quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ex-magnata russo é sentenciado a mais seis anos de prisão

O ex-magnata russo Mikhail Khodorkovsky foi condenado a passar seis anos adicionais na prisão por acusações de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro.
Como sua sentença atual expira em 2011, Khodorkovsky, 47 anos, agora deve ficar preso até 2017.
Segundo o veredicto do juiz, ele “só poderá ser recuperado sendo isolado da sociedade”.
Khodorkovsky foi condenado na segunda-feira por um tribunal em Moscou em um julgamento criticado pelos Estados Unidos e outros países. Seus defensores dizem que as acusações são motivadas por razões políticas.
O ex-magnata, que já foi o homem mais rico do país, entrou em rota de colisão com o ex-presidente e atual premiê russo Vladimir Putin por financiar partidos de oposição.
Julgamento

O julgamento desta semana foi o segundo de Khodorkovsky, que cumpre, desde 2003, pena de oito anos por fraude e evasão de impostos.
Neste novo caso, Khodorkovsky e seu sócio Platon Lebedev foram acusados de desviar milhões de toneladas de petróleo de sua própria empresa, a Yukos, e de lavar o dinheiro proveniente do desvio entre 1998 e 2003.
Nesta quinta-feira, a corte em Moscou sentenciou os dois homens a 14 anos de prisão, mas a sentença leva em conta o tempo que eles já passaram presos.
Enquanto o juiz Viktor Danilkin lia o veredicto, a mãe de Khodorkovsky gritou: “que você e os seus descendentes sejam amaldiçoados!”
Os réus, porém, reagiram calmamente à decisão judicial.
Críticas
Khodorkovsky nega as acusações e disse que “um Estado que destrói suas melhores empresas e confia apenas na burocracia e no serviço secreto é um Estado doente”.
Muitos críticos acreditam que o governo quer manter o ex-magnata atrás das grades pelo maior tempo possível porque ele desafiou o primeiro-ministro Vladimir Putin ao financiar a oposição.
Em uma entrevista transmitida na semana passada, Putin se referiu a Khodorkovsky dizendo que "um ladrão tem que ficar na prisão".
Os advogados do ex-magnata disseram que as declarações de Putin "dissiparam qualquer dúvida sobre quem pressiona o tribunal" e afirmaram que os comentários poderiam ajudar em um apelo caso Khodorkovsky fosse julgado culpado.
Caso permaneça preso até 2017, Khodorkovsky não voltará à sociedade até a próxima eleição presidencial russa, em 2012. Alguns analistas acreditam que, caso estivesse em liberdade, ele poderia ameaçar o candidato do Kremlin no próximo pleito. BBC Brasil