terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Medidas do governo para conter consumo desaceleram varejo em 2011


As medidas de arrefecimento do consumo adotadas pelo governo no final de 2010 impactaram as vendas do comércio varejista em 2011, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Dados da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), divulgada nesta terça-feira pelo instituto, mostraram que as vendas do comércio varejista cresceram 6,7% em 2011, ante alta de 10,9% um ano antes.

De acordo com o gerente de coordenação de serviços e comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, a desaceleração é reflexo das chamadas medidas macroprudenciais. O objetivo do governo, à época, era manter a inflação o mais próximo possível do centro da meta.

Pereira explicou que mesmo tendo o governo desfeito as medidas no segundo semestre de 2011, não houve tempo hábil para o comércio se recuperar. Em 2011, a receita nominal do setor apresentou crescimento de 11,5%

Em dezembro, as vendas do comércio varejista registraram alta de 0,3%, variação inferior à apurada em novembro, de 1,2%.

Pereira explicou que o resultado não quer dizer que as vendas do último Natal foram fracas. O que ocorre, explicou, é que muitos consumidores antecipam suas compras de Natal, deixando o percentual de novembro mais forte que o de dezembro.

O ideal, explicou, é considerar como vendas de Natal aquelas que ocorreram nos dois últimos meses do ano. "Novembro foi muito bom e então a base de comparação estava alta. O que ocorreu é que as pessoas anteciparam seus gastos para evitar o transtorno dos shoppings em dezembro, puxando a variação de novembro para cima", afirmou Pereira.

FOLHA