quinta-feira, 19 de julho de 2012

Economia brasileira continua ‘bipolar’, diz ‘Financial Times’


A economia brasileira continua “bipolar”, segundo uma reportagem do Financial Times. Recentemente vinha se difundindo a ideia de que o País anda com um pé no freio e outro no acelerador. Por um lado o consumo aumentava, com ajuda de estímulos pontuais do governo, e por outro os investimentos e a indústria não acompanhavam.
Nas últimas semanas, essa visão foi questionada, sendo substituída, na opinião de alguns analistas, pela de que agora os dois pés estão no freio.
Agora, o Financial Times observa outro tipo de ambivalência no País. Por um lado, o otimismo dos empresários está em queda – desceu de segundo maior do mundo, no primeiro trimestre, para oitavo, no segundo.
Por outro, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão do governo, informa que, na média, os brasileiros (aqui não só os empresários) estavam mais otimistas em junho deste ano do que em maio e também do que em junho do ano passado.
A reportagem pergunta “por que os empresários brasileiros ficaram subitamente deprimidos enquanto o cidadão médio, nas ruas, continua tão alegre?” A resposta vem em seguida: “Com a taxa de desemprego ainda em recorde de baixa, custos de empréstimo caindo e cortes de impostos em alguns produtos preferidos, a crescente classe média brasileira ainda está para sentir o impacto da desaceleração econômica.
‘Overdose de cafeína’
Em outra matéria, o site do Financial Times apresentou um ponto de vista bem diferente. Disse que a queda no preço das commodities minerais está levando a economia brasileira a uma “overdose de cafeína” (no original, “overcaffeinated economy”).
A análise foi publicada no blog BeyondBrics na forma de um vídeo, apresentado pelo jornalista Henry Mance, chefe de pesquisa da revista Brazil Confidential, um periódico em inglês sobre o País, lançado em fevereiro do ano passado com o exemplar ao preço de mais de US$ 100.
Mance acredita que existe uma bolha de crédito no Brasil, o que pode atingir a economia e levar as commodities agrícolas a ganharem importância relativa no mercado nacional.
ESTADÃO