As medidas de arrefecimento do consumo adotadas pelo governo no final de 2010 impactaram as vendas do comércio varejista em 2011, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Dados da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), divulgada nesta terça-feira pelo instituto, mostraram que as vendas do comércio varejista cresceram 6,7% em 2011, ante alta de 10,9% um ano antes.
De acordo com o gerente de coordenação de serviços e comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, a desaceleração é reflexo das chamadas medidas macroprudenciais. O objetivo do governo, à época, era manter a inflação o mais próximo possível do centro da meta.
Pereira explicou que mesmo tendo o governo desfeito as medidas no segundo semestre de 2011, não houve tempo hábil para o comércio se recuperar. Em 2011, a receita nominal do setor apresentou crescimento de 11,5%
Em dezembro, as vendas do comércio varejista registraram alta de 0,3%, variação inferior à apurada em novembro, de 1,2%.
Pereira explicou que o resultado não quer dizer que as vendas do último Natal foram fracas. O que ocorre, explicou, é que muitos consumidores antecipam suas compras de Natal, deixando o percentual de novembro mais forte que o de dezembro.
O ideal, explicou, é considerar como vendas de Natal aquelas que ocorreram nos dois últimos meses do ano. "Novembro foi muito bom e então a base de comparação estava alta. O que ocorreu é que as pessoas anteciparam seus gastos para evitar o transtorno dos shoppings em dezembro, puxando a variação de novembro para cima", afirmou Pereira.
FOLHA