O cobrador Hamilton Souza Maia, 43, morreu na quarta-feira (30) em São Paulo. Ele chegou a ser declarado morto na semana passada, mas, ainda no hospital, moveu pernas, a cabeça e uma mão. A família já tinha até autorizado a doação dos órgãos.
Os movimentos chegaram a ser classificados como 'reflexos' pelos enfermeiros. Horas mais tarde, porém, três médicos afirmaram que Maia, internado no hospital municipal José Storopolli, conhecido como Vermelhinho, estava vivo.
O cobrador havia sido vítima de um tiro na cabeça, quando um ladrão tentou levar seu carro.
Apesar de ter respondido a estímulos, o estado de saúde dele continuou gravíssimo. O projétil estava alojado em sua cabeça e ele perdeu massa encefálica.
Ontem, depois de decidir que não doaria mais os órgãos, a família voltou atrás e acatou o pedido dos médicos após receber um laudo que oficializava a morte do cobrador. Esse ato, segundo os médicos, poderá beneficiar pelo menos cinco pessoas.
O Conselho Regional de Medicina abriu uma sindicância para investigar o caso. A Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo Hospital Vermelhinho, também disse que abrirá uma investigação preliminar para apurar se houve falhas e se os procedimentos que devem ser adotados em casos de morte encefálica e de doação de órgãos foram seguidos corretamente pelos profissionais. Folha Online