segunda-feira, 25 de novembro de 2013

PIB regional ao longo de dez anos não mudou muito

O IBGE acaba de divulgar as suas Contas Regionais relativas ao ano de 2011, que nos mostram como se desempenhou a economia nos diversos Estados brasileiros, num ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional foi muito medíocre (o,9% de aumento).
A posição relativa das cinco regiões que compõem o levantamento feito pelo instituto não mudou muito. Assim, a Região Sudeste (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo) manteve a sua supremacia, respondendo por 55,4% da formação do PIB.
Em 2002 esse grupo de Estados tinha uma participação de 56,7% no PIB. Há aí uma sugestão de que um prazo de dez anos não chega a ser suficiente para grandes mudanças na distribuição da riqueza nacional por regiões, embora conste que, no mesmo período, elas foram significativas na distribuição da renda familiar no País.
Outro dado que o IBGE destacou na sua divulgação é que cinco Estados, a saber, São Paulo, Minas, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, concentram 65,2% de participação na formação do PIB nacional.
Destaca-se também o peso de São Paulo nas variações de renda e PIB. Dentro da Região Sudeste, São Paulo foi o que mais perdeu participação no PIB nacional: 0,5 ponto porcentual (p.p.), ao passar de 33,1% para 32,6% na participação. A participação de Minas ficou estável e as do Rio de Janeiro e Espírito Santo caíram, respectivamente, 0,4 p.p. e 0,2 p.p. Em outras palavras, a chamada locomotiva paulista foi a maior responsável pela marcha à ré da região. E, no contexto, a indústria de transformação foi o fator que mais influenciou na queda da participação da região como um todo - novamente, o peso de São Paulo.
Parece que, sem as desonerações tributárias da linha branca e dos carros, o desempenho do conjunto teria sido ainda mais negativo, mas com elas não chegou a haver ganho.
Alguns fatos suscitam indagações. Exemplo: São Paulo, com um PIB 6,1 vezes maior do que o do Rio, tem um PIB per capita apenas 1,13 vez maior. Sim, é claro, a população paulista é 2,6 vezes maior que a do Rio. Mas seria esse o único fator? O PIB paulista é 13,8 vezes maior do que o do Espírito Santo. Já a renda per capita paulista é apenas 1,17 vez maior. Novamente, o tamanho da população é um fator explicativo. Mas não o único.
Resposta mais completa teria de avaliar os tipos de trabalho de onde provém a maior parte da renda das populações nos Estados.
ESTADÃO