quarta-feira, 10 de junho de 2015

"SOLIDARIEDADE" OU HIPOCRISIA?

Percival Pugginahttp://www.alemdeeconomia.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/11/Simon-Bol%C3%ADvar.jpg

Solidariedade é um estado de espírito que nos envolve com aflições alheias. 

Não é apenas condolência, mas algo “sólido”, que nos leva a ajudar concretamente os demais. 

A palavra é muito cara ao cristianismo, cuja doutrina a define como expressão social da caridade, amor ao próximo em dimensão comunitária.

Tenho ouvido falar em “solidariedade a Cuba”.

 Que significa isso, quando se manifesta em partidos políticos e atos de apoio ao regime? 

Solidariedade só pode existir em relação a pessoas ou grupos que sofrem, como é o caso do povo daquele país. 

A ligação sentimental de alguém ou de algum governo com a tirania que escraviza a ilha há 56 anos tem outro nome e é bem feio. 

Define, aliás, o que vem fazendo a esquerda mundial, desde o dia 2 de dezembro de 1961, quando Fidel descantou o verso da revolução e proclamou: “Soy marxista-leninista!”.

A partir de então nunca lhe faltou “solidariedade” para fuzilar milhares de seus conterrâneos, encarcerar dezenas de milhares de pessoas apenas por divergirem do governo, manter a população refém, sem liberdade de opinião, sem espaço para oposição, sem judiciário independente. 

Convalidar isso é solidariedade?

O regime cubano manda prender por qualquer motivo, sentencia a longas penas e, de modo medieval, persegue as famílias dos que dele dissentem. 

 Descaradamente, concede aos estrangeiros direitos e liberdades que veda a seus próprios cidadãos! Durante décadas, foi “solidário” com os soviéticos, a ponto de enviar milhares de jovens para morrer em revoluções comunistas. 

Sim, leitor, Fidel, o falso paladino da autonomia, muito se intrometeu em revoluções mundo afora, conforme exigisse a geopolítica da URSS.

SOLIDARIEDADE AOS QUE SOFREM

Solidariedade que mereça a dignidade do termo deve convergir para os que sofrem a repressão porque não se calam. 

E para os que não sofrem a repressão porque se calam. Uns e outros, merecem a solidariedade que não alcança as masmorras de um regime que perdeu o senso moral.

A mesma insólita afeição, aliás, é tributada à ditadura comunista bolivariana e não revela qualquer consideração pelas dificuldades que os venezuelanos enfrentam. 

O compadecimento das pessoas de bem deve convergir para esse povo, em suas crescentes carências e perda de direitos.

 Nunca para o fanfarrão Chávez e seu ainda mais ridículo herdeiro. 

Solidariedade foi o que faltou às senhoras Mitzy Capriles e Lilian Tintori, cujos maridos foram presos por Maduro. 

Ambas vieram buscar ajuda da presidente Dilma, mas foram recebidas pelo sub do sub, a quem transmitiram apelo que entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

Tribuna da Internet