segunda-feira, 7 de maio de 2012

Alemanha rejeita renegociar pacto fiscal, como quer Hollande


A Alemanha não irá renegociar o pacto fiscal da Europa sobre disciplina orçamentária e rejeita medidas para ampliar o crescimento que elevem os níveis de dívida, afirmou um porta-voz do governo nesta segunda-feira.

A declaração surge um dia após o socialista François Hollande ter vencido a eleição presidencial francesa.

Hollande afirmou que quer uma renegociação do chamado pacto fiscal acordado por líderes europeus em março, em uma tentativa de encerrar mais de dois anos de crise.

Ele tem sinalizado que um novo pacto de crescimento para complementar as severas regras orçamentárias pode também ser aceitável.

"Do nosso ponto de vista, uma nova negociação do compacto fiscal não é possível", disse o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert, durante uma coletiva de imprensa.

Ele completou: "Não queremos crescimento através de novas dívidas. Em vez disso, queremos crescimento através de reformas estruturais".

Seibert afirmou que o bom relacionamento de Merkel com a França continuará sob o governo de Hollande.

PACTO FISCAL

O pacto, que foi estipulado na cúpula de 31 de janeiro, entrará em vigor em 1º de janeiro de 2013, se 12 países-membros da zona do euro ratificarem o documento.

O principal objetivo do acordo é obrigar os países a incluir de maneira vinculativa e permanente em suas legislações ou Constituições a chamada "regra de ouro", destinada a limitar o déficit estrutural anual a 0,5% do PIB.

O pacto vincula a partir de 1º de março de 2013 a concessão de resgates através do MEDE (Mecanismo Europeu de Estabilidade) à ratificação do pacto fiscal, e seu conteúdo deverá ser levado ao Tratado da UE em um prazo máximo de cinco anos.

REUTERS/FOLHA