terça-feira, 7 de agosto de 2012

Greve da Polícia Federal prejudica emissão de passaportes, diz sindicato


A greve nacional de agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal, iniciada nesta terça-feira, já prejudica a emissão de passaportes, segundo a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais). De acordo com a entidade, apenas passaportes de urgência estão sendo emitidos.

A entidade ainda não emitiu balanço sobre os serviços que estão em greve em todo o país, mas promete divulgar até o fim da tarde. Alguns números parciais, no entanto, já saíram. Em Porto Alegre, por exemplo, a média diária de emissão de passaportes caiu hoje de 300 para 20.

Em São Paulo, o sindicato estima que no Estado todo haja uma queda de 30% na emissão de passaportes, cuja média diária é de 2.000.

Os policiais não definiram o que são os casos urgentes - isso ficou a cargo de cada sindicato nos Estados. "Se alguém precisar viajar por conta de um problema familiar ou se já comprou passagem e percebeu que está com passaporte vencido, obviamente ele será feito. 
Gostaríamos que as pessoas entendessem, pois estamos negociando [reajuste] há dois anos. Se houver algum gesto do governo, vamos suspender e retomar a negociação", disse o presidente da Fenapef, Marcos Wink.

Os serviços das delegacias especializadas de registro de estrangeiros passarão a funcionar em escala mínima até a próxima sexta-feira (10), quando haverá uma assembleia para decidir se a greve continua ou não.

A Fenapef argumenta que os profissionais estão sem aumento desde 2005 e que o salário inicial, de R$ 7.200, está defasado. Os profissionais reivindicam um aumento, em cinco anos, chegando até R$ 13 mil, equiparando com outras carreiras, como de auditores da Receita ou agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

"Os passaportes têm que ser conferidos pelos papiloscopistas, por isso os passaportes já estão sofrendo nessa situação", diz Jones Leal, presidente no sindicato no Distrito Federal.

Os policiais também dizem que falta efetivo para o controle de fronteiras ou nos aeroportos, onde a PF monitora a entrada de estrangeiros e passagem de drogas, armas ou outros materiais ilícitos. Por isso, os policiais iniciaram uma operação-padrão, ou seja, passaram a fazer as checagens de forma mais completa e demorada, ocasionando filas.

Em Brasília, por exemplo, há três agentes trabalhando no aeroporto internacional. Nesta terça, mais 30 agentes foram até o local para fazer a operação-padrão.

"Vamos fazer o serviço como deveria ser, mas que não é feito porque falta mão de obra. Se hoje você colocar em Brasília qualquer produto ilícito e despachar, as chances de chegar ao destino é de 99%. Isso é grave, especialmente com os grande eventos", disse Leal.

Agentes federais também realizaram a operação-padrão no aeroporto internacional das Cataratas e na ponte da Amizade, em Foz do Iguaçu (PR). 

Por causa da fiscalização - iniciada às 4h30 de hoje e sem previsão de encerramento - grandes filas se formaram nos locais, segundo os grevistas.

RIO

Por volta das 16h, os policiais federais no Rio decidiram aderir à paralisação da categoria após uma assembleia. Eles decidiram paralisar as atividades até quinta-feira, quando será feita nova reunião.

De acordo com o sindicato da categoria, os oficiais começaram a fechar as delegacias do Estado logo após a assembleia.

Além do fechamento, os agentes da PF farão operação-padrão no aeroporto Santos Dumont (Galeão) a partir das 15h de amanhã (8). Os serviços nos portos também serão suspensos gradativamente. 


FOLHA