sexta-feira, 29 de julho de 2011

Casa Branca pode concordar com elevação de teto de curto prazo

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, reiterou nesta sexta-feira que o governo pode considerar concordar com uma elevação do teto da dívida norte-americana por alguns dias se isso for necessário para se chegar a um acordo final.

Ele acrescentou ainda acreditar que um acordo será alcançado antes do prazo final de 2 de agosto.

"Ainda acreditamos que podemos conseguir fazer isso para cumprir o prazo de 2 de agosto", afirmou ele a jornalistas.

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou nesta sexta-feira para a possibilidade de rebaixamento da nota de crédito do país, atualmente a mais alta do mundo AAA.

"Se não chegarmos a um acordo, vamos perder o AAA, não porque não podemos pagar nossas contas, mas porque não teremos um sistema político AAA", disse Obama em um breve pronunciamento na Casa Branca.

O presidente sugeriu que os americanos mandem mensagens, telefonem e escrevam no Twitter para os congressistas e peçam uma solução.

Obama afirmou que o plano republicano que está na Câmara de redução do deficit público, do conservador John Boehner, poderia aliviar a crise no curto prazo, mas não resolve os problemas fiscais americanos e "não tem chance de se tornar uma lei".

Obama cobrou um consenso bipartidário no Congresso para que o país mantenha o pagamento de seus compromissos, "como sempre fez".

O presidente lembrou que o tempo para elevar o teto da dívida do país está se esgotando. O Tesouro calcula que na terça-feira, 2 de agosto, o governo não terá mais caixa para honrar com todos os gastos e compromissos já assumidos.

COMPROMISSOS

O teto da dívida americana, de US$ 14,3 trilhões, foi atingido em maio, mas o governo vem usando manobras para manter os pagamentos e a emissão de títulos públicos.

"Aumentar o limite de endividamento só permite pagar as contas que já foram aprovadas pelo Congresso, os compromissos já assumidos", afirmou o presidente.

Obama citou alguns dos planos que já foram apresentados, como o do senador democrata Harry Reid, de aumento de impostos e cortes de gastos.

O presidente afirmou que modificações podem ser feitas nos planos já apresentados para que sejam aprovados tanto na Câmara, de maioria republicana, como no Senado, de maioria democrata.

"Hoje, eu convoco republicanos e democratas a encontrar um plano em comum, um plano que eu possa assinar até terça-feira", disse.

REUTERS/FOLHA