segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Graça Foster assume Petrobras e promete continuidade



A nova presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, foi empossada nesta segunda-feira. Graça Foster, como gosta de ser chamada, sucederá José Sergio Gabrielli, que esteve à frente da empresa por seis anos.

Ela disse estar preparada para o desafio e garantiu que sua gestão é de continuidade. Graça Foster destacou que irá trabalhar para cumprir as metas e prazos e dedicará atenção especial à exploração do pré-sal, à ampliação do parque de refino, à construção de plantas de fertilizantes e ao aumento da participação da empresa no setor de etanol.

"É o maior desafio que já tive em minha vida. Devo esse momento a vocês", disse dirigindo-se aos técnicos e diretores da companhia.

A cerimônia conta com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, do presidente da Câmara, Marco Maia (PT), e do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Governadores de outros Estados também estão presentes no evento.

Como funcionário de carreira licencidado da Petrobras, o presidente da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), Wagner Victer, disse que a posse de Graça Foster valoriza o corpo técnico da companhia. Victer observou que a Petrobras não tinha um presidente considerado técnico desde o governo Itamar Franco. "O último foi Alfeu Valença, no governo Collor", disse.

O diretor-geral do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de janeiro, Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobras, não crê em mudanças substanciais na gestão de Graça Foster. "É o mesmo governo". Mas disse acreditar que Foster será mais "exigente" na hora de cobrar resultados. Rosa só externou preocupação com a área de produção e exploração, cujo diretor, Guilherme Estrella, está se aposentando. "Ele teve um papel importante no uso da indústria nacional".

O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Mauricio Tolmasquin, comemorou a posse da nova presidente da Petrobras. "Trabalhei com Graça [Foster]. É uma excelente gestora, de uma capacidade técnica enorme. Cada coisa que ela trata, ela estuda a fundo", disse.

O representante dos armadores brasileiros também elogiou a mudança no comando da maior estatal do país. "Acredito muito na Graça Foster. Foi com ela que reiniciamos, junto com a presidente Dilma Roussef, a construção naval brasileira", disse o presidente do Sindicato da Indústria Naval, Ariosvaldo Rocha, que também participou da solenidade de posse. Ele se lembrou da primeira reunião que teve com as duas, em fevereiro de 2003. "Foi com elas [Dilma e Graça] que nós provamos que era técnicamente viável construir navios no Brasil".

GABRIELLI

Gabrielli iniciou seu discurso pedindo desculpas por ter de ler as 54 páginas de sua fala. O ex-presidente agradeceu a Dilma e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que os convidaram para, primeiro, ser diretor financeiro da Petrobras e, mais tarde, presidente da estatal.
Ele agradeceu também ao governador baiano Jacques Wagner, que recentemente lhe convidou para fazer parte de seu governo.

O ex-presidente da Petrobras disse estar triste e feliz ao mesmo tempo por deixar o cargo. Triste por deixar a companhia e os amigos que fez por lá, e feliz por ter conseguido conquistar, em sua avaliação, a confiança dos empregados e, principalmente, do mercado.

Gabrielli destacou como vitórias de sua gestão a autossuficiência da produção de petróleo, a expansão do setor refino e também do petroquímico, a conclusão da malha de gasodutos, a mudança no marco regulatório do pré-sal, a adoção da política de conteúdo nacional, a capitalização da empresa e o reconhecimento da companhia como "investment grade".

Ele disse, ainda, sair da empresa com sensação de dever cumprido. "Saio com desejo de adotar na minha terra o aprendizado que tive por aqui".
Gabirelli terminou seu discurso citando três compositores da música brasileira. O primeiro foi Paulinho da Viola, com a música Timoneiro. "Não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar", citou, para logo em seguida citar Gonzaguinha, com a música E Vamos à Luta.

O ex-presidente finalizou seu discurso com um toque baiano. Citou Daniela Mercury, com a Música Dona Canô, e fez uma adaptação para sua realidade. "Dona Canô chamou, eu vou. O chamado de Dona Canô eu não posso negar. Para a a Bahia me vou, viva a Petrobras", finalizou.

FOLHA