Eliano Jorge
O deputado Paulo Maluf, do PP paulista, não quis comentar sua absolvição da acusação de compra superfaturada de frangos pela prefeitura de São Paulo, divulgada pela 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo nesta segunda-feira. Ele teve sua candidatura embargada pela Lei da Ficha Limpa nas eleições deste ano porque havia sido condenado em abril, mas recorreu.
"O voto do relator diz tudo. De maneira que eu pediria para não comentar pessoalmente", insistiu, em entrevista a Terra Magazine, por telefone. "A minha declaração não vale nada".
Na decisão, a 7ª Câmara de Direito Público argumentou que o Ministério Público não conseguiu provar a culpa de Maluf:
"Ausência de provas robustas que indiquem prática dos referidos atos - Elementos que apontam apenas para suspeição dos acordos entabulados. Necessidade de provar-se o dolo ou, ao menos, culpa grave dos agentes, missão a qual o Ministério Público não cumpriu".
Ela também não identificou "prejuízo ao erário": "Ao considerar-se o valor global do contrato vê-se que a Municipalidade de fato economizou ao contratar com a empresa Ad'Oro - A grande variação do mercado de commodities e o fato da empresa ter praticado valor fixo fazem com que em certos meses haja vantagem ao erário e em outros não - Necessidade, portanto, de se considerar o valor global e não o praticado mês a mês (sic)".
Apesar de bem humorado, Maluf evitou qualquer avaliação. "O voto do desembargador me inocentando diz tudo. Eu, da minha parte, não vou fazer nenhum comentário".
Ele também descartou opiniões sobre outras ações a que responde na Justiça. "Eu não falo sobre processos. Eu fui inocentado, é só o que você tem. Você tem o voto do relator, o voto da maioria". Terra Magazine