quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

BC reduz juros em meio ponto e taxa Selic fica em 10,5% ao ano


O Banco Central anunciou nesta quarta-feira (18) o quarto corte consecutivo na taxa básica de juros, que caiu para 10,5% ao ano, após redução de 0,5 ponto percentual.

Esta foi a primeira reunião do ano do Copom (o comitê que define a trajetória dos juros no Brasil) e confirmou a política de redução de juros iniciada pelo governo no ano passado.

A decisão foi unânime e, em comunicado divulgado logo após a reunião, o comitê justifica a redução com o objetivo de atingir a meta de inflação em 2012, de 4,5%.

"O Copom entende que, ao tempestivamente mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012", diz o comunicado de hoje, que repetiu o que divulgou em sua última reunião.

O corte dos juros já era esperado pelo mercado financeiro. A expectativa dos analistas agora é que o BC faça mais duas reduções nos próximos meses, o que traria a taxa básica para 9,5% ao ano.

A taxa fechou 2011 em 11%. Para 2013, o mercado prevê uma Selic de 10,25%.

A redução dos juros é uma das medidas adotadas pelo governo desde agosto para evitar uma desaceleração mais forte da economia brasileira por conta da crise financeira internacional.

Mas os sinais de melhora da economia aqui e lá fora, além do tom mais cauteloso do BC no Relatório de Inflação divulgado em dezembro, têm aumentado a expectativa de que o ciclo de queda dos juros seja interrompido antes de abril, com apenas mais um corte além da de hoje.

Para manter o crescimento da economia, o BC também já retirou algumas restrições ao crédito, inclusive nas operações com veículos e desconto em folha de pagamento, além de reduzir impostos sobre financiamentos ao consumo, entre outras medidas.

Outro fator que contribui para a queda dos juros é a mudança no cálculo do índice oficial de inflação (IPCA), anunciada no ano passado pelo IBGE, que reflete alterações no perfil dos gastos dos brasileiros. Com base apenas nesta mudança, vários economistas reduziram suas projeções de inflação, o que abre espaço para cortes maiores dos juros.

A redução da Selic, no entanto, não retira o Brasil da posição de país com a maior taxa de juros entre as economias mais importantes.

FOLHA