sexta-feira, 6 de novembro de 2015

"Dilma já não tem condições de governar", afirma Stephen Kanitz

Manoel Vidal

Stephen Charles Kanitz é um consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas pelo Harvard Business School, bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo, articulista de importantes publicações. Neste artigo, publicado em seu blog, Kanitz analisa a trajetória da presidente Dilma Rousseff e explica por que ela não tem mais condições de governar o país.

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FALTAM CONDIÇÕES OBJETIVAS PARA LIDERAR A NAÇÃO

Stephen Kanitz

Dilma já brigou com praticamente todo mundo, uma constante na sua vida. E nossa Constituição foi elaborada por advogados legalistas, não por engenheiros, contadores, administradores e auditores. E de forma legalista decidiram que um Presidente só pode ser deposto se fizer algo contra a lei, não por incapacidade objetiva de governar.

Numa empresa ao contrário, uma assembleia extraordinária de acionistas já teria sido convocada e a Dilma demitida, por falta de condições objetivas de liderar a empresa, apesar de ela ter sido eleita pelo Conselho de Administração.

Na democracia inglesa, também existe o recurso do Voto de Confiança ou Voto de Desconfiança, onde a qualquer momento os representantes do povo podem destituir uma Dilma, por ela ter perdido a confiança de 80% dos brasileiros, segundo pesquisas atuais, o que não é impeachment por alguma irregularidade. É uma simples constatação de perda de condições objetivas de liderar uma nação e o perigo que esta situação pode causar.

Vejamos as condições objetivas da Dilma de governar:
Dilma, como alertei em 2011 (http://blog.kanitz.com.br/mcgregor-ultrapassada/) usa a teoria administrativa ultrapassada chamada Teoria X, um estilo briguento de conseguir as coisas. Ninguém a obedece porque tem valores alinhados e sim, porque temem o gênio dela.

Dilma já brigou com praticamente todo mundo, uma constante na sua vida, por sinal. Brigou com seu marido, de quem se separou e que poderia agora lhe dar suporte emocional e carinho, acalmar esta pilha de nervos que ela demonstra a cada discurso.

Brigou com a mãe, a quem nunca mencionou em nenhum de seus discursos, que mostra outro problema pessoal. Brigou com seu meio irmão, que ela inclusive enganou quanto à divisão da herança do pai (http://www.novinite.com/view_news.php?id=120755).

Brigou com seu mentor Brizola, traindo o PDT e se juntou ao PT que a odeia. Brigou com seu eleitor Lula, a quem disse “não lhe devo mais nada”, e que está agora tramando contra ela. Brigou com seu ministro Guido Mantega, que não fala mais com ela.

Brigou com Henrique Meirelles, o mentor da política econômica de Lula e que deveria ter sido seu Ministro da Fazenda, mas Dilma não quis saber. Deu no que deu.

Brigou com a Marta Suplicy, que só fala mal da Dilma, de uma forma que só uma mulher sabe fazer. Brigou com a Globo, a emissora que sempre é chapa branca, pode? Brigou com o líder do Congresso, Eduardo Cunha, que quer um impeachment a todo custo.

Brigou com seu vice, Michel Temer, e o partido que a apoia. Brigou com alas inteiras de seu Partido dos “Trabalhadores”, achando que o partido agora é dela.

Dá para brigar com ainda mais pessoas do que isto? Claro…

Brigou com o Líder do Senado, Renan Calheiros. Brigou com as empresas do setor elétrico. Brigou com as empresas do setor de educação. Brigou com o setor de álcool, hoje quebrado. Brigou com o setor agrícola. Brigou com os caminhoneiros de todo o Brasil.

Brigou com o Ministério Público, justo quem. Brigou com todo o sistema capitalista, que seu marxismo século XIX odeia. Brigou com a classe média, que agora externa sua insatisfação sempre que há oportunidade.

Dilma tem um sério problema pessoal não resolvido, que pelo jeito lhe tirou as condições objetivas de ser a Presidente do Brasil. Sua única alternativa é brigar consigo mesmo, ou seja, renunciando. Mas como ela acha que seria uma derrota do feminismo, eu temo que ela vá até o fim. Autocrítica ela não tem. Que economista tem, por sinal? Eles sempre estão certos, nunca erram.

Faltou-lhe bom senso, carisma, honestidade, humildade, vamos ser sinceros, faltou-lhe capacidade de liderança, que ela nunca teve.

Em nome de seu pai, em nome do país que abriu as portas para um refugiado búlgaro, em nome de um povo fraterno e solidário que permitiu a seu pai e a você vida nova, não destrua ainda mais o país que recebeu a sua família de refugiados. Você já se revelou uma persona non grata com a classe dominante que permitiu à família Roussef paz e tranquilidade, ao pegar em armas, assaltar bancos e joalheiros brasileiros, querendo derrubar aqueles que deram à sua família guarida.

Caso V. Exa. decida pedir desculpas a todos que a elegeram, no seu discurso cite pela primeira vez a sua mãe, o seu pai, o seu irmão, e agradeça os quatrocentões brasileiros e a elite dominante que abriram as portas para emigrantes como a sua família.

Não destrua com suas constantes brigas o país que lhe acolheu. Perceba que você perdeu sua capacidade de liderança, e mais, que você nunca deveria ter aceitado aquele convite do Lula, você colocou a sua ambição acima da sua capacidade de cumprir o prometido.

Tribuna da Internet