Paulo de Tarso Lyra
Correio Braziliense
O PT realiza o 5º Congresso Nacional entre 11 e 13 de junho em um
momento de profunda tensão nas relações com o governo da presidente
Dilma Rousseff.
Críticas de petistas à política econômica, ameaças de
apupos e ataques ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, uma relação fria
entre Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a enxurrada de
denúncias de corrupção que afundam a legenda, agora com o escândalo da
Petrobras, são ingredientes de um encontro que muitos consideram
desnecessário neste momento.
Até nisso governo e partido mostram descompasso.
Para alguns
auxiliares diretos da presidente, o PT erra ao marcar um Congresso para
este momento. Para eles, os temas que afligem a legenda e o Planalto
poderiam ser discutidos em uma executiva da legenda.
Mas foram os
integrantes da Executiva que insistiram na realização do Congresso,
segundo um petista próximo à presidente.
Ex-chefe da Casa Civil e uma das principais defensoras da presidente
Dilma no Congresso, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) acha que os
parlamentares petistas já deram a sua cota de sacrifício ao aprovar as
medidas de ajuste fiscal encaminhadas pelo ministro Joaquim Levy.
“É
natural que tenhamos divergências. Governo é uma coisa e partido é outra
coisa. O partido sempre tem a obrigação de estar à frente dos governos,
por serem mais dinâmicos”.
AJUSTE FISCAL
Gleisi, contudo, disse que, apesar das discordâncias, o PT não pode
deixar que a essência do ajuste fiscal seja alterada, pois, segundo ela,
a arrumação da casa será essencial para o governo Dilma retomar a
agenda do crescimento e das conquistas sociais.
Uma das principais tendências do partido, a Mensagem, da qual fazem
partes nomes como o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o
ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro, pensa diferente.
O grupo
defende uma mudança profunda na política econômica, o que, em tese,
esvazia a autoridade do atual ministro da Fazenda.
Tribuna da Internet