terça-feira, 30 de junho de 2015

APERTEM OS CINTOS, PIB PODE CAIR ATÉ 2,2% ESTE ANO

Vicente Nunes

Correio Braziliense
 
Na avaliação de Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora, veremos, neste ano, ao menos três trimestres consecutivos de queda do Produto Interno Bruto (PIB), algo sem precedentes em pelo menos um quarto de século.

 Se os cálculos dele estiverem corretos, a contração da atividade será de 2,2% em 2015, podendo cair mais 0,5% em 2016. 

Ele ressalta que o governo criou um ambiente tão hostil na economia, que, desde o primeiro trimestre de 2013, os investimentos produtivos só caem.

“Assisti, nas últimas semanas, à apresentação de pelo menos 40 empresas com ações negociadas em bolsa de valores. Somente duas disseram que não cortariam investimentos”, afirma.

 No entender dele, não é apenas o setor privado que está paralisado.

 Todo o setor público — União, estados e municípios — está à míngua, com receitas em queda, tendo que interromper obras. 

O Brasil simplesmente parou.

 “É por isso que o desemprego está em disparada. Não será surpresa se as taxas chegarem ao fim do ano em dois dígitos”, emenda.

LADEIRA ABAIXO

Para Silveira, por mais que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, diga que o ajuste fiscal não está ajudando a afundar a economia, a incapacidade do governo de gastar empurra, sim, o PIB ladeira abaixo. 

“Hoje, simplesmente não existe o gastador de última instância. Os empresários não investem, o governo está cortando gastos e as famílias, reduzindo o consumo”, assinala.

Portanto, quando Levy diz que o país está vivendo uma “ressaca”, e que ela passará, está jogando para a plateia. 

O Brasil está doente e a doença foi provocada nos quatro primeiros anos do governo Dilma. 

Curar o país levará muito mais tempo do que se livrar de uma simples ressaca.

Tribuna da Internet