segunda-feira, 21 de maio de 2012

Comprar siderúrgica CSA não interessa a grandes grupos no Brasil


Colocada à venda pela ThyssenKrupp na semana passada, a siderúrgica fluminense CSA não despertou interesse de nenhum dos grandes grupos que operam no setor no Brasil.

Reunidos no evento Rio Investors Day, executivos da CSN, Usiminas e Gerdau disseram que não pretendem entrar na disputa pela companhia diante do cenário mundial de queda dos preços siderúrgicos e excesso de capacidade nas usinas.

O mais taxativo foi o vice-presidente da Usiminas, Ronald Sechelmann. "A CSA não está no nosso radar". O objetivo da companhia, diz, é "colher os frutos" do recém-concluído plano recorde de investimentos de US$ 14 bilhões.

O diretor financeiro da Gerdau, Harley Lorenz Scardoelli, afirmou que a empresa está "focada" em questões internas e prioriza seu plano de negócios de US$ 10 bilhões.

Na mesma linha David Salema, diretor da CSN, disse que a companhia tem como objetivo principal desenvolver seus projetos em curso.

Sócia da Thyssen com 27% da CSA, a Vale também descartou o interesse. "A Vale é antes de tudo uma companhia de mineração e não uma siderúrgica", disse Viktor Moszkowicz, gerente de Relações com Investidores da Vale.

MINERAÇÃO

A CSN diz que prevê duplicar a sua mina de Casa de Pedra, de onde hoje são extraídos cerca de 30 milhões de toneladas ao ano de minério de ferro.

Neste ano, a empresa já vai ampliar de 30 milhões para 45 milhões de toneladas a capacidade do terminal do porto de Itaguaí, no Rio, por onde o minério produzido em Minas Gerais é escoado.

Já a Usiminas, afirma Sechelmann, usará um aporte de capital da japonesa Sumitomo de US$ 1,6 bilhão para investir em mineração e ampliar a produção em Minas Gerais dos atuais 12 milhões de toneladas por ano para 25 milhões ou 29 milhões de toneladas nos próximos anos. A Somitomo ficou com 30% da empresa de mineração do grupo.

"Estamos fechando e rediscutindo esses volumes de produção a partir da entrada de um novo sócio no bloco de controle", disse, em referência a ítalo-argentina Ternium.

FOLHA