Deu em O Tempo
Em nota divulgada nesta quarta-feira (25), o governo federal
confirmou a saída do ministro da Comunicação Social (Secom), Thomas
Traumann. A nota não indica quem vai substituí-lo.
Segundo a nota, Dilma “aceitou” a demissão de Traumann. “A presidente
agradece a competência, dedicação e lealdade de Traumann no período
como ministro porta-voz”, diz o texto.
A saída de Traumann já era esperada. Na semana passada, foi divulgado
um documento interno do governo, de responsabilidade de Traumann,
criticando como o governo Dilma Roussef tem gerido sua crise, citando a
existência de um “caos político”.
RELEMBRE O DOCUMENTO
Divulgada na terça-feira (17) pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, a
análise da Secom aborda estratégias da campanha à reeleição da
presidente Dilma Rousseff e admite o uso de “robôs” para disseminar
conteúdo favorável ao governo nas redes sociais.
O documento diz que os “eleitores de Dilma e Lula estão acomodados
brigando com o celular na mão, enquanto a oposição bate panela,
distribui mensagens pelo Whatsapp e veste camisa verde-amarela”. Em
seguida, afirma que “dá para recuperar as redes, mas é preciso, antes,
recuperar as ruas”.
O documento, que faz parte do trabalho de análise de conjuntura feito
semanalmente pela Secom para a presidente da República, é dividido em
três tópicos: onde estamos, como chegamos até aqui e como virar o jogo?
Depois das críticas à comunicação do governo e à atuação do PT em
defesa do governo, o documento anota em seu terceiro capítulo que “não
será fácil virar o jogo”, mas aponta que “a entrevista presidencial
deste dia 16 foi um excelente início”, avaliando que Dilma Rousseff
falou “com firmeza sobre sue compromisso com a democracia”, explicou de
“forma fácil a necessidade do ajuste fiscal” e assumiu “falhas como a da
condução do Fies”.
Segundo o texto, a “presidente deu um rumo novo na comunicação do governo”, mas “não pode parar”.
REPERCUSSÃO
Um dia após o vazamento do documento, o ministro tirou licença de
quatro dias de suas funções. No dia 20 de março, o líder do PSDB, Carlos
Sampaio (SP), protocolou uma representação no Ministério Público
Federal contra o ministro da Comunicação Social Thomas Traumann,
acusando-o de improbidade administrativa “pelo uso do órgão para a
promoção pessoal e eleitoral da presidente Dilma Rousseff”.
E, nesta terça-feira (24), a Comissão de Ciência e Tecnologia do
Senado aprovou o convite para que o ministro explique aos senadores
detalhes do documento.
Tribuna da Internet