sábado, 30 de abril de 2016

Dilma e Lula querem sabotar o Governo Temer e incendiar o país

Marcelo Rocha

IstoÉ


A tática é velha, surrada e remete a Roma antiga. Tal como o imperador Nero fez com a capital ocidental do Império, para depois atribuir a culpa aos cristãos, o PT pôs em marcha, nos últimos dias, o que internamente chamou de “política de terra arrasada”. Orientados pelo ex-presidente Lula, com o beneplácito da presidente Dilma Rousseff, e inflamado por movimentos bancados pelo governo, o partido resolveu tocar fogo no País – no sentido figurado e literal. A estratégia é tentar inviabilizar qualquer alternativa de poder que venha a emergir na sequência do, cada vez mais próximo, adeus a Dilma.

A ordem é sabotar de todas as maneiras o sucessor da petista, o vice Michel Temer, apostando no quanto pior melhor. Mais uma vez, o PT joga contra os interesses do País. Não importa o colapso da economia, os 11 milhões de desempregados nem se a Saúde, a Educação e serviços essenciais à população, que paga impostos escorchantes, seguem deficientes. A luta que continua, companheiros, é do poder pelo poder.

REPETINDO NERO

Como Nero fez com os cristãos, a intenção dos petistas é de que a culpa, em caso de eventual fracasso futuro, recaia sobre a gestão do atual ocupante do Palácio do Jaburu. Só assim, acreditam eles, haveria alguma chance de vitória quando o Senado julgar, em cerca de 180 dias, o afastamento definitivo de Dilma.

Coerente com essa tática de guerrilha, a determinação expressa no Planalto é a de deletar arquivos e sonegar informações sobre a administração e programas para, nas palavras de Lula, deixar Temer “à míngua” durante o processo de transição. “Salvem arquivos fora do computador e a apaguem o que tiver na máquina. Em breve, a pasta será ocupada por um inimigo”, disse um auxiliar palaciano à Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, fiel aliada de Dilma, na semana passada.

Nada mais antidemocrático para um partido que, nos últimos dias, posou como o mais democrata dos democráticos, a bradar contra fantasmas golpistas, que só existem mesmo na narrativa petista.

A GUERRA DE LULA

“Vamos infernizar o Temer. Agora é guerra”, conclamou Lula em reunião com Dilma na segunda-feira 25. No PT, tarefa dada é tarefa cumprida, principalmente quando o objetivo é o de promover arruaças e incendiar as ruas.

Na quinta-feira 28, coube aos soldados de Lula a tarefa de começar a colocar o plano em prática. Em pelo menos nove estados, movimentos como o MST e o MTST que, ultimamente, só têm fôlego e alguma capilaridade pelo fato de serem aquinhoados pelas benesses oficiais, puseram fogo em pneus e paralisaram estradas e avenidas, causando transtornos à população. Além do bloqueio de rodovias, os manifestantes planejam invasões de terras e propriedades privadas, onde o apogeu será o 1º de maio.

Sempre que acuado, o PT recorre a esse lamentável expediente. É a exacerbação do “nós contra eles” que, embora seja frágil para tirar o lulopetismo das cordas, é eficiente para mobilizar sua militância.

NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA

Não seria justo afirmar que o partido esteve sempre na contramão dos anseios e clamores da sociedade. Mas a retrospectiva mostra que em alguns momentos cruciais da história – sobretudo quando estiveram em baixa – os petistas não hesitaram em tomar posições polêmicas para alcançar os seus objetivos muitas vezes nada republicanos.

Em setembro de 1992, ao defender o impeachment do presidente Fernando Collor, o então deputado federal José Dirceu falou do alto da tribuna que o PT apresentaria uma agenda de reformas políticas e econômicas para o Brasil. Foram palavras ao vento.

O PT não só não embarcou na coalizão proposta por Itamar Franco, que assumira o lugar de Collor, como trabalhou incansavelmente, como faz agora, para inviabilizar o novo governo, desde pedidos de impeachment à ferrenha oposição feita contra o Plano Real, o pacote econômico de 1994 que proporcionou a estabilidade econômica do País e que, mais tarde, viria a beneficiar o próprio PT, ao criar o ambiente propício aos avanços sociais.

CONTRA TANCREDO

Em 1982, ano das primeiras eleições estaduais após o golpe de 1964, o partido atacou mais o candidato do PMDB, Franco Montoro, um dos expoentes do movimento das Diretas Já, do que o candidato apoiado por Paulo Maluf e pela ditadura militar. Em 1985, o PT se posicionou contra a eleição do mineiro Tancredo Neves para a Presidência, em eleição indireta na Câmara, orientando seus deputados a votar nulo. Quem descumpriu a determinação, foi expulso da legenda.

O texto da Constituição de 1988 também foi rechaçado pelo PT por Lula, com bem lembrou a advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment contra Dilma, em sessão no Senado semana passada. “Os brasileirinhos devem acreditar nesse livro sagrado”, disse ela visivelmente emocionada e com a Constituição erguida. “Esse é um documento que o PT não assinou”, rememorou ela.

QUANTO PIOR, MELHOR

Como se vê, são fartos os episódios na história do partido que denunciam a postura do quanto pior, melhor. Mais recentemente, a legenda se opôs à criação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), norma aprovada em 2000 que obrigou governantes a gastarem só o que arrecadam. É uma legislação muito elogiada, que representou uma mudança de paradigma na administração pública.

Não à toa, quinze anos depois de aprovada a LRF sem o endosso petista, a presidente Dilma foi condenada no TCU por contrariar a lei, ao incorrer nas pedaladas fiscais – ironicamente o principal mote do pedido de impeachment.

ATÉ NO EXTERIOR

As ações do PT na tentativa de sabotar o País extrapolam as nossas fronteiras. Nas últimas semanas, o partido usou a máquina pública para tentar disseminar informações falsas a Países e organismos estrangeiros a respeito do processo de impeachment, com o objetivo de deslegitimar o futuro governo. O ponto alto, e mais inacreditável, foi quando Dilma, depois de mencionar a “grave situação”, e contraditoriamente, afirmar ser o Brasil uma democracia vigorosa, em evento na ONU, pediu a expulsão do País do Mercosul, caso seja confirmado o seu afastamento.

Em grave atentado contra a soberania nacional, o Ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, formalizaram o pedido em encontro com o secretário-geral da Unasul. Nunca antes na história, um chefe de Estado ou de governo solicitou graves sanções contra o seu próprio País. Mas, no governo do PT, tudo virou possível.

Tribuna da Internet

Desde os anos 80, Lula sempre ganhou "mensalinho" da OAS, diz empreiteiro

Hugo Marques


Veja

O empreiteiro Zuleido Veras, preso em 2007 por pagar propina para obter contratos com o governo do PT, conta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebia dinheiro da construtora OAS desde a década de 80 e que um cartel de empreiteiras ajudou a eleger Dilma Rousseff.
O engenheiro Zuleido Veras conhece bem o ambiente de promiscuidade que existe entre o mundo político e as empreiteiras de obras públicas. Em 2007, Veras foi preso em uma operação da Polícia Federal, acusado de pagar propina em troca de contratos milionários no governo – um roteiro de corrupção muito similar ao do hoje famoso petrolão.
Dono da construtora Gautama, o empreiteiro ficou doze dias na cadeia, respondeu ao processo em liberdade e, neste ano, o Supremo Tribunal Federal considerou nulas as provas contra ele.
DEZ ANOS NA OAS
Na década de 80, antes de abrir o próprio negócio, Veras ocupou durante dez anos um cargo importante na OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo de pagamentos de suborno da Petrobras. Trabalhou ao lado de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS e hoje um dos condenados no esquema de fraudes na estatal.
Nesse período, Veras testemunhou o início de um relacionamento que pode explicar muito sobre alguns eventos ainda em apuração na Operação Lava-Jato.
Além dos golpes contra a Petrobras, Léo Pinheiro está sendo investigado por ter pago propina a políticos importantes, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, suspeito de ter recebido de presente da empreiteira um tríplex numa praia do Guarujá e a reforma de um sítio em Atibaia, ambos no Estado de São Paulo.
MESADA GORDA
Em entrevista a Veja, Zuleido Veras conta que as relações financeiras entre Lula e a OAS reveladas pela Lava-Jato não o surpreenderam: elas existiam desde que o ex-presidente ainda era apenas um político promissor.
O empresário afirma que Léo Pinheiro sempre deu dinheiro a Lula para “sua sobrevivência”, valores que hoje ficariam entre “30.000, 20.000, 10.000 reais”, e também ajudava “por fora” nas campanhas políticas do ex-­presidente.
Em troca, os petistas estendiam a mão aos interesses da OAS. Veras também diz que o petrolão foi criado no governo Lula com a missão de garantir recursos para eleger Dilma.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em 1986, Lula venceu sua primeira e única eleição, antes de chegar à Presidência da República, ao conquistar uma vaga de deputado federal constituinte. Sua atuação na Câmara foi pífia, os grandes destaques que ficaram são o boicote do PT à nova Constituição, que nem foi assinada pelos parlamentares do partido, e a declaração de Lula sobre a existência de 300 picaretas na Câmara, e agora se sabe que certamente ele era um deles. (C.N.)



Tribuna da Internet

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Vem aí o megaprotesto contra impeachment em São Paulo, com Lula e Dilma

Stella Borges
O Globo 

Centrais sindicais e movimentos sociais que compõe as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo vão aproveitar o 1º de maio, dia em que se comemora o dia do trabalho, para fazer frente a um eventual governo Temer. Em entrevista coletiva em São Paulo, organizadores dos atos disseram que “há uma grande expectativa” que a presidente Dilma Rousseff participe da manifestação no Vale do Anhangabaú, centro da capital paulista. A presença do ex-presidente Lula, segundo eles, está confirmada.

— O impeachment não é um golpe só contra a democracia. Há também um interesse claro de retirada de diretos dos trabalhadores, a aprovação da terceirização do Senado. Não é à toa que tem apoio da Fiesp, da CNI — disse Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT.

PONTE PARA O PASSADO

Os representantes dos movimentos e centrais mostram preocupação com o documento “Uma Ponte para o Futuro”, elaborado pelo PMDB e divulgado em outubro de 2015, que propõe o fim das indexações, seja para salários, benefícios previdenciários ou outros gastos do governo.

— O Michel Temer chama de “Uma Ponte para o Futuro” e nós chamamos de “Uma Ponte para o Passado”. Querem acabar com os programas sociais e culpam eles pelo desarranjo das contas públicas, vão mexer na previdência — completou Nobre.

EM TODO O PAÍS

Os organizadores pretendem fazer mobilizações em todo o país no domingo. Eles acreditam que isso pode interferir na decisão do Senado em relação ao processo de impeachment da presidente.

— O Senado é uma casa mais qualificada. Nós vamos debater muito com os senadores, mostrar que esse impeachment vai agravar a crise econômica e representa um retrocesso para o Brasil. Não vamos reconhecer nenhum governo que não passe por eleição — afirmou o secretário-geral da CUT.

OUTRAS CENTRAIS

Nobre diz considerar um “erro” o encontro de representantes de centrais sindicais independentes com Temer na terça-feira. Eles entregaram um documento com uma série de reivindicações da categoria.

— Nós respeitamos a autonomia de cada central, mas achamos um erro porque o Michel Temer é anticlasse trabalhadora.

Tribuna da Internet

domingo, 24 de abril de 2016

O mar revelou tragicamente a fragilidade de mais uma obra pública

Pedro do Coutto 

No feriado de 21 de abril, as ondas do mar revelaram de forma trágica a fragilidade da ciclovia Tim Maia, que o prefeito Eduardo Paes desejava expor como uma das realizações a serem destacadas especialmente ao longo das Olimpíadas, que começam em agosto. Aconteceu o contrário, exatamente o contrário. A obra, que se projetava como uma beleza estética entre a montanha e o mar de São Conrado, tornou-se palco e símbolo de um desastre que terminou causando a morte de seres humanos.
A Prefeitura – reportagem de O Globo – deseja agora punir os responsáveis de sempre. Ou seja, ninguém. Isso porque a responsabilidade maior cabe à própria administração pública, que não avaliou devidamente a execução pelo menos parcial do que estava sendo construído. Tanto assim que as fotos mostram com exatidão o ponto de ruptura causado pelas ondas. As mesmas ondas que se repetem no local desde sempre.
Era preciso que tal fator de risco fosse levado em conta. Não foi. Tanto assim que a ciclovia desabou. Quem vai querer usá-la agora? Ninguém.
SERÁ CONSERTADA?
O maior perigo é tentar consertá-la às pressas para que ela esteja reerguida até o início dos Jogos Olímpicos. Caso contrário as fotografias do desabamento vão ocupar espaço de destaque nas páginas dos jornais que vêm ao Rio cobrir as Olimpíadas.
Por falar em pressa, também de acordo com O Globo, ela se tornou presente na execução da obra. Demorou um ano e meio para ser erguida, inaugurada em janeiro, desabou três meses depois. A fragilidade está exposta neste fato. A previsão quanto a força do mar não foi levada em conta, muito menos a estabilidade da ciclovia agora com seus quase 4 quilômetros totalmente ameaçados.
A pressa não atingiu somente a execução dos serviços de engenharia, mas alcançou também os termos aditivos aplicados ao contrato entre a Prefeitura e o Consórcio construtor, que elevaram o preço da obra de 35 milhões de reais para 44 milhões. Foram oito termos aditivos.
Mas não foram adicionados aos trabalhos as medições indispensáveis à firmeza da construção. Aí reside o problema essencial.
SEM SEGURANÇA
Ao que tudo indica, os cálculos de segurança não foram observados. Pois se observados fossem, o resultado não seria o desastre fatal de quinta-feira. O problema da compatibilização entre o uso dos materiais, que os cálculos indicam, e sua aplicação respectiva, revela problema bem antigo na administração brasileira. Nem sempre a quantidade de concreto e metais por metro quadrado acompanha as decisões que estão no papel.
No caso da Avenida Niemeyer, vale lembrar que os arcos que a sustentam tem em torno de um século e jamais sofreram abalo algum. Inclusive a Avenida da encosta foi cenário tradicional de corridas de automóvel  durante muitos anos, competições que reuniram Chico Landi, Manoel de Teffé, Juan Manoel Fanjo (campeão mundial) e o também argentino Froilan Gonzalez, por sinal vencedor da prova em 1952.
Portanto, verifica-se a solidez da construção, sobretudo porque, no caso, têm que ser somados o balanço das ondas e a trepidação dos carros de corrida da pré-Formula Um no asfalto entre a rocha e o Oceano Atlântico.
FRUSTRAÇÃO TOTAL
A solidez das antigas construções faltou na obra da ciclovia, cujo desabamento atinge a capacidade da própria Prefeitura do Rio.
O prefeito Eduardo Paes rumava para Atenas para assistir o começo da jornada histórica da tocha olímpica. Perfeito, compreende-se a ausência. Mas surpreendeu no acontecimento a ausência do vice-prefeito Adilson Pires. Em seu lugar emergiu o secretário Pedro Paulo, coordenador do Executivo. Não foi uma boa ocasião para ele, candidato que pretende ser à sucessão de Eduardo Paes.
Tribuna da Internet

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Deputados dizem que conseguiram inibir Dilma na ONU

Anna Virginia Balloussier

Folha
A presidente Dilma Rousseff não mencionou um “golpe de Estado” em seu discurso de oito minutos na ONU por ter ficado “inibida” com a presença de dois deputados da oposição.  É o que diz José Carlos Aleluia (DEM-BA), que viajou com o colega Luiz Lauro Filho (PSB-SP), ambos de classe executiva e com diárias entre US$ 300 e US$ 400 custeadas pela Câmara, para Nova York.
Eles vieram com a missão de “observar” a visita presidencial à cidade, para uma conferência sobre mudança climática com vários chefes de Estado realizada na manhã de sexta (22).
Para Aleluia, não há “comentário a fazer” sobre a participação de Dilma no evento, “que apresentou um discurso de chefe de Estado”. “Digamos que o bom senso prevaleceu”.
“A fala do decano da Corte e nossa presença aqui seguramente tiveram influência na posição sensata da presidente de não atacar as instituições brasileiras”, disse, lembrando da opinião do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, de que o impeachment não seria um golpe.
GASTOS DA CÂMARA
Os gastos da Câmara “foram perfeitamente justificáveis”, afirmou Aleluia, afirmou Aleluia, que atribui ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a ideia da viagem.
Na semana passada, a Casa havia justificado que, por economia, não pagaria passagens para o lobista Fernando Baiano depor no Conselho de Ética, na terça (26). Ele foi convocado para esclarecer denúncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no processo que pede sua cassação.
Mais cedo, os parlamentares encontraram manifestantes contrários ao governo nos arredores da ONU, entre eles Kim Kataguiri (colunista da Folha) e Renan Santos, líderes do Movimento Brasil Livre.
Bateram palmas junto com o grupo, que cantava “chora petista/ bolivariano/ a roubalheira do PT tá acabando”.
ACOMPANHANDO TUDO
Os parlamentares pretendem acompanhar, do lado de fora da casa do representante do Brasil na ONU, Antonio Patriota, uma entrevista prevista entre Dilma e a imprensa brasileira. Turmas anti e pró-governo também combinaram de marcar presença no local, onde a presidente está hospedada.
A volta para o Brasil será no domingo (24), de passagem executiva para Aleluia, que repudiou a ideia de comprar um assento na ala econômica (“ninguém aguenta”). “Não sou mais menino. Este menino podia”, diz e aponta para Luiz Lauro.
O deputado mais moço afirma que não conseguiu encontrar tíquete disponível para a poltrona e executiva e terá de regressar de econômica. “Vou feliz!”.
Tribuna da Internet

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Lewandowski desmente a Globo e insiste em atrasar impeachmnt

Carlos Newton

Em um blog como a Tribuna da Internet, o apoio dos comentaristas é fundamental. Na madrugada desta quinta-feira, às 5h30m, Gesse Almeida nos enviou importante informação, para nos alertar que o ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, ordenara que o site do STF desmentisse o Portal G1 e o Jornal Nacional, que anunciaram a manutenção do rito do impeachment no Senado. A nota é do seguinte teor:

“Com relação à reportagem do Portal G1 publicada às 18h23 desta quarta-feira (20), a Secretaria de Comunicação do Supremo Tribunal Federal informa que o ministro presidente do STF, Ricardo Lewandowski, não enviou nenhum expediente ao Senado Federal no dia de hoje sobre o rito do processo de impeachment ou qualquer outro assunto.

De acordo com reunião ocorrida na última segunda-feira (18), os presidentes do Senado Federal, Renan Calheiros, e do Supremo Tribunal Federal, ainda estão em contato para definição posterior dos procedimentos a serem adotados no referido processo de impeachment”.

TRADUÇÃO SIMULTÂNEA

O que está acontecendo é o seguinte. Sem aprovação dos demais ministros, Lewandowski armou na segunda-feira uma manobra protelatória com Renan Calheiros, presidente do Senado, para retardar ao máximo o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Acontece que Gilmar Mendes prontamente criticou a decisão, usando a ironia de sempre, outros ministros também reagiram duramente, o Supremo entrou de novo em crise.

Lewandowski então disse aos outros ministros que não foi bem assim, alegou ser necessário adaptar o rito do impeachment às mudanças da legislação penal quanto à formação de provas, mas é tudo conversa fiada. Os outros ministros sabem que todas as provas já constam do processo contra Dilma Rousseff  e a Câmara foi até proibida pelo Supremo de anexar novas acusações com base na Lava Jato.

O QUE VAI ACONTECER

O resultado desta armação de Renan e Lewandowski está sendo catastrófico. Basta conferir as declarações contundentes de Celso de Mello, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, contidas no excelente artigo publicado há pouco por José Carlos Werneck.

Na forma da Lei do Impeachment (artigo 23), o afastamento da presidente Dilma deveria ter acontecido logo após a decisão da Câmara. No entanto, devido à confusão jurídica criada em dezembro pelo Supremo, sob regência do criativo ministro Luís Roberto Barroso, a novela continua, dando oportunidade a que Dilma, Lula e PT denigram a imagem do país no exterior, levando nossas instituições ao ridículo.

Que país é este, Francelino Pereira? Se você não responder, vamos perguntar ao Renato Russo.

Tribuna da Internet

domingo, 17 de abril de 2016

Vai, vai, vai, começar a brincadeira...

O compositor carioca Sidney Álvaro Miller Filho (1945-1980), na letra de “O Circo”, nos traz as lembranças dos sonhos infantis, repletos de ilusões e fantasias, onde a vida é mais alegre e colorida.  A música foi gravada no LP Sidney Miller, em 1967, pela Elenco.


O CIRCO

Sidney Miller

Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver o circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro de qualidade
Corre, corre, minha gente que é preciso ser esperto
Quem quiser que vá na frente, vê melhor quem vê de perto
Mas no meio da folia, noite alta, céu aberto
Sopra o vento que protesta, cai no teto, rompe a lona
Pra que a lua de carona também possa ver a festa

Bem me lembro o trapezista que mortal era seu salto
Balançando lá no alto parecia de brinquedo
Mas fazia tanto medo que o Zezinho do Trombone
De renome consagrado esquecia o próprio nome
E abraçava o microfone pra tocar o seu dobrado

Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo
Foi soldado, carpinteiro, seresteiro e vagabundo
Sem juízo e sem juízo fez feliz a todo mundo
Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria
Todo encanto do sorriso que seu povo não sorria

De chicote e cara feia domador fica mais forte
Meia volta, volta e meia, meia vida, meia morte
Terminando seu batente de repente a fera some
Domador que era valente noutras feras se consome
Seu amor indiferente, sua vida e sua fome

Fala o fole da sanfona, fala a flauta pequenina
Que o melhor vai vir agora que desponta a bailarina
Que o seu corpo é de senhora, que seu rosto é de menina
Quem chorava já não chora, quem cantava desafina
Porque a dança só termina quando a noite for embora
Vai, vai, vai terminar a brincadeira
Que a charanga tocou a noite inteira
Morre o circo, renasce na lembrança
Foi-se embora e eu ainda era criança

                             (Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções)

Tribuna da Internet

sábado, 16 de abril de 2016

Manifestação no Congresso poderá se transformar em uma tragédia

Carlos Newton

Embaixada da França agiu acertadamente ao dar instruções expressas aos diplomatas, funcionários e cidadãos franceses que se encontram no país, recomendando que não compareçam à manifestação de domingo, diante do Congresso Nacional. O embaixador Laurent Bili tem bons motivos para estar apreensivo, porque a situação realmente parece sinistra, com crescente possibilidade de acontecer uma tragédia.

O fato concreto é que, no desespero para evitar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o governo e o PT estão extrapolando e já chegaram ao ponto de “importarem” manifestantes de outros países, como os bolivianos que vieram de ônibus para participar do protesto. Também estão usando ônibus que prestam serviços ao governo e às estatais, como a Petrobras, aqui na Tribuna da Internet recebemos fotos e tudo o mais, enviados pelo comentarista Celso Serra, sempre atento à evolução do quadro político.
A imprensa mostra também que as tropas do “exército” dos movimentos sociais, tendo à frente os sem-terra de João Pedro Stédile e os sem-teto de Guilherme Buolos, estão engrossando os acampamentos montados no entorno do estádio Mané Garrincha, e esses militantes vêm sendo insuflados por ministros do atual governo, de forma totalmente insensata.
ROSSETTO E DILMA
Os ministros Miguel Rossetto e Patrus Ananias, que se licenciou para votar na Câmara, já estiveram no acampamento e fizeram discursos contundentes, claramente destinados a revoltar os militantes. Rossetto, por exemplo, disse que Michel Temer quer tomar o poder por meio de um golpe, “rasgando a Constituição e a democracia”
Logo em seguida, Ananias acusou as forças conservadoras, dizendo que “sempre foram contrárias ao Bolsa Família, ao BPC (Benefício de Prestação Continuada), ao cumprimento da função social da terra, querem tomar o poder”.
A própria presidente Dilma Rousseff deve ir ao acampamento neste sábado, a pretexto de reforçar a mobilização da militância, pois na quinta-feira uma equipe do Palácio do Planalto acertou com a organização do acampamento os detalhes da ida da governante petista ao local.
Portanto, só falta o Lula comparecer ao acampamento, para incitar ainda mais os militantes.
GRADE IMPROVISADA
Numa demonstração de absoluta leviandade, o governador do Distrito federal, Rodrigo Rollemberg, parece acreditar que pode cuidar disso sozinho, simplesmente mobilizando a PM e a Polícia Civil. Na tentativa de evitar que os militantes pró e contra entrem em confronto, mandou que se erguesse uma grade improvisada, que não resiste a um pontapé, e anunciou que vai colocar policiais e cães para impedir que as multidões entrem em conflito.
Se tivesse um mínimo de bom senso, o governador Rollemberg seguiria o exemplo do experiente embaixador francês e estaria hoje liderando uma campanha pelos meios de comunicação, para pedir que a população a favor do impeachment não compareça à Praça dos Três Poderes no domingo.
Além disso, deveria requisitar tropas de choque da Guarda Nacional e das Forças Armadas, mas não o fez, mostrando que é um administrador público de visão limitada, capaz de colocar em risco a segurança da população que o elegeu.
QUEM SE INTERESSA?
As lideranças do governo, do PT e dos movimentos sociais também são absurdamente irresponsáveis. Fazendo barulho do lado de fora, acreditam que conseguirão assustar os deputados e evitar o impeachment.
Mas acontece que no plenário os parlamentares só estarão preocupados com suas carreiras e com a imagem que irão passar a seus leitores. Com toda certeza, na hora de votar, com as câmeras da televisão a focalizá-los, estarão pouco se incomodando com o que estará acontecendo lá fora.
Por isso, é preciso insistir: se no domingo só houver diante do Congresso manifestantes contra o impeachment, eles não terão com quem se confrontar, os riscos de uma tragédia diminuiriam muito. Mas quem se interessa? Só o embaixador da França.
Tribuna da Internet

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Petistas se preparam para fazer oposição cerrada ao Governo Temer

Letícia Fernandes
O Globo

Com a possibilidade de desembarque do governo de partidos da base aliada, como PP e PR, parlamentares do PT admitem que o xadrez está ainda mais desfavorável nesta terça-feira. Alguns petistas creditam a “maré ruim” ao entorno do vice-presidente Michel Temer (PMDB-RJ), sobretudo aos ex-ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, responsáveis, segundo eles, por virar votos importantes, caso de deputados do PP e PR que resistiam ao lado do governo.
— As conversas do Temer é que nos complicaram, principalmente com o Maurício Quintella (PR), que chutou o pau da barraca, e com o Ciro Nogueira (PP). O áudio que o Temer vazou, inclusive, pega mal para fora do Congresso, mas aqui foi muito bom para eles — admite um dirigente petista.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) criticou o “vale-tudo” nas negociações feitas pelo grupo do vice-presidente. Ele disse que o governo é feito de “freiras” se comparado ao que vêm fazendo aliados de Michel Temer:
— Frente a esse entorno do Michel Temer articulando para todo lado, Moreira, Padilha e Eduardo Cunha, os ministros do Palácio mais parecem freiras — afirmou.
Nos últimos dias, o ex-presidente Lula teve várias conversas com o presidente do PP, mas, segundo petistas, Temer tinha mais a oferecer do que Dilma.
BUNKER NO ALVORADA
Diante do pessimismo para a votação em plenário, que ocorrerá no próximo domingo, integrantes do PT já preparam ofensivas pós-impeachment de Dilma. Eles dizem que, se afastada pelo Senado, após a votação na Câmara, a presidente ainda pode ficar no Palácio da Alvorada por seis meses, onde pretendem montar um “bunker” da resistência, nas palavras de um parlamentar aliado.
— Vamos fazer o nosso bunker, o Temer ocupa o Planalto e nós ficamos no Alvorada fazendo atos todos os dias por seis meses. Ele assumindo vai ter que botar em prática um plano econômico duríssimo e que vai nos dar munição por todo esse tempo. Chamando ele de golpista e tendo o apoio dos movimentos sociais, jovens, vamos trazer todo mundo, até o Chico Buarque — disse um petista.
(reportagem enviada pelo comentarista Wilson Baptista Jr.)
Tribuna da Internet

Michel Temer já convidou Armínio Fraga para o Ministério da Fazenda

Carlos Newton

No próximo domingo, o vice-presidente Michel Temer acompanhará a votação do impeachment pelo plenário da Câmara dos Deputados em sua casa, em São Paulo, onde nas últimas semanas tem havido intensa movimentação política. Mas Temer passou segunda e terça-feira em Brasília, recebendo parlamentares aliados e futuros ministros.
Desde que as pesquisas começaram a demonstrar que o impeachment era praticamente inevitável, em função dos chamados algoritmos, que indicam a tendência da evolução do quadro, sempre em viés de alta a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff, Temer se recolheu para escolher o novo ministério e alguns dos principais cargos do segundo escalão. A intenção é dar um choque de ordem, ao anunciar grandes nomes no primeiro escalão, montando um governo de união nacional, ao estilo de Itamar Franco em 1992, para que a atual crise política e econômica possa começar a ser enfrentada.
Alguns dos principais nomes já estão escolhidos, entre eles o do deputado Eliseu Padilha, que ficará na Casa Civil.

GOVERNO DEFINITIVO

A legislação determina que a presidente Dilma será afastada após a votação do Senado, que vai dizer se aceita ou não a abertura do processo contra a presidente Dilma, proposta pela Câmara. Ou seja, o governo provisório de Temer começa assim que o Senado se pronunciar, o que deve acontecer na sessão de segunda-feira, caso o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) tenha um mínimo de juízo e não tente postergar o pronunciamento do Senado.
Se Dilma não renunciar e Temer realmente montar um ministério de notáveis, este fato certamente pesará muito na decisão final do Senado, ao fim do processo que pode durar até 180 dias, para que o afastamento da presidente então seja definitivo e o governo Temer se torne definitivo, pelo menos até o julgamento pela Justiça Eleitoral, que só deve ocorrer em meados de 2017.

COM ARMÍNIO FRAGA

Reportagem de Tiago Dantas, Cristiane Jungblut e Simone Iglesias, em O Globo, assinala que, na reta de chegada da votação do impeachment na Câmara, Temer já teria marcado um jantar com o economista Armínio Fraga, sócio da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central no governo FHC.
Perguntado sobre o encontro após participar de evento em São Paulo, Fraga disse que “esse assunto de agenda vocês tem de falar com ele (Temer)”:
— Eu gastei muito tempo pensando o que fazer (com a economia), durante minha vida inteira. Tenho sugestões a dar. Sugestões de quem estava próximo de assumir – disse Fraga, que seria ministro da Fazenda se o senador tucano Aécio Neves tivesse vencido a eleição em 2014.
Na Folha de S. Paulo, a informação é de que o ex-presidente do Banco Central já foi convidado e rejeitou assumir a Fazenda. Por enquanto, é tudo especulação, mas Fraga pode realmente conduzir a equipe econômica. Se aceitou com Aécio Neves, por que não aceitaria com Temer? Qual é a diferença?
Quando o nome dele for oficialmente confirmado, a Bolsa de Valores vai ter uma alta jamais vista e o dólar cairá para R$ 3,50, podem apostar.

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PS – O novo ministro da Justiça também já foi sondado. É um jurista de renome, não tem atividade política, mas é respeitado por todos os partidos, inclusive pelo PT. Como dizia Ibrahim Sued, depois eu conto… (C.N.)

Tribuna da Internet