Vicente Nunes
Correio Braziliense
Na avaliação de Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV
Corretora, veremos, neste ano, ao menos três trimestres consecutivos de
queda do Produto Interno Bruto (PIB), algo sem precedentes em pelo menos
um quarto de século.
Se os cálculos dele estiverem corretos, a
contração da atividade será de 2,2% em 2015, podendo cair mais 0,5% em
2016.
Ele ressalta que o governo criou um ambiente tão hostil na
economia, que, desde o primeiro trimestre de 2013, os investimentos
produtivos só caem.
“Assisti, nas últimas semanas, à apresentação de pelo menos 40
empresas com ações negociadas em bolsa de valores. Somente duas disseram
que não cortariam investimentos”, afirma.
No entender dele, não é
apenas o setor privado que está paralisado.
Todo o setor público —
União, estados e municípios — está à míngua, com receitas em queda,
tendo que interromper obras.
O Brasil simplesmente parou.
“É por isso
que o desemprego está em disparada. Não será surpresa se as taxas
chegarem ao fim do ano em dois dígitos”, emenda.
LADEIRA ABAIXO
Para Silveira, por mais que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, diga
que o ajuste fiscal não está ajudando a afundar a economia, a
incapacidade do governo de gastar empurra, sim, o PIB ladeira abaixo.
“Hoje, simplesmente não existe o gastador de última instância. Os
empresários não investem, o governo está cortando gastos e as famílias,
reduzindo o consumo”, assinala.
Portanto, quando Levy diz que o país está vivendo uma “ressaca”, e
que ela passará, está jogando para a plateia.
O Brasil está doente e a
doença foi provocada nos quatro primeiros anos do governo Dilma.
Curar o
país levará muito mais tempo do que se livrar de uma simples ressaca.
Tribuna da Internet