sábado, 30 de julho de 2011

Sedes da Copa não poderão modificar obras de transporte

O Ministério das Cidades informou oficialmente que vai vetar qualquer mudança pretendida por cidades nas obras para transporte visando a Copa de 2014.

Conforme a Folha mostrou no domingo, Cuiabá e Salvador aderiram a um lobby composto por empresas de ferrovias e construtoras para modificar seus projetos de BRT (ônibus articulado) por VLT ou metrô. Os projetos são mais caros e não ficariam prontos para o evento.

Para fazer as mudanças, as cidades precisam de aval do ministério, já que as obras são financiadas pela Caixa Econômica Federal.

Segundo o ministério, serão seguidas as orientações do governo dadas pela presidente Dilma Rousseff em reunião com governadores e prefeitos neste ano: as obras devem estar contratadas até dezembro próximo e finalizadas até dezembro de 2013.

De acordo com o ministério, também ficou acertada a manutenção dos modais estabelecidos na chamada Matriz de Responsabilidade planilha de planejamento das obras para a Copa.

Na terça-feira e na quarta-feira, houve reuniões entre representantes de Cuiabá e de Salvador com integrantes dos ministérios das Cidades e do Planejamento.

A diretora de Mobilidade Urbana do ministério, Luiza Vianna, defendeu nos encontros a manutenção dos que está projetado. Mas o coordenador-geral de Infraestrutura da Copa do Ministério do Planejamento, Guilherme Ramalho, pediu uma solução de consenso vinda das cidades.

Em Salvador, a obra de R$ 600 milhões para BRT passaria para R$ 2,7 bilhões, segundo projeto apresentado pela Invepar (empresa de transporte da Construtora OAS com fundos de pensão estatais). Os estudos da Invepar chegaram ao número de passageiros 2,5 vezes maior que todos os outros dados disponíveis para o corredor entre o aeroporto e a área central.

O projeto básico de BRT, elemento essencial para licitar a obra, já está concluído em Salvador e em análise desde 2010. Mas o processo está parado devido à indefinição sobre a escolha do modal.

Em Cuiabá, a obra de BRT de R$ 500 milhões passaria para R$ 1,1 bilhão se fosse adotado o VLT previsto. Um dos estudos recebidos por Cuiabá falando que o VLT a diesel era melhor que os outros modais foi feito pela T"Trans, empresa que vende esse tipo de equipamento.

O secretário da Copa do governo da Bahia, Leonel Leal, informou que a prefeitura, responsável pelo projeto de BRT, e o governo do Estado, que está fazendo o projeto de trilhos, estão conversando para apresentar um projeto de consenso.

O governo do Mato Grosso disse que apresentou informações técnicas ao governo indicando que o VLT reduzirá as desapropriações.

FOLHA