sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dólar vai a R$ 1,68 e acumula queda de 10,5% no mês


A taxa de câmbio doméstica foi negociada abaixo de R$ 1,70 pela primeira vez desde o início de setembro, já em seu terceiro dia consecutivo de queda.

Após oscilar entre R$ 1,716 e R$ 1,678, o dólar comercial (referência para exportações e importações) foi negociado por R$ 1,684, em um declínio de 1,46% nas últimas operações do dia.

Desde o final de setembro o preço da divisa americana já desvalorizou 10,5%, em seu pior tombo mensal desde abril de 2003.

Para turistas e viajantes, o dólar foi vendido por R$ 1,800 (recuo de 1,6%) e comprado por R$ 1,620 nas casas de câmbio paulistas.

Ao final do pregão, a Bovespa subiu 0,4%, batendo os 59.513 pontos (pelo índice Ibovespa). O giro financeiro foi de R$ 6,21 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York avançou apenas 0,18%.

O mês foi marcado pela expectativa em torno do plano anticrise europeu, anunciado na madrugada de quinta-feira. Apesar das críticas, os mercados avaliaram positivamente as primeiras medidas já anunciadas, aguardando mais detalhes para os próximos meses.

A euforia de ontem foi reforçada hoje pelo efeito calendário: como a próxima segunda-feira é o último dia útil do mês, a briga entre agentes financeiros se acirrou.

A taxa de câmbio desta segunda será o preço de referência para a liquidação dos contratos financeiros onde os grandes "players" do mercado fazem suas apostas na baixa ou na alta da cotação.

Hoje, prevaleceu o lado "vendido" (que ganha com a queda das cotações). Essa parcela dos agentes financeiros pode ter forçado a baixa desse preço, antecipando "a briga" da semana que vem, na interpretação habitual dos operadores de mesas das corretoras e tesourarias de bancos.

Com a forte retração dos preços nas últimas semanas, alguns profissionais do setor financeiro já miram uma taxa a R$ 1,65 no curto prazo.

"Na semana que vem acho que até podemos ver o dólar chegar a esse preço, mas eu entendo que essa não é a taxa 'real' neste momento", comenta Felipe Pellegrini, gerente da mesa de operações do banco Confidence. Para esse profissional, as cotações tendem a sofrer um repique nos próximos dias.

FOLHA