Pelo menos 130 pessoas atearam fogo ao próprio corpo na Tunísia nos últimos 12 meses.
Em entrevista concedida à BBC em um hospital da capital, Túnis, Hosni, um jovem que ateou fogo ao próprio corpo há um ano, afirmou que copiou o ato de Mohamed Bouazizi, que, em dezembro de 2010, ateou fogo ao próprio corpo e desencadeou a onda de protestos e choques com a polícia que acabou na renúncia do ex-ditador Zine El Abidine Ben Ali em janeiro do ano passado.
Estes protestos que levaram à queda de Ben Ali desencadearam a Primavera Árabe, uma onda de protestos e manifestações contra governos em vários países do norte da África e Oriente Médio.
Hosni Mubarak abandonou a Presidência do Egito no início de 2011 depois da onda de protestos em todo o país. Na Líbia, depois de meses de confrontos, o ex-ditador Muammar Gaddafi foi capturado e morto por rebeldes em outubro, depois de oito meses de guerra civil e operação da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no país.
Os protestos continuam em outros países como o Bahrein e, no caso mais grave, a Síria, onde mais de 5.000 pessoas já morreram na repressão aos protestos que pedem a renúncia do presidente Bashar al-Assad, segundo a ONU.
No Iêmen, depois de muita pressão dos manifestantes antigoverno, o ditador Ali Abdullah Saleh concordou em deixar o poder até fevereiro, mas exigiu imunidade para ele e sua família.
BBC BRASIL/FOLHA