As forças de segurança de Israel admitiram nesta sexta-feira que soldados do país mataram um homem inocente de 65 anos e pai de nove filhos na cidade de Hebron, na Cisjordânia, durante uma operação para prender integrantes do grupo radical islâmico Hamas.
Amr Qawasme, que era vizinho de um dos homens do Hamas procurados pelas forças de Israel, foi morto a tiros nesta sexta-feira, antes do amanhecer, na sua cama, em um quarto localizado no primeiro andar de sua casa.
Em um comunicado, as Forças de Defesa de Israel admitiram que um palestino foi morto na operação e lamentaram o ocorrido, mas afirmaram que a vítima estava "na casa de um dos terroristas".
Apesar disso, Israel admitiu que não havia nenhuma indicação de que o homem tinha qualquer ligação com “atividade terrorista” e decidiu abrir uma investigação sobre o caso.
As forças israelenses realizaram outras operações de busca por integrantes do Hamas em Hebron durante o dia, prendendo cinco pessoas.
Prisioneiros soltos
Um porta-voz do Hamas responsabilizou tanto Israel quanto a Autoridade Nacional Palestina - dominada pelo grupo rival Fatah - pelo incidente.
"O crime israelense em Hebron reflete os perigos da continuidade das detenções políticas feitas pelas forças de segurança do Fatah na Cisjordânia, ao dar informações ao ocupante (Israel) para ajudá-lo em suas prisões", disse o porta-voz.
Nessa quinta-feira, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, ordenou a soltura de seis prisioneiros do Hamas que estavam em greve de fome na Cisjordânia. Cinco deles estavam em uma prisão de Hebron, enquanto o outro estava detido em Belém.
Israel ocupa a Cisjordânia desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
A região, onde vivem aproximadamente 2,5 milhões de palestinos, possui mais de cem assentamentos judeus, nos quais moram cerca de 500 mil pessoas. BBC Brasil