Um levantamento realizado pelo Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) apontou que cerca de 60% dos pacientes atingidos pelo câncer correm risco nutricional. Segundo a pesquisa, grande parte dessas pessoas já chega para o tratamento com quadro de desnutrição.
Os pacientes oncológicos têm três vezes mais chance de apresentar problemas de alimentação do que os portadores de outras doenças. O estágio da enfermidade e a fase do tratamento são alguns dos fatores que podem causar efeitos colaterais, como a diminuição do apetite e alterações no paladar.
O instituto atende pessoas já diagnosticadas com câncer, por isso a maioria dos pacientes já chega ao hospital desnutrida ou com risco nutricional.
Nas UTIs (Unidade de Terapia Intensiva), este índice alcança 78% dos pacientes. Os números são semelhantes aos da unidade de pronto atendimento, que registra 72%.
Nas enfermarias cirúrgicas a média de pacientes desnutridos é de 20%, índice menor do que os 59% apresentados nas enfermarias da oncologia clínica geral.
Para reverter o quadro, a detecção da desnutrição deve ser feita no início do tratamento oncológico, além de uma ação nutricional imediata, que ajuda a curar a doença, informou o Icesp.
"A indicação de complementos alimentares logo no início do tratamento reduz em cerca de 10% a taxa de mortalidade, ou seja, quanto antes intervirmos, maior é a chance de cura. Porém, é fundamental que as pessoas tenham uma boa alimentação durante a vida para evitar problemas como esses", explica Thais Cardenas, coordenadora do setor de Nutrição e Dietética do Icesp. Folha Online