem de ser feita em qualquer nível e em qualquer estado do país". Para Gilberto, é preciso esperar que as investigações avancem "e depois, que seja julgado e condenado quem deve ser julgado e condenado".
"Agora, o foco evidentemente não é no plano federal. O foco principal que sabemos é em São Paulo. Então, vamos esperar com tranquilidade as investigações transcorrerem. Mas todas as investigações serão realizadas", completou.
Veto.  O ministro-chefe da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, fez um apelo ao Congresso para que não derrube o veto feito pela presidente Dilma Rousseff para manter a multa de 10% do FGTS para as empresas que demitirem, justificando que acabar com ela, prejudicará a população e não o governo, já que, neste caso, irá tirar recursos do programa Minha casa, Minha Vida.
"Apelo para o Congresso para que tenha bom senso e não olhe as disputa ou a pressão de eventuais financiadores de campanha, mas que olhe a pressão do povo que precisa de mais casa, de ampliar o programa Minha Casa Minha Vida, que precisa de ampliar colchão de apoio social", disse o ministro.
"O que é mais importante neste momento, o compromisso com quem financiou campanha ou com o povo?", emendou o ministro, comparando o fim desta multa ao fim da CPMF que, na sua opinião, "prejudicou a saúde, não reduziu um tostão do preço das mercadorias, perdemos forma eficiente das fiscalizações das transações financeiras" Para ele, principalmente por esta última razão se queria acabar com a CPMF.
As declarações de Gilberto Carvalho foram dadas durante "o sábado com a família" realizada no Palácio do Planalto e promovido pela Secretaria Geral. Gilberto voltou a sair em defesa da reforma política, que prevê o financiamento público de campanha, no lugar do privado que existe hoje.
"Temos de acabar com o financiamento privado de campanha", defendeu justificando que a forma em vigor hoje "provoca a triste dependência de parlamentares com financiadores e aí temos votações que a gente não consegue entender". E emendou: "então para libertar os parlamentares da dependência do financiamento privado é que temos de avançar na reforma política porque ela vai dar enorme contribuição para acabar com a corrupção".
ESTADÃO

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Forças Armadas do Peru matam dois chefes do grupo Sendero Luminoso



LIMA - Dois importantes chefes do movimento rebelde peruano Sendero Luminoso foram mortos em um combate com as Forças Armadas em uma região de selva do país, informou nesta segunda-feira, 12, o Comando Conjunto das Forças Armadas e o presidente peruano, Ollanta Humala.
Os dois homens mortos seriam "Alipio" e "Gabriel". O Sendero Luminoso atua na região de maior densidade de plantação de coca do mundo, o Vale dos Rios Apurímac, Enec e Mantaro (Vraem), no centro-sul peruano.
"Fontes de inteligência que participaram da ação confirmaram que os terroristas mortos eram o número 1 e o número 2 da estrutura militar do Sendero Luminoso", disse Humala à rádio local RPP. "São os terroristas Alejandro Borda Casafranca, conhecido como terrorista Alipio, e Marco Antonio Quispe Palomino, que sería o Gabriel."
Segundo um comunicado do Comando Conjunto, o enfrentamento entre rebeldes e os homens das forças de segurança ocorreu na noite de domingo, durante uma operação militar e policial no departamento de Ayacucho, a cerca de 575 km a leste de Lima.
Na ação, outro homem, que "seria o braço direito de Alipio" também foi morto. Exames devem confirmar a identidade dos três.
Este seria o golpe mais duro contra o remanescente do grupo desde que as Forças Armadas capturaram em 2012 o "camarada Artemio", líder da facção do Alto Huallaga do Sendero.
O Sendero Luminoso envolveu-se no tráfico de cocaína desde que os fundadores do movimento maoísta foram capturados durante uma guerra contra o Estado nas décadas de 1980 e 1990. Segundo dados oficiais, morreram cerca de 69 mil pessoas.
REUTERS/ESTADÃO

sábado, 10 de agosto de 2013

Drone de Israel mata jihadistas dentro do Egito

Um bombardeio de avião não tripulado israelense dentro do Egito matou nesta sexta-feira, 9, cinco militantes islâmicos e destruiu um lançador de foguetes ao sul de Rafah, próximo à fronteira entre a palestina Faixa de Gaza e a egípcia Península do Sinai, informaram funcionários do governo do país árabe. Extremamente rara, a operação de Israel teria como objetivo impedir um ataque de jihadistas contra seu território.
A ação israelense contou com a colaboração do governo interino do Egito, o que pode significar um novo nível de cooperação entre antigos inimigos sobre a segurança no Sinai, que tem piorado desde a deposição do islamista Mohamed Morsi da presidência.
Oficialmente, os militares egípcios negaram que um drone de Israel tenha praticado o ataque e uma porta-voz do Exército israelense negou-se a comentar o incidente. Os dois países já cooperaram anteriormente no combate a militantes islâmicos no Sinai.
Em um comunicado, o coronel egípcio Ahmed Mohamed Ali, que atua como porta-voz militar, confirmou que houve duas explosões na tarde desta sexta-feira em Al-Agra e as forças de segurança de seu país estavam investigando o caso.
A agência de notícias estatal Mena afirmou que o ataque destruiu um lançador de foguetes que seria usado para atacar Israel e deixou ao menos cinco jihadistas mortos.
Dois funcionários do governo egípcio relataram à Associated Press que um avião não tripulado foi visto sobrevoando o local do bombardeio desde a manhã desta sexta-feira. Fontes das forças de segurança egípcias, que confirmaram que o ataque havia sido praticado por Israel, afirmaram à Reuters que mísseis foram disparados.
Dezenas de milhares de partidários do presidente egípcio deposto em 3 de julho – o primeiro eleito pelo voto popular na história do país – tomaram as ruas do Cairo e de outras cidades egípcias novamente nesta sexta-feira exigindo a restituição do líder islamista ao cargo. Manifestantes e forças de segurança voltaram a se enfrentar e dezenas de pessoas ficaram feridas.
Repressão. As marchas, ocorridas durante a celebração islâmica do Eid al-Fitr – que marca o fim do mês sagrado do Ramadã –, desafiaram o governo interino, que tem ameaçado acabar, após a festa religiosa, com dois grandes acampamentos que concentram membros e simpatizantes da Irmandade Muçulmana, entidade islâmica integrada por Morsi, que lhe serviu de base eleitoral.
"Soldado, seu lugar não é na política", gritava Ahmed Aref, dirigente da Irmandade, no protesto ocorrido no entorno da mesquita Rabaa al-Adawiya, no Cairo. 
REUTERS/AP/ESTADÃO

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Dilma sanciona lei que garante meia-entrada para jovem carente

BRASÍLIA - O Estatuto da Juventude foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira, com dois vetos ao texto. Foi mantida a meia-entrada para estudantes e jovens de baixa renda até o total de 40% dos ingressos disponíveis para o evento. Dilma disse que, ao sancionar o estatuto, o País firma um "pacto pela juventude brasileira". "Este pacto, como todos os pactos importantes deste País, é baseado numa visão que o que compromete qualquer processo no Brasil, qualquer iniciativa, é a desigualdade. É um pacto pela igualdade, é um pacto por mais oportunidades, por garantir maior participação e, portanto, um pacto fundado em valores", afirmou.
Um dos vetos da presidente diz respeito ao pagamento de meia passagem para ônibus interestadual: foi vetada para estudante em geral, mas mantida para o jovem de baixa renda. O outro veto, segundo informações do Planalto, é burocrático e atendeu a um pedido do Ministério do Planejamento, mas não tem impacto político.
Na cerimônia de sanção do estatuto, a presidente disse que o Brasil tem como "célula mater, como local principal, as suas crianças e seus jovens". "Este é um compromisso do meu governo. Vocês podem ter certeza que queremos, com a participação e a presença democrática das diferentes opiniões, construir um caminho que leve à consolidação dos direitos de cidadania, dos direitos civis, dos direitos econômicos, sociais, dos jovens brasileiros", disse.
Dilma afirmou ainda que quase todos os jovens presentes à solenidade nasceram em um Brasil democrático, "num Brasil muito diferente da minha juventude". "Receberam um legado da liberdade de expressão, da liberdade de organização, do direito de greve, do direito de opinião, do direito de manifestação política, de eleições livres, como resultado da luta de várias gerações que antecederam este momento, várias gerações de jovens", completou.
Segundo ela, os jovens representam o que há de melhor na nossa história. "E isso é uma grande vantagem para nós, porque estamos num momento especial. As pessoas no Brasil hoje têm o direito de livre expressão".
Dilma destacou que muitos jovens construíram e têm contribuído para consolidar, fortalecer e ampliar a democracia nos conselhos, como as organizações estudantis, as organizações negras. "E essas conquistas sociais, eu tenho certeza que não vão retroceder".
A presidente disse ainda, em seu discurso, que a maioria dos jovens viveu a juventude no governo Lula e no seu governo. "Muitos conviveram com um novo Brasil, num Brasil em transformação. Há conquistas realizadas nos últimos anos. Escolhas políticas levaram à retomada do desenvolvimento e a considerar absurda e inadmissível a desigualdade que recortava o nosso Brasil", disse.
Dilma destacou ainda a Lei de Cotas nas universidades e disse que ela é parte da "democratização e combate ao racismo no País". Ela acrescentou ainda que o Estatuto da Juventude é uma condição para o País continuar a lutar.
ESTADÃO