Diante de um ambiente de crise e perspectivas mais negativas para o futuro, as empresas pisaram no freio em seus planos de investimento, que teve o pior desempenho no PIB desde o primeiro trimestre de 2009, quando o país sofria com a crise global.
A taxa de investimento recuou para 18,7% do PIB no primeiro trimestre, o menor nível desde os três primeiros meses de 2009 (17%).
O indicador mede o volume de investimentos na economia como proporção do PIB. Em países com ritmo mais acelerado de crescimento, essa taxa chega a 25%.
O resultado do PIB no primeiro trimestre foi de alta de 0,2% na comparação livre de influências sazonais com os três últimos meses de 2011.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2011, a economia brasileira cresceu 0,8%. Nos últimos quatro trimestres encerrados em março, o PIB subiu 1,9%.
Economistas calculam que o Brasil precisa de um percentual de investimento em relação ao PIB de, ao menos, 22% para gerar mais capacidade produtiva e sustentar um crescimento econômico entre 4% e 5% no longo prazo.
Os investimentos perderam força no primeiro trimestre por conta da menor produção interna de máquinas e equipamentos usados para produzir, transportar, armazenar e prover serviços, segundo o IBGE.
Rebeca Palis, gerente das Contas Nacionais do IBGE, afirma que as retrações de 1,8% do volume de investimentos na comparação com o primeiro trimestre de 2011 e de 2,1% frente aos três últimos meses de 2011 só não foram mais intensas porque as importações de máquinas e equipamentos e a construção civil se mantiveram em expansão.
Pelos dados do IBGE, as importações e exportações cresceram num ritmo similar: 6,3% e 6,6%, respectivamente.
No lado das vendas externas, os destaques ficaram com têxteis, metalurgia, material elétrico, peças para veículos e mobiliário. Já as compras do exterior mais significativas vieram dos setores de siderurgia, farmacêutica e perfumaria.
FOLHA