sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Protestos na África do Sul pedem liberdade econômica a negros


O líder militante da Liga Jovem do ANC (Congresso Nacional Africano) Julius Malema liderou milhares de manifestantes em Johannesburgo para requisitar às autoridades em Pretória mais criação de empregos, a nacionalização de minas e o fim da dominação de brancos como donos das fazendas sul-africanas.

A marcha, que busca chamar atenção ao desemprego e ao poder econômico concentrado nas mãos da minoria branca, é um desafio direto ao presidente Jacob Zuma, a quem o líder jovem acusa de não fazer o suficiente para melhorar a vida de milhões de negros vivendo na pobreza.

Críticos, porém, dizem que o real objetivo do protesto era tirar as atenções do julgamento disciplinar que Malema enfrenta que poderia atrapalhar suas ambições políticas.

"Não vamos alcançar a liberdade econômica hoje. Estamos reiniciando um processo que será alcançado nesta geração", afirmou Malema, que é acusado por opositores de tentar fazer uma campanha para tirar Zuma do poder.

A marcha teve início na quinta-feira com petições entregues à Câmara das Minas e à Bolsa de Johannesburgo pedindo mudanças que ecoariam as políticas econômicas desastrosas do ditador zimbabuano, Robert Mugabe. Os manifestantes começaram uma caminhada de 50 km até Pretória.


Ele enfrenta uma audiência sobre acusações de que semear discórdia nas fileiras do ANC e levar o partido ao descrédito, chamando para uma mudança de regime em Botsuana, país vizinho. Se for considerado culpado, Malema poderia ser expulso do partido.

O líder jovem, nomeado recentemente pela revista Forbes como um dos homens mais poderosos na África, enfrenta ainda uma investigação policial sobre suas finanças.

Apesar de um dia ter dito que mataria por Zuma, membros do ANC afirmam que Malema quer que o presidente seja substituído por um líder que simpatize mais com seus interesses de nacionalizar a exploração de minérios sul-africanos e diminuir o poder de fazendeiros brancos.

FOLHA