Os movimentos "Ocupe Califórnia", "Ocupe Oakland" e "Ocupe San Francisco" são os mais ativos hoje nos EUA, mantendo uma tradição cultural histórica da região.
Apesar da repressão policial, a atitude dos movimentos na baía de San Francisco tem sido de adotar uma resistência criativa.
Berço do movimento hippie na década de 60, Berkeley tem vivido um crescente movimento de ocupação nas últimas duas semanas, inspirado no "Ocupe Wall Street".
Na última terça-feira, 3.000 estudantes lotaram a praça Sproul, na Universidade da Califórnia em Berkeley -uma das mais respeitadas nos EUA.
O movimento tem demandas locais, como a diminuição do valor da taxa de ensino na universidade, e nacionais, como o direcionamento de verbas militares para a educação.
"Queremos a volta do verdadeiro ensino público na melhor universidade dos EUA. O movimento não será calado", disse à Folha Navid Shaghaghi, 26, estudante de filosofia e um dos líderes do movimento.
As tendas montadas no último dia 15 foram retiradas da universidade dois dias depois por policiais. A decisão foi baseada em uma regra da universidade que não permite "acampamentos" no campus.
Os estudantes foram autorizados a ficar no local, mas não a dormir em tendas.
Dois manifestantes foram presos durante a desocupação por desobediência.
Após a retirada das barracas, os estudantes protestaram usando 80 livros para construir uma "tenda".
Eles permaneciam no local e estudavam formas de continuar o protesto, com outras formas de ocupação.
Na madrugada de ontem, usaram diversos balões para fazer flutuar duas barracas sobre a praça com os dizeres "nosso espaço".
Enquanto os estudantes mantêm a criatividade na forma de protestar, os integrantes do "Ocupe Oakland" - desalojados nesta semana da praça Oscar Grant -, prometem uma passeata para hoje.
O ato deve culminar na criação de um novo acampamento, em um terreno baldio da cidade a três quarteirões da praça desocupada.
A polícia de Oakland informou ter um plano para evitar a criação do acampamento.
O "Ocupe San Francisco" recebeu anteontem um segundo aviso da prefeitura para sua desmobilização.
As autoridades alegam que o acampamento é um incômodo para a saúde pública na cidade.
FOLHA
