João Valadares
Correio Braziliense
O ajuste fiscal da presidente Dilma Rousseff (PT), que prevê corte de
gastos do governo e elevação de impostos para aumentar a receita,
atingiu os servidores do Itamaraty, incluindo diplomatas que trabalham
em postos no exterior classificados como A e B.
A tesoura ocorre no
subsídio da chamada Residência Funcional (RF).
O Itamaraty gasta por ano
US$ 64,54 milhões com auxílio-moradia e paga uma média de US$ 2,9 mil
por contrato.
Pela nova regra, dependendo do valor do aluguel, os
servidores do Itamaraty que cumprem missão em cidades com melhor
qualidade de vida vão ter de desembolsar até 30% do valor total.
A decisão, publicada em 8 de junho, já atinge aqueles que vão renovar
os contratos agora.
A chiadeira é grande, principalmente daqueles que
têm filhos e desempenham papel de representação.
Nesses casos, alegam
que o imóvel precisa ter um bom padrão.
Pela regra antiga, a pasta
cobria 90% até o limite para cada posto.
Era um incentivo escolher uma
residência com um preço perto do teto estabelecido, uma vez que o
funcionário arcaria com 10% do salário de qualquer maneira.
NOVO CÁLCULO
Agora, os cálculos mudam em razão do valor global da locação.
O
Itamaraty só se compromete em reembolsar integralmente a quantia paga se
o servidor escolher morar numa residência cujo valor corresponda a até
70% do limite estabelecido por categoria funcional em cada posto.
O aluguel que se situar numa faixa acima de 70% e até 80% do teto, o
funcionário terá que arcar com 10% do valor.
Quando o contrato estiver
acima de 80% e até 90% do limite, o desembolso do funcionário será de
20%.
Aqueles que escolherem morar em locais com cifras acima de 90% do
teto, o Itamaraty só se compromete com o pagamento de 70% do aluguel.
“Não queremos luxo. O fato é que estamos em missão diplomática. Eu
tenho filho e não posso alugar um quarto e sala. Os preços aqui são
exorbitantes. Fiz uma programação e já vou ser atingido agora”, afirmou
um diplomata brasileiro que mora em Nova York.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Vejam que país surrealista. Paga auxílio moradia a todos os magistrados, mesmo os que têm casa própria na comarca, mas fica barganhando o aluguel dos diplomatas que o representam no exterior, depois de o governo Lula ter criado uma série de embaixadas totalmente desnecessárias. (C.N.)
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