O principal suspeito de matar o líder sem-terra Adelino Ramos, 57, do MCC (Movimento Camponês Corumbiara), foi preso na manhã desta segunda-feira (30) em Extrema de Rondônia, próximo à capital Porto Velho.
Procurado desde sábado (28), o agricultor Ozeas Vicente, 38, vinha fazendo ameaças a Ramos, segundo a Polícia Civil. O envolvimento de outros suspeitos no assassinato ainda é investigado.
Ramos foi morto a tiros na sexta-feira (27), em Vista Alegre do Abunã, distrito de Porto Velho (RO). Ele era um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara, que ocorreu em 1995, durante a desocupação de uma fazenda em Rondônia. No conflito, foram mortos dez sem-terra e dois PMs.
Segundo a CPT (Comissão Pastoral da Terra), Ramos denunciava a ação de madeireiros na região da divisa entre Acre, Amazonas e Rondônia.
Ele e um grupo de trabalhadores rurais reivindicavam a criação de um assentamento agrário no local. Em 2009, Ramos disse à Ouvidoria Agrária Nacional que sofria ameaças de morte.
Na sexta-feira, a ministra Maria do Rosário Nunes (Secretaria de Direitos Humanos) e o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) divulgaram nota conjunta em que repudiaram o assassinato de Ramos.
Na manhã de hoje, o governo realizou uma reunião para discutir os conflitos agrários. Na semana passada, além do assassinato de Ramos, foram registradas as mortes de dois líderes extrativistas no Pará.
FOLHA