segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Em negócio com grupo francês, usina demite 1.200 em São Paulo


A Companhia Albertina formalizou o arrendamento de 8.000 hectares de cana-de-açúcar pela LDC-SEV - braço sucroalcooleiro da francesa Louis Dreyfus Commodities. O acordo vai provocar a paralisação da usina do grupo e a demissão de 1.200 funcionários.

O negócio é de R$ 180 milhões, sendo R$ 20 milhões de aporte inicial para a Albertina quitar dívidas com credores. A Albertina está em processo de recuperação judicial desde 2008.

O arrendamento foi formalizado após a Justiça homologar a decisão da maioria dos credores da usina de Sertãozinho (333 km de SP), definida em assembleia em dezembro.

Com o arrendamento da cana, a usina paralisa a operação da parte industrial. "A Albertina deixa de operar pelas próximas 12 safras [período do contrato de arrendamento]", disse Marcelo Milliet, diretor da Intermixture Consultoria Empresarial e gestor interino da Companhia Albertina, indicado pela empresa e credores.

A falta de recursos é decorrente do aumento da dívida da usina após a crise financeira de 2008 - quando houve alta do dólar e queda do preço do açúcar -, e da quebra da produção na última safra.

INVESTIMENTOS

Na semana passada, a herdeira da LDC, Margarita Louis-Dreyfus, esteve em uma fazenda do grupo na região de Ribeirão Preto (313 km de SP) para um encontro fechado com acionistas e fornecedores.

A presença da herdeira no país reforçou o recente anúncio de investimento de US$ 500 milhões (R$ 860 milhões) no Brasil neste ano nas áreas de suco de laranja, açúcar, etanol e armazéns de café, e também colocou acionistas mais próximos do comando da empresa após a recente troca do presidente-executivo no Brasil e no setor sucroalcooleiro.

FOLHA