terça-feira, 28 de junho de 2011

Seca e guerra forçam cada vez mais somalis a fugir para o Quênia

Conflitos e secas na Somália têm forçado uma quantidade sem precedentes de somalis a fugir para o Quênia, informa a ONG Save the Children.
A organização humanitária relata que, diariamente, cerca de 1,3 mil pessoas – sendo ao menos 800 delas crianças – têm chegado ao campo de refugiados queniano de Dadaab.
O número mensal de chegadas ao campo mais do que dobrou no período de um ano, afirma a Save the Children.
Algumas famílias são forçadas a caminhar durante mais de um mês para chegar a Dadaab. As crianças chegam exaustas, subnutridas e severamente desidratadas.
O conflito na Somália, considerado um Estado falido, já vinha forçando a fuga de cidadãos rumo ao Quênia. Mas uma forte temporada de secas e a alta no preço dos alimentos dificultaram ainda mais a situação de milhões de somalis.
Dadaab, que é na verdade um conjunto de três assentamentos, é considerado o maior campo de refugiados do mundo: abriga mais de 350 mil pessoas.
A ONG Médicos Sem Fronteiras diz que muitos dos recém-chegados ao local precisam desesperadamente de cuidados médicos.
Metade das crianças que chegam ao campo nunca sequer foi vacinada.
Como o conflito na Somália não dá sinais de trégua, e a expectativa é de que haja mais diversos meses de secas no país, as condições de vida em Dadaab – que já está superlotado – tendem a piorar.
Até o momento, os esforços para descongestionar o campo e realocar os refugiados tiveram pouco sucesso.
BBC BRASIL