quinta-feira, 7 de junho de 2012

Fitch rebaixa 'nota' da Espanha para nível do Brasil


A agência de avaliação de risco Fitch Ratings anunciou nesta quinta-feira que rebaixou a "nota" atribuída à Espanha, país que enfrenta uma severa crise bancária. Também advertiu que, em sua próxima revisão dessa 'nota', a 'perspectiva' é negativa, isto é, as chances são maiores de um nova piora.


O chamado "rating" soberano do país, que classifica a capacidade do país em saldar seus compromissos financeiros, passou de "A" (próximo ao topo da escala) para "BBB", a mesma "nota" atribuída ao Brasil.

Com essa nota, a Espanha ainda é enquadrada na categoria "grau de investimento" (de menor risco de inadimplência), mas distancia de seus pares mais robustos como Alemanha e França - países como a nota máxima "AAA".

Na prática, a Fitch somente sanciona o que uma visão corrente do mercado financeiro: a Espanha se tornou um lugar mais arriscado para aplicar dinheiro, e por isso, grandes investidores vem exigindo juros mais altos para adquirir títulos de renda fixa emitidos por Madri.

Hoje, o Tesouro espanhol conseguiu levantar cerca de € 2 bilhões (US$ 2,5 bilhões) junto ao mercado, mas a custos mais altos.

Para conseguir que os investidores aceitassem um título com prazo (vencimento) de dez anos, Madri teve que se comprometer a remunerar o papel com juros de 6,41% ao ano, o mais alto já registrado nas ofertas desse ano.

BANCOS PROBLEMÁTICOS

Em seu relatório, a equipe de analistas da Fitch justifica a decisão pelo "custo orçamentário de uma reestruturação e recapitalização do setor bancário espanhol".

Abalados por uma recente crise imobiliária (além dos efeitos da crise de 2008), os bancos da nação ibérica precisam de uma injeção de capital bilionária para evitar novas quebras.

E recentemente, o governo espanhol teve que intervir no Bankia, um dos maiores grupos bancários do país.

A própria Fitch estima custos entre € 60 bilhões e € 100 bilhões (US$ 75 bilhões e US$ 125 bilhões) para "resgatar" os bancos ibéricos.

JAPÃO

No final de maio, a mesma agência de risco já havia rebaixado o "rating" soberano do Japão, apontando o grande endividamento do país, que equivale a mais do que o dobro do PIB (Produto Interno Bruto).

A nota do gigante asiático foi reduzida para "A+", o quinto lugar na escala de notas da Fitch, que tem 22 níveis.

FOLHA