terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Votação para comissão mostra que Dilma ainda tem força

Rachel Gamarski, Igor Gadelha, Daniel Carvalho e Bernardo Caram

Estadão


Após a briga entre deputados governistas e da oposição, devido à votação secreta, o plenário da Câmara elegeu por 272 a 199 votos a chapa oposicionista para compor a Comissão Especial que será formada para decidir pela continuidade ou arquivamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A decisão pela votação secreta desencadeou um tumulto geral no plenário, com gritaria, pedidos de adiamento da votação e até quebra das urnas.

Parlamentares da base e da oposição entraram em confronto e deputados governistas chegaram a quebrar dez das 14 urnas para tentar obstruir a votação. Diante disso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acionou os seguranças da Casa para garantir a “liberdade de votação”. O presidente da Câmara afirmou que a eleição se dará sem qualquer tipo de pronunciamento. Para viabilizar a votação, funcionários da Casa então reconectaram os equipamentos para tentar prosseguir com as votações.

Enquanto isso, governistas abriram uma bandeira do Brasil na mesa da Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pediu que os parlamentares realizassem as manifestações no plenário e não na mesa da Casa.

Antes da confusão, a base do governo pediu questão de ordem, mas o presidente da Casa não acatou afirmando que “não há questão de ordem e sim uma reclamação” por parte do deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Em seguida, Cunha deu a palavra à deputada Jandira Feghali (PC do B – RJ), que também pediu questão de ordem e solicitou que a votação seja realizada de forma aberta.

“É inconstitucional”, disse. Cunha afirmou que responderá por escrito à solicitação da deputada. O deputado Wadih Damous (PT-RJ) disse que a constituição só estabelece votação secreta para casos excepcionais e engrossou o coro de Jandira. “Vossa excelência está inovando e está dando golpe parlamentar nesta casa, não podemos admitir isso”, afirmou. O presidente da Câmara também não acatou a solicitação.

Enquanto isso, alguns parlamentares tentaram votar mesmo com governistas obstruindo a votação, alguns entraram nas cabines e se recusam a sair.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – No final, a decisão de 272 a 199 votos indica que os adeptos do impeachment já têm ampla maioria, mas ainda faltam setenta votos para permitir que se concretize o afastamento da presidente. Ou seja, por enquanto o impeachment ainda não tem o número mínimo de votos (342) (C.N.)


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