sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Renda fixa é a melhor aplicação em janeiro


SÃO PAULO - Os fundos de renda fixa lideraram o ranking de investimentos de janeiro, com valorização de 0,58%. A modalidade não ocupava a primeira colocação desde outubro do ano passado. A poupança antiga, com rendimento garantido de 0,50%, ficou na segunda colocação.
"A melhora na renda fixa esteve mais concentrada nos fundos que são referenciados em índices de preços", explicou Michael Viriato, professor do Insper. "A inflação veio forte e esses títulos tiveram um desempenho bom", disse.
Em janeiro, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) ficou em 0,34%, abaixo do verificado em dezembro do ano passado (0,68%). Já o IPCA-15 - uma prévia da inflação oficial do País - teve alta de 0,88%, de acordo com o IBGE. Em dezembro de 2012, o índice avançou 0,69%.
Na parte de baixo, o dólar ficou na lanterna do ranking. A queda no mês foi de 2,84%. Nesta semana, a moeda americana voltou a ser cotada abaixo de R$ 2, o que não ocorria desde julho do ano passado.
"A queda do dólar é reflexo da tentativa do Banco Central de melhorar o impacto do câmbio na inflação. Esse movimento ainda é sútil e tirou o dólar do patamar acima de R$ 2, mas não configura o nível do ano passado, quando chegou a R$ 1,60", disse Viriato. No mercado, alguns analistas já apostam que um novo piso para o dólar, pelo menos no curto prazo, possa ser de R$ 1,90.
O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) também teve desempenho negativo, com retração de 1,95%. O que impactou em parte o desempenho da Bolsa foram as ações da Petrobrás, que têm grande peso no Ibovespa - em janeiro, as ações ordinárias tiveram queda de 7,06%, e as preferenciais recuaram 7,48%.
"Até a semana passada, as ações da Petrobrás não eram das piores. A forte queda é influenciada pelo reajuste do combustível. Existia uma expectativa de reajuste que não foi confirmada, e a decepção se reflete no desempenho das ações", disse o professor do Insper.
Vale lembrar que na terça-feira o governo federal autorizou a Petrobrás a reajustar o preço dos combustíveis nas refinarias. O aumento da gasolina foi de 6,6%. O diesel subiu 5,4%.
O desempenho da Bolsa brasileira não acompanhou a recuperação do mercado de ações no restante do mundo, segundo a avaliação de Fabio Colombo, administrador de investimentos.
"O Brasil foi uma das poucas exceções comparando com outros países. E isso ocorreu mais por causa de problemas internos. No exterior, a economia americana vem melhorando. Os republicanos e democratas chegaram a um acordo sobre o abismo fiscal e postergaram a decisão sobre o teto da dívida do país", disse.
Futuro. Para os próximos meses, Colombo é otimista em relação ao desempenho da Bolsa. "Em algum momentos nós vamos ter uma virada na Bolsa, mas não se pode esperar nada no curto prazo", afirmou. "O resultado pode vir ou não, e vai depender mais das variáveis internas", disse.
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