Celso Serra
A revista Veja e a Folha publicaram que o Planalto tem mais uma
preocupação: o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor
Cerveró (aquele que com um dos olhos negocia e com o outro conta a
propina), depois de receber a visita semanal da esposa, chamou os
procuradores da República em Curitiba na quarta-feira passada e começou a
negociar os termos para se tornar delator da Lava Jato.
Segundo políticos, empresários, investigadores e lobistas da
Petrobras, Cerveró é uma das pessoas que pode esclarecer, entre outros
contratos inexplicáveis na Área Internacional, a infame operação de
compra da Refinaria de Pasadena, há quase dez anos, quando Dilma, a
prepotente, presidia o Conselho de Administração da Petrobrás. Nessa
“operação” a Petrobras perdeu cerca de US$ 800 milhões, além do que vem
perdendo no passar dos anos com a “Ruivinha”, apelido que os engenheiros
da estatal deram à refinaria americana, porque seus tanques e
encanamentos estão cobertos de ferrugem.
JÁ SENTENCIADO
Em maio, Cerveró foi sentenciado a cinco anos de prisão em regime
fechado pelo crime de lavagem de dinheiro e é suspeito de receber US$ 40
milhões de propina para intermediar a contratação de navios-sonda.
Por ser apontado como um dos arrecadadores do PMDB, sua eventual
delação é vista como um dos principais caminhos para se chegar a
caciques do partido, como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha.
A advogada de Cerveró, Alessi Brandão, disse que “no momento” não
pode falar do acordo. Se for concretizado, Cerveró será o 20º réu a
conseguir delação premiada. No jogo do bicho, 20 é o número do peru, que
vai cantar como galo no terreiro.
Tribuna da Internet