sábado, 4 de fevereiro de 2012

Soldado americano envolvido com WikiLeaks será julgado por corte marcial


O comandante do Distrito Militar de Washington, o general de divisão Michael Linnington, ordenou na sexta-feira que uma corte marcial seja responsável por julgar o soldado americano Bradley Manning, acusado de repassar milhares de documentos sigilosos ao site WikiLeaks.

Linnington anunciou sua decisão depois de revisar os testemunhos e os argumentos da audiência preliminar que aconteceu no último mês de dezembro em Fort Meade, no Estado de Maryland.

Agora, o braço judicial das Forças Armadas americanas deverá indicar um juiz militar para o caso, e este será o encarregado de marcar o local e a data do julgamento militar.

A decisão de Linnington ratifica as recomendações do tenente-coronel Paul Almanza, presidente do tribunal militar que realizou a audiência preliminar em dezembro, e do coronel Carl Coffman, comandante da guarnição da Base Conjunta Myer-Henderson Hall.

Uma das acusações que podem ser imputadas a Manning é a de "ajuda ao inimigo", pelo que poderia ser condenado a prisão perpétua.

As outras acusações incluem roubo de bens públicos e documentos, divulgação de informações relativas à defesa do país e violação do regulamento do programa de segurança de informações das Forças Armadas.

Na audiência preliminar de dezembro passado, a acusação apresentou testemunhos e evidências digitais que, em sua opinião, demonstram que Manning transferiu mais de 700 mil documentos classificados à rede WikiLeaks, fundada pelo australiano Julian Assange.

A defesa de Manning, liderada pelo advogado David Coombs, terá agora mais dificuldades para apresentar o caso e eventualmente recorrer, devido à rigidez desse sistema marcial.

Coombs baseou sua defesa durante a audiência preliminar no estado mental de Manning, que, em sua opinião, nunca deveria ter tido acesso a informações confidenciais durante seu destacamento no Iraque.

Manning trabalhou como analista de informações no Iraque de outubro de 2009 até sua detenção, em maio de 2010, quando um informante do Pentágono, o hacker Adrian Lamo, o teria delatado.

EFE/FOLHA