terça-feira, 19 de junho de 2012

FMI garante US$ 456 bilhões em recursos, com ajuda do Brasil


O Fundo Monetário Internacional informou nesta terça-feira que levantou US$ 456 bilhões em novos recursos para enfrentar a crise depois que mais 12 países, incluindo os membros dos Brics (Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul) prometeram capital para ampliar o caixa do FMI.

Em abril, países membros do FMI comprometeram-se com um valor de US$ 430 bilhões para lidar com os efeitos da crise da zona do euro na economia global.

"Esses recursos estão sendo disponibilizados para prevenção e resolução de crise e para atender às necessidades potenciais de financiamento de todos os membros do FMI", disse a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, em comunicado.

"Eles serão retirados apenas se forem necessários como uma segunda linha de defesa", completou ela.

De acordo com uma tabela divulgada pelo FMI, Brasil, Rússia e Índia garantiram US$ 10 bilhões cada, enquanto a África do Sul ofereceu US$ 2 bilhões. O México também contribuiu com US$ 10 bilhões.

Somente a China ofereceu US$ 43 bilhões para as reservas do Fundo.

Os líderes dos países dos Brics afirmaram antes que "concordavam em elevar suas próprias contribuições ao FMI", mas insistiram que o dinheiro seja usado apenas após os recursos existentes terem se esgotado.

"Grandes e pequenos países juntaram-se a nosso pedido por ação, e mais podem se juntar", disse Lagarde, explicando que as promessas totais alcançaram 456 bilhões de dólares -"quase dobrando nossa capacidade de empréstimo".

Os Brics tentaram ligar os empréstimos a reformas que dariam ao mundo em desenvolvimento mais voz no FMI ao ampliar seu poder de voto.

"Essas novas contribuições estão sendo feitas com a expectativa de que todas as reformas acordadas até 2010 sejam totalmente implementadas no momento adequado, incluindo uma reforma abrangente de poder de votação e reforma de cotas", disseram os líderes dos Brics em um comunicado conjunto.

Autoridades chinesas recusaram-se a discutir quantias e destacaram a necessidade de implementar reformas de cotas acertadas em 2010.

REUTERS/FOLHA