quarta-feira, 7 de março de 2012

Hacker dedo-duro ajuda FBI a prender líderes do Anonymous


Um dos hackers mais procurados do mundo se tornou secretamente informante do FBI no ano passado, fornecendo informações que levaram na terça-feira ao indiciamento de cinco outros supostos líderes do grupo internacional de ativistas digitais Anonymous.

Num duro golpe para o grupo, que já atacou sites empresariais e governamentais em vários países, autoridades dos EUA revelaram que o conhecido hacker "Sabu" é na verdade Hector Xavier Monsegur, e que ele foi detido em junho de 2011 em um pequeno apartamento de Manhattan.

Numa audiência judicial secreta em 15 de agosto, Monsegur, de 28 anos, declarou-se culpado por 12 crimes informáticos e prometeu cooperar com as autoridades em troca de leniência, segundo transcrição divulgada na terça-feira.

O FBI e promotores dos EUA anunciaram na terça-feira acusações contra cinco outros hackers já detidos, incluindo dois na Grã-Bretanha e dois na Irlanda. O quinto é Jeremy Hammond, vulgo "Anarchaos", que foi preso na segunda-feira em Chicago sob a acusação de violar o site da consultoria global de inteligência Stratfor, em dezembro.

Os seis hackers envolvidos eram membros destacados do grupo LulzSec, uma espécie de facção do Anonymous.

"Esses criminosos cibernéticos se afiliaram ao Anonymous de diferentes maneiras. Eles não são o Anonymous hoje, eles foram identificados e indiciados", disse uma autoridade que pediu para não ser identificada, já que a investigação continua em andamento.

Especialistas em segurança digital dizem que as prisões foram um duro golpe para o Anonymous. "Sabu era visto como um líder ... Agora que o Anonymous percebe que ele era um alcaguete e estava trabalhando por conta própria para a Justiça Federal, eles devem estar pensando: 'Se não podemos confiar no Sabu, em quem podemos confiar?'", disse Mikko Hypponen, diretor de pesquisas da empresa finlandesa de segurança digital F-Secure.

"Provavelmente não será o fim do Anonymous, mas vai demorar um tempo para eles se recuperarem, especialmente da paranoia", disse Hypponen.

Outros especialistas consideraram que é cedo para prever o fim dos ataques digitais do grupo.

"A gente sempre se preocupa nessas coisas de que eles tenham apanhado os caras da beirada do grupo", disse Stewart Baker, ex-funcionário graduado do Departamento de Segurança Doméstica e hoje especialista em segurança digital no escritório de advocacia Steptoe e Johnson.

REUTERS/FOLHA