Francisco Feitosa
A crise do sistema carcerário mostra que existe um Estado dentro do
estado, como afirmou o advogado Jorge Béja aqui na “Tribuna da
Internet”. O primeiro, verdadeiro; por isto mesmo, com letra maiúscula. E
este outro, com letras minúsculas, do senecto Temer (que já o herdou
assim, para pior), ausente. Tem jeito não. Mas vale a pena reler a ideia
do panopticon, de Jeremy Bentham, 1785, cuja essência é ver tudo o que
se passa na cela, ao fundamento de que, visto, o ser humano contém-se.
Ora, nas celas do Brasil ninguém vê nada, há comunicações telefônicas
para sequestros virtuais e reais, o tempo todo. E os japoneses fazem o
panopticon às avessas: o prisioneiro não vê a face dos carcereiros.
O fato é que há um Estado, real e verdadeiro, às vezes mais de um,
rivais, dentro das prisões do Brasil, com ampla influência no lado de
fora, até mesmo no exterior. A prisão seria outro país onde o Temer não
manda? Claro que é. Pelo contrário, o estado oficial, Brasil, faz que
não vê; por isto mesmo, é refém.
Do jeito que está, tem jeito não. Se construir novas prisões, novas
destruições na próxima rebelião, queimam tudo, põem tudo abaixo.
INOPERANTE – O estado do Temer (aliás, do Lula, da
Dilma, falo em sentido amplo), faz o quê? Negocia. E agora indeniza. Até
a próxima rebelião. Como se nada tivesse acontecido. Anote aí: daqui
mais uns dias, tem mais.
Convicção: isso tem que mudar.
⏩ Tribuna da Internet