Os Estados Unidos congelaram US$ 30 bilhões [R$ 49 bilhões] em ativos da Líbia depois das sanções impostas pela Casa Branca contra o regime do ditador Muammar Gaddafi na semana passada, informou nesta segunda-feira um alto responsável do Tesouro em Washington.
"Ao menos 30 bilhões de dólares foram bloqueados em virtude do decreto" assinado na sexta-feira (25) pelo presidente Barack Obama, informou à imprensa o secretário de Estado do Tesouro interino encarregado da luta contra o terrorismo e da inteligência financeira, David Cohen.
"É o maior congelamento de fundos jamais feito em virtude de um programa de sanções" nos Estados Unidos, completou Cohen.
O governo americano impôs na sexta-feira (25) sanções contra Gaddafi e quatro de seus filhos, congelando ativos e propriedades nos Estados Unidos.
Cohen declarou que mais sanções estão a caminho. "Estamos considerando aumentar a lista de indivíduos" afetados por essas sanções, declarou.
CERCO MILITAR
Também hoje, o Pentágono anunciou que as Forças Armadas dos EUA estão reposicionando equipes navais e aéreas nos arredores da Líbia. A medida foi anunciada depois de a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, dizer que "nenhuma opção está fora da mesa" para encerrar a onda de violência no país africano --o que incluiria uma intervenção militar.
O porta-voz do Departamento de Defesa, coronel Dave Lapan, disse que a equipe de planejamento do Pentágono trabalha com várias opções e planos de contingência e, como parte desses, estava reposicionando suas forças.
Em entrevista a jornalistas, Lapan não quis dizer abertamente se os EUA consideram uma intervenção militar. Os EUA mantêm presença militar frequente no mar Mediterrâneo e tem dois porta-aviões mais ao sul, na área do golfo Pérsico.
"Nós temos planejadores trabalhando e vários planos de contenção e eu acho que é seguro dizer que como parte disso estamos reposicionando nossas forças para sermos capazes de dar esta flexibilidade assim que as decisões forem tomadas", disse.
Apesar do avanço da oposição líbia, que já controla a parte leste do país, Gaddafi se recusa a deixar o poder e atribui os protestos à rede terrorista Al Qaeda. Ele está cada vez mais isolado na capital Trípoli, que apesar da forte segurança registra protestos de oposição.
EXÍLIO
O exílio pode ser uma opção para o ditador líbio, Muammar Gaddafi, afirmou nesta segunda-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Ao ser questionado se os Estados Unidos iriam facilitar o exílio do ditador, diante dos apelos internacionais para que ele deixe o poder, Carney afirmou que isso "seria especulação" e que não comentaria.
O porta-voz afirmou ainda que os EUA estão discutindo formas de fechar o espaço aéreo sobre a Líbia. FRANCE PRESS Folha Online