Comandado pelo petista Jaques Wagner, o governo da Bahia incluiu a militância partidária e sindical como critério de classificação num processo seletivo.
Pelo edital 001/2012 da Secretaria de Cultura, o candidato a "representante territorial" que tivesse "atuação em sindicatos, partidos e organizações da sociedade civil" poderia chegar a 10 pontos num total de 60.
Lançado para a seleção de representantes territoriais de cultura em nove regiões, o edital foi cancelado ontem, após reportagem do jornal "Correio da Bahia".
"Achei um absurdo, injustificável, a redação. Mandei cancelar imediatamente", afirmou o governador.
De acordo com o edital, "na análise de currículo serão observados os seguintes itens: escolaridade, com comprovada atuação na área cultural e política (mínimo de um ano) e capacitação comprovada na área cultural".
Cada ano de atuação política contaria dois pontos e meio, no limite de até quatro anos de exercício partidária ou sindical. No quadro, formação política e cultural somava até 35 pontos, mais do que a acadêmica.
O cargo - com remuneração mensal de R$ 1.980 - é temporário, com contratação até dezembro deste ano.
Responsável pelo concurso, o superintendente de desenvolvimento territorial, Adalberto Santos, diz que o perfil ideal é o de "ativista político".
Mas que foi um erro associar "ação política" à atividade partidária.
Segundo nota da Secretaria de Cultura, o processo foi cancelado "visando avaliar os critérios de seleção desse edital".
FOLHA