sexta-feira, 31 de julho de 2015

DESABA A CONFIANÇA EM DILMA NA POLÍTICA, SEGUNDO O IBOPE

Deu no Estadão

 
O nível de confiança dos brasileiros nas instituições políticas desabou neste ano, depois de ter ficado praticamente estável em 2014, segundo pesquisa Ibope divulgada na quinta-feira (30/7). As maiores quedas do chamado Índice de Confiança Social se deram em relação à presidente da República e aos partidos políticos, seguidos de perto pelo Congresso Nacional. O índice é medido desde 2009, sempre no mês de julho, e mede a confiança da população em 18 instituições e quatro grupos sociais.

Até 2012 não houve grandes variações nos números. Em julho de 2013, após a onda de manifestações de protesto nas maiores cidades do País, a confiança caiu em relação a todas as instituições – entre elas empresas, bancos, polícia e até igrejas. Em 2015, porém, a queda foi seletiva: quase todas as instituições não ligadas ao mundo político mantiveram suas “notas” ou se recuperaram levemente, enquanto governo, partidos e parlamentares ampliaram seu desgaste.

A confiança na presidente, por exemplo, caiu pela metade desde 2014: era de 44, em uma escala de zero a 100, e passou para 22. Em 2010, último ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o índice estava em 69 – mais do que o triplo do valor atual.

PARTIDOS TAMBÉM CAEM

A segunda maior queda afetou os partidos – seu índice de confiança passou de 30 para 17 entre 2014 e 2015. O que não mudou foi sua posição no ranking: desde 2009, as agremiações partidárias aparecem sempre na última posição entre as 18 instituições pesquisadas. A terceira maior queda foi a do Congresso Nacional, cujo índice passou de 35 para 22. Isso coloca os parlamentares na penúltima posição do ranking de 2015, em situação de empate com a presidente.

Fora do universo político, a única perda significativa de confiança foi registrada pelo sistema público de saúde (queda de 42 para 34). Já as escolas públicas se mantiveram estáveis (56 em 2014 e 57 em 2015). Segundo o Ibope, há “muita confiança” em uma instituição quando seu índice é superior a 66. Entre 34 e 66 há “alguma confiança”, e “quase nenhuma confiança” quando o índice é inferior a 33. Estão nessa última situação todas as instituições políticas do País.

A pesquisa revelou desgaste significativo dos prefeitos, muitos dos quais buscarão a reeleição no ano que vem. O índice de confiança da categoria caiu de 42 para 33. Em relação a 2011, ano anterior ao das eleições municipais de 2012, a redução é ainda maior: 19 pontos.

BOMBEIROS NA FRENTE

O primeiro colocado no ranking de confiança de 2015 foi o Corpo de Bombeiros, instituição que até melhorou seu índice em relação ao ano passado, de 73 para 81. Em seguida aparecem igrejas (71), Forças Armadas (63) e meios de comunicação (59). A pesquisa foi feita entre os dias 16 e 22 de julho, em 142 municípios de todas as regiões do País. Foram ouvidas 2.002 pessoas com 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Tribuna da Internet

"NÃO HAVERÁ CRESCIMENTO ATÉ 2018", DIZ EX-MINISTRO JOÃO SAYAD

Deu no Estadão

Houve exageros na política econômica do primeiro governo Dilma Rousseff, mas a crise política é destaque na forte recessão deste ano, segundo o economista e ex-ministro do Planejamento João Sayad. Com o aumento do risco de perda do grau de investimento junto às agências de classificação de risco, após a decisão da Standard & Poor’s (S&P) de colocar a nota do Brasil em perspectiva negativa na terça-feira (28/7) o cenário para a economia fica ainda pior, e não deverá haver crescimento até 2018.
“Fomos colocados em viés de baixa. Quer dizer, o pesadelo está ficando mais real”, diz Sayad, doutor pela Universidade Yale e professor da Faculdade de Economia e Administração da USP. A principal consequência da perda do grau de investimento, segundo ele, será uma elevação na cotação do dólar, mas sem permitir ganhos para a indústria exportadora, por causa da fraca atividade econômica.
Como não vê, na situação ou na oposição, líderes políticos capazes de aprovar propostas de mudanças e acredita que uma mudança de governo antes das eleições seria ainda pior para a economia, Sayad descarta uma saída no curto prazo.
PESSIMISMO
“O pessimismo é principalmente político. Temos um País sem lideranças, nem na oposição nem na situação”, diz o economista. Há cerca de um mês, o mais recente livro de Sayad, Dinheiro, dinheiro (editora Portfolio Penguin), chegou às livrarias. Na obra, o professor, ex-ministro e ex-secretário municipal e estadual em São Paulo, trata do debate entre “monetaristas” (ou “neoliberais”) e “estruturalistas” (ou “desenvolvimentistas”), na interpretação da economia. Para Sayad, o exagero nos gastos públicos foi um erro do desenvolvimentismo implementado no primeiro governo da presidente Dilma.
Questionado sobre a solução em termos de aparecer algum líder, Sayad afirma que não vê “nem no PT, nem no PSDB, nem no PMDB” um líder, um partido, um conjunto de pessoas, “que consiga reunir apoio suficiente para um plano de governo e uma solução política dentro do Congresso”.
O ex-ministro afirma que vamos conviver com a crise até as eleições de 2018 “com baixíssimo crescimento (da economia)”. E completa, “Eu acredito que a inflação vai cair, o que é ótimo. E vai cair porque está aumentando o desemprego, o excesso de capacidade. A forma pela qual ela vai cair é dolorosa, mas, tendo caído, é ótimo. Agora, o déficit público e a estabilidade do crescimento da dívida não se resolve com essa recessão”.
Tribuna da Internet

quarta-feira, 29 de julho de 2015

TIÊ - A Noite

ATÉ LUIS NASSIF JÁ DESISTIU DE APOIAR DILMA? LEIA O ARTIGO DELE.

O PAÍS MODERNO NÃO SERÁ DERROTADO
Nassif foi "perdoado e seu blog está sendo patrocinado pelo BNDES
Luis Nassif
iG Notícias

De onde virá o novo? Dificilmente de Dilma Rousseff, que não consegue vencer o medo. Menos ainda de Aécio Neves, um moleque político. Nem de José Serra, um político que hibernou no início dos anos 90 e acordou no século 21 sem nada ter aprendido sobre gestão, inovação, políticas sociais, projetos de desenvolvimento. Lula já deu o que tinha que dar, com suas políticas de inclusão. E Fernando Henrique Cardoso não dá o que nunca teve para dar.
No entanto, há um país em construção, com roteiro pronto e acabado para quem conseguir desvendá-lo.
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Ao contrário de outros tempos, o novo não está debaixo de um partido político, nem de uma liderança providencial. Tornou-se muito grande e complexo para se enquadrar em parâmetros ideológicos, seja do neoliberalismo selvagem, seja do intervencionismo ululante.
O moderno está distribuído em um sem-número de organizações privadas, empresas, movimentos sociais, políticas públicas, em iniciativas civilizatórias que lograram avanços substanciais nos últimos anos, vencendo a maré do conservadorismo atávico nacional.
É um país que registrou avanços em todos os setores, dos movimentos empresariais pela inovação às organizações sociais, de agricultores a catadores de lixo.
Esses movimentos estão encobertos, de um lado, pela inapetência política do governo, e do outro pelo golpismo da oposição.
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Os novos personagens serão, acima de tudo, conciliadores e pragmáticos – sem perder o foco dos princípios.
Dias atrás foi resolvida uma questão que se arrastava há décadas: uma legislação sanitária diferenciada para pequenos produtores rurais, sem submetê-los às mesmas exigências das grandes indústrias. Esse avanço foi possível graças à confluência de interesses dos Ministros Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário, e Katia Abreu, da Agricultura, ambos empenhados em criar uma classe média agrária.
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No Ministério das Pequenas e Micro Empresas, um político conservador, como Afif Domingos, cumpre um papel relevante, de defesa dos pequenos empresários. E no Ministério de Desenvolvimento Social, uma Ministra empenhada, como Tereza Campello, procura transformar excluídos em pequenos empreendedores.
No âmbito privado, a MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação) mantém o ritmo, transformando o enorme acervo de consultores em gestão em arautos da inovação para pequenas e médias empresas. E o Sebrae trabalha na formatação de cadeias produtivas de pequenos e micro empresários em torno dos grandes grupos que aderiram ao MEI.
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Por se moverem em um ambiente de inércia, no entanto, comprovam que as grandes linhas estão dadas. Mesmo sem a partitura da orientação presidencial, tocam de ouvido. Quando a direita – de Katia Abreu e Afif – encontra-se com a esquerda – de Patrus e Tereza -, ambos representam a mesma demanda, de abrir espaço para os pequenos poderem crescer.
A democratização de oportunidades, o fortalecimento dos pequenos, só acontece em sociedades que amadureceram propostas e organizações modernas.
Passarão a Lava Jato e o golpismo de Aécio, os escândalos da Petrobras e a inércia de Dilma. Mas o país moderno não será vencido pela rebelião dos bestificados.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A pendência judicial entre Nassif e o BNDES, que o processa por inadimplência, em empréstimo que ele pegou no governo FHC, já deve ter sido acertada, porque o banco de fomento está “patrocinando” o blog do famoso jornalista. (C.N.)


Tribuna da Internet

terça-feira, 28 de julho de 2015

STANDARD & POORS ALTERA NOTA DE RISCO DO BRASIL COM INCERTEZAS DA LAVA JATO

A agência alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para negativa


A agência de classificação de risco Standard & Poor’s alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para negativa, embora mantenha o grau de investimento do país, uma espécie de selo de 'bom pagador'. A atual nota 'BBB-' é o último degrau antes de perder esse selo, uma chancela de credibilidade para investidores interessados no país. Ao anunciar a perspectiva negativa, a agência sinaliza que poderá reduzir a nota no curto prazo, e aí sim o Brasil perderia esse grau de investimento, conquistado em 2008, e que ajudou a multiplicar a entrada de capital estrangeiro desde então.

A mudança anunciada nesta terça confirmou os temores do Governo que já vislumbrava um rebaixamento de sua classificação após o anúncio, na semana passada, da redução da meta do superávit primário para este ano. De acordo com a agência, o número de investigações de corrupção entre políticos e empresas tem um peso cada vez maior nas perspectivas fiscais e econômicas do Brasil, colocando em risco a implementação do ajuste, particularmente, no Congresso.
A S&P afirmou, em comunicado, que o Brasil enfrenta circunstâncias políticas e econômicas desafiadoras, ainda que a agência considere que, durante o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, houve uma importante correção política. “Desde 23 de março de 2015, quando reafirmamos pela última vez os ratings do Brasil, os riscos de rebaixamento aumentaram. Alteramos a perspectiva para 'negativa', pois, apesar das amplas alterações nas políticas em curso, as quais acreditamos continuam recebendo o suporte da presidenta, os riscos de execução aumentaram”, disse o comunicado. A nota destacou ainda que os riscos atuais têm suas origens tanto no front político quanto econômico.
A agência indicou ainda que a perspectiva negativa reflete a visão da S&P de que há uma chance em três de que a "desafiadora correção da política atualmente em andamento” venha a  enfrentar um novo deslize dado o contexto atual. “A restauração de uma trajetória de crescimento mais firme será prolongada", conclui.
A Bolsa de Valores de São Paulo reagiu mal, logo após a mudança da nota do Brasil. A Bovespa reduziu a alta quase pela metade após o anúncio da S&P. Às 15h, o Ibovespa mostrava volatilidade, com alta de 1,23%. O dólar também disparou e chegou a ser cotado a 3,48 reais.
Em abril, a Fitch também decidiu alterar a perspectiva da nota brasileira para negativa, embora tenha mantido o grau de investimento.
EL PAÍS Brasil

REDUÇÃO DA META FISCAL É FATO PREOCUPANTE

Vicente Nunes
Correio Braziliense

A decisão do Brasil de reduzir a meta fiscal deste ano, de 1,13% para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB), não é um fato isolado na América Latina. Boa parte dos países da região optaram por afrouxar o compromisso de ajustar as finanças públicas, diz o economista Marcos Buscaglia, do Bank of America Merrill Lynch. Um fato preocupante.
Ele ressalta que o processo de deterioração das contas públicas vem sendo observado desde o ano passado, quando a média dos déficits dos governos centrais quase dobrou, saltando para 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) ante os 2% observados em 2013. Pelos cálculos dele, é possível que o rombo pule para 4,6% em 2015.
Na avaliação de Buscaglia, a piora dos indicadores fiscais da América Latina está sendo liderada pelo Brasil, onde o deficit passará de 5,3% para 6,2% do PIB. Ele acredita que o país comandado por Dilma Rousseff se meteu em uma armadilha ao abusar das políticas anticíclicas para reduzir o impacto das crises externas na atividade doméstica.
COMMODITIES
O que se observa no levantamento realizado pelo economista do Bank of America é que os países latinos tentaram estimular a atividade para compensar, sobretudo, a queda dos preços das commodities, produtos primários como minério de ferro e soja, que têm cotação internacional. Mas as investidas não deram certas. Mesmo com toda a gastança estatal, o PIB da região desacelerou e, na média, cresceu apenas 0,6% no ano passado contra 2,6% de 2013.
A deterioração fiscal está disseminada e a reversão exigirá esforço redobrado dos governos, que ainda não se mostram dispostos a fazer os ajustes necessários. O Brasil, lembra Buscaglia, começou o segundo mandato de Dilma sinalizando um aperto significativo nas contas. Mas, com a forte queda das receitas, o quadro se mostrou mais difícil que o imaginado. Agora, é importante que o governo realmente se mostre disposto a seguir o novo roteiro. Mesmo menores, os superavits primários são vitais para a retomada da confiança no país.
Tribuna da Internet

domingo, 26 de julho de 2015

PROTESTO DO DIA 16 JÁ ASSUSTA O GOVERNO

Bernardo Mello Franco
Folha

Um espectro ronda o governo: o espectro do 16 de agosto. A data foi escolhida para as novas manifestações contra a presidente Dilma Rousseff. Se os protestos lotarem as ruas, o Planalto teme que a Câmara se sinta pressionada a abrir um processo de impeachment.
Preocupado, o PT começou a organizar uma série de manifestações pró-governo, com foco em São Paulo. “Temos que criar uma base de apoio na sociedade, já que o Parlamento tem sido um lugar de dificuldades”, diz o presidente Rui Falcão.
O calendário prevê cinco atos nas próximas semanas e foi batizado de “Agosto pela democracia”. Como o nome indica, a ordem é carimbar como antidemocrática e golpista a defesa do afastamento da presidente antes do fim do mandato, em 2018.
A primeira mobilização será no dia 6, na capital paulista. Coincidirá com o programa do partido na TV. No dia 11, os petistas farão novo ato na cidade, no largo São Francisco, onde se comemora nesta data a fundação da Faculdade de Direito. No mesmo dia, chega a Brasília a Marcha das Margaridas, com milhares de trabalhadoras rurais.
MAIS DUAS PRÓ-DILMA
Depois dos protestos contra Dilma, estão previstas mais duas manifestações pró-governo. Uma no dia 20, com o apoio do MST e dos sem-teto, e outra no dia 24, aniversário do suicídio de Getúlio Vargas. A ideia é apresentar 2015 como uma reedição de 1954, comparando a Lava Jato à República do Galeão.
Os petistas argumentam que seria um erro ficar em casa enquanto a oposição sai para pedir a derrubada do governo. A tese esbarra em dois problemas. Primeiro: a popularidade de Dilma continua no volume morto. Segundo: é mais fácil mobilizar os insatisfeitos do que encher protestos a favor.
O presidente Rui Falcão já ensaiou o discurso para escapar das comparações numéricas, que deverão ser desfavoráveis para o PT: “Não vamos fazer concurso para ver quem bota mais gente na rua”.
Tribuna da Internet

SOFRIMENTO DE LULA E DILMA É UMA ESPÉCIE DE TORTURA CHINESA

Carlos Newton

Já comentamos aqui na Tribuna da Internet que o ex-presidente Lula e sua sucessora Dilma Rousseff têm um encontro marcado com o fracasso. É tudo uma questão de tempo, apenas. A situação tornou-se rapidamente tão grave que o novo governo de Dilma terminou antes de começar. Lula ainda tentou remendar uma ou outra solução, porém não tem mais jeito. Daqui para a frente, o governo não avança, somente se arrasta.
Desta vez, nem mesmo o criativo marqueteiro João Santana conseguiu ajudar. Para limpar a barra do governo, o jeito é contratar um milagreiro, um babolorixá da pesada, um ocultista de mão cheia, daqueles que não faltam no Planalto Central, que é uma espécie de capital mundial do misticismo.
O dia a dia no Palácio do Planalto transcorre sempre em clima de velório. O governo terceirizou a articulação política e a economia, não existe mais, é uma peça de ficção. A comparação com a implacável tortura chinesa é inevitável. A cada dia, aumenta o sofrimento dos torturados, que não veem a hora de tudo terminar.
ATO POLÍTICO
Por muito menos, o então presidente Collor caiu. Não havia provas, acabou inocentado pelo Supremo, mas ia ser cassado apenas por haver recebido uma Fiat Elba de presente. Acontece que impeachment é ato político, P.C. Farias falava demais e se jactava de haver comemorado o primeiro bilhão de dólares. A notícia saiu nos jornais, liquidou com Collor.
Agora é muito pior. As provas testemunhais e materiais abundam e não param de aumentar. O governo não tem a menor chance de se sustentar. É apenas uma questão de tempo. Falta agora o depoimento do empreiteiro Ricardo Pessoa, que podem reforçar a comprovação do uso de dinheiro sujo na campanha eleitoral. A Veja diz que outro empreiteiro, Léo Pinheiro, da OAS, vai entregar Lula. O advogado dele desmente, mas fica a dúvida, vocês sabem como a coisa funciona. Acontece que incriminar Lula significa envolver também Dilma, são irmãos siameses, frutos de uma relação incestuosa de criador e criatura.
Não adianta dizer que não sabia de nada, se ficar comprovado que o dinheiro das propinas foi entregue ao tesoureiro do partido para reforçar o caixa 2 da campanha eleitoral. Seria melhor se largassem essa obstinação de lado, deixassem logo o poder, fossem lamber as feridas em casa. O país inteiro agradeceria. Mas eles insistem em achar que ainda têm solução, porque não há provas diretas etc. e tal.
Lincoln já ensinou aos políticos que ninguém pode enganar a todos o tempo todo. Lula e Dilma pensam que ainda podem enganar a si mesmos, porque já não enganam a ninguém.
Tribuna da Internet

ADVOGADA CATTA PRETA FOGE DO PAÍS E LÉO PINHEIRO É AMEAÇADO

Felipe Moura Brasil

O fantasma de Celso Daniel ronda a Lava Jato. Trechos de duas reportagens de VEJA desta semana contêm relatos de ameaças a duas figuras fundamentais das investigações: o presidente da OAS, Léo Pinheiro, e a advogada que negociou a delação premiada de nove dos dezoito réus confessos da operação, Beatriz Catta Preta.
1) Em abril, VEJA revelou que Léo Pinheiro, quando estava preso, anotava em pedaço de papel histórias que poderiam ser contadas sobre suas relações com Lula e o poder.
Dias depois, revela a revista agora, “Pinheiro foi procurado por um carcereiro em sua cela no Complexo Médico-Penal do Paraná. Enquanto recebia a bandeja com a comida, Léo Pinheiro entendeu que o agente disse que seria melhor ele passar a dormir de olhos abertos. Conselho ou ameaça, o que se sabe é que a frase do carcereiro assustou bastante o preso.
Libertado da prisão preventiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Léo Pinheiro contou esse episódio a familiares durante uma discussão sobre a conveniência de fechar o acordo de delação premiada. A família o estimulou a fazê-lo. Os fatos também. Defendido por três renomadas bancas de advogados em Brasília, São Paulo e Curitiba, Pinheiro viu naufragar todas as estratégias jurídicas empregadas por seus defensores”.
2) Há duas semanas, Beatriz Catta Preta “dispensou recepcionistas e secretária e parou de atender o celular. Na segunda-feira 20, enviou um e-mail a todos os seus clientes anunciando que não mais faria a defesa deles. Ato contínuo, deixou o Brasil”.
“Algo de muito grave fez com que Catta Preta decidisse sair de cena – e há indícios de que ela estava apavorada quando o fez. Em maio, por razões desconhecidas, deixou de mandar o filho à escola e pediu à direção o trancamento da matrícula. Em junho, foi a vez de tirar também a menina mais nova da escolinha que frequentava. Um advogado próximo de Catta Preta afirmou a VEJA que ouviu de um amigo em comum aos dois que ela vinha recebendo ameaças e que, por isso, teria saído ‘fugida’ do país”.
A chapa está quente na República petista. Coincidentemente, quanto mais perto se chega de Lula, mais o fantasma de Celso Daniel grita “Buuuuuuu!”.
Tribuna da Internet

quinta-feira, 23 de julho de 2015

REPACTUAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO OU CRISE PERMANENTE?

A genialidade neoliberal é vender como ciência uma geringonça ideológica em que o acelerador do ajuste aciona o freio da economia e faz a sociedade capotar.

por: Saul Leblon

O derradeiro laço com a esperança hoje no Brasil passa pela constituição de uma frente nacional progressista e democrática, capaz de repactuar as bases do seu desenvolvimento.

A alternativa a isso, o arrocho neoliberal, aplicado nos últimos seis meses, resultou em esférico fracasso.

Não é uma crítica. São fatos.

Erroneamente abraçada pelo governo Dilma, que delegou a atual transição de ciclo econômico a um centurião dos mercados, a estratégia adotada acumulou um passivo digno da palavra desastre.

O ministro Joaquim Levy não apenas deixou de entregar o que prometeu, como aprofundou desequilíbrios existentes e criou outros novos.

A inflação não caiu, ao contrário.

De uma taxa de 6,4% em 2014, saltou para 8,9% em 12 meses até junho.

Uma taxa de juro sideral acionada para controla-la, fez explodir o serviço da dívida pública.

Em uma sociedade marcada pela postergação de programas urgentes, como a construção de creches e de casas populares, caso da terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida, criou-se uma bolsa rentista equivalente a 7,5% do PIB em 12 meses, para pagar juros.

É transferência de renda direto na veia do mercado financeiro.

Só no primeiro trimestre, lembra o economista Amir Khair, enquanto o governo economizava R$ 18 bi em direitos trabalhistas e na previdência social para reforçar o superávit, 'as despesas com juros atingiriam R$ 85 bilhões'.

São dezenas de Lava Jatos canalizadas gentilmente aos endinheirados brasileiros, fazendo a dívida bruta aumentar em R$ 227,8 bilhões, apenas no primeiro trimestre.

Pode piorar.
A taxa de juro real (acima da inflação) projetada para os próximos 12 meses é de explosivos 9%.

Nada se iguala a isso na face da terra.

Insista-se: não são os gastos com o funcionalismo, os programas sociais ou a execrável roubalheira da Lava Jato, mas o custo do dinheiro fixado pelo BC que está bombando o déficit público que se pretendia reduzir.

Hoje ele é de 6,4% do PIB.

Superior ao de 2014 (6,2%), utilizado então como argumento pela mídia & mercados para induzir a Presidenta reeleita a fazer o que, assustada, acabou concedendo: terceirizar o manejo da economia aos doutores em equilíbrio macroeconômico.

‘Para corrigir a desastrada gestão do ‘lulopopulismo’, bradavam os assertivos rapazes e moças da crônica financeira.

Passados seis meses de dura terapia, a credibilidade do lacto purga, e a de seu laboratorista, faz água por todos os lados.

É impossível ajustar contas públicas promovendo recessão, como manda o figurino neoliberal, pelo bom motivo de que a arrecadação pública se esvai com ela e o arrocho para compensar as perdas agrava a sua causa.

A genialidade neoliberal é vender como ciência uma geringonça ideológica em que o acelerador do ajuste aciona o freio de mão da economia e faz a sociedade capotar.

Para reordenar uma transição de ciclo de desenvolvimento, como é o caso, é necessário recorrer à negociação democrática capaz de organizar os mercados, sobretudo os mercados financeiros, e não entregar o destino a eles.

A redução da meta fiscal nesta quarta-feira dá a medida do rigor científico: o novo superávit previsto caiu de R$ 66 bi para pouco mais de R$ 8,5 bi. Com boas chances de chegar ao final do ano com um déficit de R$ 17 bi...

Fosse Mantega o jóquei desse cavalo de pau embriagado, as manchetes e o colunismo isento estariam convocando a ocupação do país pelas agências de risco.                                                                                                                                                                                                                        
Como o arquiteto da obra é um quadro de confiança das fileiras, as manchetes dissimulam a octanagem do tropeço.

‘Profundidade da crise surpreende’; preparava o campo o Estadão, na manchete de domingo.

‘Queda da receita impede superávit’, admitia o Valor da 4ª feira, abstendo-se da relação causal entre uma coisa e outra.

Os Marinhos, em campanha contra as ditas pedaladas fiscais, no O Globo desta 5ª feira, pasmem, até elogiaram a redução do superávit –‘dá credibilidade’.

Assim por diante.

A vertiginosa realidade é que o aperto no crédito e no investimento --com corte de gastos e elevação simultânea das taxas de juros, jogou a economia num buraco ainda mais fundo do que já se encontrava.

A recessão, segundo o consenso do mercado, vai derrubar em 2% o PIB este ano.

Se nada for feito, continuará  a chutá-lo no chão em 2016.

Será inédito: desde os anos 30, o país não sofre dois anos seguidos de queda real do produto.

O que avança de fato –e nisso Levy foi bem sucedido em relação aos objetivos implícitos--  é a contração do mercado de trabalho, que expeliu  111 mil empregos em junho.

Não só.

O salário já cresce abaixo da inflação em 12 meses (7,5% contra 8,7% do INPC até maio).

Significa que os ganhos obtidos na última década começam a ser tomados de volta pelo capital, com impactos sabidos na demanda e no comércio.

O pano de fundo de um comércio internacional  em que as commodities se mantêm em plano inclinado, faz o resto.

Apesar desvalorização de 30% do Real em 12 meses (necessária, diga-se, para recuperar a competitividade da indústria aqui e no exterior)  o reequilíbrio das contas externas está sendo puxado mais pela queda das importações –leia-se, pela recessão-- do que pelo vigor dos embarques.

É a purga sem cura.

Ela replica em ponto pequeno o saco sem fundo de arrocho e crise de que tem sido vítima a sociedade grega há sete anos, por exemplo, sob os auspícios dos levys de lá (FMI, BCE e Bruxelas).

Mutatis mutandis, a sociedade se torna refém do mesmo desastre autopropelido que se instala como força de ocupação.

As premissas do ‘saneamento’ fiscal e financeiro são idênticas em todas as latitudes. Por isso as populações atingidas sofrem o efeito do mesmo fracasso. E, da mesma forma, veem-se diante do imperativo equivalente: assumir o comando do seu destino, ou sucumbir ao moedor de carne sem fim.

O arrocho na Grécia já devorou 25% do PIB; agravou a mortalidade infantil, dobrou as taxas de suicídios; jogou 25% dos assalariados no desemprego e 38% da população na pobreza; obrigou o país a privatizar boa parte do patrimônio --como Serra quer fazer agora com o pré-sal. Mesmo assim, a dívida pública saltou de 120% para 170% do PIB nos últimos anos.

Não por conta de gastos adicionais.

Foi a retração dramática do numerador, a bancarrota produtiva, que desorganizou de vez a sociedade, reduzida a um pasto de engorda de bancos e especuladores.

Lembra algo?

Projeções indicam que o destino reservado ao povo grego –a persistir o enjaulameto financeiro--  é o de viver como refém dos credores até o final do século.

A vigilância prevista nas cláusulas do empréstimo recente, de 86 bi de euros, estende-se por 32 anos, dilatáveis por mais 20, com uma década de carência.

O Estado grego só poderá emitir dívida de forma soberana, depois de pagar 75% do débito. Corre o risco de ingressar no século XXII como protetorado de bancos e especuladores, que participaram ativamente na gênesis do desastre, durante a farra neoliberal no século XX.

O colapso da receita ortodoxa no Brasil permite rever pontos cardeais do governo Dilma, antes que um longo prazo semelhante se esboce por essas bandas.

Para tanto é preciso politizar os dados de uma equação que a lógica dos mercados se mostrou insuficiente para resolver.

Uma primeira pergunta de fundo se impõe:

‘Como pudemos regredir tanto em tão pouco tempo?’

Um bom começo é confronta-la com uma segunda indagação pertinente: 'Como é que pudemos supor avançar, ou mesmo reter conquistas,  sem providenciar  a contrapartida de resistência democrática à ofensiva que viria –como de fato veio?'

A trinca aberta pela inexistência desse suporte, a negligência deliberada em construí-lo nas mais diversas instâncias – das organizações de base à quebra do monopólio das comunicações--  redundou no divórcio explicitado agora no agravamento da crise.

O fosso é proporcional à virulência do que se busca descarregar nos ombros da sociedade para saciar os apetites dos interesses rentistas.

O déficit de democracia emerge assim como a mais importante variável de uma transição de ciclo histórico, que a malandragem neoliberal quer resumir a uma exclusiva conta de chegar fiscal.

Em que medida o fracasso rotundo favorece a retificação de curso?

Depende.

O país só reverterá a espiral conservadora se as fileiras progressistas forem capazes de superar sectarismos e hesitações para promover uma repactuação democrática do passo seguinte do desenvolvimento.

Em vez dos circuitos puros, uma negociação de linhas de passagem feita de metas, concessões, salvaguardas, ajustes e escalonamentos de ganhos e perdas entre diferentes setores.

Sem ilusões, porém.

É preciso juntar mais do que os iguais para compor a alavanca capaz de ultrapassar o arrocho embutido na atual correlação de forças.

Conquistar a credibilidade e o consentimento de amplas faixas da população –inclusive de setores da classe média e do empresariado produtivo—requer um programa de reerguimento econômico distinto da rudimentar receita que desabou.

Não há muito tempo a perder, porém.

As opções disponíveis são duas: repactuação democrática do desenvolvimento ou um novo estirão de impasse e ‘ajuste’.

Uma crise permanente à moda grega. Ou o desassombro de politizar as escolhas do desenvolvimento.

A ver.

Carta Maior

E-MAILS DE ODEBRECHT INDICAM LIGAÇÃO COM MERCADANTE

Ricardo Brandt, Fausto Macedo e Julia Affonso
Estadão

Análise da Polícia Federal de troca de e-mails entre o presidente da Construtora Norberto Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos do grupo indicam suposta tentativa da maior empreiteira do País de apresentar propostas com preços majorados em contratos de navios-sondas para a Petrobras. As mensagens citam os nomes do ministro-chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante (PT-SP) e do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli como contatos políticos da empreiteira alvo da Operação Lava Jato nas negociações. Na ocasião da troca de e-mails de Odebrecht, em 2011, Mercadante ocupava o cargo de ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação.
“Foram identificadas, por parte do Grupo Odebrecht, especialmente do executivo Marcelo Odebrecht, ações com o objetivo de exercer influência política para obtenção de êxito na celebração de novos contratos com a Petrobras”, conclui o Laudo 1476/2015, subscrito por três peritos criminais federais do Setor Técnico Científico da PF.
Em e-mail de 7 de janeiro de 2011, às 8h57, Marcelo Odebrecht escreveu: “Quanto a Petrobras precisamos saber quem é que decide este assunto, e a estratégia para influenciá-lo. No que tange a influenciar temos vários caminhos (mais ou menos eficazes), mas precisamos ter cuidado com a reação de Estrela (Guilherme Estrela, ex-diretor da Petrobras) e equipe a esta pressão pois uma coisa é influenciar na construção de uma solução desde o início, outra é pressão para reverter uma decisão tomada.
PEDIR A MERCADANTE
“Junto ao Estrela vejo importante a conversa de vocês (importante saber tb feedback conversa Mercadante – me acionem se não conseguir obter do Luiz Elias). Posso também pedir a Mercadante um reforço”, afirmou Odebrecht na mensagem.
“Por fim tem o próprio Gabrielli como ultima tentativa, que poderia fazer. Ele não gosta da gente (Suzano, Quattor, sondas), mas a tese é boa e talvez quem sabe?”, diz a mensagem.
O laudo tem 19 páginas. Assinam o documento os peritos criminais federais João José de Castro Vallim, André Fernandes Brito e Audrey Jones de Souza. O documento, anexado aos autos da Lava Jato, analisa material apreendido na 14ª fase da Operação Lava Jato – batizada de Erga Omnes, de 19 de junho – em poder de dois de seus alvos, o empresário Marcelo Odebrecht e o executivo Roberto Prisco Ramos.
SETE BRASIL
Nas conversas entre 2010 e 2011, que incluem dois outros executivos presos da empreiteira, Rogério Araújo e Márcio Farias o tema tratado é os sete contratos de navios-sonda, usados para exploração de petróleo em alto mar, nos campos do pré-sal.
Os contratos foram fechados em 2011 com a Sete Brasil – empresa criada pela Petrobras, com fundos e bancos – para fornecer 29 equipamentos, pelo valor total de US$ 25,5 bilhões, para a estatal.
Delatores da Lava Jato afirmaram que os contratos envolveram propina de 1% destinada ao esquema de corrupção na estatal, via PT. O Estaleiro Enseada Paraguaçu (EEP), do Grupo Odebrecht, foi um dos contratados.
“A partir desse material identificou-se elementos que demonstram a tentativa da Odebrecht em apresentar propostas comerciais com preços majorados, relativas a contratos para prestação de serviços de operação de sondas, em prejuízo da Petrobras”, atesta o laudo da PF.
Tribuna da Internet

segunda-feira, 20 de julho de 2015

ESTADOS UNIDOS E CUBA JÁ REABRIRAM AS EMBAIXADAS

Deu na Pátria Latina

A embaixada dos Estados Unidos em Cuba reabriu nesta segunda-feira (20), no edifício onde se encontrava atualmente a Seção de Interesses dos EUA no país, e o governo cubano também reabriu hoje sua embaixada em Washington, depois de décadas de conflitos.
Ao contrário de Cuba, que promoveu uma cerimônia formal de abertura de sua embaixada, os Estados Unidos não farão nenhum ato oficial, o que ficará para a visita do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, a Havana – cuja data não foi ainda anunciada.
O prédio da Seção de Interesses dos EUA em Cuba foi construído em 1953, no período do governo do presidente Fulgencio Batista. A bandeira dos Estados Unidos foi retirada em 1961, quando o então presidente Dwight Eisenhower rompeu relações diplomáticas com Cuba, em resposta às expropriações do governo revolucionário de Fidel Castro.
A Seção de Interesses dos EUA em Cuba só foi reaberta em setembro de 1977, sob o amparo da missão diplomática suíça e depois do presidente Jimmy Carter chegar à Casa Branca, tendo sido ele o único chefe de Estado norte-americano a visitar Cuba após a revolução que colocou no poder o presidente Fidel Castro.
Atualmente, a Seção de Interesses dos Estados Unidos em Cuba tem 360 funcionários, entre norte-americanos e cubanos, além de marines (tropas militares) para fazer a segurança.
Segundo dados do governo norte-americano, 37.149 cubanos receberam vistos para viagens temporárias aos Estados Unidos e 20.552 vistos de imigrantes, durante o ano de 2014.
Tribuna da Internet

sábado, 18 de julho de 2015

ESTÁ CHEGANDO AGOSTO, DE NOVO...

Bernardo Mello Franco
Folha

No poema de T. S. Eliot, abril é descrito como o mais cruel dos meses. Na história brasileira, o título pertence a agosto. O mês assistiu ao suicídio de Getúlio, à renúncia de Jânio e à morte de JK. Em 2015, será decisivo para apontar o desfecho, ainda incerto, da crise que engoliu o governo Dilma.
Em 16 de agosto de 1992, a classe média foi às ruas de preto para pedir o impeachment de Collor. A oposição escolheu a mesma data para as novas manifestações contra a petista. A esquerda também prepara atos “contra o golpismo” para o dia 20, com a participação de sem-terras, sem-tetos, petroleiros e sindicalistas.
As marchas ameaçam elevar a temperatura da crise até o ponto de ebulição. Nos dois lados, começam a surgir temores de que o Brasil siga o caminho da Venezuela, com a radicalização de posições e a possibilidade de confrontos nas ruas.
Se a tensão resultar em violência, será um retrocesso. Após longas décadas de instabilidade, o país finalmente aprendeu a resolver suas diferenças nas urnas, de forma pacífica e respeitando as instituições e o calendário eleitoral.
Agosto também será decisivo para o futuro da Lava Jato. No dia 5, o Ministério Público elege a lista tríplice para a sucessão do procurador-geral da República. A permanência de Rodrigo Janot dependerá do aval de Dilma e de votação secreta no Senado, que já tem 15 integrantes sob investigação no STF.
O procurador guarda duas cartas na manga: as denúncias contra os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. Além de liderar a oposição informal à presidente, ambos estão na linha sucessória caso ela seja impedida.
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PS – A bancada do PMDB na Câmara dobra a aposta no naufrágio de Dilma. “O governo acabou, já estamos assistindo ao velório. A dúvida agora é a data do enterro”, diz o deputado baiano Lúcio Vieira Lima.

Tribuna da Internet

A FELICIDADE ETERNA DE LUPICÍNIO RODRIGUES

O compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914-1974), Lupe, como era chamado desde pequeno, compôs músicas que expressam fortes sentimentos, conforme a letra de “Felicidade” que segundo o próprio Lupicínio, fala da saudade por ele sentida quando viveu na cidade de Santa Maria, no serviço militar, de 1932 a 1935 e, esperava, ansiosamente, retornar ao campo onde nasceu e foi criado. Esta canção foi gravada por Lupicínio Rodrigues, em 1952, pela Star. 

FELICIDADE  
                                                                                                                                              
Lupicínio Rodrigues

Felicidade foi-se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora.

Lá onde eu moro tem muita mulher bonita
Que usa vestido sem cinta e tem na boca um coração
Cá na cidade se vê tanta falsidade
Que a mulher faz tatuagem até mesmo na pensão.

Felicidade foi-se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora.

A minha casa fica lá detrás do mundo
Mas eu vou em um segundo quando começo a cantar
E o pensamento parece uma coisa à toa
Mas como é que a gente voa quando começa a pensar.

Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora.

Na minha casa tem um cavalo tortilho
Que é irmão do que é filho daquele que o Juca tem
Quando eu agarro seus arreios e lhe encilho
Sou pior que limpa trilho e corro na frente do trem.

Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora.

(Colaboração enviada por Paulo Peres – Site Poemas & Canções)
Tribuna da Internet