sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Partidários do governo pedem morte de oposicionistas no Irã

Milhares de partidários do governo do Irã tomaram as ruas da capital, Teerã, nesta sexta-feira, em uma manifestação onde pediram a morte dos dois principais líderes de oposição do país.
Os manifestantes participaram das orações de sexta-feira, lideradas pelo clérigo e chefe do Conselho dos Guardiões do Irã, Ahmad Jannati.
Depois das orações, milhares teriam seguido para a praça da Revolução, muitos deles carregando cartazes onde pediam a execução dos líderes de oposição, segundo a agência de notícias estatal iraniana IRIB.
Em um sermão, Jannati exigiu que os líderes dos protestos de oposição sejam isolados, para evitar que eles se comuniquem com seus partidários.
Jannati, no entanto, disse que a execução dos oposicionistas não seria necessária.
“Eles já foram executados, pois perderam toda a credibilidade e prestígio, tudo".
Protestos
Os dois líderes de oposição e ex-candidatos presidenciais, Mehdi Karroubi e Mir Hossein Mousavi, estão em prisão domiciliar desde a semana passada.
Na segunda-feira, dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Teerã em apoio aos protestos pró-democracia que estão ocorrendo em todo o Oriente Médio.
Duas pessoas morreram nos confrontos entre manifestantes e as forças de segurança.
Na quarta-feira, ativistas contrários e favoráveis ao governo se enfrentaram durante o funeral de um estudante morto nos protestos de segunda-feira.
Os manifestantes contra o governo continuam alegando que a eleição presidencial de 2009, que reelegeu o presidente Mahmoud Ahmadinejad, foi fraudada.
Confronto
O conflito de quarta-feira teve início porque tanto representantes de uma facção como da outra afirmam que o estudante morto era um de seus correligionários.
As manifestações foram as primeiras realizadas no país em mais de um ano e as maiores no Irã desde 2009, quando grupos opositores foram às ruas para protestar contra supostas fraudes ocorridas nas eleições presidenciais que reelegeram Ahmadinejad.
Os protestos desta semana reuniram milhares de pessoas e reforçaram a onda de manifestações pela democracia que está varrendo diferentes países árabes e muçulmanos.
Manifestações populares tiveram início na Tunísia em dezembro passado e provocaram a deposição do então presidente do país, Zine al-Abidine Ben Ali, no final de janeiro.
Na semana passada, uma série de manifestações provocou a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak.
Nos últimos dias, também foram realizado protestos no Bahrein e Líbia, e manifestações na Argélia, Iêmen e Jordânia. BBC Brasil