quarta-feira, 9 de maio de 2012

Atirador norueguês gritava de alegria durante massacre, diz testemunha


O ultradireitista norueguês Anders Behring Breivik gritava de alegria enquanto disparava contra jovens trabalhistas reunidos na ilha de Utoya, disse uma sobrevivente do massacre, no qual morreram 69 pessoas no ano passado na Noruega.

"Estou totalmente certa de ter ouvido gritos de alegria", afirmou a secretária-geral do Movimento da Juventude Trabalhista, Tonje Brenna, de 24 anos, primeira sobrevivente que testemunhou no julgamento.

No dia do ataque, Brenna conseguiu se esconder no canto de um penhasco, enquanto caíam cadáveres perto do local onde se encontrava.

Diante das declarações de Brenna, Breivik sacudiu a cabeça para expressar sua reprovação.
Na sexta-feira (4), o tribunal de Oslo ouviu os primeiros informes de autópsia das 69 vítimas da matança de Utoya, em uma audiência marcada pelo desespero das famílias e pela calma imperturbável do assassino confesso.

No dia 22 de julho de 2011, horas antes da matança de Utoya, Breivik explodiu uma bomba perto da sede do governo norueguês, deixando outras oito vítimas.

O extremista de direita classificou seu gesto de ataques preventivos contra os "traidores da pátria" culpados, segundo ele, de permitir na Noruega o multiculturalismo e a "invasão muçulmana".

CRIME

Breivik, 33 anos, é acusado de terrorismo e assassinato por detonar uma bomba que matou oito pessoas e feriu mais de 200, e, em seguida, ter matado a tiros outras 69 pessoas no acampamento do Partido Trabalhista, a maioria delas com idade entre 14 e 19 anos.

Ele admitiu ter cometido os assassinatos, mas negou culpa criminal, insistindo que as vítimas eram ""traidores" de esquerda, cujo suposto apoio político à imigração estava ajudando a destruir a cultura europeia.

Se for julgado como são, ele poderia obter 21 anos de prisão, com possibilidade de extensões. Caso contrário, ele pode ser condenado à detenção psiquiátrica por tempo indeterminado.

BBC BRASIL/FOLHA